E ASSIM TERMINA ESTA HISTÓRIA
Quando tudo voltou ao normal, Dumbledore retornou de vez a Hogwarts e voltou a dirigir a escola, mas pouco aparecia. Começaram a haver boatos que ele estaria doente. Harry se preocupou com isso e foi procurá-lo. O diretor realmente parecia um pouco mais velho, mas perfeitamente saudável. Ele riu quando Harry quis saber porque ele andava tão recluso.
‒ Na verdade estou fazendo uns planos para o futuro...
Harry não entendeu nada, quem faria planos para o futuro sendo tão velho?
‒ Professor, mais uma coisa... eu sei que me pediu que não perguntasse, mas, existe alguma possibilidade de Voldemort voltar?
‒ Na verdade, não. Lembra-se quando eu te disse que se impedíssemos sempre que ele voltasse talvez ele não voltasse nunca?
‒ Lembro.
‒ Pois bem... quando ele quis trocar de corpo contigo, ele não quis te deixar no corpo poderoso, que havia reconstruído, mas que ainda assim não era um corpo jovem. Tinha a idade da alma dele. Ele retornou ao seu antigo estado, procurando usar como portador de seus poderes a única criatura em que confiara. Aquela cobra que o acompanhava desde sempre. O único poder que ele se permitiu manter foi o de um bruxo comum, os seus Comensais da morte que tentaram conjurar a troca de almas... sua força de vontade impediu, como a de sua mãe impediu que você morresse, muito tempo atrás.
‒ E porque o senhor o levou embora?
‒ Eu retirei sua memória, mas se ele ficasse preso no meio da magia, ele acabaria recordando-se de quem era... e conhecendo-o como conheço, ele ia acabar fugindo e talvez retornasse. Levei-o para uma pessoa cuidar. Alguém que tem afeto por ele.
‒ Existe uma pessoa que tem afeto por Voldemort?
‒ Não. Essa pessoa tinha afeto por Tom Riddle, a quem conheceu muito antes dele se tornar o que foi.
‒ E se ele encontrar a cobra?
‒ Na verdade, a cobra está do outro lado do mundo, num lugar que só eu sei. E como aqueles poderes pertencem só a Voldemort, ninguém que a encontre irá ususfruí-los. Eu a tornei selvagem novamente, ela não lembra também do mestre.
‒ Então acabou?
‒ Nunca podemos realmente dizer que acabou... outros sempre virão.
‒ Harry, existe mais uma coisa que eu preciso lhe dizer. Um dia antes de tudo acontecer, descobri onde está Willy.
‒ Descobriu? – o coração dele disparou – onde ela está?
‒ Não vou te dizer agora. Ela estava sob feitiço fidelius, quem me mandou uma coruja contando onde ela estava foi a fiel do segredo. Ela não concordou com o procedimento da avó de Willy. Mas eu estive com ela, não vi Willy. Ela não quer permitir que vocês se encontrem.
‒ Porquê?
‒ É um motivo errado, ela acha que você não fará Willy feliz
‒ Quem é ela para dizer isso? – Harry levantou-se indignado
‒ Alguém que sofreu demais por amor... infelizmente, Willy é menor de idade, sua avó é responsável por ela... assim que ela completar a maioridade, quando você estiver fora daqui, mandarei uma coruja dando instruções para que você a encontre.
Harry sentiu-se bem melhor. O feriado de Natal estava chegando e ele agora tinha algo realmente para alegrar sua comemoração. Ia passar o Natal com Sirius e Sheeba, e desta vez, só com eles e Hope: Rony estaria filmando uma participação curta num novo filme: “O segredo do Dragão Cinzento”, para o qual receberia duzentos e cinqüenta Galeões. Hermione queria passar com os pais, Rony a visitaria em sua folga. Harry achou melhor deixá-los sozinhos.
Quando viu a relação de quem ficaria para o Natal, surpreendeu-se ao ver o nome de Draco. O rapaz agora era órfão, tutores cuidavam da fortuna para ele, que em Hogwarts estava mais solitário que nunca. Harry procurou puxar assunto com ele um dia... sentia-se em débito, depois de tudo que acontecera.
‒ Draco? – Draco olhou-o com uma cara de espanto. Não imaginava que Harry o procurasse.
‒ Olá – ele fez uma cara neutra, assim que se recuperou do susto e Harry pensou se devia prosseguir.
‒ Vai ficar em Hogwarts para o Natal?
‒ Vou. Na verdade, serei o único. Meus tutores não iam me querer na casa deles. Talvez o Natal aqui não seja dos piores.
‒ Passe o Natal conosco, na casa de meus padrinhos.
‒ Mesmo que quisesse, não sei se poderia, Potter.
‒ Pode me chamar de Harry.
‒ Está bem, Harry – Draco deu um sorriso torto – Meus tutores me vêem como um cifrão ambulante... se eu sair daqui... entende.
‒ Ah, dane-se, Malfoy, você vai passar o Natal comigo. Eu te devo essa.
‒ Eu nem salvei sua vida.
‒ E isso importa? Depois de soltar um dragão da luz e enfrentar tanta coisa junto contigo, acho que vou realmente esquecer tudo. Tenho que dar o braço a torcer. Você pode ser um cara legal.
‒ Não posso não, sou um cara terrível... mas acho que vou aceitar. Talvez seja melhor que os Natais que passei com meus pais.
Realmente, foi um bom Natal, não dos melhores, mas bom. Harry e Draco não eram exatamente amigos, mas aprenderam a se suportar muito bem, e até se divertiram juntos. Conversaram e descobriram que tinham mais em comum que podiam imaginar. Sirius teve muito boa vontade com o garoto, era hora de esquecer rixas seculares sem o menor sentido. Sheeba observava-os sempre com Hope no colo, andava quieta, mas serena depois que tudo se resolvera. Na última noite do feriado, Sirius a abraçou, eles já estavam recolhidos em seu quarto e Hope dormia tranqüila.
‒ Muito bem, Srª Black... estamos sozinhos, finalmente. Aqueles dois aborrecentes já estão em seus quartos, provavelmente falando sobre coisas que só interessam a adolescentes, nosso bebê já está dormindo serenamente, acredito que esta noite ela não acorde... é hora da senhora finalmente se dedicar ao seu marido. – Ele beijou-a e ela o abraçou. Depois de um longo tempo, quando ele estava brincando com os cabelos dela, que espalhavam-se sobre seu peito, onde reclinara a cabeça, ela disse:
‒ Sirius... lembra-se que você me prometeu que teríamos outro filho depois que tudo acabasse?
‒ Perfeitamente. Não tenho me esforçado para isso? – ela riu.
‒ Na verdade, você já cumpriu a promessa. - Houve um breve silêncio em que ele procurou algo não idiota para dizer.
‒ Então, você está grávida?
‒ Claro, seu idiota. Você esperava o quê? – Ele saltou sobre ela, encostando o ouvido sobre sua barriga.
‒ Sirius... quantas vezes eu tenho que dizer...
‒ Shhhh! Deixe-me ouvir meu filho.
A primavera chegou, rapidamente, a barriga de Sheeba começou a crescer. Teria o filho em Agosto, depois da formatura de Harry. Harry se dedicou aos exames e ao Quadribol, novamente a Grifnória ganhou a taça, depois de uma final emocionante com a Sonserina, mas, para variar, Draco não conseguiu superar Harry nisso. Em junho, os alunos do sétimo ano começaram a se preparar para escolher suas carreiras, procurar colocações. Harry levou um susto quando começou a receber corujas de associações e fundações de bruxos querendo saber se ele não ia querer trabalhar para eles. Ele era famoso, era de se esperar que isso acontecesse.
Rony teve uma surpresa, o filme “A Maldição do Celacanto” era um sucesso, ele fora com Harry e Hermione ao lançamento, tiveram que pedir autorização para isso. No dia seguinte, a foto dos três estava em todos os jornais, ele e Harry tiveram que aturar a indignação de Hermione diante das insinuações de repórteres (não mais Rita Skeeter, que se mudara para a América), que ela, Rony e Harry formariam um animado triângulo amoroso. Rony estava começando a se tornar famoso também, e começaram a chegar cartas de fãs, algumas apaixonadas. Ele precisava de ajuda para lê-las
‒ Essa aqui é de uma jovem bruxa de Timbuctu – Draco disse, ele agora estava um pouco mais próximo deles, Harry o trouxera para seu grupo – se eu fosse você não olhava a foto... não é das mais animadoras – Hermione tirou a foto de uma bruxa horrível das mãos dele e rasgou. Ela abriu uma outra carta e parou, assustada:
‒ Rony! Essa é da academia de cinema bruxo... você foi indicado para o Merlin de coadjuvante pela atuação em “A Maldição do Celacanto!”
Rony ficou mudo. Era real, ele agora era realmente uma estrela do cinema bruxo, e nem terminara Hogwarts. Infelizmente, perdeu o prêmio, mas choveram convites para outros filmes, que ele ficou de analisar. Seu cachê agora era cotado para doze mil galeões por filme. Era uma fábula. Quando fechou o contrato para ser protagonista em “A Expulsão de Salmonella”, papel que representara pela primeira vez em Hogwarts, pediu Hermione em casamento.
Toda a excitação pelas coisas boas que o fim do curso trazia, não diminuíam em Harry a vontade de rever Willy. Ele imaginava como seria se ela estivesse ali, com eles, se estivesse com eles quando eles enfrentaram tudo que acontecera de ruim, mais de um ano sem vê-la e ainda não a esquecera.
Então, algo aconteceu. Harry recebeu um convite para se tornar um jogador de Quadribol profissional, e ficou de pensar. Para animá-lo, o representante do Clube começou a dizer que se ele aceitasse logo, podia ser ainda inscrito na seleção da Inglaterra para a Copa Mundial. E mandou uma tonelada de revistas sobre Quadribol. Ao ver Harry passar com todas aquelas revistas, Draco preocupou-se. Esperava que ele não visse nada sobre a seleção Norte Americana.
Mas Harry viu. Ele estava no salão da Grifnória, com a revista: “Quadribol Moderno – suplemento especial, as Seleções da Copa Mundial, com a biografia dos jogadores”. Ele começou a folheá-la e chegou à pagina 20, que falava do capitão da seleção americana. De relance achou que conhecia o cara. Arregalou os olhos, era o cara que estava na foto com Willy! Virou rapidamente a página e seu coração disparou. Numa foto, viu Troy Adams e Mina Moore, e viu que ela era na verdade Willy. Estavam abraçados. A legenda dizia: “Troy e Mina pretendem se casar assim que a Copa terminar”
Harry leu toda a reportagem ,sentindo o chão fugir de sob seus pés. Willy mudara de nome. Ia se casar com outro. Ela o esquecera, ele sequer era mencionado na reportagem. Sentiu-se tolo, raivoso e indignado, mais ainda quando leu esse trecho, em que Troy dizia: “Mina é a mulher de meus sonhos, nós estamos juntos desde que jogamos um contra o outro pela primeira vez e nos apaixonamos... se a vissem jogando veriam quem deveria ser o apanhador da seleção, em vez de mim. Ela passou por momentos muito difíceis de onde veio, mas prefere não falar sobre isso, acha melhor esquecer”
“Esqueça-a, ela já te esqueceu” – Era verdade. Não fora feitiço de memória. Ela o esquecera mesmo. Até mudara de nome. Ele saiu para procurar Edwiges e mandar uma carta. Ia dizer não ao time que o convidara, nunca mais na vida queria jogar Quadribol.
Ninguém acreditou quando o dia do baile de formatura chegou e Harry Potter apareceu de braço dado com uma garota que poucos conheciam. Nem Hermione e Rony sabiam daquilo. Ele estivera frio e sozinho nos últimos dias de aula, recebera seu excelente desempenho nos exames como quem olha um papel qualquer. Todos sabiam que havia algo errado com ele, mas ele não dissera nada. Apenas Draco tinha uma desconfiança mais forte. Achou que ele tinha descoberto sobre a garota. Pensou se não seria melhor conversar com ele, mas depois lembrou-se que achara Troy tão feliz na última carta, que não tivera coragem de falar sobre isso com Harry. Troy ainda era seu primeiro e melhor amigo.
Harry aproximou-se do Professor Dumbledore e apresentou a menina:
‒ Professor, esta é minha noiva, Bianca Fall. – Dumbledore apertou os olhos e sorriu para a menina :
‒ Você não é neta de Nara Zeth?
‒ Sou- Bianca sorriu, estava radiante desde que recebera uma carta com a declaração de amor de Harry, dizendo que havia sido um tolo que não enxergara que ela era a namorada ideal para ele. Quando ela chegou para o Baile, ele enfiou um anel no dedo dela e disse:
‒ Vamos ficar noivos.
Mais tarde, Rony o procurou, querendo saber que história era aquela de noivado.
‒ Na verdade, eu decidi esquecer Willy. Vou passar uns tempos com Bianca na casa de Sheeba e Sirius, depois vou para a Alemanha, vou fazer o curso que Avatar Fernandez administra lá.
‒ Harry... você decidiu tornar-se um auror e não disse nada para mim?
‒ Eu quis fazer surpresa.
‒ E Willy, Harry?
‒ Eu a esqueci.
‒ Você não mente tão bem. O que fez você mudar de idéia, Harry?
‒ Não importa, contanto que você saiba que eu mudei.
No fim daquela festa, Alvo Dumbledore desapareceu. Algumas pessoas entraram em pânico, teria ele sido seqüestrado? Os professores andavam de um lado para o outro, Snape parecia mais preocupado que todos. Então, Fawkes entrou voando pelo salão, deixando cair uma carta sobre a professora Minerva., no envelope estava escrito: “leia para todos”. Ela abriu o envelope trêmula e começou a ler:
“ A vocês, de Hogwarts, todos vocês.
Sempre esperou-se de mim que eu ficasse velho e esperasse a morte cuidando de Hogwarts como ela cuidou de mim. Hogwarts não foi meu único amor, mas foi o maior, porque pela escola eu renunciei a todo o resto, inclusive ao “amor” propriamente dito. Mas nunca me arrependi, tenho a sensação que nunca perdi um único minuto do meu tempo aqui, e sou grato por isso.
Mas eu nunca fui famoso por fazer o que esperam de mim.
Antes que a dona Morte viesse me surpreender em minha sala, eu resolvi ir embora. Conversei muito tempo com Luccas Lux, e me dei conta que realmente, estava na hora de fazer algumas coisas que ainda não havia feito nestes meus cento e alguns anos de vida.
Eu ainda não andei de montanha russa, nem pesquei trutas com os pés descalços molhando-os na água do rio, também não voei numa vassoura sobre o pacífico, onde dizem que as correntes são ótimas... nunca me permiti ser menos que Alvo Dumbledore. Estive em Hogwarts por 60 anos, e sei o nome de cada aluno que passou por aqui, de alguns lembro mais, de outros menos. Antes que me esquecesse de algum, decidi escolher meu sucessor e partir, porque eu também não gosto de despedidas definitivas... assim sendo, Minerva, fique avisada que Hogwarts agora é comandada por você, e conte com os outros para que a ajudem.
A todos, até breve. Fawkes vai comigo, saberão que fui embora de vez quando ela retornar.
Alvo Dumbledore”
A professora Minerva tinha lágrimas nos olhos, o salão estava em silêncio. Mais de mil corujas entraram pelas janelas, largando sobre cada aluno uma carta particular do professor, que passara os últimos meses escrevendo-as. A de Harry dizia:
“Eu não ensinei a você tudo que sei, mas ensinei tudo que podia. Continue aprendendo com outros, e ensinando quem precisar de você. E nunca desista depois do primeiro sinal negativo. Ele pode ser falso.
Alvo Dumbledore”
Harry olhou a carta, e guardou-a . Não desistira... apenas mudara de idéia. Bianca sorria para ele. Tudo sempre fora mais fácil com ela..
Era para ser o fim, mas...
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