Entre Travesseiro e Almoço n'T

Três Anos Depois Dos Dois Anos

– RONALD WEASLEY O QUE SIGNIFICA AQUILO? – Pela quadragésima vez Hermione estava aos berros na casa. Apontava para cama e gritava, praticamente todo dia era a mesma coisa.

– O que? – Rony entrou no quarto atordoado.

– O que é aquilo? – Hermione apontou pra cama.

– Uma cama amor? – Hermione atirou um travesseiro na direção do marido.

– Quantas vezes eu tenho que dizer, não deixe a toalha molhada – lê encharcada – na cama? Isso é chato! – Hermione bufou. – E não venha com amor.

– Desculpa meu doce de coco! – A morena o olhou com incompreensão, na verdade é que ela não gosta de coco - É difícil lembrar!

– Como assim difícil lembrar? Você faz a mesma coisa todos os dias praticamente e eu falo a mesma coisa e você não lembra? Precisa ir ao medico!

– Ao o que? – Rony fez uma careta.

– Médicos Rony, é igual aos curandeiros do St. Mungus.

– Ah, sei! Mas, me desculpa. Eu vou tentar lembrar a próxima vez.

– É sempre assim Rony! A mesma coisa todo dia. – Hermione ia saindo do quarto, mas Rony a puxou pelo braço.

– É serio Mione, você sabe que eu sou cabeça dura. Estamos juntos a mais de dez anos! Enfrentamos tantas coisas juntos.

– Eu sei Rony. Ah, me desculpe! Mas é que eu estou muito estressada, trabalho, casa, relatórios, formulário, é muita coisa pra mim, acho que estou descontando em você.

– Eu também tenho culpa, devia estar te ajudando. Somos um casal, as decisões devem ser tomadas juntas. Eu sou um imbecil!

– Você não é um imbecil. Eu sou uma péssima esposa.

– Você não é uma péssima esposa. Eu sou um péssimo marido.

– Você não é um péssimo marido! Você é o melhor marido que eu já tive.

– Que eu saiba eu sou o único marido que você teve.

– É! – Hermione começou a rir e Rony depois de uns segundos de incompreensão a acompanhou!

– Hoje é domingo de almoço na Toca né? – Hermione assentiu. – Você está pronta?

– Só mais um pouquinho. – Ela foi em direção ao banheiro e voltou 15 minutos depois de maquiagem feita e perfumada! (Gina lhe ensinou muito truques de maquiagem).

– Nossa como você está mais linda do que já é. – Mesmo depois de tanto tempo juntos ela ainda ficava encabulada com os elogios do rapaz.

– Ah, obrigada. Vamos?

– Vamos.

Esse era o dia a dia do casal! Brigam se desculpam e fica tudo bem novamente. Moravam em um apartamento num bairro da Londres trouxa que ficava meio perto da entrada (pela descarga) pro ministério. Hermione estava indo muito bem no seu trabalho, mas seu chefe, David Derek, era muito severo. Trabalhar no Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas magicas é uma tarefa difícil, praticamente todos os dias tinham formulários e relatórios para ser preenchidos e entregues no mesmo dia, isso deixava Hermione exausta e ainda quando chegava a casa, tinha o Rony, jantar, Rony, arrumar a casa, Rony, colocar algumas roupas pra lavar e... Acho que estou esquecendo alguma coisa, ah sim, o Rony.

Eram dez horas da manha e eles foram pra um beco afastado para poder aparatar. Domingo de almoço na Toca às vezes era confusão. Gui e Fleur tinha uma filha Victoire Appoline Weasley, por coincidência nasceu em dois de maio de 2000, no mesmo dia e mês da batalha de Hogwarts. As famílias não eram tão grandes, mas tinham que aumentar a mesa e conjurar mais cadeiras.

– Olá, que bom que vocês vieram. – Senhora Weasley devia ter um censor de filhos se aproximando, pois todas às vezes era a mesma coisa, ela sempre aparecia na porta de casa quando eles (todos) chegavam. – Entrem, entrem. Como estão?

– Estamos bem senhora Weasley.

– Ah, me chame de Molly, por favor.

– Eu não consigo tantos anos a chamando de senhora Weasley.

– Não tem problema. Gina está lá em cima no antigo quarto.

– Ah, eu vou lá ver ela. Obrigada senhora... Quer dizer, Molly.

Hermione deu um selinho em Rony e subiu as escadas não mais bambas (pelo fato de terem feito uma reforma na casa com o dinheiro que Rony tinha ganhado no ministério e com o que Harry não queria, ele disse que já tinha muito ouro e eles fariam melhor proveito), entrou no quarto.

– Oi amiga cunhada, quanto tempo!

– Uma semana! – Gina abraçou a amiga. – Como andam as coisas com o Rony?

– Iguais, a gente briga e se reconcilia e você e o Harry? – As duas se sentaram na cama que era de Gina.

– Melhor impossível.

– É Rony tem chegado tarde a casa, depois do ministério ele ajuda Jorge na loja. Eu fico solitária. E ainda tem aquele David Derek que me dá uma raiva.

– É a mesma coisa, só que pro Harry, o treinamento está intenso, a temporada dos jogos está se aproximando. Harry reclama que eu passo mais tempo com o time que com ele.

– Então as coisas não estão tão “melhor impossível”?

– Não exatamente, mas ele sentiu um pouco o que eu senti quando vocês foram caçar horcruxes. – As duas riram.

– Onde ele está?

– Teve que dar um pulinho no ministério com papai.

– Garotas, poderiam me ajudar na cozinha? – Senhora Weasley bateu e entrou no quarto.

– Claro, por que não? Vamos Ginevra.

– Opa, cuidado com o que diz senhora Granger Weasley.

Senhora Weasley estava preparando guisado de frango, torta de frango, torta de morango, sopa de cebola, bolo de carne, muito suco de abobora, torta de chocolate, bolo de arroz, salada e outras coisas.

– Hum, que cheirinho bom. – Rony apareceu na cozinha e agarrou Hermione dando lhe um beijo no pescoço de arrepiar.

– Rony, deixe a Mione em paz pra ela terminar de ajudar aqui na cozinha.

– Harry já chegou Rony?

– Não sei, eu estava no jardim conversando com Jorge. – Rony respondeu saindo pra fora da casa novamente.

– Isso será suficiente, sim?

– Sim, se não for eu dou um jeitinho. – Senhora Weasley respondeu enquanto acrescentava um pouco de tempero a sopa e ao bolo de carne. – Okay, muito obrigada pela ajuda, mas agora deixem tudo por minha conta.

– Tudo bem, vamos Mione, Angelina deve estar lá fora também.

As duas saíram para os jardins, lá estavam Percy e Audrey (uma garota que ele conheceu no ministério), Gui, Fleur e sua filha, Jorge e Angelina, Rony, Carlinhos e o senhor Weasley e Harry que aparentemente haviam acabado de chegar. Gina saiu correndo e foi abraçar Harry, a morena foi falar com o senhor Weasley.

– Olá senhor Weasley, como vão as coisas?

– Está indo bem, tivemos que ir ao ministério por uma confusão, um trouxa viu um bruxo fazendo magica, não era do nosso departamento, mas os outros bruxos estavam ocupados com outras ocorrências.

– Sei, mas tudo foi resolvido?

– Sim. – O senhor Weasley se afastou pra dentro de casa.

– Oi Harry, tudo bem? – Hermione se aproximou de Harry e deu lhe um abraço.

– Tudo, e com você?

– Tudo também. Rony me disse que você ficou gripado!

– Não exatamente, é que eu estava espirrando muito e Rony sempre aumenta o que a gente fala.

– Okay.

– Hey família, vamos almoçar. – Senhora Weasley chamou todos pra se sentarem.

– Este guisado está com uma cara ótima.

– Tecnicamente fui eu que fiz. – Gina falou.

– Então eu acho melhor não comer, Gina não cozinha bem. – Rony declarou e todos, menos Gina, riram.

– Não é verdade Rony, talvez Gina quisesse te envenenar, mas ela cozinha muito bem.

– Obrigada senhor Potter.

– De nada senhora Potter.

– Quer um pedaço de guisado?

– Não quero correr riscos. – Esse casal é uma comedia.

– Alguém quer bolo de carne? – Hermione perguntou.

– Eu quero. – Rony respondeu. – Hermione sim cozinha muito bem. A segunda melhor cozinheira do mundo.

– Ninguém cozinha como à senhora Weasley. – Hermione falou.

– Ah que isso.

– Porém é verdade cara sogra. – Harry falou.

– Ah, gente, vamos parar de falar na minha comida e vamos comer.

O almoço seguiu entre risadas, conversas, novidades e todas essas coisas. Mas uma coisa estranha começou a desandar, Gina se sentiu mal, com vertigem e acabou vomitando no chão.

– Gina, o que houve? – Harry perguntou bastante preocupado com a esposa.

– Ela não tem condições de responder, acho melhor a levar pro hospital.

– Okay, okay. – Harry levantou Gina em seus braços e aparatou pro hospital.

– O que será que ela tem? – Jorge perguntou.

– Acho que não precisava ir ao hospital. Só acho. – Fleur argumentou. – E acho que Molly tem a mesma opinião que eu. – A loira olhou pra sogra e deu uma piscada de olho. Seu inglês tinha melhorado e muito.

– Pensando bem, acho que Fleur tem razão.

– Vocês estão me deixando curioso sabia. – Rony reclamou.

– Cale a boca Rony, já, já você descobre.

Mais ou menos meia hora depois, Harry e Gina voltaram com um largo sorriso no rosto.

– Acho que eu estava certa não é Gina? – Fleur perguntou.

– Depende no que você estava pensando?

– Ah, acho que temos um Potter Weasley a caminho.

– E eu que achei que a novidade ia ser minha. – Angelina falou sorrindo.

– O que? Você também? – Fleur perguntou.

– Sim.

– Ah, que legal! – Hermione exclamou.

– Essa é uma ótima notícia.

– Ótima mesmo.

– Maravilhosa.

– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Rony perguntou comendo um pedaço de torta.

– Como você é lerdo hein Rony. Sua irmã e cunhadas estão gravidas. – Enquanto Hermione dizia as palavras gravidas, Rony largou o garfo e olhou pra Harry com um olhar assassino no rosto, Hermione previu que ele pegaria a varinha e a pegou antes. – Rony, o que é isso? Você devia ficar feliz! Seria a mesma coisa de eu falar que estou gravida e o Harry tentar te matar.

– Mas você não está, ou está.

– Não estou, mas quando isso acontecer o Harry não vai querer te matar, né Harry?

– Não, por mais que você seja minha irmã de consideração eu não quero que minha irmã seja mãe solteira. – Harry argumentou.

– Isso é meio frustrante sabem, todos vão ter filhos e Rony não, já que estamos aqui todos juntos, digam mamãe e papai, Rony é adotado né? Não precisam responder, nota se de cara.

– Muito engraçado Jorge. – Rony atirou uma colher no irmão.

– Nós não vamos ter filhos porque sentamos e conversamos, filhos mudam a vida, é uma grande experiência que quero aproveitar em outro momento. – Hermione falou.

– Mas por que Mione ter filhos deve ser legal! – Rony pareceu excitado com essa ideia.

– Rony, a gente já conversou sobre isso.

– Só estou falando que seria legal, ter um bebe engatinhando pela casa e essas coisas.

– Rony meu amor, eu vou falar de novo. A gente já conversou sobre isso! – A verdade é que, sempre que tocavam nesse assunto acabavam discutindo, e muitos enfeites da casa voavam na direção de Rony.

– Ai, tá legal.

– É, pelo visto na casa de você quem usa calças é a Mione. – Jorge brincou e 99,9% deles riram.

O resto do domingo foi extremamente tranquilo. Ficaram na mesa conversando até tarde, tiveram que ir embora porque no dia seguinte tinha trabalho.

– A, estou cansado. – Rony se largou na cama quando chegaram a casa.

– Cansado de que? Não fizemos nada.

– Eu sei! Mione tem certeza? – Rony se sentou.

– Certeza de que? – Hermione perguntou se sentando ao lado de Rony.

– Sabe ter filhos, tem certeza que não quer ter?

– Ter eu quero Rony, mas não agora. Eu te entendo, você tem tantos irmãos, se acostumou a ter uma casa cheia de crianças, mas Rony me entenda, não é isso que eu quero pra minha vida agora. E é melhor a gente para por aqui se não você já sabe, não estou a fim de brigar. Eu vou tomar banho.

– Tudo bem.

Meia hora depois, Hermione saiu do banheiro toda perfumada e com uma camisola acima do joelho branca quase transparente.

– Você não quer ter filhos e ainda são do banheiro desse jeito? É quase irresistível.

– Não. É resistível. Boa Noite, já está muito tarde.

– Você é uma esposa muito malvada.

– É melhor calar a boca se não quiser dormir no sofá, e também você mesmo disse que estava cansado.

– Ah, mas... Ah, tudo bem. Vou tomar banho, boa noite.

– Boa noite. Hey, eu te amo.

– Todo mundo ama Ronald Weasley, é inevitável. – Hermione atirou um travesseiro em Rony. – Eu tô brincando. Também te amo pequena. Sonhe comigo. – Hermione riu e teve maravilhosos sonhos!

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