FUSÃO



CAPÍTULO 2


 


FUSÃO


 


 


 


 


 


 


 


 


_Estou aguardando. Se a explicação não for bem convincente, vou pensar que vocês são espiões Nazistas. _ disse Tom, com a varinha apontada para os dois, tendo os outros alunos um pouco mais atrás..


_Acho que teremos de explicar, Voldemort... digo, Mariel.


_E explicar bem, Harry Potter. _ disse Voldemort _ Acho melhor que eu comece.


_Pode começar então, Mariel. _ disse Tom _ Se é que esse é o seu nome, pois ouvi um outro agora que me dá o que pensar.


_Realmente, Mariel não é o meu nome. Durante nossa explicação, você vai entender o porquê.


_E você é um bruxo das Trevas. _ disse Minerva _ Essa aparência viperina não se adquire aprendendo e praticando “Lumus” nem “Wingardium Leviosa”.


_Me pegou, Minerva. _ disse Voldemort _ Para começar, sou mais próximo de Tom Riddle do que vocês podem imaginar.


_Como assim? _ perguntou Hiram.


_O que vocês sabem sobre deslocamento temporal? _ perguntou Voldemort.


_É possível, desde que se possua um Vira-Tempo, mas o limite é de horas ou, no máximo, de dias. _ disse Minerva, de um jeito que lembrava Hermione _ Para deslocamentos maiores, teoricamente, seria necessário que houvesse uma grande concentração de energia mágica, de forma a romper o Continuum de tempo e espaço.


Harry ficou admirado, pois era exatamente o que Voldemort lhe dissera antes.


_E você acredita nessa possibilidade, Minerva? _ perguntou Tom.


_Acredito, embora ainda não se disponha de resultados concretos. E você está querendo dizer que isso aconteceu com vocês, Mariel?


_Sim, Minerva. _ respondeu Voldemort _ Só que em um nível ainda mais profundo.


_Mais profundo? Quer dizer que foi em nível...


_Em nível dimensional. _ disse Harry _ Viemos do futuro, sim. Mas do futuro de uma outra realidade, onde a História prosseguiu de maneira diferente. Em nossa realidade, os Nazistas chegaram a bombardear a Inglaterra, mas nunca colocaram os pés nela. Churchill era o Primeiro-Ministro trouxa e foi um dos maiores líderes do século. A Inglaterra abrigou DeGaulle e ele conclamava o povo francês à resistência, pelo rádio.


_Aqui ele também faz isso, só que está nos EUA. _ disse Tom _ Não sei dos detalhes estratégicos, somente dos de nível tático, de acordo com as missões que recebemos. E é graças aos bruxos que a Inglaterra não capitulou de vez. Mesmo que Grindelwald tenha seu exército, toda a Bruxidade da Grã-Bretanha, salvo algumas exceções, se uniu contra eles. É por isso que o domínio que eles têm sobre a ilha é frágil e eu me arriscaria a dizer, apenas aparente.


_Ainda bem. _ disse Minerva _ De outro modo, eles já teriam invadido a América. Pelas informações que recebemos, eles também estão sendo derrotados na Rússia.


_A Batalha de Stalingrado. _ murmurou Harry.


_O que você está falando, Harry? _ perguntou Minerva.


_Sobre uma batalha importantíssima, Profª McGonnagall... hã, digo..., Minerva. Para nós é História, ainda que esteja ocorrendo agora. Os Nazistas queriam chegar a Moscou, executando a “Operação Barbarossa”, mas como a capital resistia, Hitler mandou que tomassem Stalingrado.


_Esse foi um dos maiores erros estratégicos dele. _ disse Voldemort _ Igual a Napoleão, chegaram à Rússia em pleno inverno, sem equipamento adequado e tiveram suas linhas de suprimento cortadas. Com isso a maré vai virar nessa guerra.


_Assim espero. _ disse Minerva _ Mas a Inglaterra tem de ser libertada, nos próximos meses. Isso é de crucial importância. Bem, vou deixá-los, por enquanto. Recebemos algumas mensagens e tenho de decodificá-las.


 


Minerva se afastou e Tom olhou para os dois.


 


_Agora que estamos só nós, vamos ser sinceros uns com os outros. Harry, você chamou Mariel por um nome que não me é totalmente estranho. Além disso Minerva tem razão, Mariel. Você não adquiriu esse rosto de cobra à toa. Sou capaz de apostar que você deve ter feito algumas Horcruxes.


_Eu não poderia esperar menos de você, Tom Riddle. Na verdade, acabei fazendo sete delas. _ disse Voldemort _ E quanto ao meu nome, ele não lhe é estranho porque estou certo de que você já pensou em utilizá-lo. Ou pensa que não sei que você tem uma tendência para as Trevas?


_Realmente, comecei a trilhar o caminho das Trevas, mas duas coisas aconteceram, me forçando a abandoná-lo ou, no mínimo, adiar meus planos.


_A guerra e os sentimentos de Minerva. _ disse Harry _ Está mais do que evidente.


_Como sabem tanto assim a nosso respeito, mesmo tendo vindo do futuro? E você, Harry, chamou Minerva de “Profª McGonnagall”. Me expliquem melhor.


_Como você pediu, seremos sinceros, Tom. _ disse Voldemort _ Como é que eu sei que você é natural de Little Hangleton, filho de uma bruxa, Merope Gaunt, com um trouxa, filho de um senhor de terras da região, chamado Tom Riddle? Viveu em um orfanato de Londres, até ser entrevistado por Dumbledore e começar a estudar em Hogwarts, tornando-se um dos mais brilhantes alunos e Monitor-Chefe, junto com Minerva McGonnagall. Descobriu referências às Horcruxes e pediu maiores explicações ao professor de Poções, Horatio Slughorn.


_Em nosso tempo e realidade, Minerva McGonnagall é professora de Transfiguração e uma das bruxas mais brilhantes que conheço. _ disse Harry.


_Eu não sei se deveria dizer, mas sei tanto sobre você porque sou sua contraparte, décadas no futuro. _ disse Voldemort _ E quanto às Horcruxes, fiz sete delas, como eu já disse. Seis planejadas e uma involuntária.


_Minha contraparte? Então está explicado o porquê do nome “Voldemort”. Eu pensei nele...


_... Fazendo um anagrama de “Tom Marvolo Riddle”. _ disse Voldemort, sorrindo com o ar de surpresa do jovem Tom _ Aliás, “Mariel Dort Moldov” também é um anagrama.


_E somos inimigos mortais no futuro, eu e Voldemort. _ disse Harry, servindo-se de mais uma xícara de café do bule _ Estávamos tendo uma feroz batalha, quando fomos deslocados para cá. Frente às circunstâncias, resolvemos fazer uma trégua, até que consigamos retornar.


_Inimigos, você disse? _ perguntou Tom _ Podem dizer mais?


_Não seria seguro, Tom. _ disse Voldemort _ Mesmo sendo uma outra realidade, paralela à nossa, não seria seguro interferir no Continuum. O futuro é como se fosse uma página em branco, onde a História é escrita a cada instante e com seu rumo mudando a cada decisão tomada. Não temos o direito de interferir no rumo normal dos acontecimentos, mesmo que eles possam não ter se desenrolado da mesma forma que em nossa realidade. Só poderemos ficar para ajudá-los porque sabemos que o rumo da guerra segue para a derrota dos Nazistas.


_Em nossa realidade os Aliados mudaram a vantagem a partir do ano passado, mas não houve invasão da Inglaterra, como já dissemos. _ disse Harry _ Porém a presença de Grindelwald aqui torna as coisas mais difíceis.


_E ainda mais porque os Aliados têm planos a médio e longo prazo. Planos bem importantes _ disse Tom Riddle, também pegando mais um café _ Inclusive...


_... Tom, acabei de decodificar a mensagem! _ disse Minerva, interrompendo o colega e aproximando-se, com um papel nas mãos _ Vamos receber visitas, veja!


 


No papel estava escrito: “Abelha Branca e Vitorioso chegando. Preparar recepção”.


_Vamos recebê-los, então. _ disse Tom, satisfeito _ Harry, Mariel, coisas importantes vão acontecer.


_Como assim? _ perguntou Voldemort.


_Explico daqui a pouco. Vamos à entrada da passagem X-4, pois eles devem estar para chegar.


 


Foram até um ponto da parede, onde uma parte dela deslizou para o lado, deixando ver um túnel, pelo qual saíram dois homens. Ambos vestiam calças cargo verde-oliva, suéteres, jaquetas e toucas pretas.Um deles tinha brilhantes olhos azuis, por detrás de óculos de meia-lua, era alto e magro, tinha cabelos e barba acaju, meio longos. O outro também tinha olhos azuis, era mais baixo, gorducho e careca, tinha uma expressão firme no rosto e não aparentava ter mais de sessenta anos, embora já tivesse sessenta e sete. Ambos estavam armados, embora o coldre do primeiro fosse uma bainha de couro, na qual havia uma varinha. O outro portava uma pistola americana Colt 1911 A-1, calibre .45.


_Creio que um café seria de bom alvitre, jovens. _ disse o gorducho.


_Concordo plenamente, Winnie. _ disse o mais alto.


_É para já, professor. _ disse Tom, enquanto duas xícaras eram servidas.


 


_Professor... Dumbledore? _ perguntou Harry.


_Quem é você, meu jovem? _ perguntou Dumbledore _ Eu não me lembro de tê-lo visto em Hogwarts, antes. E nem a você, meu senhor de rosto ofídico.


_É admirável vê-lo vivo, Dumbledore. E do jeito que me recordo de quando eu era jovem. _ disse Voldemort _ Na verdade, chegamos aqui por um acidente e descobrimos que os Nazistas invadiram a Grã-Bretanha.


_Mas estão sendo expulsos aos poucos. Só espero que não seja tarde demais para que possamos colaborar com Ike. _ disse o gorducho.


_Refere-se a Eisenhower, Sir Winston Churchill? _ perguntou Harry.


_Obrigado, garoto, mas não sou Cavaleiro do Reino. Não me fiz merecedor dessa honraria, ainda. _ respondeu ele, enquanto Harry percebeu a gafe. Winston Churchill somente receberia o título de Sir em 1953, dali a dez anos, quando também receberia o Nobel de Literatura.


_Sinto muito. Explicarei logo mais a razão de tê-lo chamado de Sir, se eu puder.


_OK. Sim, me refiro ao General Dwight David Eisenhower. Ainda neste ano, precisaremos reunir as lideranças Aliadas para discutir como desfechar um golpe para que o Eixo finalmente encontre sua derrota. Já temos o local, mas ele será mantido em segredo...


_... Teerã. _ murmurou Harry.


_Como é, meu jovem? _ perguntou Dumbledore.


_Acho que precisamos de privacidade aqui,. _ disse Harry, executando um Abbaffiatto, isolando-os do restante dos alunos _ Pronto. Agora podemos falar, sem problemas.


_Então, como você sabe sobre a conferência em Teerã, se o local está sendo mantido em segredo total? _ perguntou Churchill.


_Como sabemos que a conferência irá se realizar em Teerã, em 28 de dezembro deste ano? _ redarguiu Voldemort _ Porque para nós isso é História, assim como o fato do jovem Harry Potter tê-lo chamado de “Sir”.


_Devo então presumir que vocês dois não pertencem a este tempo, meus caros senhores. _ disse Dumbledore _ E de quando são?


_Você não se espanta com isso, mesmo sendo bruxo, Alvo?


_Na verdade, Winnie, eu realizei estudos nessa área e descobri que uma imensa concentração de energia pode abrir uma fenda no tempo. Além disso, este jovem tem um rosto que me é familiar. Você disse que seu sobrenome é “Potter”, não é?


_Sim, professor. _ respondeu Harry.


_Dos Potter de Godric’s Hollow?


_Sim, minha família veio de lá.


_Então você é descendente de Charlus Potter?


_Sim, sou. _ respondeu Harry, lembrando-se do nome de seu ancestral, que vira na árvore genealógica da família Black.


_E de Odisseus Potter?


_Sinceramente, não sei lhe dizer. Não estudei a fundo a minha árvore genealógica, inclusive ele pode até não ter existido na minha realidade.


_Como assim, “minha realidade”? _ perguntou Churchill.


_Viemos do futuro, como já dissemos, mas de uma realidade paralela. Por isso há algumas diferenças. _ disse Voldemort _ Lá, Grindelwald não foi conselheiro de Hitler, portanto os Nazistas não tiveram apoio dos bruxos das Trevas e jamais conseguiram colocar os pés na Grã-Bretanha. No máximo chegaram a Guernsey e Jersey.


_E quanto a vocês? _ perguntou Dumbledore.


_Eu sou aluno de Hogwarts, embora tenha ficado fora no último ano. Tive de cumprir uma missão que me foi delegada por sua contraparte, em minha época.


_E você, senhor? Creio que andou se envolvendo com as Trevas.


_Na verdade, ele é a minha contraparte, na realidade de onde eles vieram, professor. _ disse Tom, dando um tapinha no ombro de Voldemort.


_NÃO TOQUE NELE, TOM!!! _ o aviso de Dumbledore chegou tarde. O pequeno contato da mão do jovem Tom Riddle foi o bastante para desencadear uma reação, na qual os corpos dos dois emitiram um intenso brilho esverdeado e, por fim, pareceram se unir. No final, a figura de Lord Voldemort havia desaparecido e só restava o jovem Tom Riddle.


_Mesmo convivendo com vocês e vendo-os executarem seus feitiços, a magia sempre me espanta. _ disse Churchill, admirado.


_Você está bem, Tom? _ perguntou Dumbledore.


_Sim, professor. Sinto-me bem, apesar da sensação de não estar sozinho em meu corpo.


_E não está. _ disse Dumbledore _ Você e sua contraparte, Voldemort, acabaram por se fundir.


_Sim, é verdade. Estou com as memórias de Voldemort, desde o seu nascimento, até o momento em que vieram para cá. Merlin! Como aconteceram coisas no mundo, nas décadas que nos separam! _ disse o jovem Tom Riddle _ Mas uma coisa é certa, os Nazistas perderão a guerra.


_Mesmo assim, o terror perpetrado por eles é uma mancha da qual a Alemanha ainda tenta se recuperar, em nosso tempo. _ disse Harry _ Prof. Dumbledore, como se explica a fusão dos dois?


_Na verdade, jovem Harry Potter, é tudo ainda muito teórico, poucos são os que realizam estudos nessa área, Deslocamento Dimensional, eu entre eles. O contato entre os dois forçou a fusão, pois eles passaram a ser dois corpos ocupando o mesmo espaço.


_E pelas leis da Física, isso é impossível. _ disse Churchill.


_Exatamente, Winnie. _ concordou Dumbledore _ Por isso, tiveram de se tornar um só.


_E eu estou com as memórias e conhecimentos de Voldemort. _ disse Tom, sentando-se em uma cadeira _ Como ele é poderoso e como se arriscou, no decorrer de sua vida! E é verdade, ele e Harry Potter são inimigos mortais, mas fizeram uma aliança temporária para nos ajudarem a expulsar Grindelwald e os Nazistas da Grã-Bretanha.


_Mas sempre procurando não interferir no curso normal dos acontecimentos, embora seja um pouco difícil, devido às diferenças entre as nossas realidades. Se bem que o desfecho acabará por ser o mesmo, eu acho. _ disse Harry _ A vitória dos Aliados e a derrota do Nazismo.


_Diferenças? _ perguntou Dumbledore _ Saber quais são é importante, para que nós nos planejemos.


_Por exemplo, há pessoas aqui que não existem na nossa realidade. Lá, Abraxas Malfoy não tem um irmão gêmeo, Jean-Marc. Também não existem Renata Wigder, Hiram Mason e Fabiola Wayne. Agora, falando do mais importante, Voldemort e eu havíamos concordado em uma trégua, até conseguirmos retornar à nossa realidade e, por enquanto, ficaríamos e ajudaríamos a combater os Nazistas. Mas agora há outra situação a resolver, separar Tom e Voldemort.


_Creio que por enquanto teremos de ficar assim, Harry Potter. _ disse Tom com sua própria voz, mas com o jeito de falar de Voldemort _ E isso pode ser uma vantagem, meus conhecimentos e poderes em um corpo jovem.


_É verdade, Voldemort. _ disse Dumbledore _ Os bruxos adultos foram obrigados a se registrar no Ministério, que está sendo controlado por Grindelwald e foram submetidos a um rastreador mágico. Aqueles que se recusaram foram presos ou tiveram de entrar na clandestinidade.


_Estão fazendo com os bruxos adversários o mesmo que os Nazistas fazem com os judeus no continente. _ disse Churchill _ Dessa forma, podem monitorá-los e evitar que participem de ações contra eles.


_Mas os da Ordem da Fênix não se submeteram. Estão espalhados pela Grã-Bretanha, junto aos grupos trouxas de resistência, desempenhando principalmente missões de sabotagem. Sem serem registrados, seus feitiços não podem ser rastreados. _ disse Dumbledore, servindo-se de mais um café _ Os bruxos menores não são monitorados, pois já possuem o Traço.


_Ou pelo menos é o que eles pensam. _ disse Tom _ O Prof. Dumbledore encontrou um meio de neutralizar o Traço, então os alunos de Hogwarts que não se submeteram a Grindelwald formam uma considerável força, aliando a magia a seus talentos pessoais.


_Mas há alunos que foram convencidos, doutrinados pelos professores introduzidos por Grindelwald e são partidários dele. _ disse Dumbledore _ Felizmente, sabemos quais são e podemos mantê-los sob controle.


_E quanto a Grindelwald? _ perguntou Harry.


_Ele divide seu tempo entre Hogwarts e Londres. O Ministro da Magia é um fantoche, não por acaso seu sobrenome é Chamberlain. Grindelwald é seu conselheiro, mas na verdade é ele quem dirige o Ministério, ao mesmo tempo que administra a Grã-Bretanha, por ordem de Hitler. _ disse Churchill _ O Diretor de Hogwarts também é uma marionete, chamado Slinkhard.


_Wilbert Slinkhard, autor de um dos mais inúteis livros que eu já vi?


_Exato, Harry. _ disse Tom _ “Teoria de Defesa em Magia”. Nem mesmo as crianças o utilizam.


_Decerto ele pensava que, em um duelo, os adversários iriam jogar bombons e flores. _ disse Harry _ Essa porcaria de livro chegou a nos ser imposto, no quinto ano.


_Se você vai permanecer conosco, Harry, teremos de providenciar documentos falsos para justificar sua transferência. Como é seu conhecimento de idiomas?


_Além da língua-mãe, conheço um pouco de Francês, Alemão, Espanhol, Grego e Latim, devido ao estudo dos livros de magia.


_Perfeito. Poderei aumentar sua fluência em Francês com um feitiço. Você será um aluno transferido de uma das duas escolas de magia da Bélgica, país que está ocupado pelos Nazistas. Mas, como a Academia Européia de Aurores fica na Bélgica e os Nazistas jamais conseguiram e nem conseguirão localizá-la, eles irão lhe providenciar documentos falsos. Você só deverá me fornecer um nome e eu utilizarei um Vernaculum para melhorar sua fluência e dar mais credibilidade ao disfarce.


_Sotaque Flamengo ou Valão? _ perguntou Harry.


_Melhor que seja Valão. _ disse Dumbledore _ Como a Valônia é tanto francófona quanto germanófona e forma divisa com as comunidades germanófonas belgas, além de fazer fronteira com a Alemanha, eles desconfiarão menos. Já pensou no seu nome, Harry?


_Sim. “Georges Delvaux”. Eis um nome tipicamente belga, Prof. Dumbledore.


_Perfeito, os documentos chegarão em três dias. Tom, há uma missão para vocês. Parece que há uma grande movimentação no limite norte, em uma parte pouco visitada dos terrenos de Hogwarts. Um grande número de viaturas pesadas foi visto dirigindo-se para lá e seria bom alguém dar uma olhada no que Grindelwald e os Nazistas estão planejando.


_Vou cuidar disso pessoalmente, Prof. Dumbledore. _ disse Tom _ E gostaria que Harry fosse comigo, será bom para ele já se habituar à dinâmica do nosso grupo.


_Perfeito. Saiam hoje à noite e deixem um Shikigami seu na Sala Comunal da Sonserina.


_OK, professor. Vamos preparar o material.


_Eu e Winnie precisamos ir. _ disse Dumbledore _ Lembrem-se de manter os turnos, para que não desconfiem de nada. Harry, ou melhor, “Georges Delvaux”, depois que seus documentos chegarem, poderá circular como aluno transferido para o sétimo ano.


_Certo, professor. _ disse Tom _ Vamos, Harry. Precisamos arrumar nosso equipamento.


 


Em outra parte da Sala Precisa, vários caixotes estavam enfileirados. Tom Riddle abriu alguns e foi reunindo o material, orientando Harry para pegar os mesmos itens que ele.


_Vejamos... calças cargo, botas, jaquetas, toucas de lã, conjuntos de neve, rações, binóculos, lanternas, pistolas...


_Pistolas, Tom? _ perguntou Harry, espantado.


_Somente se for o caso, Harry. _ disse Tom, separando duas Colt 1911 com silenciador e carregadores reserva, colocando-as em coldres axilares _ Pode ser apenas uma missão de observação, mas pense que qualquer um daqueles chucrutes não hesitaria em lhe dar um tiro assim que o avistasse. O ideal é que não sejamos vistos, mas se for necessário preserve a vida, começando pela sua própria.


_Entendo. _ disse Harry, pegando seu equipamento e indo a um local reservado para vestir suas roupas _ Bem, vamos ver no que dá.


_Sabe atirar? _ perguntou Tom.


_Pouca experiência, só com armas de ar comprimido em parques de diversões, durante a infância. Meus tios faziam questão que eu competisse com Duda, para que ele me vencesse. Só que era eu quem sempre ganhava os melhores prêmios.


_Acho que eu nem precisava te perseguir. _ disse Voldemort, através da pessoa do jovem Tom Riddle _ Parece que viver com os Dursley era pior do que Maldição Cruciatus.


_É. A Maldição Cruciatus limita-se a doer. Viver com eles era uma tortura física e mental constante. _ disse Harry.


 


E os dois terminaram de aprontar o equipamento, somente aguardando a hora de saírem para a missão.

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