A melhor equipe do mundo
A melhor equipe do mundo
Amanda ficou olhando para a porta suja e pensando: como alguém poderia morar num bar tão pequeno, velho e sujo daqueles? Era praticamente impossível pra ela que Denis morasse lá.
Ele ergueu a varinha, mas girou a maçaneta da porta com a mão. A porta se abriu e ela viu o corredor: era infinito, ou grande o suficiente para que não se pudesse ver o fim. E tinha também uma fumaça branca que flutuava, sumia e reaparecia no alto novamente. Ela foi dar um passo à frente, mas um movimento brusco de Denis a parou: ele erguera o braço impedindo a passagem dela e disse:
- Não se mova agora! Já vamos entrar.
Ele fechou os olhos, como se estivesse se concentrando. Apontou a varinha na direção do corredor. Abriu os olhos e disse:
- Expecto Patronum!
Uma luz saiu da varinha como se fosse um jato de ar azul-prateado e foi se enchendo, ocupando mais espaço e aumentando de tamanho. Depois tomou a forma de um animal, uma lontra azul-prateada, que rodopiou no ar e saiu voando rápido em direção ao corredor, e quando ela percorreu uma certa distancia, a fumaça branca abandonou o ar e uma fumaça preta tomou conta do corredor inteiro e veio voando rápido, tomando conta de tudo, parecendo que ia sair da casa e engolir os dois... E quando ela se aproximou da porta para engolí-los... Ela parou. Se dissipou de uma vez, e dessa vez apareceu um corredor novamente, mas era diferente. Era longo, mas dessa vez conseguiu-se ver o fim. Tinha alguns quadros pregados, aparentemente, todos eles estavam vazios. E a luz que iluminava o corredor era uma lamparina pendurada no teto que brilhava branco. As paredes eram azuis, o que chamava mais atenção ainda para as lamparinas brancas.
- Vamos.
Denis disse isso e eles entraram, andando devagar pelo corredor, que ao fim de alguns passos terminaram, então eles viraram a direita, e Amanda olhou a esquerda e viu a entrada de um campo de terra e virou a direita junto de Denis. Eles atravessaram esse corredor que, tinha várias portas fechadas dos dois lados. Chegaram no final do corredor e ela viu: uma sala ampla com três mesas quadradas no meio da sala, e dos cantos havia um armário preto fechado, e dos outros cantos tinha três estantes repletas de livros. Eles atravessaram esta sala também e ouviram ao longe uma voz no fundo do outro corredor:
-... Eu ainda acho que devíamos fazer uma busca. Ele sumiu há quase 24 horas e já apareceu no Profeta Diário...
Outra voz, um tanto mais grave interrompeu a outra:
- Não precisamos no preocupar com ele. Ele nunca falhou antes... E temos outras preocupações neste momento...
- Nossa preocupação é com ele neste momento. Com ele e com o herdeiro. Acho que devemos fazer uma busca...
- Eu acho que não precisamos fazer isso...
Neste momento Denis irrompeu silencioso dentro da sala e disse num tom mais sério, como se estivesse participando da reunião desde o começo:
- Eu também acho que não devíamos nos preocupar com ele...
Amanda irrompeu na sala a tempo de ver os rostos felizes que se formavam ao verem Denis na porta, e a primeira coisa que Amanda percebeu foi que os dois eram jovens, mais ou menos da idade de Denis.
- Onde você estava? - Quem perguntou era um garoto, o que parecia ser o mais novo dos três. Tinha os cabelos numa altura adequada, nem alto nem baixo demais, e eram muito encaracolados. Tinha marcas de espinhas secas, que devem ter aparecido quando era mais novo e era sem sombra de duvida o mais baixo dos três. Também era magro e tinha um ar engraçado ao conversar, como se estivesse disposto a rir a qualquer momento.
- Primeiramente, boa tarde. Como vocês estão?
- Boa tarde. Estamos ótimos, obrigado. Por que você demorou tanto? - Dessa vez quem disse foi o outro garoto, ele tinha a pele muito clara e os cabelos muito lisos e negros, que caiam em sua testa. Não tinha marcas de espinha e tinha mais ou menos a mesma altura de Denis, se houvesse diferença seria por pouco mais de um centímetro. Era jovem também, e tinha a voz mais grave que a do outro. Não aparentava o mesmo ar de riso que o amigo, e sim uma voz mais seria e mais grave.
- Ah... Imprevistos. Agora deixe-me apresentar a vocês... - E ele fez uma reverência como se exibisse Amanda a todos e disse: - Essa é Amanda Weasley.- E se virando em direção a ela, fez a mesma reverência, mas dessa vez mostrando os garotos e completou a apresentação: - E esses são Victor - Era o garoto mais alto - e esse é o Wesley, mas todo mundo chama ele de Puff.- era o garoto menor - é um apelido estranho... Mas é a verdade.
- Prazer... - Ela disse meio sem graça, pois não tinha idéia do que dizer a eles.
- Não precisa ficar desse jeito, nós não mordemos. - Disse Puff de uma maneira simpática.
Ele sorriu, mas ainda não tinha nada a dizer a eles, não os conhecia...
- Eu não quero parecer o mais chato da equipe, mas... Temos que decidir o que vamos fazer em relação ao problema. - Disse Victor num ar mais sério.
Amanda percebeu que teria de ser particular, e ela estava sendo o incomodo.
- Me desculpem. Eu vou me retirar... Denis, pra onde eu posso ir?
- Pra lugar nenhum. Você fica. - E vendo o olhar de surpresa dos outros dois - Não se preocupem, ela é confiável. E até já sabe certa parte da historia.
- Certo. Até que parte ela sabe? Pra nós podermos retomar...
Amanda achou essa atitude estranha. Esperava que eles brigassem entre si, discutissem ou talvez ate se enfeitiçassem para não mantê-la escutando a conversa. Talvez pensara isso porque era o que seus pais fariam ou sempre fizeram quando não queriam que ela escutasse assuntos do Ministério.
- Ela sabe até a parte em que Potter criou a Nova Ordem, mas não sabe por que.
- Tudo bem - dessa vez era Puff quem dizia - O seu avô criou a nova Ordem para...
- Meu avô? Pensei que tivesse sido Potter... Harry Potter.
- Harry Potter não é o seu avô?
Puff e Victor se olharam e voltaram rapidamente seus olhares para Denis: O que ele não havia contado pra eles? E ele entendeu os olhares rapidamente e começou a se explicar:
- Ela é a garota errada. O Comensal da Morte que as atacou também não tinha idéia de qual das duas era a garota certa, tivemos um desentendimento e...
- Desentendimento? Ele tentou explodir minha amiga e quase nos matou, e depois...
- Voltando ao assunto... Tivemos um desentendimento e eu levei Amanda ao invés de Cristina.
- E por que você não voltou para Hogwarts?
- Eu tentei, mas vários deles apareceram e não tinha como voltar sem a ferirem...
- Você é menor de idade? - Perguntou Victor a ela.
- Sou, e qual é a diferença?
- Faz muita diferença. Com certeza faz.
E Puff quis saber o resto da historia:
- E ai? O que aconteceu depois de Hogsmeade?
- Nada importante, só alguns atrasos.
Ela achou estranho ele dizer aquilo:
- Você chama duelar com bruxos das trevas de atrasos? Nós fomos atacados quatro vezes em menos de 24horas! Como podem ter sido apenas "atrasos"?
Ele respondeu com a calma que sempre aparentava para responder perguntas complicadas:
- Pra mim não passaram de atrasos, afinal, nem fizeram um arranhão na gente, não foi?
Dessa vez Victor dirigiu a palavra a Amanda:
- Denis está certo. Não foram duelos difíceis e não contribuiu em nada na experiência dele. Só foram atrasos.
- Estamos acostumados a duelos mais complicados, acredite!
Ela pareceu acreditar, contrariada com os argumentos deles. Mas estavam certos: em nenhum dos duelos que ela presenciou, Denis fora atingido ou enfeitiçado.
- Vamos voltar ao assunto mais importante: a Nova Ordem.
- Amanda, se você tiver alguma duvida, pergunte. Agora eu vou poder te esclarecer tudo.
Ela pensou um pouco e perguntou:
- Quem faz parte dessa “Nova Ordem"?
- Eu, Victor e Wesley. Entre outros...
- O que eu não entendo é: por que se criou essa "Nova Ordem" e o que eu e Cristina temos a ver com isso?
Puff respondera a pergunta, aparentemente sem consultar os amigos.
- James McEffron Jr..
Eles olharam para ele quase o fulminando com os olhos.
- James McEffron? O Ministro da Magia? O que ele tem com isso.
Victor interviu antes que Puff resolvesse falar outra vez:
- Ele é o ponto em tudo. E a razão do funcionamento da Nova Ordem.
- Continuo sem entender... Quero dizer: McEffron foi eleito o melhor Ministro da Magia do todos os tempos no Semanário dos Bruxos deste ano. Como ele poderia representar algum problema?
- Esse é o problema, McEffron é perfeito, o menino prodígio. Do Ministério, melhor, mais habilidoso e mais supostamente justo que o pai. Nunca levantaria nenhuma suspeita de nada que fizesse.
Ao ver o rosto de dúvida dela, Puff disse algo mais sensato:
- Acho que ela não sabe nada sobre a Ordem, não é? Afinal, ela nem é a garota... Como poderia saber?
Victor completou o raciocínio do amigo:
- Vamos ter de contar a história desde o início.
Denis, que até agora estava calado, saiu do silencio:
- Eu já contei uma parte da historia pra ela.
- Então você pode ter as honras de continuar.
- Certo. Vamos lá então: - ele respirou fundo e continuou a narrar os fatos. - Paramos na parte em que Potter encontrou as pessoas certas...
- E para que ele precisava dessas pessoas certas? Tinha a Seção de Aurores inteira sob seu comando...
- E que também estavam sob controle do Ministro, justamente aquele que não queria deixar Potter agir. - cortou rispidamente Victor.
- Mas Potter podia pedir aos meus avós e outros amigos dele para ajudá-lo...
- Poderia, mas o Ministro também percebeu isso e mandou vigiá-los.
- Então só sobrava uma opção: alunos novos de Hogwarts.
- Alunos novos?
- É, alunos que ainda não tivessem fama, não fossem conhecidos ou fizessem alguém sentir sua falta em Hogwarts. Você não consegue pensar em ninguém que se encaixasse nesses padrões?
- Os nascidos trouxas?
Eles se entreolharam rapidamente, e Denis retomou a conversa:
- Sim, só os nascidos trouxas poderiam realizar os pedidos de Potter sem serem encontrados ou vigiados pelo Ministério.
- Mas, mesmo os nascidos trouxas tem os rastreadores do Ministério.
Victor interrompeu para explicar algo, antes que pudesse escapar.
- Na verdade, os rastreadores são colocados nas varinhas, então quando os bruxos de onze anos as compram, são rastreados automaticamente.
Denis retomou a conversa:
- Potter precisava de nascidos trouxas em primeiro lugar, antes de tudo. Então há dez anos, quando ele se tornou Diretor de Hogwarts tudo ficou mais fácil. Pois ele próprio receberia a lista dos nascidos trouxas para serem explicados sobre a escola e as outras coisas. Foi só escolher quem ele queria, uma boa razão para eles preferirem ir com ele, a ir à escola.
- Então ele achou os nascidos trouxas? Mas como eles aprenderiam magia? Sem poder ir a Hogwarts?
- Hogwarts é uma escola, um lugar para aprender, mas quem realmente ensina são os professores e os livros. Potter arrumou um lugar, aumentou ele para o tamanho necessário e levou os garotos para lá. Mas ainda havia outro ponto: Quem iria ensinar?
Até agora ele tinha feito tudo sozinho, mas não podia simplesmente abandonar Hogwarts e sumir do mapa. Então ele precisou arrumar as pessoas certas para fazer tudo funcionar.
- E que eram essas pessoas? - Ela pareceu se espantar com a própria pergunta, e começou a falar baixíssimo, quase sem mover os lábios. E num segundo ela mudou sua fisionomia de espantada para conclusiva e retomou o assunto: - Vocês são os nascidos trouxas dessa historia, não são?
Os três responderam em uníssono:
- Somos!
- É por isso que vocês sabem a história toda, sabem das pessoas, sabem dos lugares, da Nova Ordem...
Ela parecia incapaz de aceitar o que acabara de ouvir, mas mesmo assim resolveu retomar o diálogo:
- Então... Agora que vocês sabem que eu sei, que tal me contar os nomes das pessoas?
- Nossa! Pensei que você soubesse o tempo todo! - Era Puff comentando outra vez.
- Isso não vem ao caso agora. O importante é retomarmos a conversa... Onde paramos?
Victor que respondeu agora:
- Na parte em que Potter chama as pessoas certas.
- É mesmo. Amanda como você já deve saber, Potter pediu a ajuda de Hermione e Rony Weasley, seus avós, que foram nossos professores nos primeiros dias.
- Onde vocês ficaram pra aprender o que precisavam?
- Ficamos aqui mesmo. Potter fez uma variedade de Feitiços Defensivos, desde os mais simples até os mais complexos, para nos proteger de bruxos das trevas e do próprio Ministério.
- E as varinhas? Como conseguiram as suas sem que o Ministério os registrasse?
- O maior fabricante de varinhas de todos os tempos: Olivaras.
- Mas Olivaras não está aposentado?
- Está, mas ele não negaria um favor tão pequeno desses para o Herói do Mundo Bruxo, não é?
Ele não levaria nem uma semana para construir três varinhas comuns a três jovens bruxos. O maior problema era os rastreadores, mas Olivaras conseguiu ultrapassar esse problema com facilidade, deixando apenas as varinhas pra nós.
- Mas quem ensinava tudo a vocês?
- Nessa parte Harry se empenhou mais, trouxe professores excepcionais para nos ensinar: Rony Weasley, Hermione Weasley, Neville Longbottom, Luna Longbottom, Teddy Lupin, Gina Potter e o próprio Harry Potter, entre outros.
- Eles davam aulas de tudo? Como eles faziam para não serem vigiados pelo Ministério?
- Eles nos visitavam de vez em quando, e o único professor em tempo integral era Teddy Lupin, até aprendermos tudo.
- Mas você não acha que se tivesse ido pra Hogwarts, você teria aprendido mais?
- Não, pois Potter já foi professor em Hogwarts e sabia o nível de aprendizado da escola. Então ele resolveu fazer algo novo: não tínhamos deveres, então sobrava muito tempo livre, que usávamos para praticar nossos métodos.
- Que métodos?
- Nós aprendemos uma variedade de feitiços muito grande em pouco tempo, sabíamos vários contrafeitiços e idéias novas de como usá-los. Então Lupin reformou a casa com magia e fez o Campo de Treinamento. É um lugar onde temos que cumprir vários tipos de desafios diferentes, aleatórios, e com alto nível de dificuldade. Serve para treinar nossas emoções e nos ensinar a agir com calma, e aumentar os nossos resultados.
- Que tipos de desafios têm nessa sala?
Então Victor retomou com notável prazer na voz:
- Bichos- papões, centauros, trasgos, gigantes, lobos, etc.. E temos também o nosso próprio Clube de Duelos 11 d.
- Clubes de Duelos 11 d?
Dessa vez Puff retomou com a mesma empolgação na voz:
- É um Clube de Duelos mágico onde aparecem os nossos inimigos por pura magia, não são reais fisicamente, mas seus feitiços tem verdadeiro efeito em nós, e vice-versa. Acontece o mesmo com as outras criaturas mágicas, pra dar um real efeito no treinamento e melhorar o aprendizado.
- Por que não vamos dar uma olhada pela casa? - Convidou Victor.
- Por mim tudo bem! - Respondeu Amanda.
Então todos se levantaram e saíram pela outra porta, onde deram de cara com um grande corredor e varias portas. Seguiram em frente onde a primeira porta tinha uma placa escrita: D.W.O. Denis abriu a porta e disse:
- Bem vindos ao meu quarto!
Eles entraram e viram um quarto enorme com varias estantes na parede repletas de livros, uma cama que cabia três pessoas, no teto pendia um globo terrestre e numa das estantes havia pergaminhos enrolados. O quarto era bem iluminado e tinha muito espaço físico no meio e ao canto havia uma mesa com um tabuleiro de xadrez.
Apos alguns minutos observando o quarto eles saíram, andaram alguns metros e entraram no próximo quarto. Tinha uma placa escrita: V.G.C.
Era um quarto grande semelhante ao de Denis, era circular que possuía uma grande imagem que girava em torno do quarto. Tinha media iluminação, e possuía uma enorme vidraça reluzente, onde continha vassouras de corrida muito novas e polidas, expostas como se fossem troféus. E do lado contrário havia outra vidraça, porém menor e possuía alguns troféus e medalhas e uma bola polida como as vassouras e de cor preto e branco, Ao fundo havia a cama que tinha uma cabeceira em forma de um falcão com as asas abertas com topázios muito azuis cravejadas e tinha ao lado da cama um criado-mudo muito pequeno se comparado com a cama.
Após admirarem o quarto alguns minutos saíram e se dirigiram ao próximo quarto, que possuía tal placa: W. G. C..
Eram um quarto muito escuro e grande como os outros. Nos cantos possuía duas estantes com poucos livros e presos parede grandes frascos com líquidos coloridos com plantas e criaturas dentro. No centro do quarto, o que mais chamava a atenção era uma grande mesa com caldeirões pequenos frascos com apenas líquidos coloridos.
Eles saíram mais rápido deste quarto que dos outros, pela falta de iluminação. Puff fez um muxoxo, mas concordou em sair do quarto. Eles passaram direto por um quarto que tinha a placa seguinte: T.R.L. Andaram mais alguns segundos e se dirigiram para uma sala fechada com um enorme portão de aço. Victor apontou a varinha e a porta rangeu, e devagar se abriu.
Era a maior sala que eles já tinham entrado: maior que os três quartos juntos e muito espaço vazio. Não tinha nada dentro e também era muito alta e bem lá no alto tinha um escrito malfeito de vermelho: 11D .
Amanda ficou eufórica ao ver a sala enorme e ao mesmo tempo vazia. Reparou que os outros três sorriam, pela cara de aparente surpresa e desconhecimento dela. Então Puff quebrou o silêncio:
- Então? O que você quer enfrentar?
Ela não entendeu realmente o significado, então não respondeu. Eles repararam seu rosto de nervosismo e excitação e Victor aconselhou-a:
- Escolha o seu desafio. Tente algo mais fácil como um bicho-papão!
Ela ainda aparentava surpresa e nervosismo.
- Como assim? Eu não estou entendendo...
Denis tomou o assunto e disse:
- Veja o que eu farei. - Ele apontou a varinha e disse com a voz alta e ressonante - ARANHAS!
Houve um estrondo de ferro remoendo, a sala se tornou escura e ouviram-se passos de muitas pernas finas, rápidas e compassadas. Victor e Puff empunharam as varinhas e deram apenas um passo para trás. Amanda ficou esperando... Os passos vinham se aproximando... E de repente com um guincho de fúria saltaram três aranhas ao mesmo tempo pra cima de Denis. Amanda deu um grito de pavor e deu vários passos atrás, mas Denis já tinha saltado para o lado e pronunciado o feitiço:
- Arania Exumai!- Uma luz azul saiu da varinha e as três aranhas foram projetadas para trás, e houve silencio. Elas tinham sumido.
- Viu como é fácil? - Perguntava Puff muito empolgado para ela.
Mas ela ainda estava aterrorizada e não respondeu. Victor falou antes de Puff:
- Agora eu vou cumprir um desafio!
Ele apontou a varinha para a marca de tinta e disse em voz alta e ressonante:
- Centauro!
Houve o mesmo barulho ferro remoendo e logo quatro patas fizeram estrondo pela sala, e um alto zunido ecoou pela sala. Ao mesmo tempo Victor já dizia:
- Protego!! - Rapidamente enquanto a flecha nem tocara o chão ele mirou no escuro e enfeitiçou: - Estupefaça!
Houve um lampejo e um urro de dor. Neste momento via-se um enorme centauro saindo da escuridão e atirando flechas rápidas para todos os lados, Victor se desviou de algumas e defendeu outras, mas o centauro era rápido e já estava levantando as patas dianteiras para lhe atacar. Victor usou seu reflexo rolando para o lado enquanto o centauro permanecia no ar, mirou em uma fração de segundo no pescoço dele e pronunciou:
- Incarcerus! - Cordas grossas enrolaram no corpo e pescoço do centauro, o fazendo urrar de dor e tombar no chão. Victor mirou em seu rosto com uma enorme calma e sangue frio e acabou o duelo: - Estupefaça! - Um lampejo brilhante saiu da varinha e desfocou os olhos do centauro recém-estuporado.
Amanda perdeu um pouco do medo da sala e pareceu até se interessar nela.
- Como funciona? A sala? - Perguntou ela demonstrando interesse.
- É muito fácil - Quem respondia era Puff - Você só precisa imaginar o que você quer enfrentar e a sala o reproduzirá pra você.
- É assim que nós temos treinado. - Concluiu Denis.
- Mas... E os feitiços que você usa? Nem todos são próprios para duelos.
- Isso é o que nós chamamos de Duelo Diferente. Enquanto os outros bruxos usam os feitiços convencionais, nós usamos qualquer um que esteja ao nosso alcance, independente do efeito e de ser de duelo ou não.
Ela fez cara de surpresa, e Victor explicou melhor:
- Por exemplo: se dois caras vierem correndo atrás de você, o que você lançaria neles?
Ela pensou um pouco e respondeu:
- Eu lançaria um Feitiço Estuporante. - Disse ela convicta.
- Você acertaria um deles. E o outro teria tempo de mirar e acertar você.
- E qual seria o certo pra você?
- Um Feitiço Explosivo, porque mesmo que não acertasse nenhum dos dois, os espalharia e me daria tempo.
- Certo. Estou começando a entender...
- Podemos lhe mostrar melhor como funciona - Era Puff falando todo empolgado - Que tal chamar um trasgo adulto?
Os outros dois assentiram e apontaram as varinhas ao mesmo tempo para a marca de tinta. Puff disse em voz alta e ressonante:
- Trasgo Montanhês adulto. Campo imaginário.
Nesse mesmo momento a sala grande e escura se transformou em um campo com grama baixa e pedras largas e altas. Batia uma brisa fraca. A alguns metros de distancia viram um alto trasgo montanhês, com um enorme bastão de tronco de arvore, urrando e olhando para os lados, a procura de uma presa para matar. O sol brilhava alto, o que facilitava a visão do trasgo que se aproximava, e o campo gramado parecia não ter fim.
Eles empunharam forte as varinhas e esperaram. Quando o trasgo chegou a uma distancia em que a sombra dele quase chegava aos garotos, eles se entreolharam. Puff saiu correndo em direção ao trasgo furioso. Ele não chegava nem ao joelho dele, e o pé do monstro o esmagaria de uma vez, mas ele corria, e corria rápido. Quando ele chegou mais perto o trasgo tentou um golpe direto com o tronco da árvore, mas Puff era mais ágil e desviou antes que os sentidos lerdos do trasgo percebessem, e nesse movimento ele já estava embaixo dele, um lugar perigoso para se ficar, mas que possuía um amplo espaço para mirar. Puff disse o feitiço:
- Estupore!! - Um lampejo vermelho saiu e acertou o trasgo, mas ele nem gemeu de dor.
Puff rolou automaticamente para trás, mas o trasgo o viu e já estava posicionando o tronco pontiagudo para matar seu inimigo. Quando o tronco estava descendo em alta velocidade ouviu-se a voz de Denis:
- Impedimenta! - e o movimento do trasgo parou no ar. Nesse momento Victor já estava se movendo pelo lado esquerdo do trasgo, mirou-o e pronunciou:
- Incendio!! - E labaredas muito azuis acertaram em cheio o rosto do trasgo, que já estava tentando acertar o tronco em qualquer lugar, Puff já se movia ao redor dele e enfeitiçava:
- Reducto! - O tronco se partiu, e os estilhaços caíram. Denis já estava mirando nas pernas dele e dizendo:
- Incarcerus! - Grossas cordas enrolaram as pernas dele, que cambaleou, e urrou de raiva. Victor subia por uma pedra muito alta e saltava, mirou no rosto dele enquanto ainda estava no ar e lançou:
- Conjuntivictus! - O trasgo deu um grito de dor ao sentir o feitiço nos olhos, e cambaleou. Nesse meio tempo Denis e Puff já estavam lado a lado mirando na nuca dele e dizendo:
- Estupefaça! - E o trasgo tombava com um grande baque seco.
Eles sorriam com a aparente vitória. O corpo do trasgo sumiu e o campo gramado desapareceu, e eles reapareceram na sala deserta e tranqüila. Eles se juntaram e aproximaram de Amanda, comentando brevemente sobre a luta rápida contra o trasgo. Ela olhava seria e sonhadora:
- Vocês são malucos? Lutar com um trasgo montanhês adulto? Não é coisa de gente normal.
- Pra nós é coisa simples. Estamos acostumados. - Comentou Puff.
Victor perguntou algo que estivera em duvida desde a chegada dela:
- Você saberia fazer o que fizemos agora?
- É claro que não...
Victor disse numa voz critica e desprezível:
- Com os ensinamentos de Hogwarts seria impossível fazer isso.
Puff comentou também:
- Eles só ensinam o básico para se viver na sociedade bruxa, não para fazer missões como essas.
- Mas o que vocês fazem é muita loucura!
- Nós fomos treinados para fazer essas loucuras, e se você quer continuar conosco, terá que aprender a duelar. - Victor disse rispidamente a Amanda.
- Mas eu sei duelar! - Respondeu ela rispidamente também.
- Então duele comigo. - Desafiou-a Victor. Ele deu um sinal como uma piscadela para eles sem Amanda perceber.
Ela se encheu de coragem e respondeu rapidamente:
- Será uma honra derrotá-lo.
Eles se posicionaram um em frente o outro, fizeram uma reverencia, Eles se afastaram a vinte passos de distancia. Empunharam as varinhas e se prepararam. Puff começou a contar:
- Um... Dois... TRÊS!
Amanda começou rápido:
- Estupefaça!
Victor nem se moveu, e defendeu calmamente comum Feitiço Escudo. Ela parou e reparou: ele já tinha tido tempo de contra-atacar, mas não fizera nada exceto observá-la. Então ela resolveu mudar a situação:
- Estupefaça! - Um lampejo brilhante saiu voando rápido, e no ultimo segundo Victor defendeu:
- Protego! - E uma parede transparente protegeu Victor do feitiço.
Ela continuo a observá-lo e resolveu mudar tudo de maneira drástica:
- Petrificus Totalus! Incarcerus! Everte Estatum! - E vários lampejos de formas diferentes voaram em direção a ele. Victor apenas movimentou a varinha numa reverencia e disse:
- Protego! - Defendeu-se dos feitiços, moveu-se rapidamente para o lado e atacou:
- Expelliarmus! - Amanda se moveu e surpreendentemente se esquivou, lançou um feitiço:
- Serpensortia! - E da ponta da varinha saiu uma cobra enorme e de aspecto tenebroso, que avançou pra cima de Victor, que lançou:
- Vipera Evanesca! - a cobra pegou fogo e Victor resolveu acabar com o duelo:
- Estupefaça! - E uma rajada brilhante voou e acertou Amanda que estava perplexa com o contrafeitiço usado para matar a cobra.
Ela desmontou no chão e Victor guardou a varinha e saiu dizendo:
- Denis, acorde-a e ensine algo decente a ela. Pode ser que ela precise...
Puff saiu com ele deixando Denis e Amanda desmaiada a sós.
Denis segurou no ombro dela, apontou a varinha e disse:
- Enervatte! - Ela acordou como se tivesse levado um choque. Olhou em volta e só viu Denis ajoelhado ao seu lado.
- Eu fui estuporada, não fui?
- Foi. - Respondeu Denis calmamente.
- Esse modelo de duelo diferente de vocês realmente funciona. - Disse ela numa voz compreensiva.
- É por isso que somos a melhor equipe do mundo! - Eles sorriram e ficaram se olhando por um tempo.
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