O BREVIÁRIO MALFOY
(no fim da fic, alguns esclarecimentos sobre os fantasmas que aparecem neste capítulo)
‒ Desculpe, Harry, se demorei anos para te dizer isso... mas acho que as coisas devem ser reveladas sempre no momento certo, e achei que finalmente este era o momento. O nome Griffndor sumiu na areia do tempo... mas eu sempre soube que a família Potter era descendente direta da linhagem de Godrich Griffndor. Se nunca te contei, foi porque você não precisava saber. Agora, que é adulto e pensa em ter filhos, é bom que saiba sobre Griffndor e Slytheryn e tudo que fizeram, para o bem ou para o mal, para poder entender os filhos que você e Willy hão de ter – o velho sorriu;
‒ Professor... eu sei que o senhor não está envolvido nisso, mas eu queria saber sua opinião sobre o caso do Camaleão – o rosto de Dumbledore se tornou grave e ele encarou Harry antes de começar a falar:
‒ Bem, eu nunca imaginei que alguém fosse descobrir onde eu havia deixado Riddle. E nem muito menos que ele sem poderes nem memória pudesse interessar a alguém. Se você quer a minha opinião, este Camaleão é um bruxo com uma dose muito grande de frustração. Veja o que ele vem obtendo: dinheiro e poder... para quê? Sandman me disse que ele pretende despertar o sombrio, e acredito que ele não saiba muito bem o que está fazendo... o Sombrio pode se aliar a um mortal, mas jamais vai se deixar escravizar...
‒ E o que Voldemort tem a ver com isso?
‒ Ele é o único que sabe os detalhes do ritual que liberta o sombrio... mas sua memória foi para sempre afetada, duvido que o Camaleão consiga reverter totalmente o feitiço que fiz. Eu tomei algumas providências. Eu tenho certeza que o Camaleão está interessado nos poderes que Voldemort possuiu, embora não possa usá-los ou retirá-los do portador, ele deve com certeza querer usá-los como moeda de troca com Voldemort... por isso escondi a portadora num lugar onde nem o Cetro Amalin pode descobri-la. Ganhamos tempo para descobrir quem ele é afinal de contas...
‒ Professor... eu tenho uma desconfiança – Harry começou a falar das conclusões que Moody chegara e da pedra de limoges, finalmente, de sua desconfiança sobre Draco, que parecia cada vez mais doente. Citou inclusive a história suscitada no dia de seu aniversário de que Draco estaria preparando-se para executar um feitiço do filho salvador.
‒ É uma possibilidade – ponderou Dumbledore – e uma possibilidade bem considerável. Você tem que descobrir então onde anda o breviário da família Malfoy e lá, descobrir se eles tem uma pedra de limoges registrada, e em nome de quem ela está.
‒ E como vamos achar o breviário Malfoy? – Harry sabia o que era um breviário de família desde os 18 anos, quando Dumbledore aparecera na escola Alemã e lhe entregara o de sua família. Era uma espécie de diário onde estavam registrados todos os objetos mágicos que uma família possuía e as relações e acordos. Examinando o breviário da família Potter, que datava de 1309, Harry descobrira por exemplo que a origem da fortuna que estava depositada no Gringotes remontava do grande renascimento bruxo, no século XV, onde um ancestral seu havia desenvolvido feitiços preciosos e poções milagrosas... também fora um Potter que inventara as capas de invisibilidade. Ele guardava seu breviário no Gringotes, onde será que os Malfoy guardavam o deles?
‒ Se você quer minha opinião – começou Dumbledore – creio que o breviário Malfoy não está com nenhum dos irmãos de Lúcio, que era o mais velho, nem com Draco... provavelmente os Malfoy guardam o breviário da maneira mais antiga.
‒ Que maneira é essa?
‒ Sob a guarda de um fantasma ancestral. É uma forma de garantir que o breviário não cairá em mãos estranhas.
‒ E como vamos conseguir descobrir onde ele está?
‒ Vamos voltar para Paris, Harry... eu tenho uma vaga idéia. Mas você vai executá-la sozinho, já o ajudei demais.
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‒ Não sei porque, mas acho que isso não vai dar certo. Vamos ter que fuçar cada cemitério de Paris, e não temos tempo para isso.
‒ Ora, Angus, você tem idéia melhor? Dumbledore me disse que a origem dos Malfoy é francesa. Eles estão na Inglaterra há menos de cem anos, antes moravam em Paris. É muito mais provável que o Breviário esteja aqui.
‒ Isso é procurar uma agulha num palheiro – disse Troy de mau humor – e além do mais quem te garante se o Camaleão está usando realmente a pedra de limoges e que ela pertence aos Malfoy?
‒ Adams, eu não sei se você teve essa aula na escola de aurores que você freqüentou... mas eu aprendi que devemos CHECAR TODAS AS POSSIBILIDADES, entende? – disse Harry mau humorado.
‒ Que divertido... vamos entrar em todos os cemitérios de Paris e procurar onde está o tal breviário... divertidíssimo. – disse Troy, com uma cara muito contrariada.
‒ Se é assim, fique aqui e espere Mr. Sandman voltar de mãos abanando... ele vai adorar saber que você não descobriu nada... – Stoneheart disse – e eu acho que vai ser uma ótima desculpa para nos livrarmos de você. Acho que você tem razão, Potter. Basta checar os registros e descobrir se temos um Malfoy enterrado lá.
Na prática, a coisa foi um pouco mais complicada. Todos os cemitérios de Paris eram muito antigos, e havia um pelo menos um Malfoy enterrado em cada um deles. Eles usavam um espectrômetro detector de fantasmas, coisa de auror. Mas não encontraram um único espectro da família Malfoy até o anoitecer, quando faltavam apenas dois cemitérios para visitar: Montmartre e Père Lachaise.
‒ Ou essa família resolve muito bem seus assuntos na terra ou eles assombram algum castelo em vez de ficar perto das suas tumbas – disse o eternamente mau humorado Stoneheart quando saíam do cemitério de Montmartre – acho que estamos realmente chegando a lugar nenhum... onde vamos agora – perguntou olhando para Harry
‒ Para o Hotel, não? – perguntou Troy – já está de noite. Não dá para consultar nenhum registro. A secretaria de qualquer cemitério fecha...
‒ Mas nós não precisamos de registro – disse Harry, decidido – se queremos um fantasma, tudo que precisamos é consultar o espectômetro. Você tem medo de fantasmas, Adams?
‒ Não seja ridículo, Potter. Só não quero perder tempo com inutilidades. Não vamos encontrar nada em um cemitério à noite.
‒ Bem, se você não quiser ir conosco, volte para o hotel – disse Stoneheart, encerrando o assunto.
Minutos depois, os três aparatavam às portas do cemitério Père Lachaise. O ponteiro do espectômetro fantasma deu um salto.
‒ Nossa! – disse Harry – eu nunca vi um lugar com tantos fantasmas!
‒ Excelente – disse Stoneheart. Um deles deve ser o tal Malfoy que procuramos.
Eles entraram no cemitério, que era antigo, cercado por grades altas. De todos os que haviam visitado, era o mais lúgubre e sombrio. A lua no céu emprestava um ar mais fantasmagórico às tumbas de pedra. O espectômetro parecia louco, mas até chegarem ao meio da aléia principal, não viram nenhum. Stoneheart comentou:
‒ Creio que os fantasmas daqui sejam muito tímidos para aparecer...
Repentinamente, uma voz rouca e suave começou a cantar, bem atrás deles:
‒ This is the end... Beautiful friend...This is the end... My only friend, the end... Of our elaborate plans, the end...Of everything that stands, the end... No safety or surprise, the end... I'll never look into your eyes...again
Eles viraram-se para encarar um fantasma de um homem de no máximo 30 anos, cabelos longos e costeletas, que usava uma estranha calça do que parecia ser couro, apertada e uma camisa aberta que deixava ver seu peito, no meio do qual ele ostentava um medalhão indígena. Ele sorriu de uma forma meio estúpida e ficou de cabeça para baixo quando eles olharam para ele e disse:
– Oi... eu sou o Jim.
‒ Não liguem para ele... morreu de overdose, vai passar o resto da eternidade doidão – disse outra voz e eles se viraram para encarar outro fantasma, este mais velho e mais gordo, com uma cara meio entediada e grandes olhos claros, usando uma casaca de modelo antigo. Tinha um dos braços atravessado diante do corpo e com a mão oposta segurava o queixo examinando-os atentamente. – Normalmente basta essa nossa aparição para espantar visitantes inoportunos... mas parece que eles não tem medo da gente, Jim.
‒ E daí? – disse Jim, que dançava de cabeça para baixo – quantas vezes eu tenho dizer pra você, Oscar, que na verdade eu morri de ataque cardíaco?
‒ Quem morre de ataque cardíaco não vê passarinos azuis chilreando sobre seu túmulo todas as manhãs... Meu Deus... eles não se assustam mesmo, Jim! Vocês são exorcistas ou coisa parecida?
‒ Bruxos – disse Harry calmamente – e vocês?
‒ Muito prazer – O fantasma mais gordo estendeu uma mão branca – Oscar Wilde, o maior poeta de todos os tempos
‒ Ei! Eu sou o maior poeta de todos os tempos! – disse Jim, que parara de dançar e flutuava deitado sobre a cabeça de Troy, que não parecia nada satisfeito com isso – Jim Morrinson, muito prazer... vocês devem me conhecer.
‒ Nunca ouvi falar... – disse Stoneheart bem insatisfeito
‒ Ahá! Bem feito – disse Oscar – eu sempre digo que você não é tão imortal quanto pensa, Jim Morri-son!
‒ É Morrinson! – gritou Jim contrariado – porque não me enterraram na California? Eu poderia visitar Elvis de vez em quando...
‒ Você sabe muito bem que Elvis não morreu, Jim.
‒ Tudo bem... – disse Harry, tentando não se irritar com a discussão dos fantasmas – vocês parecem ser fantasmas legais. Será que poderiam nos ajudar?
‒ Legais? Você me chamou de legal? – Oscar disse, num tom ofendido que lembrava a Murta que geme – Nós somos...geniais! Você está em Père Lachaise! A maior concentração de gênios desencarnados de todo o mundo, meu caro!
‒ Oscar, será que dava para você fazer silêncio? – um fantasma magricelo e alto cruzou o ar tossindo um pouco – estou tentando fazer uma composição post mortem! – ele tinha uma pena apoiada na orelha e uma aparência realmente doente.
‒ Frèdèric! Que bom te ver – disse Oscar com um ar malicioso – Esses senhores nunca ouviram falar em Jim Morrinson!
‒ Eu te disse, Jim, você não é tão popular quanto pensa... Ainda outro dia comentava isso com meu amigo Wolfgang... Na verdade, vocês dois são bem parecidos... porque nem todo gênio é como eu, assim, mais calmo e sombrio? Pelo menos eu morri de tuberculose e tive um enterro decente, não em vala comum, como Wolfgang, que hoje anda por aí se perguntando onde diabos enterraram seu crânio... pelo menos eu sei onde enterraram meu coração... na minha amada Varsóvia... – disse Frederic, bem satisfeito – com certeza já ouviram falar em Fredèrick Chopin! – sorriu o fantasma meio envaidecido
‒ Na verdade não viemos aqui para conhecer celebridades do além... – disse Stoneheart bem contrariado – estamos fazendo uma investigação e somos bruxos. Se vocês não colaborarem eu prometo que faço um feitiço para prender os três no túmulo por uns seiscentos anos – Harry olhou para ele sem aprovar muito, sabia que fantasmas costumavam ser muito sensíveis. Os três fantasmas ficaram encarando-os um tantinho contrariados e Harry tentou consertar
‒ O que meu amigo quis dizer é que seria ótimo se pudéssemos ser ajudados por fantasmas tão... geniais. Será que existe por aqui algum fantasma de um bruxo chamado Malfoy?
‒ Malfoy, Malfoy... Frèdèric, você conhece algum Malfoy?
‒ Não me lembro – Chopin disse, coçando a cabeça com a pena – Jim?
‒ Well – disse Jim, que girava pelo ar – eu acho que tem um lá na ala norte, ele não é muito amigável... mas acho que Isadora conhece ele.
‒ Novidade – disse Oscar contrariado – quem Isadora não conhece?
‒ Você tem inveja dela, seu enrustido – disse Chopin com um sorriso maldoso – Isadora é maravilhosa... adoro vê-la dançando meus noturnos, com aquelas vestes diáfanas.
‒ Demais, com aquele pescoço deslocado – disse Oscar pondo a língua para fora, envesgando os olhos arregalados e entortando o pescoço, fazendo uma desagradável e realista imitação da cara de um enforcado – não há jeito então... melhor chamá-la. Isadora Duncan! Onde você está?
O fantasma de uma mulher de cabelos longos emergiu lentamente de um túmulo, dançando. Tirando o fato de seu pescoço deslocado pender para o lado, totalmente quebrado, ela era bastante bonita, usava uma roupa diáfana e uma longa echàrpe, que enrolou no corpo quando pousou delicadamente diante deles.
‒ Boa noite, meus amigos... Oscar, você continua um dândi muito mal comportado – ela disse, fazendo beicinho.
‒ Não ligue para ele, mon amour – disse Chopin, pegando a mão da fantasma e levando aos lábios. Quando vai dançar para minha música?
‒ Ahn... assim que puder. Oh, olá Jim. – Jim Morrinson abriu um sorriso enorme para a fantasma e disse:
‒ Come on, Baby, light my fire... será que você pode ajudar esses carinhas primeiro? Eles são meio vivos, mas acho que não tem problema, né, baby? – Isadora finalmente tomou conhecimento da presença dos três bruxos e sorriu:
‒ Bruxos? – eles olharam a fantasma espantada – não conheci muitos bruxos quando era...hã, viva.– sorriu – em que posso ajudar.
‒ Você sabe se aqui tem algum bruxo chamado Malfoy? Um fantasma para ser mais exato? – Harry perguntou. Ela deu um grande sorriso
‒ Para alguém vivo você é bem bonito... eu adoro olhos verdes! – ela acariciou a cara de Harry, com sua mão fantasmagórica gelada e ele ficou embaraçado ‒ Sim, mon petite, eu conheço um bruxo chamado Malfoy... e acho que só eu me dou com ele por aqui.
‒ Ela se dá com todo mundo... La Femme Fatale. Americana assanhada! – disse Oscar azedamente.
‒ Eu levo você até ele...– disse a fantasma, passando por Harry com sua longa echàrpe o atravessando como uma nuvem gelada. Eles a seguiram, com Stoneheart e Troy reprimindo um riso. Foram andando pelo cemitério cheio de fantasmas ilustres, a quem Isadora ia cumprimentando:
‒ Aqueles são Champollion e Champollion– ela acenou para dois fantasmas parecidos, que pareciam ler pergaminhos amarelados sobre um túmulo– são irmãos e estão há pelo menos cem anos tentando decifrar alguns manuscritos muito antigos... Mondigliani, mon joujou! – um fantasma alto e magro jogou a ela um beijo ‒ ele foi pintor, é italiano... muito temperamental, ainda bem que a mulher dele não está por perto, ela é mortalmente ciumenta! Oh! Olá Mata (ela foi uma espiã, dizem que foi das boas, talvez meio azarada, acho) – ela cumprimentou uma fantasma muito bonita com a parte da frente da roupa toda destruída por tiros ‒ E aquela é Sarah Bernardt, levando sua perna amputada pra passear. Alexandre Dumas pai e filho... vão passar a eternidade discutindo problemas familiares, olá Edit! Olá, Maria! – ela apontou duas fantasmas que cantavam um dueto para lá de inusitado para uma pequena platéia de almas penadas sobre um túmulo – nem a morte destrói a voz de Piaf e Callas! Chegamos, meninos! Mausoléu Malfoy.
Era um mausoléu grande e negro, com duas esculturas de gárgulas à porta, e sobre a porta em arco uma inscrição: MALFOY MALEFFICIO. A fantasma entrou direto pela porta fechada e eles ficaram do lado de fora, pois ele estava fechado a cadeado. Ela pôs a cabeça do lado de fora e disse:
‒ Esqueci que vocês estão vivos... acho melhor não tentarem passar sem a autorização dele... eu vou tentar conseguir trazê-lo para fora – ela sorriu e sumiu novamente túmulo a dentro. Depois do que pareceu uma eternidade, em que toda hora um fantasma curioso vinha espiá-los, ela saiu de lá trazendo o fantasma de um rapaz assustadoramente parecido com Draco Malfoy, só que de cabelos compridos e trajado à moda do século XVIII. Harry e Troy arregalaram os olhos.
‒ O que vocês querem comigo – a voz dele também era igual a de Draco e tinha o mesmo tom entediado e arrastado que ele usava na época de Hogwarts, porém com fortíssimo sotaque francês.
‒ Ele é muito parecido com Draco –disse Troy para Harry.
‒ Draco é meu gêmeo... você não pode conhecê-lo, ele morreu há cento e oitenta anos – disse o fantasma olhando Troy com desprezo da cabeça aos pés. – Meu nome é Griphus.
‒ Muito prazer – disse Harry – o que meu amigo quis dizer é que você tem um ancestral muito parecido com você.
‒ E ele se chama Draco? Porque toda glória sempre foi para ele? Draco era meu irmão mais idiota.
‒ Na verdade... precisamos de sua ajuda.
‒ Minha ajuda? E quem disse que eu ajudaria alguém vivo? Eu estou morto há duzentos anos e não apareceu nenhum vivo para me ajudar – é, era a velha filosofia Malfoy... Harry tentou achar algum argumento que o dissuadisse. Olhando a aparência doente dele e concluindo que ele era jovem ao morrer, teve uma súbita idéia.
‒ Por acaso... você morreu por causa de uma pedra de Limoges? – o fantasma perdeu (mais) a cor. Pareceu ficar bem chateado.
‒ Sim, porquê? Mas não fui eu que usei a pedra... ela apenas estava no meu nome, foi o idiota do Draco. Ele acabou comigo. Morri seco como uma passa, tossindo até minha alma...
‒ Muito triste – disse Isadora abraçando o fantasma que esboçou um sorriso.
‒ Você não gostaria que isso acontecesse de novo, não é mesmo?
‒ Com alguém da minha família? Eles bem que merecem, ninguém se preocupou em me salvar quando eu morri.
‒ É você que guarda o breviário da família?
‒ Sou – o fantasma parecia cada vez mais irritado – e o que você tem a ver com isso? Já não basta eu ter que guardar esse diário idiota? É muito chato quando todos os seus parentes acabam levados por demônios com quem fizeram acordos... eu sou o único fantasma na família.
‒ Escute, Gripus... nós achamos que alguém roubou a pedra de sua família. Precisamos saber qual a última vez que o breviário foi modificado, e em nome de quem está a pedra.
‒ E o que eu ganharia dizendo? – nesse momento Isadora cochichou alguma coisa no ouvido dele e ele abriu um grande sorriso. Ela deu uma piscadinha discreta para Harry, por trás dele.
‒ Então? – perguntou Harry
‒ Há um ano – disse o fantasma – Numa segunda feira. Um jovem veio e modificou. Ele era um Malfoy, sem dúvida alguma – o fantasma fez um gesto e a porta do mausoléu se abriu. Um livro veio voando lá de dentro e pousou nas mãos de Harry – pode ver o registro – disse Griphus Malfoy.
Harry olhou a última página, o último registro:
“A partir desta data, a pedra de Limoges da família Malfoy pertence a Draco Malfoy.”
‒ Se quer minha opinião – disse o fantasma – ele fez uma grande burrice. Ele já não parecia muito saudável na época.
‒ Temos que ir – disse Harry aos outros – Muito obrigada, Griphus, obrigada, Isadora – ele soltou o livro, que voou de volta para o interior do mausoléu – Draco passou a pedra para o nome dele. Temos que descobrir porque ele fez isso!
‒ Adeus, amigos, vão para a glória e o amor! ‒ acenou Isadora alegremente.
‒ Você ilumina o mundo, sabia? ‒ disse o fantasma Malfoy, já parecendo bem mais animado, aninhando-se junto à fantasma-bailarina ‒ Adeus, boa sorte! ‒ disse também para os rapazes.
Os três aurores saíram correndo pelo cemitério. Harry lembrou-se de agradecer também aos outros fantasmas, que estavam parados no mesmo lugar. Ao vê-los sair, Jim comentou:
‒ Eles são legais... When you're strange- faces come out of the rain (rain, rain)hen you're strange- no one remembers your name When you're strange, when you're strange, when you're str-ange... ‒ ele seguiu com sua dança estranha, rodando em volta do fantasma de Oscar
‒ Porque não me enterraram em Montmartre ou Montparnasse?- gemeu o outro, insatisfeito.
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