Um passeio e um vestido



 CAPITULO 6 


   Sábado amanheceu ensolarado, mas um vento frio anunciava que o inverno logo chegaria. Rose e Alvo saíram juntos do salão comunal, rumo ao café da manhã. Rose viu Escórpio com o canto dos olhos e seu coração falhou um compasso.


 Lílian e Hugo estavam agitadíssimos por ser a primeira visita deles a aldeia, e falavam animadamente na mesa da Grifinória, fazendo planos sobre onde iriam primeiro. Rose resolveu convidá-los para que fossem juntos com ela, Alvo, Escórpio e Bella. Assim mataria dos dois coelhos com uma cajadada só, ela sabia que o irmão tinha uma “quedinha” por Lili, mas tinha medo do tio Harry, tinha certeza de que Alvo faria qualquer coisa para ficar com Bella hoje e ela não estava disposta a ficar sozinha com Escórpio.


  E assim, os seis entraram juntos em uma carruagem. Feita as apresentações todos já conversavam alegremente.


  Visitaram a Dedos de Mel, tomaram cerveja amanteigada no Três vassouras e por fim entraram na filial da Gemialidades Weasley, Escórpio parecia uma criança em meio a tantas brincadeiras, e quando deram por si nem Alvo nem Bella estavam na loja. Ela olhou para um canto onde estavam expostas algumas varinha de mentira e viu Lili e Hugo conversando animadamente muito próximos, um sorriso passou por seus lábios e Escórpio não perdeu a oportunidade.


  - O que aconteceu pra você estar com este sorriso de felicidade?


  - Se você não percebeu, Alvo e Bella sumiram, e Lili e Hugo estão muito felizes sozinhos! - Foi então que Rose percebeu o significado do que tinha acabado de disser, Escórpio olhou em volta e localizou Lili e Hugo, Pegou a mão de Rose e saiu puxando ela para fora da loja.


  - Rose se você quiser podemos voltar para a escola. – Escórpio disse tentando demonstrar naturalidade.


  - Ham...Não...Podemos continuar o nosso passeio, se você não se importar!


  - Eu? Claro que não! Podemos ir a loja da Madame Puddifoot, tomar café e comer bolinhos! – Sugeriu.


  - Sim pode ser. - Rose sabia que a loja de Madame Puddifoot era tradicional por receber casaizinhos, mas achou que não seria educado recusar.


 Entraram na loja e o cheiro de bolinhos recém assados invadiu suas narinas fazendo-os sentir fome. Procuraram uma mesa afastada que Rose fez questão que fosse longe das janelas. Fizeram seus pedidos e um silencio constrangedor recaiu sobre eles. Rose brincava com o saleiro quando ouviram um som característico que vinha da mesa em frente, como as mesas eram separadas por divisórias, não podiam ver quem era, apenas ouvir, o que fez Rose ficar da cor dos cabelos. Escórpio começou falar sobre a festa, tentando fazer sua voz sobressair-se aos sons, mas não podia negar que o ambiente não estava ajudando em nada na sua decisão de fingir que nada acontecera. Sentia cada vez mais vontade de beijar Rose, sem pensar pegou a mão dela que estava parada displicentemente em cima da mesa e começou a acariciar com o polegar, olhou-a nos olhos e assustou-se, os olhos dela eram de um azul escuro muito profundo, poderia perder-se neles, como em um labirinto sem nunca encontrar a saída.


   Rose tentava disfarçar o tremor que tomou conta de seu corpo quando Escórpio pegou sua mão, a caricia dele fazia com que uma descarga elétrica tomasse conta de seu corpo. Quando ele a encarou, pode ver seus olhos refletidos no azul acinzentado dos olhos dele. Sem perceber foram se aproximando, podiam sentir as respirações pesadas um do outro. Estavam muito próximo agora, os lábios quase unidos, quando ouviram o pigarrear da garçonete que trazia o pedido. Separarão-se assustados o turbilhão de sentimentos refletidos em seus rostos muito quente e afogueado. Comeram em silencio e quando saíram para o vento frio o constrangimento pareceu esvair-se e sem perceber estavam conversando animadamente. Encontraram Lili e Hugo um pouco mais calados do que de costume, o que com certeza queria dizer, que algo tinha acontecido, já estavam chegando perto das carruagens quando Alvo e Bella vieram correndo de mãos dadas e sorrindo muito.


  O retorno à escola foi divertido, pois passaram o caminho todo tirando o sarro de Alvo e Bella, que agora faziam questão de se beijar a todo instante.


 


 


 


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  A semana passou rápido de mais para o gosto de Rose, já era quinta feira quando um embrulho chegou no café da manhã. Lembrando-se de que enviara uma carta para a mãe pedindo que ela lhe mandasse um vestido de festa, preferiu não abrir na mesa da Grifinória onde olhos curiosos a encaravam. Subiu ao seu dormitório, e não pode acreditar no que viu quando abriu o embrulho. O vestido era simplesmente lindo Rose não podia esperar chegar o momento da festa, queria ver o efeito que faria quando Escórpio a visse.


  Censurou-se mentalmente pelo pensamento, fechou a caixa e guardou-a em seu malão, fazendo questão de trancá-lo, depois da ultima conversa que tivera com Rock, estava mantendo o pé atrás com a prima, e como qualquer garota tinha acesso aos dormitórios, achou melhor se precaver.


    O sábado chegou, junto com o burburinho crescente de expectativa. Rose preferiu passar o dia todo na biblioteca, para evitar as perguntas constrangedoras das primas e amigas. Não era segredo que iria a festa com Escórpio, mas também não queria falar sobre isso em todos os minutos do dia.


    A festa estava programada para começar as 20:00hs, e já era 18:30hs quando Rose finalmente passou pelo retrato da mulher gorda, subindo diretamente para seu dormitório.


    O dormitório do quinto ano era dividido entre Morgana, Susan, Agatha, Rose e sua prima Molly, todas se davam muito bem e neste dia em particular uma ajudava a outra com mais entusiasmo. Rose tomou banho e começou a se arrumar, fez uma maquiagem leve e optou por deixar os cabelos soltos que cascateavam até a cintura. Quando por fim colocou o vestido e calçou a sandália colocando-se de frente ao grande espelho para ver o resultado, um silencio pairou no ar, ela viro-se para ver qual era o motivo do silencio e se deparou com quatro par de olhos a olhando assustados.


  - Rose...Você...Você está linda! – Disse Morgana sinceramente.


  - Linda? Você está maravilhosa! Agatha não conseguia disfarçar a surpresa.


  - Foi tia Hemione que comprou este vestido para você, não foi? – perguntou Molly


  - Sim porque?


  - Bom Rose eu te conheço e tenho certeza que você não compraria um vestido assim!


 Rose voltou a se olhar no espelho, Molly tinha razão, ela jamais escolheria um vestido como aquele, preferiria um modelo mais simples. Mas sua mãe acertou em cheio ao escolher um vestido tomara que caia, com a parte de cima em um tecido preto todo bordado que valorizava seu busto, sem ser vulgar, e a saia dois palmos acima dos joelhos, era feita de várias camadas de tule, com uma fita de cetim cinza na barra de cada camada, o que dava volume ao seu quadril e tinha um belo caimento. Ela tinha que admitir sua mãe a conhecia muito bem, pois o vestido ficou perfeito.


 

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