O ANIVERSÁRIO E A VIAGEM
Sheeba estava atendendo a um cliente de seus trabalhos como freelancer de adivinhação no laboratório, enquanto Smiley tentava agradar Rony e Hermione, que já haviam chegado e ignoravam-se educadamente na sala, quando o barulho inconfundível da motocachorro chegando à garagem fez com que Smiley se refugiasse na cozinha, com medo.
Harry entrou na sala e perguntou, antes mesmo de perguntar pela madrinha :
‒ Willy veio?
‒ Ela ainda não chegou, Harry ‒ disse Sheeba, que nesse instante saía de dentro do laboratório com um bruxo negro alto e imponente, vestido em trajes africanos ‒ ela vem amanhã junto com Atlantis, bem a tempo de comemorar seu aniversário!
‒ Sheeba ‒ Harry correu para a madrinha, que tocou sua testa com as mãos nuas dizendo:
‒ Ainda não achamos seu gelo de confusão!
‒ Eu não me importo! ‒ disse Harry, Sheeba voltou-se para o feiticeiro (que usava no pescoço uma cabecinha minúscula que Harry tentou acreditar que não era humana) e disse:
‒ Harry, esse é Clemenceau Motumbo, o maior feiticeiro africano, especialista em encolhimento de cabeças ‒ Sirius olhava o homem com um sorriso meio forçado no rosto. Embora detestasse que Sheeba recebesse clientes, ele procurava entender. ‒ Sr Motumbo, esse é Harry Potter, meu afilhado
‒ Muito Prgazerg Jovem Potterg ‒ o sotaque do feiticeiro era bem estranho ‒ espego que se divirgta nas suas féguias! Muito obrgigado senhoga Black ‒ aqui Sirius abriu um sorriso ótimo, ficava satisfeitíssimo quando ouvia chamarem Sheeba de Srª Black! ‒ Eu tenho cergteza que achagemos a nossa pgincesa!
‒ Só mande o pagamento quando achá-la!
‒ Cergto! ‒ Disse o bruxo, e Sheeba conduziu-o para o lado de fora, onde desaparatou. Quando ela voltou, esclareceu o que todos haviam ficado curiosos em saber:
‒ A princesa foi descoberta por um fotógrafo e levada para Nova Iorque, onde trabalha como modelo.
‒ E eles só vão te pagar quando a acharem? ‒ Rony parecia curioso.
‒ Eu só trabalho dessa forma.
‒ E quanto você cobra, Sheeba?
‒ Cada um paga o que pode e o que acha que vale a informação que eu dou... encontrar uma princesa perdida vale mais que achar um par de agulhas de tricô.
‒ Nunca aconteceu de não te pagarem?
‒ Oh, não, eles tem medo das maldições de bruxas pitonisas! Amanhã ele vem me pagar. Eles são gente muito honrada... estão guardando um lugarzinho de honra para a cabeça encolhida de Voldemort, se ele pisar na África... feiticeiros africanos são poderosíssimos! Sirius, porque você está vestido assim? Não foi bem com os trouxas?
‒ Não pergunte nada, vamos jantar... ‒ Sirius disse fechando a cara ao lembrar-se de Tio Válter.
Algum tempo depois, Harry e Rony , que estavam dividindo o mesmo quarto, conversavam antes de dormir:
‒ Ela está me evitando.
‒ Eu notei, você também não a procura muito, né?
‒ Harry , ela é muito difícil...
‒ E você é infantil demais... ter ciúmes de um gato é um pouco de exagero.
‒ Olha quem fala, a maturidade em pessoa... como vai sua situação com Willy?
‒ Você sabe bem que não vai... não temos nada...
‒ Pois é, para quem fala da minha atitude, você está bastante devagar...
‒ Vou dormir, sabe? Amanhã é meu aniversário...
‒ Parabéns, são meia noite e um, já é amanhã. Harry Potter agora é um feliz adolescente de 16 anos...
No dia seguinte, à tarde, Atlantis e Willy chegaram no coche conduzido por ele, transformado em cavalo. Atlantis transformou-se em homem e abriu a porta do coche para Willy, que saltou com uma cara ótima. Também, não era para menos, havia dormido a viagem inteira, era impossível não dormir dentro do coche encantado. Sheeba levou-os para dentro da casa e eles cumprimentaram todos.
‒ Oi Harry, feliz aniversário! ‒ disse Willy sem olhá-lo.
‒ Obrigada, Willy...(achou isso idiota, mas não achou nada melhor para dizer)
‒ Muito bem ‒ disse Sheeba ‒ Já que estão todos aqui, vamos comemorar ‒ Sheeba estava muito feliz, além da presença de Harry, recebera pela manhã um pacote de diamantes como pagamento, mandado pelo feiticeiro que achara a princesa da tribo em Nova Iorque, exatamente como ela dissera. Tinha planos para aqueles diamantes.
Na mesma hora, apareceu uma decoração de festa pelo salão, e Sheeba começou a retirar de uma sacola que pegara no quarto alguns dos presentes que ela e Sirius haviam comprado para ele. Rony e Hermione, ainda ignorando-se também lhe deram seus presentes. Logo depois, Hagrid chegou, vindo de Hogwarts, com dois pacotes muito mal embrulhados nas mãos (um deles se mexia!). Em pouco tempo a sala estava cheia de pacotes de presentes, mais do que Harry tinha ganho na vida até aquele dia. Ele começou a abrir os presentes, entre ahs e ohs pelas surpresas que haviam nos pacotes.
Sheeba e Sirius deram a ele uma veste nova para usar em Hogwarts, uma veste de gala, um anel mágico, óculos escuros de grau (para que eu preciso disso?), uma roupa de banho, algumas roupas de trouxa e para grande surpresa de Harry, uma prancha de surf. Rony deu a ele um pôster em que ele podia escolher a fotografia (depois eu te explico como funciona ‒ ele disse) , que no momento tinha a figura de um time de quadribol, Hermione deu a ele um livro: “Biografia de Roderic Griffindor”. O pacote de Hagrid continha um chicote mágico que afastava qualquer criatura hostil, contanto que não se batesse diretamente nela com ele.
Para surpresa de Harry, o outro pacote que Hagrid trouxera, aquele que se mexia, era para Willy, não pra ele. Ela gritou de contentamento quando o abriu e um pequeno filhote de seburrêlho, branco azulado, escorregou de dentro dele, os pêlos das narinas mexendo-se enquanto ele farejava seus dedos.
‒ Luly pôs alguns ovos no fim da primavera, e achei que você ia gostar de ter um desses ‒ Disse Hagrid rindo, diante da cara radiante da menina.
‒ Gostar? Hagrid, eu adorei ele! É macho ou fêmea?
‒ É... bem, acho que é um macho, quer dizer, eu creio, não dá para saber direito, mas eles costumam ser maiores quando nascem e esse era o maior da ninhada.
‒ Kakaka! Ótimo, vai se chamar Siegmund ‒ disse Willy satisfeita, enfiando o seburrêlho no bolso da veste, onde ele ficou, pondo a cabeça minúscula e bicuda para fora, satisfeito e farejando tudo à sua volta.
Depois de algum tempo, eles jantaram, e, como sempre na casa de Sheeba e Sirius, havia uma quantidade imensa de comida, cujas sobras eram doadas logo após para a Casa do Bruxo Carente, uma instituição para bruxos desempregados. Por fim, veio um bolo imenso, e Harry sentiu as orelhas corarem quando cantavam parabéns para ele. Pelo que ele se lembrava, era a primeira vez na sua vida que isso ocorria. Então Atlantis foi embora e Sheeba e Sirius chamaram os meninos à sala, para falar sobre as férias. Sheeba começou:
‒ Eu queria dizer a vocês que nós vamos viajar, essas são as primeiras férias de Harry conosco e gostaríamos que elas fossem inesquecíveis... não se preocupem com despesas, é tudo por nossa conta... Depois de ficarmos três semanas discutindo o que faríamos nas férias ‒ Sirius fez uma cara bem descontente ‒ resolvemos que cada um de nós elaboraria o seu roteiro ... Este é meu roteiro, que vamos seguir primeiro ‒ disse Sheeba desenrolando um pergaminho com uma lista imensa, cheia de itens e subitens: ‒ Primeiro vamos a Nova Iorque ‒ todos arregalaram os olhos ‒ Vamos fazer umas compras na Witch's Bazaar, a maior loja de artigos mágicos do mundo, depois vamos conhecer os lugares de bruxos, com direito a uma passadinha na Vampire's Room, que é a casa noturna do momento, vamos conhecer restaurantes mágicos e eu comprei ingressos para eu, Hermione e Willy assistirmos o megashow dos “Boys from the dark side”! ‒ Hermione e Willy deram um gritinho de contentamento, Harry e Rony olharam pedindo socorro a Sirius, que disse, com uma cara aborrecida:
‒ Não se preocupem, nesse dia vamos sair para treinar quadribol.
‒ Bem, depois de Nova Iorque vamos ao Brasil! Eu vou levá-los para conhecer o maior parque de criaturas mágicas do mundo! Tem umas criaturas lá que nunca vimos na Europa, vocês vão adorar! Vamos aproveitar e dar uma esticadinha na casa do meu amigo, o Sobrenatural de Almeida ‒ Sirius fez a pior cara do mundo ‒ e por fim, vamos finalmente seguir o roteiro de Sirius... ‒ todos olharam para Sirius que disse, simplesmente:
‒ Vamos passar as duas semanas restantes surfando, na minha ilha.
Acordaram no dia seguinte bem cedo, e Sheeba lhes disse:
‒ Deixem suas coisas no quarto, não se preocupem, ninguém vai carregar nada pesado. Todos saíram da casa, menos Smiley, Sheeba deu um toque na chave da casa com a varinha, girou-a na pequena porta que abria a casa, e esta encolheu-se até ficar do tamanho de uma valise comum, que Sheeba pegou com a mão direita, sorrindo.
‒ E Smiley, Sheeba? ‒ perguntou Hermione, preocupada.
‒ Não se preocupe, ele está muito bem, casas portáteis são ótimas para carregar elfos domésticos, que normalmente têm medo de viagens.
Atrelado à motocachorro, estava um pequeno trailer azul, onde os jovens viajariam, Sirius e Sheeba iam na moto, como sempre. Harry entrou no trailer, achando graça na decoração extravagante, que era a cara de Sheeba: Paredes amarelas e poltronas azuis escuras, forradas com veludo, cortinas azuis de estrelinhas amarelas nas janelas (!), uma mesinha de centro com um aquário, para Willy soltar seu seburrêlho (como Sheeba espera que essa água fique aí dentro?). Como sempre, o trailer parecia maior por dentro. Os outros entraram e Sheeba disse, da porta:
‒ A outra porta é um banheiro, mas é chato usá-lo no meio das viagens, porque ao contrário desta sala ele não pode ser isolado magicamente. Espero que tenham uma boa viagem, próxima parada, Londres! ‒ ela fechou a porta e durante alguns minutos, nada aconteceu. Harry abriu a cortina da janela e descobriu que estavam no alto. O trailer realmente era isolado, não dava para sentir nada da viagem de dentro dele. Estava um silêncio incômodo dentro do trailer, quando Willy finalmente disse:
‒ Hermione e Rony, eu gostava mais de vocês quando viviam brigando! É horrível ver vocês dois se ignorando ‒ Hermione pareceu bastante ofendida.
‒ O que você acha de ficar quieta?
‒ O que você acha de ser simpática? Além de tratar mal o Rony, desde ontem você não dá um único sorriso, Mione!
‒ Willy, meta-se com sua vida!
‒ Ei ei! ‒ interrompeu Harry ‒ não estamos viajando nem há dez minutos e vocês já estão brigando? Sabe o que eu acho? Willy, deixe-os em paz. Vamos conversar nós dois... porque você deu ao seu seburrêlho o nome de Siegmund?
‒ Para ficar parecido com Sieglinda e Siegfried, ora, Harry.
‒ É mesmo... você não anda mais o tempo todo com Sieglinda.
‒ Eu a trouxe na minha mala. Aliás, eu estou com uma coisa aqui... você está com a varinha?
‒ Estou.
‒ Ótimo, então vamos jogar! Eu trouxe meu joguinho.
‒ Isso não é usar mágica irregular?
‒ Oh não, meu pai registrou o jogo no ministério outro dia como objeto de lazer ‒ ela tirou algo do bolso, tocou com a varinha e em um segundo ela e Harry estavam jogando o joguinho de duelo que ela inventara, a tela de vidro flutuava entre os dois, e Harry podia ver que ela havia modificado os desenhos... um boneco agora parecia-se com ele, o outro, para seu espanto, era parecido com Voldemort! Só Willy faria algo assim mesmo. Depois de alguns minutos, meio a contragosto, Hermione e Rony foram se interessando pelo joguinho, até que Harry perdeu para Willy e Rony pediu para jogar. Em pouco tempo, estavam animados, e até Hermione ria. Então, Willy perdeu (Harry teve certeza que de propósito) e falou para Hermione:
‒ Kakaka! Sua vez! ‒ Mesmo meio sem graça, Hermione entrou no jogo, perdendo em dois segundos... depois de muita gozação, irritada com os “kakakas” de Willy, pediu revanche... graças ao joguinho de Willy, quando chegaram a Londres duas horas depois, Hermione e Rony eram novamente pelo menos amigos. ‒ Sheeba apareceu à porta do trailer e disse:
‒ Querem almoçar no caldeirão furado? ‒ Uma algazarra respondeu à pergunta.
O trailer estava estacionado no teto de um prédio e durante o dia, para espanto de Harry. Mas quando saltou e olhou para trás, descobriu que tanto o trailer quanto a moto estavam invisíveis. Sirius foi ao Gringotes, para trocar os diamantes por dinheiro dos países que visitariam, e eles e Sheeba ficaram no Caldeirão Furado. Depois que almoçaram, voltaram ao trailer, que continuava invisível, mas que Sheeba achou facilmente, e abriu a porta, dizendo:
‒ Chegaremos a Nova Iorque dentro de seis horas, Sirius vai acelerar um pouquinho quando sobrevoarmos o Atlântico Norte, ok?
Harry espalhou-se gostosamente na poltrona, sentindo o calorzinho bom do almoço no estômago. Willy agora estava ao seu lado, E Hermione ao lado de Rony. Conversavam em voz baixa, já não pareciam brigados. Uma sonolência foi tomando conta de Harry. “Sheeba deve ter encantado esse trailer”, foi seu último pensamento coerente antes de dormir profundamente.
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