ALGUMAS SUPRESINHAS NO FIM DO



    Na semana dos exames, Sheeba e Sirius apareceram na escola para visitar Harry. Ele correu para os padrinhos e Sheeba disse:
    ‒ Voltamos para Hogsmeade! Vamos morar aqui agora.
    ‒ Que ótimo! ‒ Harry falou ‒ será que eu vou poder passar pelo menos parte das férias com vocês?
    ‒ Claro! Mas você sabe o combinado: pelo menos um mês na casa dos trouxas.
    ‒ Eu sei...‒ disse Harry, desanimado.
    ‒ E não é apenas isso! No fim do semestre vamos dar uma festa!
    ‒ Uma festa? Mas e a festa da escola?
    ‒ Vamos fazer nossa festa um dia antes da festa da escola. Convide seus amigos...
    ‒ Pois é, Harry, Sheeba quer muito dar essa festa para poder apresentá-lo para todos os amigos esquisitos dela...
    ‒ Meus amigos não são esquisitos Sirius!
    ‒ É, eu sei...
    ‒ Não faça essa cara.
    A história da festa entusiasmou Harry, que  convidou todos os amigos da Grifinória mais alguns professores (queria deixar Snape de fora, mas ele era amigo de Sheeba). O time de quadribol já havia feito as pazes com ele, haviam se arrependido da forma como o haviam  tratado, pois, quando acharam que ele estava seqüestrado pensaram que se ele desaparecesse o time ficaria sem apanhador e isso seria terrível, o que foi confessado na maior desfaçatez por Fred e Jorge. Surpreendentemente eles queriam que Neville continuasse no gol, e ele prometeu que treinaria bastante vôo para perder o medo. A professora Minerva, depois de uma conversa com Sheeba resolveu devolver a veste a Harry, deixando bem claro que verificaria pessoalmente se não seria novamente utilizada de forma irregular.
    Harry foi surpreendentemente bem nos exames para quem tinha perdido tantas aulas no semestre e ao comentar isso com Rony, ele respondeu:
    ‒ O que você queria? Tivemos muitas aulas práticas!
    Quando chegou o dia da festa, Harry estava se arrumando quando se viu perguntando-se em frente ao espelho se estava bem... reparou que havia nascido uma espinha no queixo com grande descontentamento, e apontou a varinha para ela com cuidado, fazendo um feiticinho que Hermione ensinara-lhe para sumir espinhas.
    ‒ Acho que está bem melhor ‒ Harry surpreendeu-se ao ouvir a própria voz... no meio da frase percebera uma diferença de tom: sua voz estava começando a engrossar. Rony bateu no seu ombro:
    ‒ Não se preocupe, grande garanhão, você está lindo...
    ‒ E sexy! ‒ disse Jorge que enfiara a cabeça pela porta do quarto.
    ‒ E irresistível, um autêntico galã, tirando, é claro, estes óculos hor-ro-ro-sos! ‒ completou Fred, cuja cabeça apareceu abaixo da de Jorge
    ‒ Parem com isso seus doentes ‒ Harry disse, curtindo um pouquinho o tom mais grave que a voz adquirira.
    Ao descerem para a sala comunal, Hermione estava lá, com os cabelos alisados por um feitiço e muito bonita em uma veste de seda azul petróleo. Rony olhou-a com os olhos arregalados e ficou mudo. Ela apenas sorriu. Willy os esperava lá embaixo, e não estava menos bonita que Hermione, usando vestes cor de vinho, o cabelo num belo penteado arrematado por um prendedor em forma de borboleta atrás da cabeça. Harry sentiu um arrepio quando ela sorriu para ele.
    A casa de Sheeba em Hogsmeade estava toda iluminada e com um aspecto diferente, havia um grande portal e uma varanda. Surgira do nada um terraço e também um jardim, onde bruxos e bruxas de todos os tipos conversavam ou dançavam. Uma pequena orquestra de fantasmas em smokings brancos tocava num pequeno palco, e Harry ficou ouvindo.
    ‒ Eles não são ótimos? ‒ perguntou a voz de Sirius atrás dele ‒ É a orquestra do Titanic, deu muito trabalho trazê-los.
    ‒ Olá Sirius! A festa está muito legal, onde está Sheeba?
    ‒ Ali ‒ ele disse fazendo uma cara contrariada ‒ Sheeba estava no centro de um grupo de bruxas, que conversavam e riam muito, duas ele já conhecia: Beth Fall e Liza LionHeart, mas havia mais uma, muito alta e com aparência de vampira.
    ‒ Aquela é Alexandra Wolf ‒ disse Sirius ‒ eu não gosto muito dela, dizem que ela na verdade é um devoradora de homens, mas nada ficou comprovado até hoje. ‒ Houve um clarão e uma figura encasacada surgiu no meio do salão. Parecia um esquimó, só dava para ver seus olhos sob o capuz. Ela tirou o casaco e Harry pôde ver uma bruxa magérrima de cabelos negros curtinhos surgir debaixo do casaco.
    ‒ Hannah Summer! Atrasada como sempre! ‒ disse Sheeba.
    ‒ Calma mulher, ‒ disse a bruxa ‒ você pensa que é fácil desaparatar do Tibete, é?
    Harry virou-se e pôde ver o professor Lupin chegar com uma bruxa que lhe parecia familiar, vestida de cor de cereja... era Silvia Spring. Ela emagrecera muito depois que Harry a conhecera. Um bruxo alto e de rosto anguloso veio na direção dele e disse, numa voz profunda:
    ‒ Harry Potter, muito prazer, ‒ Harry apertou-lhe a mão ‒ Alex Zandor, o mago ninja... sua madrinha sempre falou muito de você... ‒ e saiu como que deslizando para juntar-se a um grupo de bruxos que conversavam.
    ‒ Esse cara é o marido de Liza LionHeart. Ele costuma ser legal e luta muito bem ‒ Sirius explicou. ‒ Está vendo aquele sujeito lá conversando com Dumbledore ‒ Harry viu um bruxo careca, ele se balançava ritmadamente para os lados, e Dumbledore, talvez por educação, fazia o mesmo. ‒ Aquele é Mario Murad, o grande monitorador de energia mágica, ele balança desse jeito porque está sempre sentindo o ritmo da energia mágica da terra.
    ‒ Sirius, quem é aquele ‒ Harry perguntou mostrando um fantasma magro e tristonho, conversando num ar depressivo com a Murta Que Geme. Era decididamente esquisito e usava uma estranha camisa verde, branca e grená.
    ‒ Aquele ‒ disse Sirius aborrecido ‒ é o tal do Sobrenatural de Almeida.
    Harry notou que se perdera de Rony, Hermione e Willy e foi andando em direção ao jardim, mas esbarrou num bruxo grandalhão empertigado, que discutia algo com um bruxo mais baixo, igualmente corpulento.
    ‒ Meu jovem, muito prazer. Camorim De Loyola ‒ disse apertando a mão de Harry ‒ pode nos ajudar a solucionar uma dúvida? Este é o senhor Daniel Dubois e eu estou há meia hora tentando explicar-lhe que a curvatura da Terra não influencia um feitiço conjurado no equador, concorda jovem? ‒ Harry olhou-o incrédulo, mas o outro bruxo o interrompeu.
    ‒ Camorim, não foi isso que você disse há meia hora atrás! ‒ Harry deixou os bruxos conversando e foi andando pelo jardim, procurando seus amigos, quando ouviu uma voz atrás dele
    ‒ Olá Harry. Você viu Her-my-owny? ‒ Harry voltou-se e viu Victor Krum na sua frente. “Opa! Rony não vai gostar disso” pensou.
    ‒ Bem, eu estou procurando-a, se achar te aviso. ‒ Desviou-se dele e viu Willy, Hermione e Rony conversando em grupo, chegou a eles e puxou Rony para um canto:
    ‒ Você tem que fazer alguma coisa AGORA, Rony. Quer que o búlgaro te atrapalhe de novo??
    ‒ E se ela me der o fora?
    ‒ Bianca me deu o fora outro dia, na hora é chato, mas depois não dói nada. Agora FAÇA ALGUMA COISA!
    Rony puxou Hermione para dançar, o que o deixou sozinho com Willy... ele falara para Rony fazer alguma coisa, e agora não sabia o que fazer.  Ficou olhando de longe Rony e Hermione dançando, ao som da orquestra do Titanic, viu que ele falava alguma coisa no ouvido dela, e pôde perceber, que ficavam ambos muito vermelhos. De repente, eles pararam de dançar e ficaram se olhando. Harry sorriu satisfeito quando viu que os dois finalmente se beijaram, e sem querer virou-se para Willy, que o encarava, rindo.
    ‒ Kakaka! Acho que devemos encomendar uns fogos... ‒ Harry parou um instante para perceber como ela estava linda. ‒ Harry, porque você está me olhando com essa cara de bobo?
    ‒ Hã?! Nada não? Quer dançar?
    ‒ Tá maluco? Harry, eu sou péssima dançarina.
    ‒ É, eu também... ‒ De novo ficaram calados, e Harry se lembrou da noite em que haviam se beijado na janela... duas cabecinhas se olhando no escuro.
    ‒ Harry? Você tá bem? Quer me dizer alguma coisa?
    ‒ Hã?! Willy, o que você vai fazer nas férias?
    ‒ Vou ficar com meu pai. Acho que finalmente vou ter umas férias que prestem... minhas tias davam festas horríveis e me vestiam como uma débil mental...
    ‒ Ah, tá...
    ‒ Por quê?
    ‒ Nada não. Esquece ‒ E foi assim que Harry perdeu a oportunidade de começar a namorar Willy naquela festa.
    Mais tarde, enquanto observava Willy fazendo um número de patinação para os convidados (ela trocara sua veste por uma malha listrada em diversas cores, e patinava pelo teto, de cabeça para baixo), ele ficou refletindo porque afinal com Bianca tudo havia sido tão mais fácil, como conseguira chegar a seguir o primeiro impulso... Olhando o pobre Victor Krum sendo agarrado pela implacável Alexandra Wolf, pensou que afinal de contas, como Sirius dissera, ele só tinha quinze anos. Podia parecer (e parecia mesmo) o fim do mundo agora, mas mais tarde ele ia se sentir melhor.
    No final da festa, Sirius e Sheeba comunicaram que estavam se mudando definitivamente para Hogsmeade para assumirem como professores em Hogwarts, o que fez Harry dar um pulo. Sirius disse que haviam cansado da vida perigosa que haviam levado, e queriam sossegar um pouco:
    ‒ Isso, claro ‒ completou Sirius ‒ se nosso afilhado deixar. ‒ todos olharam para ele. Sem querer, ele era novamente o centro das atenções.

    Depois desta festa de arromba, pela primeira vez na vida a festa de encerramento de Hogwarts lhe parecia monótona e sem graça. LufaLufa ganhara o campeonato das casas, merecidamente. Fred e Jorge comentaram:
    ‒ É a primeira vez que perdemos o campeonato de casas depois que você entrou para escola Harry.
    ‒ Eu não me importo. Ganhar sempre acaba ficando chato.
    Na volta para casa, Rony e Hermione tentavam animá-lo quando Willy apareceu no vagão:
    ‒ Oi, gente. ‒ todos responderam e ela olhou para Harry  ‒ Sirius e Sheeba me convidaram para passar o fim das férias com eles, eles disseram que chamaram vocês... vocês vão?
    Harry deu um salto. Não sabia disso, e era ótimo.
    ‒ Vamos, vamos. Você vai?
    ‒ Acho que eu vou, vai depender do meu pai. Então nos vemos no verão, tchau ‒ disse e saiu.    
    Harry desceu na estação bem mais animado, para constatar que além de Tio Walter, também Duda o estava esperando, gordo e suado como sempre. Ao entrarem no carro, ele disse:
    ‒ Meu pai me deu uma bicicleta nova e um computador com internet... aposto que tive um ano na escola muito melhor que você...
    ‒ Eu não apostaria isso, se fosse você.

    
fim

Eu sei que eu prometi que contava depois sobre o gelo de confusão... mas não deu tempo, quem sabe depois das férias???

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