TROUXAS EM HOGSMEADE



    No dia seguinte, assim que acordou, Harry pegou Edwiges e prendeu em sua pata um cartão de feliz aniversário para Willy, mais o presente que ele lhe comprara e um bilhetinho bem pequeno pedindo desculpas.
    "Acho que isso já chega" ‒ pensou. Na mesa do café, entre Rony e Hermione, que estavam brigando um pouco para variar, ele viu quando Edwiges sobrevoou a mesa da Sonserina e largou o pacote sobre o colo de Willy, que abriu-o sorrindo. Ela não viu quando Draco Malfoy aproximou-se por trás e de um golpe tirou o pacote de suas mãos. Harry levantou-se furioso na mesma hora, seguido por Hermione, que pedia para ele não brigar com Malfoy, e por Rony, que não disse nada, mas estava muito bem disposto a ajudá-lo.
    ‒ Devolva isso a ela, Malfoy! ‒ Harry tinha faíscas de raiva em seus olhos verdes.
    ‒ Hum ‒ Draco disse debochado ‒ eu acho que não vou devolver não... o que você vai fazer, Potter? Me bater?
    ‒ Se ele não te bater, eu te bato, Malfoy ‒ Willy furiosa tentava pegar o seu presente de volta ‒ devolva meu presente ‒ Draco abrira o pacote e olhava a pulseira:
    ‒ Que patético! uma pulseira com a imagem do namoradinho... o que será que diz o cartão? ‒ antes que ele abrisse o cartão, uma mão enorme tocou seu ombro e ele se virou. Era Hagrid.
    ‒ Devolva o presente da menina, Draco ‒ Hagrid tinha um sorriso que não enganava ninguém no rosto. Harry sabia que se Draco não devolvesse o pacote ia se arrepender amargamente, Draco pareceu compreender isso, pois devolveu o pacote a Willy e saiu silencioso.
    ‒ É por isso que ele está sozinho ‒ comentou Rony bem alto, para que ele ouvisse ‒ a única companhia que tem são aqueles dois armários sem cérebro. Duvido que ele arrume alguma namorada, a não ser que o pai compre uma para ele...
    Aquilo realmente machucou Draco... ele sempre tivera inveja de Harry, mas agora, vendo que Harry além de tudo ainda tinha uma namorada e ele, tirando um beijo que dera em Pansy Parkinson, a única garota da escola realmente disposta a beijá-lo, nunca tivera contato nenhum com uma garota.... se achava até bem interessante, mas parecia que era um inseto para as mulheres... não que ele quisesse uma namorada como Willy, ele a achava profundamente repugnante, com suas roupas desalinhadas e seu cabelo meio preso meio solto... mas seria bom ter alguma garota pelo menos para dizer que tinha, e que fosse preferencialmente mais bonita que a namorada de Harry...
    Só que Harry e os outros não sabiam disso, depois de fazer as pazes com Willy, Harry juntou-se aos outros para irem a Hogsmeade. Rony ia ao lado dele comentando que realmente era a última vez que ele dava confiança para Hermione que se tornara, na sua opinião, a garota mais chata da face da terra.  Logo depois de chegarem a Hogsmeade, quando estavam indo para a dedosdemel comprar doces, Harry viu Sirius dirigindo-se apressado para a estação de trem, e pensou em quem ou o que Sirius estaria esperando. Será que o caçador de vampiros chegara?

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    Quando o trem chegou na estação, John deu as últimas instruções a Sue:
‒  Não converse com ninguém, se alguém te perguntar alguma coisa, mostre a carteira da irmandade e diga que está comigo e eu estou apenas pesquisando... deve estar cheio de estudantes de Hogwarts pela cidade, não se aproxime deles, eles ficariam curiosos e se você disser o que você é e eles contarem aos pais, não vai sobrar um único estudante aqui e Dumbledore vai me matar, ou melhor, ele vai falar para o seu avô, que vai matar nós dois.... entendeu, Sue?
-    Entendi, pai ‒ Sue tinha uma cara de tédio absoluto, que John conhecia muito bem.
    ‒     E não saia de perto de mim!
-    Tá, pai...
-    E melhore essa cara azeda!
-    Ahn... – Sue grunhiu insatisfeita.
    Assim que chegaram na estação e Sue viu Sirius, ela cravou olhos curiosíssimos no bruxo alto, que usava vestes de bruxo negras, olhando atentamente para a varinha que saía pelo bolso da capa. Ficou surpresa quando ele e seu pai se abraçaram como velhos conhecidos. Ela não reparou, mas todos os olhos da estação estavam sobre ela e seu pai com um espanto de quem acaba de ver uma assombração horrível.
    ‒  Sirius Black, seu velho patife! Ainda bem que soltaram você!
    ‒  John, seu canalha! em vinte anos você conseguiu envelhecer trinta!
    ‒  O que você queria? Seis casamentos e oito filhos! Minhas ex-mulheres me dão mais trabalho que os vampiros! Aliás, não conhece nenhuma bruxa assim mais ou menos jeitosa? Estou atrás da senhora Jones Van Helsing n°7!
    ‒   Você não toma jeito ‒ Sirius finalmente reparou na garota atrás de John, olhando-o curiosa. Ele arregalou os olhos e disse a John ‒ Você trouxe mais alguém?
    ‒   Minha filha, Sue... você lembra dela? Era um bebê a última vez que você a viu... filha de Lindsay.
    ‒  John, vamos ter problemas com ela aqui... não havia outro jeito?
    ‒  Ei, ei ‒ Sue interrompeu Sirius, mostrando a carteira da Irmandade ‒ Eu também já sou membro da irmandade, O.K.? Não precisa me tratar como se eu não estivesse aqui... eu já tenho 17 anos, não sou nenhuma criança.
    Nesse momento uma bruxa de cabelo louro escuro aparatou bem atrás de John, com um envelope lacrado na mão.
    ‒ Senhor John Jones Van Helsing?
    ‒ Eu mesmo....
-    Bom dia, Marsha Cage Fish, advogada do ministério da magia... ‒ ela disse mostrando uma carteira para ele ‒ O senhor está ciente que descumpriu o acordo de cooperação com a Irmandade no artigo n° 240 que trata da circulação de membros não autorizados por lugares bruxos?
-    Bem... Drª Cage ou Fish?
-    Cage.
-    Hum, Cage, gostei... bem minha filha, ela é um membro da irmandade...
-    Ela não está autorizada, meu senhor...
-    Relaxe, Doutora... a senhora pode verificar nos registros... eu tenho ficha limpa – sublinhou as palavras com um sorriso chamoso de dentes muito brancos e Sirius reprimiu uma gargalhada, era impressionante como John não perdia uma única oportunidade de flertar...
-    Bem – a advogada fez força para não sorrir – eu vou precisar que o senhor assine alguns papéis e...
     Enquanto a advogada falava com John e Sirius, que procuravam se explicar, com John tentando jogar mais charme sobre ela,  Sue foi se esgueirando para fora da estação até que se viu numa rua de Hogsmeade, curiosa em ver que estava num lugar onde tudo era mágico e todos eram bruxos... ainda não tinha reparado que todos olhavam a garota de calça jeans, suéter cor de rosa,  jaqueta preta e  tênis branco como se ela fosse de outro planeta. Foi subindo a rua, pensando em algo bem interessante para fazer num povoado bruxo, quando viu um bar que automaticamente lhe chamou a atenção, pois ela pôde ver que estava coalhado de jovens mais ou menos da sua idade, todos em vestes parecidas com as do bruxo da estação. Foi entrando como se estivesse em casa, e só então descobriu como era diferente.
    Quando ela entrou no bar, um mar de cabeças voltou-se em sua direção. Ela teve vontade de sair correndo, ao imaginar que talvez o passo seguinte deles fosse transformá-la em sapo. Como já estava ali, decidiu entrar, e foi em frente, sentindo os olhos acompanhando-a...lembrou-se da carteira da Irmandade, sacando-a:
    ‒ Não estranhem, eu sou da Irmandade...
    Ela não pôde terminar a frase, um garoto chegou perto dela e disse alto:
    ‒ Se você é da Irmandade, então é uma caçadora de vampiros... Existem vampiros em Hogsmeade?
    Antes que Sue pudesse abrir a boca e dar a desculpa que seu pai elaborara, o bar estava tomado de vozes em pânico: "Vampiros?" "Em Hogsmeade?" "Não é possível" "Somos protegidos!" "Aqui nunca houve vampiros!" Ela bem que tentou sair de fininho, mas deu de cara com um bando de garotos que entrava no bar e não entendia nada. Ela olhou para o primeiro que apareceu na sua frente, de cabelos vermelhos e disse:
    ‒ Podia explicar para eles que estou só em pesquisa? ‒ de trás do menino de cabelos vermelhos surgiu um outro que disse:
    ‒ Deixe conosco! ‒ Uma explosão fez o pânico aumentar no pub, as pessoas pareciam querer sair e ela estava ali no meio, achando que afinal de contas estes bruxos eram todos malucos mesmo. Então um uma voz trovejante disse:
    ‒ Dá para vocês fazerem silêncio? ‒ Sue se voltou e viu um homem enorme, mas enorme mesmo, levantando-se do fundo do pub, e vindo na sua direção.
    ‒ Você é filha de John Van Helsing, certo? ‒ O homem, cujo rosto não aparecia debaixo de uma confusão de cabelos e barbas, a olhava sério.
    ‒ S-Sim, sou... eu estou só em pesquisa, com meu pai...
    ‒ E ele te deixou sair sozinha assim?
    ‒ Na verdade não... eu fugi...
    Todos ficaram observando enquanto Hagrid levava a menina para fora do pub, para procurar seu pai e devolvê-la a ele. Alguns garotos passados alguns minutos, começaram a comentar como ela era bonitinha. Willy disse a Gina e Hermione, que estavam ao seu lado:
    ‒ Decidimos que a odiamos, certo? ‒ As duas concordaram com a cabeça. Se alguém ali tivesse o dom de ler pensamentos, veria que dois rapazes tinham ficado muito abalados com a menina: Rony Weasley e Draco Malfoy.

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