Um Mistério por detrás do mist
Os olhos dos bruxos permaneciam fitados naquela velha janela. Enquanto isto, a figura misteriosa ao longe, se aproximava com passos curtos, porém firmes.
A outra persona no centro do lago permanecia em total êxtase com as sombras que a envolvia. Uma cena tão sublime, mas também tão perturbadora que mudara totalmente o clima na floresta.
―― Vocês estão conseguindo enxergar alguma coisa? – perguntou Luana na ponta dos pés e com o nariz pressionado na janela embaçada.
―― Não sei... – disse Niel empurrando Hemerson – parece um homem.
―― Vamos embora pessoal – pediu Amanda com ar de desespero.
―― Amanda você vai ter de esperar! – respondeu a sua irmã Alessandra.
―― Ei pessoal! – exclamou Hemerson – Vejam! O homem parou perto da criatura.
―― Vocês conseguem ver quem são eles?
―― Não
―― A criatura está encapuzada! Não dá para ver seu rosto.
―― E o outro?
―― Não sei... As sombras estão dificultando a visão!
―― Vamos embora pessoal – pediu mais uma vez Amanda.
―― Hey, o que é aquilo? – perguntou Dennys.
―― O que?
―― Aquilo que a criatura está segurando. Parece um...
―― ESPELHO! – exclamou Bruna.
A criatura rodeada de sombras estava segurando um espelho de moldura prateada com quatro rubis. Cada um em uma coluna do espelho. O espelho era diferente dos outros! Ao invés de refletir a imagem à sua frente o espelho reluzia uma imagem muito bem diferente. E foi isto que causou espanto no grupo. No espelho estava a imagem de um amplo lago de cor escura; uma rocha muito grande e espaçosa tomava grande parte do espelho; e sob ela (rocha) encontrava-se um castelo enorme e antigo com janelas detalhadas e torres majestosas.
―― Hogwarts? – indagaram os bruxos com os olhos fitados naquele espelho.
―― Então é assim que eles fecharam a passagem da plataforma? – perguntou Alessandra sem tirar os olhos dos dois homens (se é que aquela criatura era um homem) – mas como?
―― Que brilho é aquele saindo do espelho? – perguntou Hemerson.
―― O mesmo que está saindo do dedo do homem – indicou Bruna mostrando aos amigos o objeto causador do mistério.
Do espelho emanava um brilho intenso de cor azul que se espalhava pelo ar como névoa. O mesmo acontecia com o anel no dedo do homem.
―― Temos que pegar aquele anel – disse Bruna levantando-se.
―― Como faremos isto sem ser pegos? – perguntou Hemerson.
―― Eu já tive uma ideia – respondeu ela – Vamos!
O grupo abriu a porta maltratada pelos cupins, com o máximo de cautela e se dirigiram para o pequeno quintal da cabana. O homem e a criatura ainda estavam parados no mesmo local. Pareciam estar conversando.
―― E então – iniciou Niel – qual é a sua ideia?
―― Eu vou precisar que vocês estejam com as suas varinhas a punho! – exclamou Bruna – caso algo dê errado, eu irei precisar que vocês lancem feitiços expulsórios o mais rápido que puderem.
―― E caso o problema aumentar? O que nós...
―― Não hesitem! – exclamou ela – Se for preciso lançar feitiços mais fortes, ou até mesmo as maldições imperdoáveis, nós faremos.
―― Lançar as maldições imperdoáveis? – indagou Amanda assustada – Não podemos fazer isto?
―― Quem disse isto?
―― O Ministério diz...
―― O Ministério diz muita bobagem – retrucou Niel – Se na última batalha de Hogwarts os alunos e os antigos membros utilizaram porque nós não podemos?
―― Uma exceção! Era para salvar Hogwarts.
―― E o que está em perigo mais uma vez?
―― Shiii! Podemos chamar a atenção deles com estes pequenos debates – disse Alessandra atenta aos “homens” – Faça o que tem que ser feito Bruna! Armada, varinhas a punho!
Os membros empunharam as suas varinhas e permaneceram agachados ao lado da velha cabana.
Carpe Retractum!
Bruna apontou a varinha para a mão do homem e lançou o feitiço; da sua varinha uma corrente de luz roxa surgiu e sinuosamente flutuou para perto dos homens.
―― Carpe Retractum? Mas que raio de feitiço é esse? – perguntou Luana.
―― É uma variação do Accio, porém mais forte – respondeu Alessandra – mas esse feitiço só cobre pequenas distâncias; diferente de Accio, que alcança grandes distâncias; ele conjura uma corrente de luz roxa (ou laranja avermelhada) que se prende no objeto levando ele em sua direção ou levando você na direção dele (se o objeto for pesado ou fixo), pode puxar algumas criaturas também.
―― Interessante!
―― Ela se saiu muito bem! Muito bem pensado!
A corrente de luz chegou até o anel do homem e o prendeu.
―― Muito cuidado agora Bruna – pediu Alessandra.
―― Tudo bem – respondeu ela puxando o anel vagarosamente – É só ter calma... calma... Ah, não!
O homem sentiu o anel sendo puxado e olhou para mão, onde enxergou a fina corrente de luz roxa.
―― INTRUSOS! – exclamou o homem!
―― Armada Agora!
Expelliarmus! Estupore! Estupefaça!
O homem virou-se com rispidez e impondo a sua varinha em frente de seu peito, repeliu os feitiços.
―― Draco? – perguntaram eles admirados.
A frente estava Malfoy com os cabelos longos iguais aos de seu pai. Uma barba por fazer quase grisalha lhe cobria o rosto.
Draco lançou um feitiço contra Bruna. Ela repeliu o feitiço lançando outro contra ele. Ele se desviou. Draco lançou outro feitiço, mas a tentativa foi em vão. Bruna repelira o feitiço mais uma vez.
A ponta da varinha de Malfoy ficou com um tom esverdeado, porém antes que ele lançasse a maldição, Alessandra ergueu a sua varinha.
Accio anel!
O anel se desprendeu do dedo de Draco e voou para a mão de Alessandra.
―― O ANEL! – gritou a criatura.
Um dos membros ergueu a varinha, mas as sombras que rodeavam a criatura avançaram contra a Armada em forma de serpentes.
Salvio Hexia!
Gritou Hemerson tomando a frente de todos. Um brilho emanou de sua varinha e um campo se acoplou ao redor deles. As serpentes negras se chocaram contra a proteção e se dissiparam.
A criatura de vestes escuras e longas soltou um grito culminante; olhou para um dos membros com um olhar flamejante e submergiu no lago, deixando apenas o espelho rodopiar e cair no gramado.
Draco por sua vez, deixou um sorriso nefário escapar e aparatou!
―― Aqueles olhos – disse Dennys para si mesmo – são familiares! Muito familiares!
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