ELE ESTÁ EM HOGWARTS!



Harry sabia uma coisa sobre os trouxas que haviam chegado a Hogsmeade: que eles ficariam hospedados na casa de Sirius e Sheeba. Ficou meia hora lutando consigo mesmo para não falar sobre isso, até que, quando Rony falou  pela milésima vez na garota, Harry não resistiu e disse:
    ‒ Tenho certeza que Sirius deve conhecê-la ou ao pai dela...
    ‒ Porquê? ‒ Rony perguntou ansioso
    ‒ Porque eu  vi Sirius indo para a estação para esperar o trem... acho que ele estava esperando eles...
    Harry deu de cara com um olhar simplesmente horroroso vindo de Willy... ela estava com ciúmes.
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    Na casa de Sirius e Sheeba, eles, John e Hagrid conversavam sobre o acordo que Voldemort teria feito com os vampiros e analisavam as perspectivas, que John acreditava serem bem sombrias:
    ‒ Veja bem, Sirius... eu não sei a extensão do poder desse sujeito... mas ele soube escolher o pior clã vampiro para se aliar... se nós não matássemos tantos neófitos e escravos deles, Caius já teria atrás de si mais de cinco mil vampiros... conseguimos limitar seu número a 1000 seguidores, mas acredito que ele veio para Inglaterra apenas com os 200 melhores, os servos e os irmãos... antes de sair de Londres meu pai me telefonou e disse que tinham pego mais de cinqüenta escravos de Caius... Se ele os deixou para trás dessa forma é porque pretende formar um novo séquito aqui... Acho que ele veio para ficar.
    ‒ Isso é péssimo ‒ disse Sirius ‒ A irmandade aqui não é forte o suficiente... em pouco tempo eles serão muitos!
    ‒ Exato... e temos de descobrir rápido se Caius está em Londres ou se veio para cá, se ele fez um acordo com Voldemort ‒ Hagrid estremeceu ligeiramente ‒ vai tentar pegar primeiro seu afilhado... acredito que ele ache que assim ficará mais fácil te pegar.
    A campainha tocou, Sheeba foi olhar quem era e voltou, sorrindo:
    ‒ Parece que sua filha fez sucesso, John. O afilhado de Sirius está aí com seus amigos, aposto que por causa dela...
    ‒ Harry não devia dizer a eles que ela está aqui ‒ Sirius disse contrariado
    ‒ Depois da aparição dela no bar, Sirius, acho meio difícil fazer segredo sobre ela ‒ disse John, olhando de cara feia para a filha largada sobre uma poltrona, parecendo bastante contrariada ‒ acho que vou deixá-la de castigo um bom tempo...
    ‒ Escute, John ‒ Sheeba disse-lhe em voz baixa ‒ Sue é só uma garota... deixe-a conhecer os meninos de Hogwarts, serão boa companhia para ela... no fim do mês, quando ela tiver de ir embora, eu ponho um feitiço de memória nela e ela vai pensar que esteve esquiando em Aspen... o que você acha?
    ‒ Quem disse que me preocupo com Sue? eu me preocupo com eles, eu conheço a filha que tenho! Mas se você acha que não fará mal, então fique à vontade, Sheeba.
    Em poucos minutos, Sheeba retornou à sala com um grupo composto por Harry, Willy, Hermione, Gina, Neville, Rony e Simas Finnigan, que estava em qualquer lugar onde se falasse de vampiros. Sue olhou-os com uma cara de tédio forçado. Ela adoraria conhecê-los, mas não ia admitir isso nunca! Sheeba os levou para uma sala separada, para que não ouvissem a conversa dos adultos, Harry ainda pensou em falar sobre a visão que tivera dois dias antes, mas preferiu deixar para mais tarde.
    Quando Sheeba saiu da sala e ficaram sozinhos, Neville imediatamente perguntou:
    ‒ Você é trouxa mesmo?
    ‒ Vem cá, vocês não tinham um termo mais bonitinho para se referir a quem não sabe fazer mágica? Que tal "normal"?
    ‒ Ela é muito trouxa, sem dúvida – disse Rony
    ‒ Eu não sou trouxa! quer dizer, só tecnicamente falando... mas eu sei que vocês existem... a gente cresce ouvindo falar na grande colaboração...
    ‒ Que grande colaboração?
    ‒ Entre a Irmandade e os bruxos... mais de um século de cooperação, blá blá blá.blá blá... ah, quer saber, vocês são muito metidos, só porque fazem umas magiquinhas... quero ver vocês pegarem um vampiro de cara que nem eu já peguei!
    ‒ Você já matou um vampiro? ‒ Willy não acreditou muito
    ‒ Não foi um só, foram cinco. O primeiro eu matei com doze anos... é fácil, é só você saber onde cravar a estaca, e andar sempre com uma dessas ‒ Sue abriu sua jaqueta e mostrou  um punhal  de prata ‒ Eu ganhei quando fiz quinze anos... todo mundo na irmandade ganha... a gente não tem medo deles, temos sangue imune.
    ‒ O que é sangue imune?
    ‒ Ninguém sabe direito como isso começou... parece que algum ancestral nosso, lá pelo século X descobriu como imunizar o sangue contra vampiros... o fato é que um vampiro tentou mordê-lo e morreu... nós hoje achamos que teve algum bruxo que o ajudou, mas não dá para saber... quando o velho Van Helsing descobriu isso nele, passou a se especializar em combater vampiros, ele era médico. Não descobriu de fato o que o nosso sangue tinha, mas deixou algumas recomendações...
    ‒ Que recomendações?
    ‒ Que procurássemos ser ou médicos, ou advogados ou padres... questão de colaboração, médicos para tentar descobrir porque nosso sangue é imune, advogados para podermos nos defender se formos pegos matando um vampiro e padres para manter na família pessoas de fé, que eles odeiam... no caso dos advogados e médico, são instruídos a deixar vasta descendência, para que o sangue imune não morra... Meu avô por exemplo tem 15 filhos, o que é pouco, meu pai então... só oito... nada comparado ao tio Magnus, que tem 28 filhos...
    ‒ Coitada da mãe de vocês! ‒ Hermione parecia chocada
    ‒ Não! Meu pai casou seis vezes... é impossível ter muitos filhos com a mesma mulher... no caso das mulheres é diferente, meu avô disse que eu posso ter só quatro filhos. Mais que isso não precisa...
    ‒ Qual o problema? Nós somos sete irmãos da mesma mãe e do mesmo pai...‒ Rony disse aborrecido
    ‒ Nossa! Sua mãe deve ter muita coragem, hein? ‒ Sue parecia fascinada.
    ‒ Então a irmandade é uma família?
    ‒ É. Somos todos descendentes de Van Helsing. Por isso é tão difícil combater os vampiros, eles se multiplicam muito mais rápido que a gente...
    ‒ Nunca houve um Van Helsing que não quisesse fazer parte da irmandade?
    ‒ Oh, não. Na época da segunda guerra ficou um pouco difícil porque metade da família morreu, foram convocados... vampiros adoram aproveitar-se de guerras e momentos críticos... mas todos gostam de caçar vampiros... e temos nossa vida normal paralela... meu pai é médico, tem clientes em Nova Iorque.  O mais difícil é dormir... meu pai trabalha à tarde, depois sai à noite para caçar vampiros, chega em casa às cinco da manhã e dorme até meio dia... Por isso os Van Helsing acabam casando várias vezes... poucas pessoas estão preparadas para esse estilo de vida, o que ajuda é que a nossa família é rica.
    ‒ Como sua família pode ser rica trabalhando desta forma? ‒ Rony parecia incrédulo.
    ‒ Ora, dinheiro antigo, fortuna, essas coisas... o velho Van Helsing não era rico, mas a fortuna da família foi crescendo, uns ajudam os outros, senão não seríamos uma irmandade... pelo menos há cinqüenta anos acabaram com a obrigatoriedade de casarmos na família... eu odiaria me casar com meu primo Moe... ele é um ótimo caçador de vampiros, mas é muito chato... Caçar vampiros de qualquer forma é difícil, eles são muito espertos... e tem essa coisa de virarem morcegos, ratos, lobos, névoa, eles escapam com muita... ‒ a garota foi interrompida pelo pulo que Harry deu em direção à porta. Precisava contar algo a Sirius e John.

    ‒ Ele está em Hogwarts! ‒ Harry irrompeu na sala fazendo Sirius e os outros darem um pulo.
    ‒ O que você está dizendo, garoto? ‒ John encarava Harry sério. ‒ Quem está em Hogwarts
    ‒ O vampiro... eu o vi!
    ‒ Você viu Caius em Hogwarts? Como? ‒ Harry lembrou-se por um instante das circunstâncias em que vira o vampiro e resolveu não ser muito explícito.
    ‒ Eu estava olhando pela janela do quarto e vi... achei que tinha visto... na beira da floresta proibida. Mas aí ele sumiu. Eu pensei que fosse imaginação minha, mas agora Sue disse que eles viram névoa... tinha muita névoa na beira da floresta aquele dia.
    ‒ Essa não ‒ John passou a mão pelo rosto ‒ E eu achando que ele ainda estava em Londres. Como ele pode estar dentro da floresta ? Eu tenho que ir lá...
    ‒ Se eu fosse você não faria isso, pelo menos não agora ‒ Hagrid olhava-o sério ‒ você pode ter sangue imune a vampiros, mas não às outras coisas que enchem aquela floresta.
    ‒ Só há uma coisa a fazer ‒ Sirius disse sério ‒ falar com Dumbledore. Caius não pode entrar no Castelo, ele nunca foi convidado, mas...
    ‒ Quem disse que ele nunca foi convidado, Sirius ‒ John interrompeu ‒ Por acaso seu irmão não estudou em Hogwarts?

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