Rose

Rose passou a manhã inteira trancada em seu quarto, para falar a verdade, ela não sabia nem se tinha dormido, desde a noite anterior ela não conseguia se acalmar, não conseguia pegar no sono de verdade, talvez ela tivesse fechado os olhos por alguns minutos, não mais do que isso. Ela estava tão ansiosa, esse dia era muito especial pra ela, Hogwarts era tudo o que ela queria no mundo, e hoje era o dia em que finalmente ela iria para lá, conhecer pessoas novas, feitiços, estudar com seus primos, era tudo muito maravilhoso e assustador ao mesmo tempo, ela não sabia se ria ou se chorava da situação.

Quando ela tinha que acalmar Alvo, era fácil, ela sabia o que dizer, e era fácil esconder o que ela estava tão nervosa quanto ele, mas quando ficava sozinha em seu quarto era como se tudo viesse de uma vez só.

 

Ela viu o sol nascer, sentada ao lado da janela, ouvira quando alguém saiu do quarto ao lado, e continuou no mesmo lugar até umas nove da manhã quando sua mãe entrou no quarto para acorda-la e a viu sentada olhando pela janela.

 

- Rose, você esta bem?

- Hmm... – foi tudo o que Rose conseguiu responder, ela estava muito distraída em pensamentos para prestar atenção.

- Rose? – ela não expressou reação – ROSE!

 

Com esse grito de sua mãe, Rose acordou do transe, se assustou e tombou a cadeira para trás, caindo de costas no chão – em cima da cadeira – depois de ajuda-la a se levantar sua mãe repetiu a pergunta.

 

- Estou mãe, estou ótima.

- Não é o que parece, você esta péssima, pelo jeito não dormiu nada essa noite.

- Eu tive insônia.

- Não, o nome disso é ansiedade.

- Quem esta ansiosa? Eu? Magina! Estou ótima, perfeitamente calma.

- Estou vendo. – um leve sorriso passou pelo rosto de sua mãe – sente aqui querida – ela bateu de leve na cama – me conte o que esta te deixando nervosa.

 

Ela se sentou, e então quando resolveu falar, percebeu que não sabia por onde começar.

 

- Então querida, o que esta te deixando tão nervosa? – a voz dela estava calma e serena, como se pudesse acalmar Rose só com o tom da voz.

- Eu... Acho que... Tudo! E se ninguém gostar de mim lá? E se eu for parar numa casa diferente de todo mundo?  E se tiver sido um engano e eu seja um aborto? E se eu for uma péssima bruxa e não conseguir fazer os feitiços? E se não conseguir passar de ano? E se...

- Pode parar por ai Rose! – ela riu – Por Merlim, você nem entrou na escola ainda e já esta se preocupando com tudo isso? Em primeiro lugar, todos vão te adorar lá, não tem como não adorarem, se você for para uma casa diferente de seus primos, não tem problema, vocês ainda vão se ver muito lá e não houve engano nenhum, você é uma bruxa, e uma bruxa maravilhosa. E quanto a suas notas...

- Se você puxou metade da inteligência da sua mãe, nem tem que se preocupar. – o pai de Rose acabara de entrar no quarto.

- Mas e se eu não puxei?

- Eu tenho certeza de que puxou. – ele respondeu – você vai ser brilhante assim como ela, e não tem que se preocupar com nada em Hogwarts.

 

Rose assentiu e ficou quieta, olhando pela janela de novo, até que sua mãe falou e a trouxe de volta.

 

- Não se preocupe Rose, você vai se sair bem, sempre estaremos orgulhosos de você.

- Obrigada mãe.

 

Ambas sorriram uma para a outra e Rose se sentiu muito mais leve.

 

- Mas, o que você veio fazer aqui Ron? – sua mãe perguntou.

- Harry queria saber se Alvo não esta aqui em cima.

- O quarto dos meninos esta vazio. – ela respondeu – Por quê? O que houve?

 

Seu pai olhou para Rose, nervoso, olhou de volta para sua mãe e disse:

 

- Acho melhor conversamos isso com Harry.

 

Sua mãe lhe deu um beijo na testa, se levantou e saiu do quarto. Rose não gostou de como seu pai falou, então se vestiu saiu do quarto de saiu à procura de Alvo, ao chegar na sala, ouviu vozes vindas da cozinha, se dirigiu para lá e encontrou uma porta fechada e James escutando através dela.

 

- O que você esta fazendo?

- Shiiii! – James a repreendeu.

- Você viu o Alvo?

- Não, mas acho que sei por que ele sumiu.

- Por quê?

- Há coisas nessa família que deviam ser reveladas o quanto antes priminha, se não podem fazer estragos bem grandes. Tudo o que você tem que saber, é que os seus pais e os meus pais estão escondendo algo. E pelo jeito, você é uma das únicas que ainda não sabe da historia.

- Que historia?

- Pergunte ao seu pai. Ele sabe.

- Mas o que isso tem haver com Alvo?

- Tudo. – James olhou para um pedaço de pergaminho velho em sua mão – eu vou procura-lo, se quiser saber mais, pode escutar aqui na porta, pegue uma dessas orelhas extensíveis, comprei na loja do tio Jorge.

 

E então ele saiu correndo pela casa. Rose estava muito confusa no momento, ela estava extremamente tentada a ouvir o conselho de James, mas ainda se sentia culpada pela ultima conversa que ouvira. É claro que ela sabia que eles estavam escondendo alguma coisa, mas ela acreditava que se ela tivesse que saber, seus pais contariam, mas o fato de que James dissera que ela era uma das únicas pessoas que não sabia a deixava incomodada. No final ela decidiu não ouvir a conversa, não podia arriscar ser pega, então saiu pela porta da frente e deu a volta na casa para chegar ao quintal – a outra passagem seria pela porta dos fundos na cozinha, mas ela não podia passar por ali – ao chegar no quintal, sentou-se na grama e começou a olhar o céu, ela queria procurar por Alvo também, mas não sabia por onde começar, e James não estava a vista, devia ter sumido também. Ela se deitou na grama e ficou olhando o céu azul, as nuvens, era tudo tão calmo, e ela estava tão cansada...

 

...

Ela acordou quando sentiu uma sombra se instalar sobre ela, e alguém a cutucando no ombro, quando abriu os olhos seus primos Alvo e James estavam parados olhando para ela.

 

- Por que você esta deitada na grama?

- Por que você sumiu? – retrucou ela.

 

Ele olhou para James e disse:

 

- Te conto isso depois. – ele disse estendendo a mão para puxa-la.

- Serio Alvo, vocês dois, comecem a se explicar. Agora.

- Eu não tenho que explicar nada, eu vou é entrar e terminar de arrumar minhas coisas, boa sorte ai maninho. – e assim James saiu andando em direção a casa.

- E você? Vai fugir também ou vai me explicar o que esta acontecendo?

- Eu juro Rose, eu vou te explicar, mas não agora. Não da, não aqui. Vamos terminar de arrumar nossas coisas, e rápido. Temos um trem pra pegar.

 

Ela sentiu seu estomago revirar quando ele disse aquilo, mas assentiu e foi atrás dele. Fosse lá o que acontecesse, eles iriam para Hogwarts e seria incrível.

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