Bônus I







BÔNUS: UMA COISA QUE TODO MUNDO PRECISAVA SABER


 


 - ‘Tá legal, Lil’s... – disse Marlene, usando as mãos para abanar a amiga que estava estatelada no chão. – Se acalma...


 Lily, por sua vez, olhou Marlene como se ela fosse algum tipinho alienígena.


 - ME ACALMAR?! – berrou, descontrolada. – COMO É QUE EU POSSO ME ACALMAR?!


 - SHH! – fez Lene. – Estamos em uma biblioteca, tenha respeito! – ordenou, alcançando um livro que estava em cima de uma mesa para ajuda-la à abanar a colega.


 A garota no chão bufou, meio desesperada, meio desdenhosa (vai saber?).


 - Em uma biblioteca? Porque em uma biblioteca? – perguntou-se, choramingando, jogando a cabeça para trás, como se conversasse com alguma divindade desconhecida. – Tínhamos é que pedir ajuda à Merlin e não à livros!


 Marlene largou o livro no chão, desistindo dele, e voltou a abanar Lily com as mãos, fazendo os cabelos da garota se bagunçarem ainda mais (se é que isso era possível).


 - Lily, relaxa, ok? – aconselhou, mas ela mesma estava apavorada. – Nada de pânico. – pediu, mais para si mesma.


 Lily afrouxou a gravata e começou a abanar a si mesma.


 - Nada de pânico, nada de pânico... – repetiu, tentando gravar a mensagem. Não deu certo. O que só podia significar uma coisa... – EU JÁ ESTOU EM PÂNICO! – berrou de novo e começou a arfar como se tivesse corrido horas seguidas. – Não consigo respirar...


 A garota que estava de pé virou a cabeça para trás e gritou:


 - Katherine, quer andar logo com isso?!


 Uma loira colocou a cabeça para fora de uma estante e gritou de volta:


 - Pelas calças de Merlin, controle a situação, mulhé! Estou quase acabando!


 Marlene se virou de volta para Lily e se ajoelhou ao seu lado, ainda abanando com as mãos. Seus braços estavam começando a doer e ela nem fez o favor de se lembrar da maldita varinha.


 - Vamos lá, Lily. Faça como eu. – pediu. – Respire... Inspire... Respire... Inspire...


 Lily tentou acompanhar Marlene, com dificuldade, imaginando como ninguém ainda ouvira todo aquele estardalhaço. Não era uma cena muito comum de se ver em plena quarta-feira, no meio da biblioteca. Era de se admirar que ninguém tenha reparado.


 A mão de Lily agarrou a de Marlene com força, completamente do nada.


 - Acho que senti uma contração. – contou, e colocou a mão no coração, ainda tentando acompanhar a amiga no exercício de respiração.


 - Evans, você não está grávida! – impacientou-se Marlene.


 - Então estou sofrendo um ataque cardíaco.


 - ACHEI! – berrou Kate, saindo de trás da estante de livros e correndo até as garotas. Ela carregava um livro pequeno, de mais ou menos um palmo de altura e dois dedos de grossura. Tinha uma capa vermelha com alguma coisa escrita em dourado.


 Marlene olhou o livrinho desconfiadamente, esquecendo-se de Lily, que ainda estava estatelada no chão, com a mão no coração e arfando (existe reação mais exagerada?).


 - É isso? – ela perguntou. – Esse livrinho é a solução para os problemas da Lily?


 Katherine olhou feio para Marlene.


 - E você, por um acaso, tem idéia melhor?


 - Que tal a Ala Hospitalar? – sugeriu Lene, com uma sobrancelha arqueada, sentindo-se vitoriosa. Não sei por quê.


 - E suponho que você – Kate apontou um dedo para a cara de Marlene. - vá explicar à Madame Pomfrey que fomos perturba-la porque Lily está...


 - NÃO, NÃO DIGA ISSO EM VOZ ALTA! – interrompeu-a Marlene, aos berros, tapando os ouvidos, como se Katherine tivesse soltado alguma maldição imperdoável ou o nome de Você-Sabe-Quem.


 A loira bufou e revirou os olhos.


 - Porque não? É a verdade.


 Marlene apontou para a amiga largada no chão.


 - Viu só o que você fez quando disse isso da última vez? – acusou. – E tem mais... Lily é inocente até que se prove o contrário.


 Kate suspirou, cansada.


 - Lene, porque você não aceita logo que há possibilidade de Lily estar...


 - NÃO! NÃO DIGA! – Marlene a interrompeu de novo.


 - Mas...


 - LALALALALALALALALA!


 - Marlene!


 - NÃO QUERO OUVIR!


 - Mas pode ser que...


 - SERÁ QUE DÁ PARA VOCÊS ANDAREM LOGO COM ISSO?! – essa foi Lily.


 Marlene e Katherine se entreolharam e depois olharam de volta para Lily. Kate caiu sentada ao lado de Marlene, e abriu o livro.


 - Ótimo! – resmungou e jogou a mão para cima. – Vamos acabar logo com isso. Mas eu ainda acho que é óbvio que... – mas não continuou, porque Marlene lhe lançou um olhar matador. – Certo. – fez.


 Suspiro de alivio geral da nação.


 - Obrigada. – fez Lily, ainda abanando a si mesma. – Se eu morrer agora, deixo a maior parte dos meus bens para você.


 Kate revirou os olhos e ignorou o comentário da garota. Encontrou a página certa e passou a analisa-la.


 - Hum... – fez ela, concentrada. Franziu a testa, lendo o que quer que estivesse escrito ali. Marlene e Lily prenderam a respiração ao mesmo tempo, esperando que o pior acontecesse. – Quais são os sintomas?


 Marlene se apressou em examinar Lily.


 - Bem... – começou. – Ela se queixou de falta de ar.


 - Muita falta de ar. – assinalou Lily, se sentando com dificuldade e ainda se abanando.


 - Hum. – fez Kate. – Com que frequência?


 As duas morenas fizeram cara de pensativas, provavelmente tentado se lembrar.


 - Acontece no horário das refeições, às vezes na Sala Comunal, em algumas aulas... – começou Lily, meditando.


 - No jardim. – lembrou-se Marlene.


 Lily fez que sim com a cabeça, concordando.


 - Sei. – disse Katherine e anotou alguma coisa na borda do livro. - E o que mais?


 - Tontura. – continuou Marlene. – Ela reclama de não conseguir andar, porque suas pernas não funcionam. E também fica enjoada com frequência.


 - Não é exatamente enjoo. Meu estomago fica dando voltas. – explicou-se Lily. – E costumo ter calafrios, mesmo quando está calor.


 Katherine anotou mais algumas coisas nas bordas do livro, acompanhando tudo.


 - Sim? – instou-as a continuar.


 - Bem, ela pegou uma mania horrível de ficar bagunçando os cabelos toda hora. – contou Marlene. – Isso conta?


 Kate fez que sim.


 - Conta. É sinal de nervosismo.


 - Então é bom adicionar que ela fala sozinha. – assinalou Marlene. - Mas tem problemas para falar na frente de outras pessoas. Fica gaguejando e falando besteiras o tempo todo ou perde a fala de vez.


 - Ei, isso não é verdade. – protestou Lily. – Eu só esqueço o que tenho que dizer às vezes, só isso.


 Os olhos de Marlene se iluminaram, como se tivesse acabado de se lembrar de alguma coisa.


 - Ah, sim. Ela também costuma se esquecer das coisas muito rápido.


 Katherine anotou novamente, compreensiva.


 - Talvez fosse bom adicionar que ando tendo problemas de coordenação motora. – disse Lily. – Tem dias que mal consigo levar o garfo até a boca sem errar o caminho. – contou, inconformada.


 - Oh, e ela anda muito distraída. – contribuiu Kate, pela primeira vez. - Não presta atenção em nada, parece que viaja para outro lugar. Até quando anda, fica esbarrando em todo mundo.


 - E derrubando as coisas. – concluiu Marlene. Ela e Katherine balançaram a cabeça, compreensivas.


 Lily respirou fundo, sem notar que havia parado de se abanar.


 - Tem os sonhos também.


 Marlene olhou para ela, surpresa. Kate parou de anotar por um minuto.


 - Sonhos? – perguntaram juntas. – Que sonhos, Lil’s? – perguntou Kate, sozinha.


 - Sonhos! – exclamou a garota de óculos, como se fosse óbvio. – Com coisas fofas e românticas, flores coloridas, vestidos esvoaçantes, lugares bonitos, estrelas e todas aquelas babaquices melosas! – desesperou-se.


 - Sonhos de garotinha? – estranhou Marlene, fazendo uma careta.


 Kate deu-lhe uma cotovelada nas costelas.


 - Algo mais? – perguntou, docemente.


 Marlene estava ocupada massageando as costelas, então não respondeu.


 - Acho que não. – disse Lily.


 Katherine virou as páginas do livro até encontrar uma outra página. Leu por um minuto, no qual Lily se ocupou em brincar com a barra da saia e Marlene em montar um plano maligno para dar uma surra de matar na amiga loira.


 Até que Kate perguntou, seriamente:


 - Lily, quando você fica sem ar, esquece das coisas, tem calafrios, fica distraída, perde a fala, seu estomago dá voltas e você fica tonta... quem está por perto?


 Marlene levantou a cabeça e olhou para Kate.


 - O que está insinuando?


 - Só quero saber quem está por perto quando ela sente essas coisas. – explicou-se Kate, na defensiva.


 Lily deu de ombros, fazendo pouco caso.


 - Ora, essa é fácil. É o Jam... – mas parou, quando se deu conta do que ia dizer. - ... es.


 Marlene arregalou os olhos. Kate sorriu levemente.


 - E quem é que está nos seus “sonhos de garotinha”?


 Lily também arregalou os olhos, finalmente entendendo aonde a amiga queria chegar.


 - James. – sussurrou, apavorada.


 Lene se virou para Katherine e apontou um dedo para a cara dela.


 - Não está querendo dizer que... que...


 Kate pegou o dedo de Marlene e afastou-o de si.


 - Sim. – confirmou. – Lily está...


 - NÃO! NÃO FALE! – interrompeu-a Marlene, em pânico.


 - Mas ela está mesmo! – impacientou-se Kate, agitando os braços. – Não há como negar. Os livros não mentem!


 Marlene riu ironicamente.


 - Deveria usar uma explicação melhor, McCanzey.


 - Então que tal usar os fatos? – rebateu Katherine. – Você e Lily disseram que ela fica sem ar quando está no horário das refeições, no jardim, em algumas aulas e na Sala Comunal!


 - E DAÍ?! – retrucou Marlene.


 - NÃO É ÓBVIO?! – perguntou Kate, batendo na cabeça de Marlene com o punho, como se estivesse se certificando de que não é oca. – SÃO OS LUGARES QUE O JAMES FREQUENTA!


 Marlene segurou a cabeça com os braços, protegendo-a dos ataques da amiga.


 - TODO MUNDO FREQUENTA ESSES LUGARES! – declarou. O que era bem verdade.


 - MAS É ONDE NÓS NORMALMENTE ENCONTRAMOS OS GAROTOS! – e então parou de bater na cabeça de Marlene e apontou para Lily. – É onde ela encontra o James.


 Lily, que passara a briga inteira sem reação, levantou os olhos para as amigas. E suspirou.


 - Então é isso. – disse. – Parece que eu finalmente me ferrei. – e deu um sorrisinho minúsculo. – Isto é, ele me ferrou.


 Kate sorriu para amiga.


 - Ele não te ferrou, Evans. – negou. – ‘Tá apaixonada por ele.


 - NÃO DIGA ISSO EM VOZ ALTA!


 


 


 N/A: kkkkkkkkkkkkk’ santo Merlin, me diverti muito escrevendo isso aqui. Achei que o bônus tinha que servir para alguma coisa produtiva, por isso decide contar para vocês como Lily descobriu estar apaixonada (uma coisa que nem eu sabia). Não sei vocês, mas eu fiquei muito feliz com o resultado. Espero que vocês gostem.


 


 Eu dedico isso aqui para Lana Sodré, Helena Alevato, Neuzimar de Faria e Maria_Fernandes_99, por terem votado no cartaz do meu primo. Muito obrigado meninas.


 Gostaria de adicionar uma coisa muito importante: quem quiser um bônus especifico, é só me dizer o que tem em mente que eu escrevo com prazer.


 


 Obrigado por lerem, e (quem sabe) até o próximo bônus.


 Abraços ;)


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (4)

  • And Allegra

    Adorei!Espero que continue em breve, pois estou amando a fanfic! 

    2013-06-28
  • L.Oliveeira

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk morri! e a Lily achando que estava grávida KKKKKKKKKKKKKKKKKKK cara, só ela mesmo.Descoberta meneira essa, né, Lilian? ISUAGDHIUSADGHIASDGY Ele te ferrou bonito kkkkkkkkkkAmando essa fic, sério :) 

    2013-05-26
  • Neuzimar de Faria

    Coitada da Lily, que "tragédia"! KKKKK Ficou muito bom. A Kate realmente equilibra um pouco aquelas duas outras loucas. rsrsrsrs

    2013-05-23
  • Lana Silva

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Eu morri aqui. A aversão das meninas por paixão é seria...Tão seria que a Marlene tava tendo uma ataque ali a cada palavra que a Kate tentava dizer...E é claro foi ótimo. Criativo, engraçado, totalmente a cara das garotas. Kate tentando descobrir por livros os sintomas da Lily, Lily dando um mini piti e Marlene ajudando com o piti kkkkkkkkkkkkkk essas três são onda. Eu amei o Bônus e futuramente quero mais desses \o/ Beijoos! 

    2013-05-23
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.