DE VOLTA A HOGWARTS
A algumas pessoas demoramos anos para amar, outras, as amamos à primeira vista. Harry pensava nisso enquanto assistia o casamento de Sheeba e Sirius ser celebrado por Alvo Dumbledore em Hogwarts. Avaliando bem, amara os padrinhos assim que os conhecera, e eles haviam de diversas formas mostrado que o amavam também. Eles eram agora sua verdadeira família, diferente dos Dursley, pelos quais, em anos, não conseguira sentir mais que uma pontinha de consideração.
Sirius e Sheeba pareciam outras pessoas agora, vestidos em bonitas vestes brancas, Sheeba com uma vistosa grinalda de flores. Ao lado dela, Hermione e Bianca em lindas roupas de damas de honra cochichavam, e ao lado dele, Lupin cumpria seu papel de padrinho de casamento, muito sério, de braço dado a Silvia Spring (até que eles combinam, pensou Harry). Entre Harry e Rony, Rúbeo Hagrid chorava ruidosamente ensopando um lenço do tamanho de uma toalha de mesa:
‒ Não é bonito isso?? Em pensar que eles esperaram tanto... ‒ Rony revirou os olhos, exasperado, e Harry sorriu.
A festa realmente foi muito boa, Rony tirou Hermione para dançar e Harry percebeu que eles não conseguiam parar mais (poção de pés inquietos?), um pouco distante, Severo Snape assistia a tudo, sério. Em determinado momento, Harry viu que ele chamava Sirius a um canto e falava qualquer coisa, com Sirius encarando-o sério, balançando a cabeça em assentimento. Harry viu que Sirius estendeu-lhe a mão e ele apertou, distendendo a face no que era quase um sorriso. Sheeba, que aparecera ao seu lado disse ao seu ouvido:
‒ Harry, neste momento o Inferno acaba de congelar...
‒ O quê Sheeba?
‒ Nada não, Harry, poderia ambientar Bianca para mim? É que ela está um tanto deslocada.
Harry virou-se e deu com o sorriso encantador de Bianca Fall. Sentiu um calor gostoso subir-lhe pelo corpo e aparecer no seu rosto, que ele sabia que devia estar vermelho... “Oh, porque eu não tomei uma poção de pés inquietos?” . Tirou-a para dançar, mesmo sabendo que era um péssimo dançarino, e ficou simplesmente arrepiado quando sentiu que a menina esticava o pescoço para dizer-lhe algo no ouvido:
‒ Eu soube que você tem uma Firebolt... será que depois você me leva para dar uma volta? ‒ Harry engoliu em seco e arregalou os olhos, deu de cara com Rony que fazia mímicas como quem diz, “ei, vamos lá...”, pelas costas de Hermione.
‒ Claro ‒ assentiu sentindo que suas orelhas ficavam vermelhas de novo
Meia hora depois estava dando voltas sobre Hogwarts na Firebolt com ela, sentindo agradavelmente as mãos da menina envolvendo sua cintura. Aquilo era melhor que uma boa garrafa de cerveja amanteigada... não. Era melhor que capturar o pomo de ouro na frente de Draco Malfoy... era melhor que... qualquer coisa que ele já experimentara. Por um momento, foi como se Voldemort e todos os Comensal da mortes jamais tivessem existido, como se ele não tivesse passado a infância toda em um armário.
‒ Quer emoção? ‒ ele perguntou
‒ Claro! ‒ ela respondeu apertando mais a cintura dele, que mergulhou a toda velocidade, dando um giro em parafuso com a vassoura e depois subindo e mergulhando de novo... quando pousaram no chão, os cabelos de Bianca Fall estavam desarrumados e sua grinalda de dama de honra desaparecera. Ela pôs as mãos no rosto dizendo:
‒ Meu rosto está gelado... veja ‒ ela puxou uma de suas mãos e pôs sobre a face, levantando os olhos para encontrar os dele. Harry ainda hesitou um segundo antes de puxá-la para junto dele e beijá-la, sentindo o gosto do ar da noite que ficara nos lábios de Bianca. Decididamente, melhor que Quadribol.
Quando Dumbledore anunciou que Sirius e Sheeba iam embora, irromperam aplausos por todo salão, Harry correu até os dois e abraçou-os. Eles foram até a moto de Sirius, que estava parada bem à frente de Hogwarts, o motor roncando baixo como um cachorrinho satisfeito.
‒ Para onde vocês vão? ‒ perguntou Rony, que se sacudia ligeiramente, assim como Hermione.
‒ Para longe ‒ disse Sirius, pondo seu capacete ‒ e espero que não voltemos tão cedo, precisamos de umas boas férias.
‒ É, mas vamos precisar voltar logo, em breve Dumbledore vai precisar de nós dois, a coisa vai ficar feia, vão acontecer coisas muito sérias e... ‒ Sheeba dizia quando Sirius a interrompeu:
‒ Dá para você esquecer um pouco isso? Rony, não case com uma vidente, ok? Isso é péssimo, derruba o astral de qualquer um...
‒ Você não é a pessoa mais apropriada para dar este tipo de conselho, Sirius ‒ disse Harry pretensamente sério.
‒ Harry, cuide-se, por favor, não se meta em encrencas enquanto eu estiver longe, ok?
‒ O mesmo vale para você, Sirius ‒ Sirius olhou desconfiado para Sheeba, que ria atrás dele. Voltou-se para Harry e disse baixinho:
‒ Pelo menos uma coisa você aprendeu, se quer impressionar uma garota, faça-o com o que você sabe fazer melhor! Até breve, Harry!
‒ Até breve!
A moto de Sirius disparou verticalmente, embicou no ar e passou como uma flecha entre as montanhas de Hogwarts, sumindo.
‒ Espero que vocês tenham feito pelo menos a lição de terça-feira... ‒ Harry escutou uma voz nada amistosa atrás deles. ‒ E Weasley, eu ainda quero saber o que são as tais revistas.
É, ainda faltava algum tempo para o ano letivo acabar...
FIM
PS: Ninguém ficou curioso para saber o que foi feito do gelo de confusão de Harry?
Depois eu conto para vocês...
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