Capítulo VIII - Garoto Errado

Capítulo VIII - Garoto Errado



O resto do dia se passou normalmente. Ou quase. Afinal, ninguém parava de falar no baile.
Às nove horas, em ponto, Rose chegou ao lugar combinado. Encontrou a sala aberta e se surpreendeu ao encontrar Scorpius lá dentro. Assim como ela, ele não usava uniforme. Estava com uma camisa branca, calça jeans preta e slippers azuis. Já Rose estava usando uma skinny jeans, uma blusa lilás, cardigã preto e usava tênis.
-Acertei na roupa? – Ele perguntou.
-É, tá bom. – Rose respondeu. Estava pensando “ está incrivelmente lindo”, mas não admitia nem para ela mesma.
Ela caminhou até uma mesinha, tirou u ipod da bolsa, selecionou a playlist e colocou o ipod em um amplificador de som.
-Olha eu não sei o que vai tocar lá, mas com certeza não é só valsa. Então eu peguei umas músicas bem diversas. Bom pra você ou filhinho da mamãe tem hora pra dormir?
Scorpius cruzou os braços. Não gostou nada da brincadeira de Rose.
- Eu não sou você, que ficou de abracinhos com a sua mãe mo dia do primeiro dia de aula. - Replicou.
-Ah, e pelo jeito você estava muito interessado na minha vida, né?
-Não! – Ele corou rapidamente. – É que você passou um tempão assim.
-Ah, vamos começar logo isso. Eu fazia balé quando era menor, então dançar não é problema pra mim.
-Menor? Em altura? Do jeito que você é anã achei que já tinha nascido desse tamanho.
Rose corou de raiva.
-Vá à merda, Malfoy!
-Só quis dizer. – Ele falou. – Anã.
Ela foi até ele e o empurrou de leve.
-Já pode parar? – Ela perguntou.
-Tá. Começa logo com a valsa.
Rose deu play. Começou uma música clássica, sem vocal.
-Eu vou conduzir. – Ela falou. – Depois você repete.
Começaram a dançar, e assim que Scorpius pegou os passos, ele passou a conduzir. Assim se passaram duas músicas.
-Ok. – Falou Rose. – Até que você é bom nisso. Achei que iria demorar muito.
-Pelo jeito você ainda não aprendeu. Eu já mostrei a roda a minha inteligência naquela aula de feitiços.
-Pena que sua inteligência não reflete nas suas notas, não? – Ela passou várias faixas da playlist, até que começou algo como um pop clássico.
-Você só tem músicas do tempo da minha tataravó. – Ele resmungou.
- É isso o que toca no baile, seu inútil. – Ela replicou. –O pop é mais solto. Pra ser sincera, valsa é o único gênero que tem que dançar junto. E infelizmente, mais da metade do baile de inverno é só valsa.
-Entendo. – Ele falou.
-Dançar pop é constrangedor demais. – Ela falou, após algumas tentativas. – Mas já que eu sou uma pessoa prevenida, eu tenho alguns vídeos aqui.
Ela mostrou, mas já que a tela do aparelho era minúscula, ele basicamente teve que ficar atrás dela, para ver algo. Obviamente, ele podia fazer de várias formas, mas preferiu irrita-la por conta da sua altura.
- Pode desencostar, por favor? – Ela pediu, sem tirar os olhos da tela.
- Me obrigue. – Ele falou.
-Não queira que eu te obrigue, Malfoy. – Rose falou. – Pose ser bem doloroso no fim das contas.
Ele desencostou o queixo com da cabeça dela, mas continuou com a cabeça no mesmo lugar.
Era uma cena realmente bizarra.
Quando Rose finalmente percebeu o que ele estava fazendo, ela virou.
-Scorpius! – E deu dois murros na barriga dele. Ele começou a rir, mas ela ficou vermelha. Ela nunca tinha o chamado pelo primeiro nome.
- É o mais forte que consegue, gnoma?
Ela voltou a batê-lo, e ele continuou a rir.
- Sinceramente, minha prima de três anos bate com mais força que você! – Ele provocou.
- Mas duvido que ela saiba fazer metade dos feitiços que eu sei com a ajuda de uma varinha. Aliais, duvido que até mesmo você saiba.
-Mas eu sei bater de verdade.
-Então mostre!
- Eu não bato em mulheres. – Ele respondeu.
-Ta com medo de apanhar mais?
- De você? Isso é até engraçado, Rose.
- E duelando, com varinha? Garante-se?
Ele surpreendeu- se por ela não ter criticado o fato dele ter usado seu primeiro nome.
-Pra mim tudo bem. – Ele falou. – Quando?
-Agora mesmo. – Ela respondeu. – Eu trouxe minha varinha.
- Eu também. – Scorpius respondeu;
Eles puxaram as varinhas. Fizeram a reverência.
Então começaram.
-Estupefaça! - Disse Scorpius.
- Protego! – Disse Rose. Então ela passou a usar feitios não verbais. Lançou um feitiço que o deixou imóvel.
Assim que ele se soltou, ele começou os não verbais também. A mão de Rose ficou mole e La não conseguiu mais manusear a varinha.
- Ah, não consigo me mexer! – Ela falou.
Scorpius já ia fazer um contrafeitiço , quando ela lançou Expelliarmus, e a varinha dele voou para a mão dela.
- Haha, ganhei! – Ela falou.
-Foi golpe baixo!
- Duelos não têm regras especificas.
Ela jogou a varinha de volta para ele, sem avisar, e ele pegou no ar. – Por hoje é só, Malfoy.
-Pode me chamar de Scorpius...
Ela o interrompeu:
- Prefiro chamar de Malfoy.
- Se quiser. – Ele completou.
- Boa Noite, Malfoy. – Ela falou.
-Pra você também, Rose.
Então, com um sorriso debochado, ele foi embora. Rose não acreditou, mas tratou logo de desinstalar o amplificador do ipod. Devolveu tudo a bolsa, e saiu da sala, sem esquecer de trancar tudo ao sair. Afinal, ninguém podia nem saber daquilo.
Uma Weasley e um Malfoy, sozinhos, à uma hora daquelas? Não estava certo. E, obviamente, no dia seguinte a escola inteira estaria sabendo do acorrido.
Ela voltou para a sala comunal, que era bem mais distante que a da Sonserina. Ao chegar lá, não ficou surpresa ao encontrar dois garotos de uns 14 anos jogando xadrez bruxo, uma menina do segundo ano se esquentando á beira da lareira, e Annie e Alvo no sofá, abraçados.
-Sinceramente, você me dão náuseas. – Ela riu.
-Isso é inveja. – Disse Annie. – Enfim, como foi?
-Ahn, depois eu falo disso com você. Mas nada demais.
-Do que vocês estão falando?- Alvo perguntou.
-Não contou a ele? – Rose estranhou.
-Imaginei que você não ia gostar. – Annie respondeu.
-Me fala, fiquei curioso!- Ele se endireitou no sofá.
-Não, você vai levar tudo pra outro sentido. É melhor não saber. Não é importante. –Disse Rose.
-Odeio ficar curioso.
-Não se preocupa semana que vem você vai saber, Al. – Falou Annie.
-Ou não. – Rose lançou um olhar mortal a Annie.
-Provavelmente sim.
-Olha, eu vou para dormitório, não gosto de segurar vela. Fui pombinhos. – Rose fez uma careta e entrou.
Quase todas as meninas já estavam dormindo. Rose trocou a roupa por pijamas, e deitou. Já que não estava conseguindo dormir, ela sentou e começou a escrever um novo capítulo do seu romance, enquanto deixava o ipod tocar no modo aleatório. Então, começou uma música que ela estranhou. Alias, ela nem entendeu. Não era inglês. Então lembrou qual era, era Garoto Errado da Manu Gavassi, uma cantora brasileira. Lílian amava a música, então colocou quando Rose a emprestou o ipod e esqueceu-se de apagar. Rose não entendia uma palavra, mas entendia bem o que o refrão falava: “ Então me diz o que eu faço pra tentar te esquecer. Eu nem sei o que eu gosto tanto, tanto em você. Seu sorriso, seu jeitinho de tentar me irritar. Se tiver uma maneira eu vou tentar evitar. Eu juro, eu faço tudo para não me apaixonar. “
A música trouxe à cabeça dela algumas cenas da noite. Mas ela ignorou e pensou: “ Besteira total. Se apaixonar pelo Malfoy é uma proeza. Ela não conseguiria nem se quisesse.” Mas, contrariando, ela deixou a música a música continuar. Foi então que Annie chegou ao quarto. Foi direto a cama de Rose.
-Conta tudo!
Rose contou detalhe por detalhe.
-Sinceramente, parece proposital. O destino ta te zoando.
-É. – Disse Rose. – Tem razão. Parece tudo uma grande ironia.
-Eu vou dormir. Boa noite. Sonhe com o Scorpius Malfoy te irritando.
Pode ter sido só impressão, mas ao levantar, Annie pensou ter ouvido “ Eu tenho atração por garotos que me irritam.”

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Comentários (1)

  • juliana vieira

    hum, esa musica veio bem a calhar,kkk eles já estão começando a se entrosar, durante as aulas será que vai rolar algo?

    2012-10-24
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