O Anel. O fim do Mistério



 


Luana correu para pegar o espelho que caíra há alguns metros dali. Em suas mãos o espelho ainda mostrava as grandes paredes de Hogwarts! O feitiço não havia sido quebrado. A plataforma ainda continuava fechada. O anel. O anel deveria ser “destruído”. O anel era a o fim do mistério.


    ―― Traga-o aqui Luana – pediu Hemerson.


Luana tomou em mãos o espelho e se dirigiu com passos longos para perto do grupo.


   ―― O anel está enfeitiçado – pronunciou Bruna lançando o anel no chão. Ele rodopiou; cambaleou, reluziu e caiu – temos que pensar em algo para destruí-lo.


   ―― Isto é fácil! – exclamou Hemerson apontando a sua varinha para o anel.


Bombarda!


Uma explosão eclodiu sob o anel. Uma pequena parcela de poeira subiu e logo se assentou. E o anel continuava intacto.


   ―― O que houve? – perguntou Hemerson ao perceber que o anel não havia sofrido dano algum.


   ―― Deve ser a prova de feitiços – disse Dennys.


Bombarda Máxima!


Hemerson apontou novamente a sua varinha para o anel e lançou o feitiço, porém, desta vez aumentou o nível de impacto. O anel por sua vez se elevou a uma altura de aproximadamente cinco metros; voltou para o gramado; rodopiou, reluziu e caiu. E mais uma vez nada aconteceu com o objeto.


   ―― Não entendo – disse Hemerson


   ―― Deve ser a prova de feitiços mesmo – disse Dennys novamente.


   ―― E é! – exclamou Niel.


   ―― Como você sabe? – perguntou Hemerson.


   ―― O anel está enfeitiçado – prosseguiu ele – logo não há feitiços como “Bombarda” e “Bombarda Máxima” que possam resolver este problema.


   ―― Não entendi o que você quis dizer com isto – respondeu Hemerson olhando para o anel que ainda emanava um brilho intenso.


   ―― Feitiços explosivos não vão resolver algo encantado – respondeu Niel retirando a sua varinha do bolso – Por ventura você lançaria Bombarda em Alessandra caso ela estivesse sob algum feitiço?


   ―― Não...


   ―― Sendo assim, você percebe que o que tem de ser feito é que se quebre o feitiço e não que se quebre o que foi enfeitiçado...


Finite Incantatem!


A varinha de Niel tremeu levemente. O brilho do anel desapareceu lentamente como acontece com a fumaça que se eleva até o céu. O quadro perdeu o seu brilho e aos poucos podia se ver Hogwarts sumindo lentamente como se uma névoa espessa a cobrisse.


   ―― E tendo esta percepção, você resolve o problema – concluiu Niel guardando a varinha.


   ―― Muito bem Niel – disse Alessandra.


   ―― Parabéns!


   ―― Todos nós fomos muito bem – respondeu ele.


   ―― Podemos ir agora? – perguntou Amanda


   ―― Podemos – responderam os outros.


   ―― Vamos aparatar? – perguntou Amanda


   ―― Não sei... o que vocês acham? – perguntou Alessandra.


   ―― Bom, por mim podemos aproveitar este anel para criarmos uma chave de portal – propôs Niel – afinal, gostei de viajar desta maneira.


   ―― Por mim está tudo bem.


   ―― Por mim também.


   ―― Aonde vocês for eu vou junto.


   ―― Tendo aventura e diversão, pra mim está tudo ótimo!


   ―― Muito bem então – disse Niel – mistério resolvido. É hora de irmos pra casa.


Portus!


 


***


 


 Um estrondo! Os seis bruxos estavam um por cima do outro sob a varanda da sede da Nova Armada.


   ―― Ai! Meu corpo está dolorido!


   ―― Quem teve esta ideia?


   ―― Todos nós!


A porta abriu e Neville apareceu com uma caneca de chocolate quente e um cachecol vinho. Agora fazia frio.


   ―― Armada! – exclamou ele – porque estão caídos na varanda?


   ―― Viajamos de uma chave de portal até aqui – respondeu Bruna.


   ―― Entendi – disse ele – e o mistério? Resolveram?


   ―― Ah claro – respondeu Alessandra.


Ali mesmo na varanda os bruxos contaram para Neville como foram parar naquela floresta estranha; quem estava lá; sobre o quadro e o anel e sobre os dois homens no lago.


   ―― Que notícia maravilhosa! – exclamou Neville em alta voz – Harry vai ficar orgulhoso de vocês.


   ―― Tem notícias dele?


   ―― Até o momento não...


   ―― E o Jhon? – perguntou Bruna assustada. Por um instante todos haviam se esquecido do membro.


   ―― Vocês não vão acreditar – disse Neville sem demonstrar feição alguma em seu rosto.


Jhonatan estava morto! Este  era o pensamento que passou pela cabeça de todos os membros. De fato, ele não sobreviveu ao veneno.


   ―― Onde ele está? – perguntou Bruna


   ―― Na cozinha. Venham me acompanhem.


Os membros seguiram Neville com passos curtos e indecisos. A porta que dava acesso para a pequena e humilde cozinha da sede da Nova Armada foi aberta por Neville. Na velha mesa se encontrava uma panela média, alguns pães, ketchup, maioneses, batata palha e ovos de codorna. E sentado à mesa, estava Jhonatan com um apetitoso cachorro quente.


   ―― Servidos? – perguntou o ele sorrindo e limpando o canto superior da boca.


Os membros gargalharam ao verem aquela cena. Abraçaram o amigo e sentaram-se a mesa para comerem. Afinal, estavam cansados e com fome.


Naquela noite houve muitas risadas.  O Diretor Neville ficou com eles até umas cinco da manhã. Tudo estava como deveria estar.


 


A Plataforma 9 ¾ estava tranquila. A placa que indicava a sua localização não se encontrava mais dependurada. Tudo estava tranquilo! Agora os novos alunos poderiam ir para Hogwarts sem se preocupar com nada.


 


   ―― Neville! – chamou Dennys.


   ―― Diga Dennys.


   ―― Eu sei que já está indo, e já é tarde, ou cedo – disse ele fechando a porta da sede. Os outros já estavam dormindo – mas havia uma criatura, um homem, não sei, no lago da floresta. E havia algo nos olhos dele que...


   ―― Diga Dennys!


  ―― Não é nada! Bom descanso


   ―― Tudo bem! Se precisar falar algo depois, sabe onde me procurar.


   ―― Tudo bem! Aqui. Não se esqueça da capa do Harry!


   ―― Bem lembrado! Foi útil?


   ―― Não foi preciso usá-la. Mas de qualquer forma muito obrigado!


   ―― Tudo bem! Até mais – despediu-se ele colocando as mãos dentro dos bolsos de seu casaco. Uma neblina pairava sobre os campos naquele início de manhã e logo o diretor já não podia se visto.

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