Nada Estava Bem

Nada Estava Bem



"19 anos Hermione! O que você tinha na cabeça? Titica de galinha? Só pode. Logo você. Uma garota tão responsável, foi deixar isso acontecer? Esperava isso de qualquer outra pessoa, não da minha filha Hermione."


 


As palavras de sua mãe ainda faziam eco em sua cabeça. Hermione estava deitada em sua cama de bruços, deixando que muitas lágrimas descessem "queimando" seu rosto. Não eram lágrimas de tristeza, não exatamente, nem lágrimas de arrependimento.


 


Praticamente ninguém sabia, mas depois de ter desmaiado na hora da prova, Hermione foi levada ao hospital, porque não acordava e fui submetida a uma bateria de exames. Dentre esses exames, um exame de sangue que trouxe duas noticias. Uma boa e uma nem tão boa, considerando a situação.


 


A noticia boa era: Hermione estava fora de perigo, sem nenhuma alteração física ou mental. A noticia nem tão boa assim (considerando a situação), era: "Não aconteceu nada ao seu bebê." Pelo menos foi assim que o médico disse.


 


Pior foi o que se sucedeu...


 


"- O que o senhor quis dizer com 'bebê'?




– Vocês não sabiam? - todos (Granger pai, mãe e filha) balançaram a cabeça negativamente. - Me desculpem então. Senhorita Granger, meus parabéns, a senhorita está grávida.




– Grá o que? - Hermione e sua mãe berraram.




– Grávida. - o médico rolou os olhos - Fizemos vários exames e no resultado do de sangue veio a constatação, então seguimos para a ultrassonografia...




– O senhor poderia nos deixar sozinhos? - a mãe de Hermione pediu.




– Claro. Com licença. - e saiu deixando a família a sós.




Os três ficaram em um pequeno silêncio constrangedor. Todos tentando raciocinar e digerir as palavras do doutor. Até que...




– Ele falou o que eu acho que ele falou? - a senhor Granger pronunciou-se primeiro.




– Jane, acho nós seremos avós. - senhor Granger encarou a filha que estava encolhida na cama, assustada, esperando a reação dos pais e ameaçando chorar.




– Hermione, como pode? - sua mãe perguntou visivelmente decepcionada.




– Mãe não tive culpa... - Hermione não gostava de decepcionar a mãe. Faria qualquer coisa, menos decepcionar a mãe.




– Não teve? - agora ela andava de um lado para o outro tentando se conter. - Quer dizer então que você comeu um melancia? e daqui há alguns meses sua barriga estará enorme por causa dela?




– Mãe...




– Ainda não terminei. 19 anos Hermione! O que você tinha na cabeça? Titica de galinha? Só pode. Logo você. Uma garota tão responsável, foi deixar isso acontecer? Esperava isso de qualquer outra pessoa, não da minha filha Hermione. Eu ti falei tantas e tantas vezes Hermione. Você tinha que ter certeza de qualquer coisa que fosse fazer e que poderia conversar comigo quando quissesse que eu lhe aconselharia. Agora você me aparece grávida. Isso só pode ser um sonho.




– Mãe...




– Não Hermione, nada que você me fale mudará meu pensamento - respirou profundamente. - Vejam pelo lado bom. Agora teremos um neto, ou neta, e uma festa para arrumar.




– Festa? - senhor Granger perguntou quase incrédulo para a esposa.




– É.




– Que festa? - perguntou novamente.




– De casamento.


 


– Casamento? - ela afirmou. - Que casamento?




– Ora, Will, como assim 'que casamento'? O de nossa filha com Ron.




Como se aquilo fosse uma grande piada, ele começou a gargalhar achando graça, sabe-se lá de onde, da situação.


 


– Está brincando comigo? Querida muito boa essa. - dando uma última risada. - Casamento, francamente.




– Como assim, amor?




– Jane, Jane, Jane, querida Jane, filha minha não irá casar-se com nenhum Weasley. - e balançou a cabeça negativamente.




– O que quer dizer com isto? - as duas mulheres perguntaram.




O senhor Granger rolou os olhos indignado, como se a resposta fosse bem obvia.




– Eu quis dizer que. Não vai haver casamento nenhum. Hermione não se casará de jeito nenhum com o filho dos Weasley's.




– O quê? Por quê? - as duas falaram novamente.




– Por que eu não vou permitir. E se for preciso mato aquele garoto.




As duas sentiram um tremor percorrer suas espinhas com as palavras do homem.




– Mas, pai, ele tem todo o direito de saber, afinal ele é o pa...




– Para mim não importa Hermione. Também estou muito decepcionado com você. Então, esse é o preço a pagar pela minha decepção.




– Will, isso não tem lógica. Hermione tem razão, ele tem que sab...




– Nã, não tem que saber. E eu não quero saber também.




– Mas pai, uma hora ele irá descobrir.




– Não, não irá. - um sorriso diferente tomou conta de seu rosto. Um sorriso que assustou as duas.




– O que você fará?"


 


Depois de relembra todos os acontecimento desabou em choro novamente.


 


Chorava por ter decepcionado os pais, mas chorava por felicidade, afinal, uma vida iria formar-se dentro de si e chorava pelas duras palavras de seu pai.


 


Iriam mudar de cidade. Esse foi o decreto do senhor Granger. Cortar as relações com pessoas daquele local. Refazer suas vidas, sem contar a ninguém.


 


Seu pai a mandara arrumar suas coisas para a mudança. Iriam no final de semana, que não estava nada longe. Menos de quatro dia para ele chegar.


 


Hermione até tinha tentado arrumar suas coisas, mas a cada lembrança que reencontrava no quarto ficava emotiva. Não queria deixar aquele lugar, mas era isso ou seu pai mataria Ron, como ele havia dito.


 


Às vezes tinha muito medo do pai. Nunca duvidou dele. Poderia esperar por qualquer coisa vinda dele. Até um assasinato...


 


Ouviu uma batida na porta que a fez sobresaltar-se.


 


– Hermione? - a mãe lhe chamou. Hermione ficou na mesma posição. Deitada de bruços na cama. - Você precisa alimentar-se querida. Está comendo por dois.


 


– Não estou com fome. - sua voz saiu abafada por estar com o rosto enterrado no travesseiro.


 


– Mi, estou falando sério. Além disso você tem visita.


 


– Tenho? - ela perguntou incrédula.


 


– Sim. Ron está ai. Quer saber como você está. Acho melhor você arrumar-se.


 


Sua mãe mal falou e ela deu um salto da cama, pegando o primeiro pente que viu e arrumou o cabelo.


 


Saiu do quarto, quando descia as escadas quase troupeçou nos próprios pés.


 


– Ron? - ele virou-se para vê-la.


 


– Mione. - abriu um largo sorriso e correu para abraçá-la.


 


Ela não correspondeu o abraço com tanto entusiasmo, o que deixou ele intrigado.


 


– O que foi? Aconteceu algo de sério? Eu fui no hospital quando você estava lá, mas não me deixaram te ver. Disseram que só os familiares podiam.


 


– Não foi nada. - não podia contar a ele, por mais que quissesse, não queria correr o risco de seu pai matá-lo. Preferia que ele estivesse vivo e triste por ela o deixar, que morto fazendo ela sofrer.


 


Egoismo? Talvez sim, talvez não.


 


– Tudo bem, não precisa desculpar-se por não ter ido me visitar. Eu estou ótimo. - forçou um sorriso.


 


– Está tudo bem por aqui? Achei estranho algumas coisas estarem empacotadas. - ele olhou em volta.


 


– Ah... bom... é que, minha mãe está reformando a casa e comprando coisas novas. - assustou-se com a rapidez com a qual inventou uma mentira.


 


– Ah, sei. Você vai estar ocupada final de semana? Nós poderiamos, quem sabe ir ao cinema. - falou enquanto distribuia beijos pelo rosto da garota.


 


– Não poderei ir. Final de semana sairei com os meus pais. - não era completamente mentira, mas também não era a verdade.


 


– Tudo bem, então podemos deixar para outro dia.


 


– Claro. - sua voz vacilou um pouco.


 


– Hermione. Eu te amo tanto. Um dia quero casar com você e ter nossos filhos, nossa casa, nosso trabalho. Envelhecer ao seu lado. Te fazer feliz. A mulher mais feliz do mundo, já que você me faz o homem mais feliz do mundo.


 


Quase que instantaneamente os olhos dela encheram-se de água. Aquela era a melhor e mais verdadeira declaração de amor que poderia receber. Depois lembrou-se que nada daquilo seria possível. Ok, eles até teriam um filho, mas ele não saberia...


 


– Ron, também te amo. Te amo muito, muito, muito mesmo. Quero que saiba que qualquer coisa que eu faça será pro seu bem.


 


– O que quer dizer com isso? - ele perguntou confuso.


 


– Nada, só estou dizendo. - o beijou antes que pudesse falar qualquer coisa.


 


– Tenho que ir princesa, mas eu volto. - ela deu um sorriso de lado.


 


– Tudo bem, acho que nos vemos depois.


 


– Tchau amor. - Hermione achou que o coração fosse parar quando ele a chamou de amor.


 


Não que ele não a chamasse de amor, mas justo naquele momento?


 


– Tchau Ron.


 


Ficou na sala, encarando o nada e perguntando-se, por quê aquilo tinha que acontecer consigo e justo agora...


 


O resto da semana passou tão rápido que nem perceberam.


 


Já que não queriam levantar suspeitas sobre a mudança, um pouco das coisas era transportada no fim da tarde. Em todos os três dias conseguiram mandar tudo. Incrível como o senhor Granger tinha conseguido arranjar uma casa tão rapidamente. Também, sendo o arquiteto que era, tinha que ter boas influências onde ia.


 


Sábado tinha chegado. E com ele veio um enorme aperto no peito de Hermione.


 


Não seria nada fácil deixar sua vida e amigos ali. Crescera lá, vivera lá e agora estava deixando tudo assim. Tudo por causa de um deslize.


 


– Hermione, você está pronta? - sua mãe chegou por trás sem fazer barulho.


 


Hermione contemplava seu antigo quarto, remoendo sua angustia.


 


– Não.


 


– Pronta ou não, temos que ir. - seu pai apareceu no lugar.


 


"É pelo Ron." repetia para si mesma.


 


– Vamos. - respondeu friamente. - Esperem, antes eu gostaria de falar com o Ron e com a Ginny.


 


Seu pai bufou, mas concordou.


 


Pegaram o carro, ele estacionou em frente a casa dos Weasley's.


 


– Você têm sete minutos, e contando.


 


Hermione quase saiu correndo do carro. Tinha escrito uma carta, as coisas seriam melhores assim. Ela pensava...


 


Tocou a campainha. Um pequeno tempo depois Molly Weasley convidou a para entrar.


 


– Eles esstão lá em cima. - apenas disse isso.


 


Subiu as escadas correndo. Quanto mais rápido aquilo terminasse, melhor. Bateu na porta de Ron. Os irmãos estava lá jogando Vídeo Game.


 


– Mione. - Ron a abraçou. - O que faz aqui? Não vai mais sair com seus pais? Vamos ao cinema? - perguntou esperançoso.


 


– Não, não é isso. - quase deixou uma lágrima perdida descer por seu rosto.


 


– Ah... - Ron falou visivelmente desapontado.


 


– Eu... eu vim deixar isso para vocês. - lhes entregou a carta, Ron ia abri-la, mas Hermione o impediu. - Não, abra depois que eu for, por favor.


 


– Por que? - perguntou intrigado.


 


– Somente faça o que eu pedi, por favor.


 


– Mas...


 


– Shii. Não diga nada. Ron, eu te amo muito. Me desculpe por qualquer coisa que eu ti fizer. Ginny, você é a melhor amiga que eu poderia ter. - e abraçou os dois, deixando-se chorar. - Não vou esquecer vocês nunca.


 


– Hermione, o que está acontecendo? - perguntaram em unissono.


 


– Confiem em mim. Eu os amo muito. Até mais. - desceu as escadas, meio correndo, meio pulando os degraus.


 


– Adeus senhor Weasley. - despediu-se.


 


– Até mais Hermione.


 


Ron e Ginny vinha no encalço dela.


 


– Hermione, espere. Onde você vai, o que diz nesta carta?


 


– Faça o que eu mandei Ron. - disse a porta do carro.


 


Eles ficaram olhando o carro em que Hermione estava afastar-se, até sumir. Não sabia porque, mas tinha a sensação de que algo estava errado. E realmente estava...


 


A pequena família Granger consegui familiarizar-se com o novo ambiente, que apartir daquele momento seria sua nova casa.


 


Às vezes durante a noite, Hermione sentia saudade de casa. Era tudo muito novo para ela.


 


Fez amizade com o filho dos McLaggen, e bom, acabou que eles namoraram, acabaram se casando, pois, segundo o senhor Granger, Córmaco era um bom partido...


 


Seus pais lhe arrumaram um emprego na sua nova filial da empresa de Arquitetura, já que ela queria ser arquiteta.


 


Tentou seguir um vida normal, mas nada estava normal.


 


*_Flashback off_*


 


– Acho... acho que é isso... - Hermione terminou suspirando.


 


– Uau - foi só o que Ginny conseguiu proferir. - Que, história hein.


 


– É... - ela concordou.


 


– Não creio que o Ron te engravidou na primeira vez. Hermione. Meu irmão deve ser muito bom hein. Tirou a sorte grande. - Hermione ficou rubra. Lembrou de um coisa que estava martelando sua cabeça desde que conhcera os filhos dos amigos.


 


– Ginny, Harry. Seus filhos têm três, quase quatro anos e dois, quase três, certo?


 


Eles assentiram.


 


– Ginevra, não acredito nisso. - Hermione praticamente gritou. - Você e Harry... vocês dois... os dois... vocês estava namorando pelas nossas costas. Tudo encaixa-se.


 


Ela levantou-se do sofá e foi andando de um lado para o outro.


 


– Você não contou para mim, para sua melhor amiga. Por isso você fez aquela viagem mais que misteriosa. Você estava grávida do James. O nome dele é James, né? - eles assentiram novamente. - Por que vocês fizeram isso?


 


– Nós ficamos com medo. - Ginny respondeu. - Somente nossos pais sabiam, nem Ron e nem mais ninguém.


 


– Mas depois eles descobriram é claro.


 


– Sim, quando fiquei grávida de Alvo todos ficaram sabendo e tivemos que nos casar.


 


– Vocês faziam aquele monte de ceninhas a toa.


 


– Exatamente.


 


– Para que nós não percebêssemos o amor que existe ai.


 


– Correto.


 


– Que más amigos vocês são.


 


– Pelo menos não fui eu quem fugiu grávida.


 


– Eu não fugi. Estive tentando proteger Ron. - disse indignada.


 


– Sei, tanto é que casou-se com esse tal de McLaggen. - falou Harry.


 


– Pare de ficar lembrando do meu anorme erro!


 


– Mããããããããããnhê!! - um certa criança de cabelos ruivos revoltosos entrou correndo muito feliz no cômodo e atirou-se nos braços de Hermione.


 


– Oi meu amor. - ela derretia-se toda quando via a filha. - O que foi?


 


– Estou com sono. - ela coçou os olhinhos com a mão.


 


– Está mesmo muito tarde. - pegou a filha no colo e lhe acariciou os cabelos. - temos de ir embora.


 


– Mione, por que vocês não ficam? - Ginny fez bico, como uma criança birenta.


 


– Gi, eu adoraria ficar, mas tenho um marido em casa. Filha, se despessa dos seus priminhos e dos seus tios, temos que ir para casa. Posso usar o telefone? Preciso de um táxi.


 


Rose não aguentou e dormiu antes de chegarem em casa.


 


– Hermione, onde você esteve? - Córmaco falou assim que ela pós os pés em casa.


 


– Por ai. - respondeu despreocupadamente.

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    TADINHOOOOOOOOOOOOOO DO RON :(((((((((( <3 #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :) 

    2013-01-09
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