AH

Capítulo 14 – AH

 

Harry estava no salão comunal depois que todos estavam dormindo. Ele estava estudando o Mapa do Maroto para encontrar um lugar seguro para que eles pudessem fazer o grupo de defesa.

Algumas salas eram grandes o suficiente, mas muitas pessoas conheciam, sendo fácil para Umbridge aparecer. Outras eram mais secretas, mas pequenas demais.

Rony tinha sugerido a Cabana dos Gritos, mas não seria fácil levar todos para lá. Mesmo com a capa dele. A Câmara Secreta tinha passado pela sua cabeça, mas tinha mais problemas que solução ai. Seria difícil esconder tanta gente entrando em um banheiro normalmente vazio, ainda mais os meninos. Descer era fácil, subir bem mais difícil. E ainda poderia trazer memórias ruins para Gina.

Ele ainda estava pensando em ter que esconder a sala por magia, provavelmente Mione poderia encontrar algo assim.

Foi quando ele escutou um som de aparatação.

- Dobby. – disse ele ao ver o pequeno elfo aparecer

Ele estava usando um conjunto estranho de roupas. O suéter que Rony tinha o presenteado no Natal passado, com meias desparelhadas e uma coleção de toucas na cabeça, provavelmente onde tinha ido acabar as obras de Mione.

- Harry Potter. – disse ele. – Dobby se ofereceu para limpar a sala da Grifinória esperando ver Harry Potter, e aqui estamos nós. Dobby esta muito feliz.

- Dobby, porque você esta com esses gorros? – perguntou

- Dobby recolhe todas as roupas que alguém esconde no lixo. – disse o elfo. – Os outros elfos se recusam a limpar o salão da comunal.  Dobby tem limpado sozinho, mas Dobby não reclama. Dobby encontrou Harry Potter.

- Nem sei o que falar. – disse ele.

- Dobby adoraria ajudar o grande Harry Potter. – disse Dobby com um grande sorriso.

- Não sei se tem algo... espera, Dobby por acaso você conhece algum lugar onde um grupo de vinte ou trinta pessoas poderiam praticar Defesa contra as Artes das trevas.

Harry já esperava uma recusa, mas nunca imaginaria que Dobby daria pulos de alegria.

- Dobby conhece um lugar assim. A Sala-Vai-e-Vem, como os elfos chamam, ou Sala Precisa. Ela pode se transformar no que quiser. Dobby usou quando Winky tomou muita cerveja amanteigada. Se tornou um quarto com uma cama para elfo e algumas garrafas de poção para curar ressaca.

- Interessante. – disse Harry. – tem como você me mostrar?

- Claro. – disse Dobby.

Em poucos minutos, Harry estava num grande salão, que tinha algumas cadeiras, almofadas e instrumentos de detecção das trevas e muitos livros. Ele pensou que Mione ia ficar deliciada e espantada por ele ter descoberto algo que não estava em Hogwarts: uma Historia.

 

- Você tem certeza disso? – perguntou Mione. – Dobby é não conhecido por suas ideias. Ele já quase te matou tentando te salvar.

- Agora é diferente. – disse Harry. – Eu fui ver a sala. E Dumbledore também a conhece. Ele disse no Baile de Inverno. Você não se lembra, aquela sala cheia de penicos.

- Disso você lembra, mas de fazer o dever não. – reclamou a monitora. – Agora temos que avisar a todos sem chamar atenção.

- Por que não pede pro Tiago. – disse Gina. – Ele pode conversar com todas as casas sem chamar atenção.

- Pode ser. – disse o moreno.

Gina chamou o menino que escutou as instruções. E rapidamente foi para mesa da Lufa-Lufa, onde se sentou perto das meninas do quinto ano.

Harry olhou para Umbridge imaginando a cara dela ao descobrir uma revolução bem embaixo do nariz dela.

 

Harry pode sentir que Mione estava meio desconfiada ainda com a ideia do grupo. Mas isso passou quando ela viu a Sala Precisa, mais precisamente os livros.

Rony preferiu dar uma olhada nos instrumentos de detecção das trevas.

Gina se jogou nas almofadas, o que fez o moreno querer se juntar a ela pelo resto da noite. Mas logo as primeiras pessoas chegaram.

- Não conhecíamos essa sala. – disse Fred.

- Sim, era um armário de vassouras quando precisamos nos esconder do Filch ano passado. – disse Jorge.

- Por isso ela chama Sala Precisa. – disse Harry. – Ela se torna o que você precisa.

Mais pessoas foram chegando, em duplas ou trios.

Tiago chegou novamente com Daphne e Astoria. Como se fosse um guarda-costas. Afinal estavam muito próximos do salão comunal da Grifinória.

Logo todos estavam ali.

Mione marcou a página do livro que estava lendo e se aproximou de Harry.

- Acho que antes de começarmos deveríamos decidir algumas coisas. – disse ela. – Tipo quem vai ser o líder.

- Pensei que já tivesse acertado que era ele. – disse Zacarias Smith apontando para Harry.

- Temos que ter certeza disso. – falou Mione. – Para não ficar nenhuma duvida. Alguém contra?

Harry viu que Daphne ameaçou levantar a mão, mas Tiago impediu com um aceno.

- Aprovado, então. – disse a morena. – Agora seria interessante que tivéssemos um nome. Ficar chamando de Grupo de estudos de Defesa não parece algo muito eficiente.

Algumas sugestões foram dadas, mas parecia ser todas inapropriadas.

- Que tal Associação de Defesa. – disse Cho. – Poderíamos usar AD, para que ninguém perceba do que falamos.

- Parece uma boa ideia. Mas seria melhor AH. – disse Gina. – Armada de Hogwarts. Já que o medo do Ministério é um exército aqui em Hogwarts.

- Gostei dessa ideia. – disse Harry com um sorriso para Gina. – Quem aprova?

Todos levantaram a mão, menos Cho que estava emburrada de Harry ter aprovado a ideia de outra.

- Bom, então acho que podemos começar com o feitiço de desarmamento. – disse Harry.

- Mas esse é um feitiço pra principiantes. – disse Smith.

- Sim, mas foi ele que me salvou na minha última luta contra Voldemort. – rebateu o moreno, calando o loiro.

Logo todos estavam se dividindo em pares. Harry ficou feliz em notar que Tiago se aproximou de Neville, já que parecia que todos estavam se afastando dele.

Em pouco tempo, a sala ficou cheia de gritos e varinhas caindo.

Harry andou pelas duplas dando conselhos, arrumando gestos e posturas, elogiando.

Ele evitou Cho, por algum motivo, ela se desconcentrava quando ele se aproximava o que deixava a amiga, que ele descobriu se chamar Marieta emburrada.

Hermione parecia ser mais rápida que Rony, mas perdeu a varinha algumas vezes. Neville parecia estar com problemas em desarmar Tiago, mas o garoto incentivava ao invés de zombar dele.

Um que parecia estar com problemas era Zacarias Smith. Já que sua varinha voava de sua mão sem que seu parceiro usasse o feitiço. Ele descobriu que os gêmeos se revezavam para aplicar o feitiço nele.

Harry pegou um apito que apareceu em uma mesa perto, quando ele pensou que precisava de um.

Ele apitou e pode ouvir o som das últimas varinhas caindo.

- Hoje foi tudo bom. – disse ele. – Entraremos em contato para marcar a próxima sessão.

Deu os últimos recados e dispensou a todos.

Depois se aproximou de Tiago, que havia se despedido das duas sonserinas.

- Por que você impediu a Greengrass de levantar seu nome? – perguntou ele.

- Porque você deve ser o líder aqui. Eles conhecem você e as suas historias, elas podem ser um pouco exageradas, mas ainda assim inspiram a todos. Eu tenho meus feitos, mas poucos os conhecem.

- Entendo. – disse Harry.

- Bom, agora é melhor você ir. Sua ruiva está esperando por você. – disse Tiago. – Vou ficar por aqui um pouco, tem algo que quero testar.

Harry se juntou a Gina e saiu da sala. Ao fechar a porta, ele percebeu a sala mudando aparecendo um sofá e uma lareira. E achou que seus olhos o enganaram, mas ele viu uma mulher no sofá.

Não pode voltar, pois a porta sumiu.

 

Umbridge entrou no gabinete do ministro com um sorriso satisfeito no rosto. Ela teve uma ideia para ganhar mais poder em Hogwarts.

- Bom dia, Cornélio. – disse ela.

- Bom dia, Dolores. – respondeu ele. – Qual o motivo desta reunião? Dumbledore fez algo que podemos usar contra ele?

- Infelizmente não. – disse ela. – Nem mesmo os professores estão fora dos padrões.

- Algo contra o Potter?

- Tentei, mas alguém descobriu sobre as penas de sangue. – disse a professora. – Ele não deixa nada escapar. Parece até um aluno exemplar. Mas eu tive uma ideia.

- Qual? – disse o ministro com um brilho no olhar.

- Acho que como Alta Inquisidora eu preciso de mais poder. – disse ela. – Eu pensei que deveria poder alterar as decisões dos professores, mudar detenções, pontos, essas coisas.

 Fudge teve uma reação oposta a qual ela esperava. Ele murchou.

- Eu até gostei da ideia. Mas tem um problema, e você já sabe qual é. – disse ele. – O tal de Tiago.

- Mas isso não tem nada relacionado com ele. – disse Umbridge. – Só tenho que evitar mexer com ele.

- As coisas podem ser mais complicadas que isso. – disse ele. – O acordo que assinei pode colocar até mesmo sua posição em Hogwarts em perigo.

- Como assim?

- Ele permite não só ele escolher as matérias, mas como mudanças na escola. Você só pode ser Inquisidora se não afetar o ‘estudo’ dele. Você mesma sabe que não pode fiscalizar aulas que ele está. E se mandar um professor embora, ele pode mantê-lo lá. E qualquer aluno pode ter aulas com ele. Isso só dividiria a escola e atrapalharia nossos esforços. Não poderíamos nem mesmo tirar Dumbledore de lá.

- Como você pode fazer um acordo assim? – perguntou ela desesperada.

- Ele é um fenômeno. Mesmo tendo sido expulso quatro vezes de escolas pelo mundo. Todos os ministérios queriam ele. E fiz o acordo antes de tudo acontecer. Já tinha fechado com Madame Maxime a transferência dele para cá antes do fim do Tribruxo.

- Terei que evitar ele então. – disse ela.

 

Rony, Neville e Harry estavam conversando sobre a mudança na aula de Adivinhação, quando subiam para o quarto.

Lá encontraram Tiago trocando de roupa.

O que chamou atenção foi justamente quatro linhas que saiam de seu ombro esquerdo até quase sua bacia do lado direito. Eram cicatrizes antigas, finas e bem esbranquiçada.

- O que foi isso? – perguntou Neville assustado.

- A curiosidade Matou o Gato.  – disse Tiago.

Neville deu um passo atrás, como se tivesse feito algo errado. Harry já ia reclamar da falta de educação do outro garoto.

- Isso que aprendi com essas cicatrizes. – voltou a falar Tiago. – Quando tinha uns seis anos, fui atraído por um som, e mesmo sendo alertado pra não ir, eu fui. Ganhei um belo machucado. Sorte que já sabia um pouco de magia de cura, meu guardião insistiu que eu soubesse mesmo sem ter idade. Claro que se fosse um bruxo adulto fazendo o feitiço não teria isso.  Meu guardião sempre disse que o que me mataria seria a minha curiosidade. Tenho tomado minhas providencias para evitar isso.

O silêncio reinou por alguns segundos no quarto.

- Dizem que as meninas gostam de cicatrizes. – disse Neville, mais seguro em conversar com o companheiro de quarto.

- Minha namorada gosta. – respondeu Tiago. - Apesar de que ela só as viu depois que começamos a namorar. Mas nada comparado com a dele.

- Nenhuma menina quis ficar comigo por causa dela. – disse Harry.

- Depois o tapado sou eu. – disse Rony.

 

Harry estava satisfeito com as seções da AH. Já tinham visto feitiços Escudo, Estupefaça, e mais alguns.

Todos estavam indo bem. A imprevisibilidade dos dias estava mantendo Umbridge longe.

Mione encontrou um feitiço para comunicação e colocou em um galeão falso. Era só alterar a data na moeda de Harry e todas as outras esquentavam e mudavam o número.

Mas hoje eles não teriam seção. Lufa-lufa estava treinando. O Campeonato de quadribol está para começar.

Ele e Gina estavam abraçados olhando para uma janela. A lua cheia reinava no céu.

- Nunca pensei nisso, Potter e Weasley juntos. Tem como piorar? – perguntou Draco Malfoy atrás deles.

- Tem. – disse Harry. – Você aparecer. Aliás, isso estraga qualquer coisa.

- Potter, eu sou monitor. Posso fazer o que quiser. Posso dizer que encontrei vocês duelando aqui. – disse o sonserino.

- Não tenho medo de você, Malfoy. – disse Harry.

- Devia ter. Vocês acham que eles acreditarão em quem? Em mim, um monitor com um pai respeitável, ou em um lunático e uma pobretona?

- Eu acreditaria neles. – disse Dumbledore atrás do Malfoy.

 Com ele estavam Minerva, Snape e Tiago.

- Eles iam me enfeitiçar. – disse o loiro.

- Eu acredito que sim. – disse o diretor. – Você estava pedindo. Claro que seria errado, mas algumas vezes pode fazer as pessoas calarem a boca. 

- Mas... qual será a punição deles?

- Nenhuma. Não posso punir alguém pelos seus pensamentos, somente pelas suas ações. – disse Dumbledore. – Mas pelas suas eu posso te punir. Estou retirando seu status de monitor. E terá uma semana de detenção com Filch. E as detenções anteriores serão julgadas, e se forem abusivas, você terá que cumpri-las a cargo de aprendizagem. Avise para A Srta Parkinson que ela também está sobre investigação.

- Isso não pode acontecer. Meu pai ficará sabendo disso. – disse Malfoy.

- Ele não tem poder sobre Hogwarts, mesmo ele sendo amigo do ministro. – disse Dumbledore dando um olhada para Tiago. – Seus horários serão divulgados no café de amanhã. Agora vocês estão dispensados.

Harry e Gina não perderam tempo e saíram de lá. Muita gente ficaria feliz com essa noticia. Malfoy saiu praguejando. Tiago, simplesmente sumiu como se nunca estivesse ali.

- Agora teremos que escolher um novo monitor para Sonserina. – disse Dumbledore para Snape.

- Draco era o que possuía as melhores condições para o cargo. Infelizmente, seus ideais de pureza atrapalham seu discernimento. E tinha que manter Lucio feliz.

- Isso seria fácil de explicar. Basta dizer que as atitudes do menino estavam atrapalhando mais que ajudando a causa. Que afastavam mais as pessoas de Voldemort que atraiam para ele.

- Poderia colocar Tiago como monitor. – disse Minerva. – Afinal ele representa todas as casas.

- Seria a solução. – disse o mestre de poções.

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