Interesses Ocultos...?



Capitulo 19...

Interesses Ocultos...?

No dia seguinte, Hermione não veio ao dormitório masculino acordar Rony e Harry como de costume, e por isso, os dois, e Neville, perderam o horário. A maioria dos alunos já havia tomado o café da manhã quando eles desceram. Hermione tratou de sumir quando Harry sentou a sua frente no salão principal, e Harry não a viu mais até entrar na sala do Snape. Para sua total falta de sorte, Snape era o primeiro professor com o qual teria aulas.
- Weasley, Longbotton e Potter! – gritou Snape, quando eles entraram na sala. – 30 pontos a menos para a Grifinória pelo seu atraso.
Era injusto, pois a aula mal havia começado.
Como Hermione já estava sentada, Harry passou a frente de Rony e se sentou ao lado dela, restando a Rony sentar-se ao lado de Neville, o que chateou Longbotton, já que ele precisava de Hermione para obter melhores notas em poções.
Segundos depois, Malfoy entrou, com aquela cara deslavada dele.
- Bom dia, professor Snape, como foram as férias? – disse Draco, mais pálido do que de costume.
- Está atrasado, Malfoy! – disse o professor, simplesmente, fazendo Harry bufar ao lado de Hermione.
- Bem, vamos começar a nossa aula com uma poção muito importante! Alguém sabe que poção é essa? – perguntou Snape, olhando para Hermione e apontando para o caldeirão no centro da sala, onde uma poção azul esverdeada borbulhada produzindo uma fumava avermelhada.
“Wicca, pensou Hermione, é uma poção de defesa. Quem é atingido com aquela poção começa a ter terríveis espasmos de dor se não tomar logo uma contra poção chamada Hecate”. Hermione fez menção em levantar a mão, mas conteve-se.
- Alguém? – continuou o professor a perguntar e olhou na direção de Hermione.
Até Harry, olhou para a amiga. Aquilo não era normal. Hermione costumava a levantar a mão no alto antes que qualquer um. Respondia antes mesmo que o professor lhe passasse a palavra. Por que agora se mantinha em silêncio?

Hermione abaixou os olhos. Não queria falar. Não sentia mais a vontade de participar nas aulas que antes tinha. Estava cansada de ser a sabe-tudo, de ser conhecida como a aluna mais inteligente. Mesmo sendo inteligente, Hermione vivia à sombra de Harry, que mesmo sem estudar, era considerado mil vezes mais forte e mais poderoso do que ela. Que adiantava a ela ser assim, então? Queria que Harry não a procurasse só porque precisava dela para ajudar em alguma tarefa. Queria que Harry a procurasse, apenas pela sua companhia. Mas Harry não a enganava. Se não fosse por interesse que ele a procurava, então por que não deixou Longbottom sentar-se com ela. Ele sabia que Neville precisava dela, muito mais do que ele.
- Ninguém sabe o que é? – continuou o professor, parecendo um pouco desconcertado olhando para Hermione, esperando que ela lhe desse uma resposta.
- Srta. Hermione? Sabe que poção é esta? – perguntou o professor.
- Não, professor! – respondeu Hermione. A sala irrompeu em burburios. Mesmo Harry olhava assustado para a amiga. Era a primeira vez que Hermione não tinha a resposta para alguma pergunta de um professor.
- 10 pontos a menos para a Grifinória. Hehe, parece que a Grifinória já está com pontos negativos! Bem essa poção é chamada de Wicca, que quer dizer bruxa, na linguagem celta. É uma poção muito poderosa que é usada como defesa, principalmente usada por abortos, que não sabem proferir feitiços. Contudo, para fazer a poção é preciso ser muito mais do que um simples aborto. É uma das poções mais difíceis de se fazer. Quanto mais poderoso for o bruxo que a fizer, mas poderosa será a reação da poção. Esta poção causa espasmos de dor se alguém for atingido com ela, portanto, usem essas luvas de proteção enquanto estiverem lidando com ela...

Harry e Hermione fizeram a poção no mais absoluto silencio. Vez ou outra, Hermione ajudava Neville e Rony na carteira atrás da sua e a de Harry. Uma vez, Snape a apanhou fazendo isso e descontou mais 10 pontos da Grifinória. Hermione foi mais cuidadosa depois, sempre olhando para onde o professor estava antes de soprar alguma coisa.
- Descasquem a raiz de Nanje primeiro antes de colocar na poção! – sussurrava ela, e Rony, Neville e Harry obedeciam.
O resultado foi que, no final da aula, somente os quatro haviam conseguido fazer a poção. Embora o professor não se motivasse o suficiente para lhes dar pontos extras, Rony ficou bem empolgado, principalmente, ao ver a cara de poucos amigos de Draco.
- Harry, da próxima vez, sente-se novamente no lado da Mione. Assim, ela não fica só ajudando o Neville e nos ajuda também – Rony disse no corredor, quando os quatro já saiam da sala. O problema é que Hermione ouviu e não se sentiu nada bem. “Como eu previa!, pensou ela. Harry só sentou no meu lado para que eu os ajudasse.”.
Harry não havia sentado ao lado dela por esse motivo. Pelo contrário, Harry tentava se aproximar de Hermione para tentar compreendê-la, para tentar entender o que estava acontecendo com ela, mas quanto mais se aproximava, parecia-lhe que ela ficava mais distante. O silêncio entre eles era absurdamente perturbador.

Na parte da tarde, tiveram a primeira aula com a Professora Rowling. Para a infelicidade de Harry, os alunos da Sonserina, ou seja, Draco e os capangas, estavam a fazer as aulas junto com eles.
- Boa tarde, queridos! – disse a professora, parecendo amigável. – Hoje lhes ensinarei um feitiço muito útil. Na verdade, é um contra-feitiço, pois deve ser usado somente quando alguém lhe lançar um feitiço de defesa ou de ataque, dependendo do ponto de vista....
- Já percebeu que as aulas estão mais agressivas! – cochichou Rony atrás de Harry. Da mesma forma que na aula de poções, Harry se sentou ao lado de Hermione, deixando Rony com Neville.
Harry teve que concordar com Rony. Os professores pareciam querer passar feitiços de defesa. Sabiam que a guerra era iminente e, depois do ataque-surpresa na estação de Hogsmeade, sabiam que estava mais próxima do que esperavam.
- Quero um voluntário para executar esse feitiço! Algum voluntário? – perguntou a professora, não transparecendo ser a mulher soturna que ele vira pela primeira vez naquele trem.
Harry olhou imediatamente para Hermione, imaginou que ela levantaria a mão, mas novamente, ela permaneceu em silêncio.
- Bem, estão deixe-me olhar na chamada... hum... deixe-me ver... Srta. Granger... Hermione Granger?
Harry achou estranho que, randomicamente, a professora tenha escolhido Hermione. Ainda não conseguia explicar como Hermione acordara do desmaio, exatamente na cabine em que vira Rowling pela primeira vez e se sentiu um pouco tenso com aquela situação. E se a professora atacasse Hermione?
Hermione, parecendo estranhamente distante, levantou-se e se colocou exatamente onde a professora indicou.
- Certo, muito bem! Agora, preste muita atenção, quando eu te atacar, você deverá conjurar um muro de fogo, por onde o meu feitiço não deverá transpor. O feitiço se chama “Murus Ignis”. Certo?
Hermione consentiu com a cabeça, mas antes mesmo que ela se preparasse a professora, rapidamente gritou:
- AVADA QUEDAVRA!!!!
Harry levantou-se assustado. O raio verde partiu da varinha da professora como se ansiasse pela vida de alguém. Quando estava a centímetros do peito de Hermione, uma parede de fogo levantou-se do chão até o teto, circulando-a completamente.
Quando a professora abaixou a varinha, a parede de fogo simplesmente se desvaneceu.
Harry sentia as pernas tremerem pelo susto que levara, mas Hermione estava intacta, então explodiu:
- Você está louca, professora? Avada é o feitiço da morte! E se Hermione não conseguisse conjurar a porcaria do feitiço? – gritou ele, parecendo histérico.
- Era uma sangue-ruim a menos! Bem que isso poderia acontecer! – falou Malfoy, com um sorrisinho irônico no canto dos lábios.
- Cale a boca, idiota! – gritaram Harry, Rony e Neville ao mesmo tempo.
- Fiquem calmos, alunos, fiquem calmos. – falou a professora ao perceber que o ambiente estava tenso. – Sr. Potter! Acalme-se! Acalme-se!
Harry olhou para Hermione. Ela própria parecia um pouco assustada com a situação. Se realmente não tivesse aprendido aquele feitiço há muito tempo atrás, não saberia se conseguiria fazer aquele feitiço. Era muito difícil. Exigia muita força. Se mal feito, não conseguiria impedir nem mesmo um “estupefaça”. O fato da professora ter, de cara, utilizado o Avada Quedavra era assustador. Será que a professora tinha outra intenção com aquilo? Se a professora a tivesse atingido, ela poderia dizer que foi só um acidente. Estava com medo. Talvez Harry estivesse certo. Não foi ela que Harry disse ter visto no trem? Justamente na cabine em que Hermione acordara. Não se lembrava direito do que havia acontecido no trem, como tão pouco se lembrava do que acontecera no ataque a sua casa, mas de qualquer forma, não conseguiu deixar de sentir um pouco de medo daquela nova professora.
- Fiquem todos calmos! – continuou a professora, parecendo que não fora nada. – A verdade é que não escolhi a Srta. Granger ao acaso. A fama de Hermione Granger, a melhor amiga de Harry Potter, chegou a mim, antes mesmo que eu me oferecesse para esta vaga. Eu sabia muito bem que a Srta. Seria capaz de proferir o feitiço e conjurar o muro de fogo. Não sou uma tola, Sr. Potter. Não cheguei onde cheguei arriscando-me à toa!
Harry não se convenceu, apesar do sorriso da professora e aquele semblante de pessoa encantadora que ela encarnava. - Agora, quero que pratiquem esse feitiço em pares. NÃO DEVEM, DE JEITO NENHUM, UTILIZAREM O AVADA QUEDAVRA. DEVEM SABER QUE ESTE FEITIÇO MORTAL É PROIBIDO AQUI EM HOGWARTS, A NÃO SER, SOB LICENSA ESPECIAL DO PROFESSOR DUMBLEDORE, COMO CONSEGUI PARA A DEMONSTRAÇÃO DESTA AULA – disse a professora, olhando para Harry. – QUERO QUE UTILIZEM O ESTUPEFAÇA OU QUALQUER OUTRO COMO EXPELIARMUS. Hermione! – disse a professora, voltando-se para ela que ainda parecia em estado de choque – Quero que você pratique com o Sr. Potter.
Hermione se aproximou de Harry com prazer. Nos olhos dela, Harry percebia que ela estava com medo e fez questão de segurar a mão dela quando ela se aproximou.
- Está tudo bem? – perguntou ele, preocupado.
- Claro! – respondeu ela, simplesmente.
Era mentira. Hermione não estava bem. Não sabia dizer exatamente o que era, mas sentia que não estava totalmente segura em Hogwarts quanto imaginava!

Quando as práticas começaram, Harry percebeu que a situação era ainda mais alarmante do que previra. O feitiço era extremamente difícil de fazer. Por mais que tentasse, todos os feitiços de Hermione transpunham o seu muro que mal fazia uma linha de fogo, que dirá um circulo completo.
- Esse feitiço é muito difícil, Hermione! – disse Harry, levantando-se depois do décimo expelliarmus – Você já sabia fazer esse feitiço antes.
- Eu só li a respeito. Nunca havia conjurado antes. – falou ela, um pouco tensa.
Com os outros alunos acontecia a mesma coisa. Quando a aula acabou, Hermione ainda era a única aluna que foi capaz de executar tal feitiço.


Harry tencionava tentar falar com Hermione depois do jantar noturno, mas foi apanhado, novamente, pela professora Macgonagal que disse que Dumbledore queria fazer com ele no escritório, depois do jantar. Dumbledore estava muito preocupado, sentado atrás da escrivaninha, enquanto acariciava Fawkes.
- Então, Harry! – disse ele – Conte-me tudo sobre o ataque de ontem a noite!
Harry contou tudo. Desde o pesadelo que tivera com Voldemort torturando Hermione até o sorriso irônico da professora Rowling, até mesmo ao fato de Hermione ter sido atacada na mesma cabine da professora.
- Isso é muito estranho, Harry! – disse o diretor, olhando-o por cima dos oclinhos de meia-lua. – Pelo que percebo, você não gostou muito da nova professora e está desconfiado dela. Contudo, eu devo lhe dizer que sou amigo de JK a muito tempo e que ela é de minha total confiança. Conforme a professora me disse, hoje pela manhã, quando perguntei do ocorrido ontem a noite, Rowling apenas me disse que tentou sair do trem para ajudar os alunos que lutavam la fora, mas não conseguiu pois o corredor estava lotado de alunos e por isso foi obrigada a ficar o tempo todo dentro da cabine.
Harry arqueou as sombrancelhas, cada vez mais desconfiado.
- Isso é mentira, professor Dumbledore! – disse Harry, irritado. – No início, os corredores estavam mesmo lotados, mas depois, dei a ordem para que os alunos mais novos ficassem escondidos nas cabines. Com isso, o corredor foi liberado. E depois, quando Hermione acordou, não havia sinal da professora. Eu nem mesmo a vi pegando alguma charrete.
- Bom, Harry... talvez seja possível termos uma inimiga em Hogwarts, mas não quero crer nisso. Talvez tenha sido apenas a sua impressão. Talvez a professora tenha permanecido na cabine, sem perceber que os corredores já haviam sido liberados. E talvez ela tenha saído da cabine antes que sua amiga tenha ido ate la. Talvez Hermione tenha sido atacada por algum feitiço que invadiu a cabine do trem pela janela, e isso quer dizer, um feitiço perdido de algum comensal. Isso poderia ter ocorrido, não é?
Harry parou para pensar um minuto. Era verdade, isso realmente poderia ter ocorrido. Quando olhou pela janela, Harry viu somente JK na cabine, sem sinal de Hermione. A professora poderia ter sorrido ironicamente, apenas porque estava nervosa demais com a situação apavorante que acontecia na plataforma. Talvez, tenha sido mesmo tudo coisa da sua cabeça.
- Sim, o senhor tem razão. Talvez eu tenha mesmo imaginado que... ah... deixa para lá. – respondeu Harry.
- Sim, Harry. Você deve se concentrar nos estudos agora. Semana passada tivemos uma reunião com todos os professores. Todos os professores mudaram a grade para ensinar feitiços mais úteis numa possível guerra. Você sabe que...
- Sim... a guerra... está próxima... eu sei. O que ainda não sei, é porque Voldemort invadiu a plataforma de Hogsmeade sem matar ou roubar nada. É estranho não é? Ele não atacaria sem motivo algum. Mas não conseguido imaginar o porque?
- Eu também não, Harry. Mas prometo que iremos investigar.
Harry já ia saindo da sala, quando lembrou de perguntar uma última coisa:
- Professor, é verdade que para usar o avada quedavra numa demonstração de aula, é preciso a sua licensa.
- Sim, Harry. Não gosto de ter nenhum professor ou aluno praticando esse feitiço abominável.
- Sim, sim, entendo. E o senhor deu autorização para a professora Rowling utilizar?
Dumbledore olhou firmemente para Harry, os dois se encaravam com tensão.
- Sim, Harry. A professora me pediu esta manha para utilizar o feitiço. Disse que queria dar uma grande demonstração. Disse ainda que tencionava utilizar o feitiço em Hermione. Como você, também estranhei em principio, mas a professora me disse que tinha um grande interesse na Srta. Granger. A professora Rowling quer dar aulas particulares a Srta. Granger. Quer transformar Hermione na melhor auror da Inglaterra. Você bem sabe, Harry, que sua amiga é extraordinariamente inteligente. Assenti com a professora Rowling. Tenho certeza que ela estará em boas mãos e mais, tenho certeza que sua amiga terá um grande futuro pela frente, sendo treinada por tão boa e dedicada professora.


Continua...




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