Alvo



O verão para Alvo não foi muito agitado. Ele passou quase os dois primeiros meses em uma briga constante entre a sua cabeça e James. Seu irmão, James, o provocava com tudo por motivo nenhum alem de ele ser o caçula que não podia se defender.


- Você é bem nanico né? - James começava pelas mais simples – Eu não era tão pequeno assim com a sua idade.


- É claro que era! E você ta falando do que? É só dois anos mais velho que eu, não é muito mais alto!


- Acredite no que quiser, mas as meninas não gostam de baixinhos.


- Eu não quero saber de meninas James, e nem de você!


 


E por ai já da pra saber que com as coisas mais ridículas James conseguia irritar. Acho que pelo fato dele também estar entediado o seu único passatempo era infernizar a vida de Alvo, como o dia em que ele acordou com algo que parecia pasta de dente no cabelo, mas mesmo que ele lavasse aquilo não saía e sua cabeça coçava incontrolavelmente. Ele acabou descobrindo que era uma pasta de colorir cabelo – comprada na loja de seu tio Jorge – misturada com super cola, então depois que finalmente conseguiu tirar a pasta – após dois dias de banho atrás de banho – ele descobriu que o cabelo estava verde, mas não parava por ai, o cabelo mudava de cor em hora em hora, então ele passou duas semanas inteiras parecendo um arco-íris ambulante.


- Porque você esta irritado com isso? O Teddy muda a cor do cabelo dele o tempo todo! É muito maneiro!


- O Teddy é metamorfo, eu não!


- O Teddy é legal também, ao contrario de você.


- Então vai perturbar ele!


- Não posso. Faz dias que ele não me da a mínima, não quer que eu vá visita-lo e não quer vir pra cá! – pela primeira vez Alvo sentiu pena de seu irmão, ele parecia realmente triste com isso.


- Ele só deve estar ocupado. Tenho certeza que a avó dele ainda não parou de encher a paciência dele pra arrumar um emprego de verão.


- E quem disse que eu quero a sua opinião nanico? – e o velho James voltou.


- Eu só estava querendo ajudar! Por Merlim você é insuportável!


 


Mas as brigas não paravam por ai, certo dia no jantar estavam todos na mesa sem uma única conversa, Lily brincava com sua comida, James comia esganado e Alvo, bem, Alvo comia pra evitar alguma bronca. Seu pai na esperança de quebrar o gelo disse:


- Então Alvo, como esta se sentindo com a expectativa de seu primeiro ano em Hogwarts?


- Eu... Bem... Não sei. – Alvo realmente não sabia, mas seu estomago embrulhava toda vez que pensava nisso.


- Esta ansioso? – por que seu pai continuava insistindo?


- Eu não estaria ansioso se fosse ele – James tinha que fazer comentários! – principalmente quando ele tem uma grande chance de ir parar numa casa de perdedores ou pior, de metidos.


- Cale a sua boca James! – ele tinha tocado na ferida de Alvo. A maldita seleção.


- Meninos! Que modos são esses? – Gina, mãe de Alvo sempre intervinha quando estava perto, o problema é quando ela não estava.


- James, pare de atormentar seu irmão. Não existe essa coisa de casa de perdedores ou metidos. Cada casa tem sua gloria e sua historia para se orgulhar. Nenhuma é mais do que a outra. – porque seu pai tinha que parecer sempre tão calmo e seguro de tudo? Alvo tinha inveja disso.


- Não é o que aqueles garotos da Sonserina acham! – James parecia realmente injustiçado, como se realmente acreditasse que estava certo e estava sendo punido por puro favoritismo.


- Alguns garotos da Sonserina podem se achar melhores. Mas não são. Nenhum de vocês é.


- Agora, voltando ao seu primeiro ano Alvo... – sua mãe como sempre muito sensata e tentando fugir de assuntos delicados.


- Eu não quero falar sobre isso.


- Mas nós temos que falar! É o seu primeiro ano, um marco importante e você vai conhecer tanta gente nova e aprender tanta coisa! – os olhos de seu pai sempre brilhavam quando ele falava de Hogwarts, era como se quisesse poder voltar e reviver aqueles anos.


- Eu não quero. Isso é irritante! Toda essa animação por causa de uma escola! – é claro que Hogwarts era importante para ele também, mas ele não suportaria falar sobre as casas novamente. Isso seria de mais para ele.


- Esta bem. Vamos respeitar sua vontade. – seu pai parecia decepcionado. Claro que isso acabou com Alvo.


 


O resto do jantar foi feito em silencio, tudo o que Alvo menos queria era desapontar seu pai, mas ele simplesmente não conseguia ir adiante com aquele assunto. A carta com a lista de materiais nem chegara e aquilo já era assunto no jantar. Ele nem conhecia Hogwarts, mas já tinha medo de que não fosse bom o bastante ou fosse parar em outra casa que não fosse a Grifinoria, toda sua família era da Grifinoria, todos esperavam que ele fosse da Grifinoria. Era como escolher entre o certo e o errado e ele não tinha escolha, se escolhesse o errado todos os julgariam e o detestariam. Mas a pior parte era que ele não podia escolher realmente. Ele simplesmente seria colocado em um banco com um chapéu na cabeça e aquele chapéu decidiria o seu futuro. Ele não tinha nem um pouco o controle da situação. Mas se fosse parar na Sonserina todos achariam que ele era culpado por isso. Disso ele tinha certeza.


...


 


Os dias se passaram e os Potter foram passar uns dias na casa dos Weasley. Alvo realmente adorava ir pra lá, sempre que eles iam a família toda ia também, então eram tantas pessoas na casa que seus pais simplesmente se esqueciam dele, e ele podia aproveitar o mundo do seu jeito.


 


Ele passava grande parte do seu tempo com seus primos que eram todos mais velhos com exceção de Hugo e Louis que não ficavam muito com eles. Apesar de infernizar Alvo em casa, James era uma paz quando estava com os outros primos, pois ele tinha outras coisas com o que se preocupar.


 


Logo que chegaram na casa, passaram o dia para lá e para cá e Alvo ficava só escutando o que James, Fred e Dominique pretendiam fazer para suas volta as aulas – alguma pegadinha que renderia mais uma carta para seus pais e faria seu pai ou sua mãe mandar mais um berrador para a escola. Mas Alvo não se divertiu muito dessa vez, ele descobriu que ficar seguindo James e seus amigos para todo canto da casa só o fazia lembrar mais e mais de Hogwarts e a Seleção, e isso era o que ele menos queria. No fim, ele passava seu dia sentado em algum canto isolado da casa lendo, pensando ou os dois ao mesmo tempo. Ele não podia seguir Teddy já que o garoto ultimamente parecia não querer companhia.


 


Na noite do dia em que chegaram foi preparado um grande jantar – vovó Molly cozinhando era considerado muito importante, afinal a comida era magnifica – o assunto não era outro se não a escola. Mas o momento mais perturbador foi quando vovó Molly quis saber quais netos iriam para a escola naquele ano, Alvo já estava ficando louco com tudo aquilo seria demais ter que falar sobre a escola na frente de toda a família! Mas é claro que o assunto continuou e após saber que Rose iria esse ano seu pai teve que se pronunciar e dizer que Alvo iria também. Quando escutou seu pai perguntar a sua mãe se ele iria esse ano – como se ele não soubesse! – Alvo respondeu primeiro, mas tudo o que conseguiu dizer foi “vou” com o melhor dos sorrisos amarelos e tentando conter a voz. Quando o assunto se voltou para a revolta de Hugo com a sua vida de trouxa e o romance entre tio Ron e tia Hermione – nojento e desnecessário – Alvo se sentiu aliviado, conteve uma risada quando Dom fez piada com Victorie e seus namorados e terminou seu jantar o mais rápido que pode.


 


Após o jantar todos ficaram conversando, trocando de lugares enquanto sua mãe, vovó Molly, Tia Fleur e tia Hermione tiravam os pratos da mesa. Alvo acabou ao lado de sua prima Rose, o silencio entre os dois era desconfortável, mas Alvo não estava no clima para conversar, ele ainda tinha que lidar com o problema da Seleção, infelizmente parecia que Rose não pensava o mesmo e começou a puxar conversa, Alvo se surpreendeu com a facilidade que conseguiu conversar com ela, parecia que seus problemas pareciam bem menores quando ele os contava a ela e não pareciam tão horríveis quando ela falava com ele. Aquela conversa com Rose foi mais aliviante do que tudo o que Alvo fizera o verão todo e então ele passou a deixar de se isolar pela casa e começou a andar com ela – e Lily que parecia ter uma admiração por Rose – conversando e rindo pelo resto do verão.


 


Certa noite, quando tio Gui, tia Fleur, Victorie, Dominique e Luis estavam de partida – contra a vontade de Victorie e Dominique – Alvo se pegou pensando quando as cartas chegariam, é claro que ele continuava nervoso com a Seleção, mas muito menos do que antes, Rose o tinha tranquilizado bastante nas ultimas semanas e ele tinha resolvido que não iria pensar nisso até a hora da Seleção, afinal seria nessa hora que tudo importava.


Minutos depois que as despedidas acabaram e tio Gui e sua família se foram Hugo gritou avisando a presença de três corujas na mesa de jantar, seu pai pegou as tres cartas e liberou as corujas, entregou uma a Rose, uma a Alvo e a outra a Teddy – que reagiu estranhamente após ler o conteúdo da carta e sumiu da sala – e quando Alvo finalmente abriu sua carta seu coração parou.


Não havia nada de errado com ela é claro, mas parecia que toda a tranquilidade de Alvo havia acabado, em algumas semanas ele teria que enfrentar a Seleção.

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    AWWWWWWWWWWWWWWWWWWW *-* Amei.Cada um deles com suas reações diferente, mas com um objetivo em comun...Com uma vontade. EU simplesmente amei a reação do Alvo, acho que ele e o Scorpius sofreram bem mais que a Rose, e com um pouco de razão, nervosismo dá nisso. Amei mesmo o capitulo *-* sabia que o James ia fazer isso com ele kkkkkkkkkkkkkkkk é a cara dele perturbar o pobre do irmão. Acho que o Teddy já tá saindo com a Victorie, por isso todo esse misterio.bjoos! 

    2012-10-13
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