Antes da visita a Hogsmeade
Depois de sua conversa com Sirius, as coisas ficaram bem mais fáceis para James. Durante o resto da semana fingiu estar brigado com Sirius e ficou escondido na sala precisa o máximo que pôde, mas voltou a dormir na torre da Grifinória, sendo sempre o último a chegar e o primeiro a sair. Nesse meio tempo, ele soube por Sirius que Lilly havia se aproximado dos rapazes e tornara-se parte da turma. Quase ficou com ciúmes quando soube que ela até ajudara Peter na tarefa de estudo dos trouxas em que era preciso identificar utensílios de cozinha comuns.
Ninguém fôra avisado sobre a inspeção que aconteceria antes da visita a Hogsmeade, James acreditava que talvez os conselheiros estivessem procurando seguidores do Lord da Trevas em Hogwarts e talvez algumas outras ameaças. Vendo por este ângulo, uma denuncia de ataque de lobisomem a um aluno seria o ideal para desviar a atenção da mais do que provável infiltração de comensais da morte entre os estudantes. James tinha que admitir que Snape seria corajoso se confrontasse Bellatrix e os Malfoy, firmando posição.
Na véspera da inspeção e da visita, deixou a sala precisa com uma certa melancolia. Gostara daquela sala, mas não podia ficar ali para sempre. Guardaria, assim como Sirius, o espelho duplo comunicante. Era algo de grande ajuda, afinal era comum ficarem em detenção separados. Mesmo de volta à sala comunal, permaneceu quieto. Descobrira que não precisava chamar atenção o tempo todo. Podia ganhar mais se às vezes observasse mais e falasse menos. Essa dose de introspecção ele podia agradecer a Severus Snape.
Mas uma coisa cotinuava a incomodá-lo: o bombom "turbinado" com amortentia permanecia sumido. Podia aparecer a qualquer momento outra maluca "apaixonada" e ele já imaginava que droga seria ser agarrado pela terceira vez. O bom era que se aquilo o preocupava era sinal que já não tinha tantos problemas tão serios.
**
O mesmo não podia ser dito a respeito de Severus Snape.
Ele, que entrara nessa história numa óbvia posição de vantagem, via, aos poucos, que não ganhara absolutamente nada com a barganha que fizera com Potter. Imaginara que tiraria o outro do seu caminho e conseguiria se aproximar de Lilly, mas aquilo só os afastara de vez. E o que o irritava mais era perceber que ela se aproximara dos outros amigos de Potter. Ela que sempre reclamara de sua turma, que se referia a eles como se tratasse de uma gangue, colava agora com aqueles sujeitinhos que durante seis anos só haviam se metido em encrencas, se vangloriando sempre quando não eram pegos.
O que o irritava mais, com certeza, era ver Lilly integrada perfeitamente àquela turma. Ela ria das piadas de Black, conversava durante o almoço com Lupin e Pettigrew e era questão de tempo para estar de namoro com Potter. Ele podia mudar aquilo tudo, é lógico. Mas como se olharia no espelho depois, pensando que quebrara uma promessa feita a Dumbledore, que tivera tamanha boa vontade com ele, mantendo-o na escola depois que ele quase fora morto por um lobisomem? E, mal ou bem, ele ainda acreditava em honra: se Potter mantivesse sua palavra, era uma obrigação manter a sua também.
Ele achava que já tinha problemas suficientes, mas na sexta-feira antes da inspeção as coisas realmente desandaram. Sem que ele soubesse, Regulus havia recebido uma coruja da prima Belatrix cobrando uma resposta ao "recado" que ela mandara por ele. Como ele havia sido desmemoriado e respondeu dizendo não lembrar do que ela estava falando, ela simplesmente usou pó de flu para aparecer na lareira da sala comunal da Sonserina na noite de sexta-feira berrando com Regulus que não parecia entender nada.
Percebendo que ele havia sido enfeitiçado e achando que aquilo podia ter sido obra de algum dos inimigos que ela paranoicamente enxergava em todo canto, Bellatrix simplesmente atirou um feitiço de recuperação de memória que funcionava bem para feitiços simples, e Regulus lembrou-se de tudo. Severus assistiu a tudo sentado na sua poltrona, fingindo não notar o susto que Belatrix provocara nos outros alunos com seu surto e ignorando a explosão de raiva dela quando viu que fora ele próprio que desmemoriara seu primo.
– Traga-o aqui agora! – Gritou com Regulus, que correu para procurar Severus e surpreendeu-se ao vê-lo sentado com seu livro de poções no colo, fazendo anotações no rodapé e na lateral da página, aparentemente fingindo não saber que aquela solicitação urgente era para ele.
– O que você pensa que está fazendo aí, Snape?
– Estudando. – respondeu o rapaz placidamente. – Poções.
– E acha que não tem nada a me dizer?
– Acho.
– Bella está esperando uma resposta! Aquela conversa que tivemos...
– Que era ultra-secreta e cujo conteúdo você está quase entregando para toda sala comunal?
Regulus ficou vermelho. Ele prosseguiu:
– Regulus, você não se cansa de ser lacaio de Bellatrix e da família Malfoy?
– Eu não sou lacaio – disse Regulus, agora quase roxo – e você TEM que falar com Bella, ela está esperando lá na lareira.
Quase com pena do papel patético do garoto, Snape levantou-se sem pressa alguma e, sob os olhos espantados de todos seus colegas, foi até a lareira e abaixou-se, dizendo com gentileza:
– Boa noite, Bella. Posso ajudá-la?
– Como assim, boa noite, Severus?! Você acha que eu sou idiota? E não me chame de Bella! Eu não dou essa intimidade para você.
– Tudo bem – ele fez menção de se levantar e ela o interrompeu:
– Onde você pensa que vai?
– Para meu canto. Não parece que você esteja querendo conversar!
– Eu quero uma resposta. Agora!
Ele olhou em volta e viu as caras curiosas que o cercavam. Decidiu que aquela era uma conversa particular e usou um feitiço de sua autoria, útil em ocasiões como aquela:
– Muffiato. – para o resto da sala, sua conversa virou uma ladainha incompreensível. Só Bella o ouviria e vice-versa. Ele abaixou-se de novo e encarou a garota.
– Claro. A resposta é não.
– NÃO? COMO ASSIM, NÃO?
– Não quero fazer o que você me pediu, simples assim.
– E você acha que me dizer "não" é uma opção? – ela baixou o tom de voz – sabe o que está envolvido nisso?
Ele falou, ainda mais baixo, quase num sussurro:
– Sim, eu sei o que está envolvido. A vontade do velho Malfoy e a sua de agradar o mestre das trevas à custa da minha delação. Não vou fazer algo que poria em risco minha permanência nessa escola. Não a pedido de alguém a quem eu, até onde sei, não respondo nem estou subordinado.
A garota, do outro lado da lareira, ficou lívida. Severus não era seu primo, que podia ser manipulado e que fazia qualquer tarefa desimportante acreditando piamente que estava contribuindo com o Lord das Trevas em pessoa. Aquela havia sido uma idéia do futuro sogro de sua irmã a qual ela aderira, não uma ordem direta do mestre. Eles haviam decidido que seria genial afetar a credibilidade de Dumbledore, para depois vangloriar-se tentando conseguir vantagens com o mestre. E Snape percebera isso. Ela tornou a falar, agora com um tom melífluo e sussurante que costumava usar com rapazes a quem queria levar para a organização:
– Eu entendo a sua preocupação... você não acha que seria interessante você fazer o que eu te peço e depois mostrar ao Lord das Trevas?
– Embora eu o admire, ainda não o conheço. E tentando me seduzir você não vai consegir nada.
Ela pareceu furiosa.
– Escute, Severus – sibilou – eu marquei uma reunião na casa dos Lestrange nesse fim de semana, aí em Hogsmeade. ELE vai estar presente... você poderá conhecê-lo. Planejávamos a iniciação de Regulus para esse dia. Você tem duas opções: faz o que eu man... peço e comparece como herói... ou não faz, e se explica pessoalmente. Quero ver as suas chances de ser admitido no grupo depois disso. A propósito, a senha para entrar na casa dos Lestrange é Basilisco.
Ela tinha uma expressão de absoluto triunfo. Severus a encarava com uma expressão neutra e indecifrável. Então disse baixo, como se fizesse uma confidência:
– Eu estarei na reunião. Agora suma, esse assunto era para ser secreto e mesmo com meu feitiço, as paredes do castelo tem ouvidos.
Bella, com uma expressão muito satisfeita porque acreditava que ele faria o que ela queria, desapareceu da lareira. Snape desfez o muffiato e ergueu-se, sem olhar para o resto da sala. Regulus aproximou-se dele ansioso e perguntou:
– Então?
– Regulus, por favor, vá cuidar da sua vida. Minha conversa com sua prima foi particular.
Sem dizer mais nada, subiu para o dormitorio, deixando a sala comunal ainda mais curiosa sobre aquela conversa estranha.
**
Na manhã seguinte, a escola amanheceu agitada pela iminência da visita a Hogsmeade. Era um daqueles dias em que os estudantes pareciam muito mais ruidosos que de costume, com seus planos para a Zonko's e a Dedosdemel. James acordou mais cedo que todos no dormitório. Estava nervoso, aquele seria um dia decisivo. Saberia se aquele sacrifício todo tinha valido a pena. Ficou olhando os amigos adormecidos conforme o dia amanhecia. Eles mereciam uma explicação sobre tudo que acontecera nos últimos dias, Remus mais que todos. Dentro de alguns dias seria lua cheia e, como de costume, o rosto dele estava naquele dia mais pálido em comparação ao anterior.
James nunca pensara seriamente no quanto Remus sofria. No seu jeito inconsequente de achar sempre um viés engraçado em cada problema, nunca imaginara o quanto era sofrida a transformação mensal do amigo e em como ele viveria se fosse um lobisomem. Remus um dia contara que havia sido Dumbledore, quando ainda era um simples professor, que conseguira suspender a tal regra do registro obrigatório de humanos híbridos. Antes, com suas origens híbridas expostas, pessoas como Remus e Hagrid difiilmente eram aceitas em Hogwarts, e quando insistiam, eram tão discriminadas que acabavam isoladas e dificilmente terminavam a escola.
E agora, pelo que ele pensava, se os tais comensais da morte tomassem o poder, não só os semi-humanos mas também os nascidos trouxas e os mestiços provavelmente seriam expulsos ou isolados em Hogwarts. Algo assim tornaria pessoas como Lilly marginais, e, considerando o quão talentosa ela era, mostrava a natureza imbecil daquele preconceito. Pela primeira vez na vida ele valorizava a forma como fora educado por seus pais e tudo de material e imaterial que recebera deles, aquele episodio todo o ensinara muita coisa, firmara nele valores que ele não sabia ter e que com certeza o seguiriam por toda sua vida adulta, e entre esse valores, com certeza não estava o amor pelo sangue bruxo puro.
Sirius foi o primeiro a acordar, fingindo não notar James acordado, afinal, estavam "brigados". James achou que era melhor continuar fingindo até depois da tal inspeção e saiu do quarto antes mesmo de Remus e Peter acordarem. Desceu as escadas pensando em como poderia ser a tal inspeção, que era uma coisa inédita em todos os seu anos de Hogwats. Sentou-se na sala comunal e para se distrair pegou um jornal que estava sobre uma poltrona. Era o Profeta Vespertino do dia anterior. Ele não costumava ler jornais, o único a fazer isso regularmente era Remus.
Passou os olhos casualmente pelo jornal e leu uma notícia que realmente chamou sua atenção; registrava o desaparecimentode um funcionário do Ministério encarregado de apagar memórias de trouxas que haviam presenciado episódios envolvendo bruxos. Ele conhecia o sujeito, Edwad Prewett, era conhecido do pai dele. "Esse é o terceiro desaparecimento em cerca de 40 dias, vindo a juntar-se a outros casos suspeitos, num total de 12 desaparecimentos nos últimos dois anos. Quase todos os casos envolvem funcionários do Ministério da Magia ligados aos departamentos de controle de magia e notadamente no de controle de segredos, o que tem deixado vagas nesses departamentos cada vez mais difíceis de serem preenchidas" – dizia a reportagem.
"Provavelmente os seguidores de Voldemort querem deixar os departamentos que lidam com trouxas vulneráveis." – pensou James – "Estão eliminando possíveis opositores. Mas nada pode ser provado, nada..." James pensou em Regulus e Bellatrix. Outro dia Bella era uma estudante bonita e popular em Hogwarts e agora parecia uma fanática maluca, e a mesma transformação acontecia com Regulus. Ele imaginava que ainda não havia sido abordado por um aspirante a comensal para fazer parte do clube justamente porque sua familia era listada entre os "amantes de trouxas".
O trunfo de Voldemort era esse: estava seduzindo os bruxos jovens. Pelo que ele sabia, havia uma turma que alegava que "dar uma disciplinada" nos trouxas e "preparar-se para um novo momento onde os bruxos tivessem mais poder" eram idéias não só razoáveis mas desejáveis. E não tardaria para que eles estivessem dentro do Ministério, provavelmente na área que tratava justamente da relação com trouxas.
Largou o jornal da poltrona repentinamente e desceu para o grande salão. Por algum motivo ele não queria pensar no que aconteceria quando os seguidores de Voldemort deixassem o anonimato e invadissem o Ministerio da Magia.
***
Era um café da manhã empolgado, mas James continuava calado e introspectivo. Estava mais apreensivo do que estivera em qualquer exame decisivo de sua vida. No extremo oposto do salão, via Snape, que evitava olhar na sua direção. Ele imaginava que o outro também devia estar nervoso, afinal, aquela decisão podia afetar os planos dele de ingressar no rol de seguidores de Voldemort. Por algum motivo, James achava que aquilo não afetaria em nada a possibilidade de Snape tornar-se um comensal da morte. Olhando com justiça, Snape seria um grande bruxo ao se formar, e provavelmente não ia ser um episódio como aquele que ia provar o contrário.
O café da manhã terminava quando Dumbledore ergueu-se para um anúncio:
– Como é de conhecimento geral, foi hoje é dia para os alunos acima do terceiro de uma visita ao povoado de Hogsmeade. – um burburinho feliz sobrevivia às primeiras palavras do professor – porém, antes de me despedir dos senhores e desejar bom paseio, é meu dever avisar que antes da visita está programada uma inspeção na escola. – o burburinho cessou repentinamente – Não será uma inspeção demorada, os conselheiros da escola estão em visita às instalações e desejam ver o corpo de alunos reunido para uma rápida conversa. Portanto, peço que os monitores conduzam os colegas de casa em formação para o pátio.
Com uma certa apreensão, os alunos seguiram seus monitores, parecia que havia um certo medo de serem impedidos de irem a Hogsmeade. James passou, junto com os alunos da Grifinória, pelo grupo da Sonserina e deu uma última olhada na direção de Snape. O outro o encarou com uma expressão neutra e fria. Era o momento decisivo e os dois sabiam disso. Cada um seguiu com sua turma para o pátio, onde um grupo de conselheiros estava reunido. A maioria era de bruxos e bruxas idosos, um ou outro James sabia o nome.
Conhecia de vista e de fama Abraxas Malfoy – um bruxo velho e obeso, mais até que o professor Slughorn, branco como leite de cabelo ralo e muito louro, cuja respiração parecia sempre ofegante e asmática. Ele estava lá ao lado do filho Lucius, que se formara em Hogwarts dois ou três anos antes e vestia uma túnica preta um pouco chamativa e ostensivamente cara e usava o cabelo longo num rabo de cavalo amarrado com uma fita preta de veludo. A magreza de Lucius e seu queixo pontudo o faziam contrastar com o pai balofo e roliço, mas os dois tinham a mesma pele clara, o mesmo olhar frio e um certo ar antipático que não deixava dúvida de que eles acreditavam pertencer a uma casta superior.
O conseheiro chefe passou pelos estudantes seguido por todos os outros, Abraxas ao final apoiando-se numa bengala preta com ponteira de prata e de vez em quando falando baixo com o filho, que parecia extremamente entediado. De vez em quando um conselheiro fazia alguma pergunta a um estudante. James ouviu quando uma mulher perguntou a Lilly:
– Você é nascida trouxa?
– Sou. – ela respondeu.
– Não tem notícia de familiar bruxo na família?
– Nenhum, nunca. – Lilly parecia apreensiva, mas a mulher desanuviou o clima:
– Então pelo que o professor Slughorn relatou de você, creio que é um desses casos de talento espontâneo. – a mulher sorriu e entregou a Lilly um cartão – procuramos talentos como o seu no meu Empório de poções. Procure-me quando estiver formada.
James respirou aliviado e logo depois ouviu a voz ofegante de Abraxas Malfoy perguntando a Snape, que estava mais à frente e à sua direita, entre os alunos da Sonserina:
– Meu jovem... acredita que essa escola é segura?
– Perfeitamente.
O velho pareceu surpreso.
– Não... nunca se viu envolvido em nenhuma confusão... nunca aconteceu nenhum... incidente?
– Não que eu me lembre – respondeu Snape friamente
– Mas... nunca se envolveu com alguma... ameaça?
– Senhor, eu nunca corri espécie alguma de perigo nessa escola. – Snape encerrou o interrogatório de forma tão bruta que o velho chegou a encará-lo pasmo. Lucius interviu:
– Não está falando assim com meu pai, está?
– Só estou respondendo às perguntas dele. – Snape o encarou e deu um sorriso falso – é bom ver um ex-colega, Lucius.
– Não estou gostando dos seus modos... deveria mostrar um certo respeito por um conselheiro de sangue puro.
Nesse momento Dumbledore se aproximou:
– Lucius, seu pai faz parte do conselho, mas você é apenas um acompanhante. Não creio que seja apropriado chamar a atenção de qualquer aluno...
Lucius olhou Dumbledore com raiva e seguiu com o pai, que parecia perplexo. Pouco tempo depois, o chefe do conselho perguntou em voz alta se algum aluno gostaria defazer alguma observação ou pedido ao conselho e ninguém respondeu nada. Depois de alguns segundos de silêncio, Dumbledore dirigiu-se ao conselho e disse:
– Já que os senhores não ouviram nenhuma queixa dos alunos, creio que podemos dispensá-los e seguir para a inspeção das instalações – Dumbledore disse de forma simpática.
Diante da concordancia dos conselheiros, os alunos foram dispensados e James quase gritou de alegria. Finalmente estava livre! Snape não fizera a queixa e ele podia voltar a ser o velho James. Conforme desciam a trilha em direção a Hogsmeade, ele viu seus amigos, que iam conversando com Lilly mais adiante e correu para junto deles. Sabia que eles iam estranhar, mas precisava falar com eles imediatamente ou iria explodir.
Mais atrás, Snape também via Lilly descendo em direção ao povoado junto com os rapazes, cheio de rancor. Naquele momento ele soube que acabara mesmo. Ele a perdera de vez.
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