Parte III
Lily chorou. Sua lágrimas inundavam o próprio rosto, que escondeu no peito do filho. Harry olhou para frente. Aberforth não estava mais lá. Nem ouvia mais os gritos da irmã fantasma dele. O que houve com eles?
– Não há ninguém ali, Harry. Você está... está sozinho - respondeu a mãe entre soluços.
– O quê? Como não? - Harry balançou a cabeça. - Ele estava bem ali! A irmã dele estava naquela casa e... - Ele olhou para a mãe. - Ele matou Hermione!
– Oh, Harry - e chorou ainda mais. - Eu sinto tanto! Tanto!
– Por quê? - Ele não entendia. É claro que houvera alguém ali.
– Eu achei que você estava bem, que você podia sair - mais lágrimas caíram. - Me perdoe, filho. Eu amo você.
– Mãe, do que você está falando? - perguntou Harry, na hora em que um homens vestidos de branco adentraram a cozinha abandonada e o levaram para fora. - Mãe! Mãe, eu não estou louco! Eu vi! Eu a toquei. Ela está lá. Ela está lá! Procure a Hermione! Mãe, por favor, não deixe que me levem! Por favor!
Lily chorava mais do que já chorara em toda a sua vida inteira. Uma dor insuportável cortou o coração da mãe de Harry como facas afiadas. Ela queria acreditar que seu filho era normal, seu amor incondicional à ele dizia isso.
Levaram Harry dali, ainda gritando, e Lily permaneceu na cozinha escura. Um policial chegou e colocou a mão no ombro da ruiva. Ela não sabia o que ia acontecer.
– A senhora está bem? - perguntou o homem. Lílian negou com a cabeça; o policial não sabia o que fazer. - Pode me dizer o por quê deste lugar? - Ele tinha de fazer o seu trabalho, pois mais que estivesse se solidarizando com a moça. - Por que seu filho escolheu essa casa?
Lílian chorou mais um pouco. Pensar no motivo que fizera seu filho ir parar ali, naquela rua, naquela casa, doía. Todos esses dois anos, Harry vivia sempre a mesma coisa. Lily olhou para o policial, que a conduziu para fora da casa.
– Posso lhe contar no... no hospital? - perguntou Lily.
O policial assentiu.
Chegando ao St. Mungus, onde Harry havia sido internado, Lílian parou, junto com o policial, em frente a uma porta com uma pequena janela. Harry estava lá, andando de um lado para o outro.
As lágrimas ainda não haviam secado do roto de Lílian. Ver seu filho ficar... louco, a fazia perder um poco da sanidade também. O policial aguardava Lílian se rescuperar; ele ainda precisava fazer o seu trabalho. De alguma forma, ele havia gostado dela.
Depois de algum tempo, Lily, ainda observando o filho, finalmente falou:
– Há três anos, nós, meu marido, meu filho e eu, nos mudamos para aquela rua. Realmente, moravam pessoas ali; naquela casa e na casa vizinha. - Uma pausa. - E, realmente, havia gritos vindo daquela casa. E lá, Harry tinha uma amga chamada Hermione.
– Tinha?
Lily assentiu.
– Uma menina se cortava e... Foi horrível! Matou-se, a poberzinha. Harry a viu uma ou duas vezes. O velho irmão dela, Aberforth, o nosso vizinho, acreditava que sua irmã era agredida por Hermione, a amiga de Harry, e... - Lágrimas escorreram no rosto de Lílian. - E... e Aberforth matou a Hermione. Harry não aceitou.
– Como assim, Harry não aceitou? - perguntou o policial.
– Entenda, Harry ficou tão... traumatizado quando viu Ariana se cortar e depois... e depois ver sua melhor amiga morta - ela balançou a cabeça, chorando. - Ele soube que fora Aberforth que matara Hermione e foi atrás ele. Culpam meu filho por isso, mas eu acho que não foi ele. Na verdade, tenho certeza de que não foi... No final, Aberforth desapareceu.
– Encontraram o corpo de Hermione?
– Sim. Mas nunca Aberforth - respondeu Lily.
– E como a senhora sabe que foi Aberforth que matou Hermione?
– De alguma forma, Harry viu ou sabe que foi ele. - Disse Lily.
– Mas as condições mentais de Harry não estão muito boas.
Lílian virou-se para o policial, encarando-o de tal forma, que o policial se retraiu.
– Eu sei o que houve com o meu filho, senhor Thomas. - Ela leu o crachá. - Mas não diga que ele não sabe de alguma coisa. Ivestigue. Isso não é o eu trabalho?
Thomas engoliu em seco.
– Desculpe, senhora - Lílian o olhou. - Lamento muito, mas não posso fazer mais nada. Não posso falar com o eu filho.
Lílian riu sem humor nenhum: - Eu sabia que você ia dizer isso.
– Lamento, senhora Potter. Ele não está em condições de dizer algo - Thomas de afasto. - Lamento. - E foi embora.
Lily balançou a cabeça, chorando. Eles nunca iriam entender, eles nunca descobririam nada do que acontecera naquela noite. Nem mesmo ela sabia. Rezava para que estes a ajudassem a entender; mas todos diziam a mesma coisa: "Seu filho não está em condições de responder às nossas perguntas".
Lílian olhou pela janelinha. Lá dentro, Harry Potter chorava.
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