ANTES DO AMANHECER



Sirius e Harry saíram de dentro do túmulo onde haviam passado as sombrias horas anteriores... tinham andando muitos metros sob a terra  para ir até lá, mas agora, saíam por fora, num cemitério pouco além dos muros de Hogwarts. A cripta ligava-se ao túmulo, mas eles não queriam voltar por ela, a lembrança dos gritos já seria suficiente para provocar-lhes pesadelos por muito tempo. O céu estava cinzento, era ainda madrugada, mas faltava pouco para nascer o sol... iam caminhando ao longo do muro, esperando chegar logo ao portão... Harry não sentia medo, mas o silêncio o incomodou, e ele decidiu perguntar a Sirius:
    ‒ Porque você só resolveu usar o anel agora?
    ‒ Quando Caius me deu o anel eu não sabia para que servia, nem porque ele o estava me dando ... quando eu descobri, já o tinha dado a Thiago, mas não entendia porque ele nunca ficava em sua mão... o anel desapareceu quando Thiago morreu, Sheeba que o encontrou, ela me disse que eu o usasse, mas eu sempre tive um certo gosto para desafiar maldições... deve ser um mal dos Black.
    ‒ Por isso que você me deu o anel?
    ‒ Sim, eu achava que se ficasse com ele, eu acabaria destruindo-o ... mau pai não queria que eu o usasse, ele sempre preferiu Caius, e eu sabia disso. Eu sabia que você nunca conseguiria usá-lo... só quem pertence a família consegue, questão de sangue. Mas sabia que com você ele estaria protegido.
    ‒ O que te fez mudar de idéia, Sirius?
    ‒ Harry, agora eu não sou mais apenas um filho... eu vou me tornar  pai, eu não queria deixar o filho que Sheeba espera órfão, nem muito menos dar a ele a vergonha de ser filho de um vampiro. Em outros tempos, eu lutaria com Caius até a morte, mas agora não vale mais a pena morrer ‒ ele voltou-se para Harry e sorriu, Harry então notou que ele e Caius, tirando os olhos, eram bastante parecidos.
    ‒ Sirius, seu pai tinha os olhos azuis?
    ‒ Não Harry, os olhos de Caius são iguais ao de nossa mãe.  ‒ Sirius emudeceu e Harry achou melhor calar-se. Chegaram aos portões de Hogwarts.
    ‒ E agora, Sirius?
    ‒ Entramos, ora essa... ‒ Sirius tocou no portão e ele se abriu, ele sorriu para Harry, que estava espantado e disse: ‒ Os portões de Hogwarts sabem quem pode e quem não pode cruzá-los. Depois de alguns minutos de caminhada, Harry pôde ver a floresta proibida, pensou em como fora terrível a noite e sentiu-se muito cansado. Sirius então disse:
    ‒ Vamos entrar na floresta, John e Atlantis devem estar lá. ‒ Harry olhou-o incrédulo, mas o seguiu, em minutos, a voz de Sirius ecoava na floresta, chamado John e Atlantis.

    Mais adiante, Atlantis, transformado em cavalo, ainda cavalgava procurando a entrada da cripta, ele ouviu a voz de Sirius e cavalgou veloz até eles, então, quando viu as duas silhuetas, transformou-se rapidamente em bruxo e abraçou-os:
    ‒ Vocês estão vivos!
    ‒ Posso te garantir que sim ‒ Sirius riu ‒ Onde está John?
    ‒ Vou levá-los até ele, preparem-se para uma surpresa. ‒ Atlantis transformou-se rapidamente em cavalo e eles montaram, ele galopava rapidamente pela floresta, até que chegaram à clareira. Harry tomou um susto ao ver tanta gente ali, acompanhados da Murta e principalmente de Draco Malfoy, que não combinava nadinha com a paisagem. Willy correu até eles e ficou ansiosa, olhando para Harry.
    Quando ele e Sirius desceram e Atlantis tornou-se homem novamente, um mar de braços se precipitou sobre eles, menos Draco e Sue, que ficaram olhando de longe, com a mesma cara de tédio forçado. Ainda abraçado a Willy, Harry olhou para Draco e perguntou:
    ‒ Alguém precisa me explicar como repentinamente você se tornou alguém que sai do castelo à  noite para fazer uma coisa perigosa...
    ‒ Te garanto que foi apenas pela aventura, não para salvar você... Sue precisava de uma carona e eu era o único que podia dar uma carona a ela numa vassoura própria... os outros ou usam vassouras muito velhas, ou emprestadas...
    ‒ Malfoy, não pense que eu te acho menos cretino porque matamos meia dúzia de vampiros juntos ‒ Rony olhou-o enraivecido
    ‒ A recíproca é verdadeira... então, vai dizer ao Potter que precisou roubar a vassoura dele para chegar aqui?
    ‒ Não tem problema, Rony ‒ Harry sorria ‒ só não sei como vocês conseguiram sair de um castelo lacrado.
    ‒ Pelo corujal ‒ Hermione disse ‒ acho que esqueceram de lacrá-lo.
    ‒ O que foi a nossa sorte, ‒ disse John ‒ sem eles teríamos morrido
    ‒ Tudo bem que vocês queiram um informe completo, mas vamos fazer isso fora daqui, certo ‒ Sirius disse aborrecido ‒  Eu estou louco para rever minha mulher e dizer a ela que sobrevivi, está bem?
    Conforme iam andando pela floresta, iam contando uns aos outros o que acontecera, embora Draco tentasse de toda forma ficar perto de Sue, essa parecia preferir a companhia de Rony e Hermione, com quem ia conversando alegremente... a Murta levitara e desaparecera rapidamente, na direção de Hogwarts.  Harry e Willy abraçados iam no fim do grupo, enfim o horizonte parecia começar a querer clarear... dentro de minutos o sol nasceria.
    Então a vampira loura que ficara quase cega com o sangue de Sue saiu de trás de uma árvore e avançou sobre Harry e Willy, que haviam ficado alguns passos  para trás, Harry colocou-se entre a vampira e Willy gritou por John. A vampira arremeteu sobre ele.
    Com um silvo rápido a espada de prata que John mantivera desembainhada por precaução cravou-se na vampira, que ainda avançou um passo na direção de Harry e caiu aos seus pés, encolhendo rapidamente como uma vela no fogo.
    ‒ É um saco  isso ‒ John disse ‒ mas sempre acaba sobrando um para pular no pescoço de alguém  na última hora.

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