Weasleys in love
O Quarteto assistia à primeira aula daquela manhã, era de Transfiguração e por conta disso fora Teddy que a lecionara, o professor havia passado para a classe o algumas explicações teóricas que segundo ele seriam importantes para se realizar a tarefa que consistia em transformar coelhos e bules de chá, ele passava explicações oralmente de que aquele procedimento era algo muito complicado, em vista que era o primeiro passo para uma transfiguração de nível intermediário, até então haviam trabalhado apenas com pequenas transformações, como fazer fósforos virarem agulhas, ou besouros virarem porta-jóias. Mas mesmo aquela sendo uma aula aparentemente importante, Scorpio Malfoy parecia não prestar atenção nas palavras do professor, sua atenção estava totalmente voltada para uma ruiva sentada em uma das mesas do outro lado da sala, Rose parecia simplesmente não perceber que o Sonserino a observava, ou apenas o ignorava, o garoto não parara de pensar nela aquela manhã, muitos poderiam interpretar que esse pensamento fosse algo relacionado a algum tipo de sentimento que ele tivesse por ela, mas a verdade é que ele procurava entende-la, pois tudo indicava a ele que tivesse sido ela que pegou o livro, mas então por que devolveria? Isso não fazia sentido, ele correra seus olhos para seus colegas de mesa, mesmo antes do professor terminar as explicações todos eles haviam conseguido transfigurar o coelho que lhes fora dado em um bule de chá, era obvio que eles seriam os primeiros a conseguir, eles tiveram que aprender muito sobre Transfiguração para começar os estudos para se tornarem Animagos, mesmo antes disso eram muito bons na matéria. Quando Alvo lhe falara que era bom que se apressasse, pois a aula estava prestes a acabar, o loiro com apenas um movimento de varinha transformara rapidamente seu coelho branco em um belo bule de prata, assim que Teddy liberara a todos para que saíssem, eles se levantaram e antes que Rose saísse da classe Scorpio bloqueara sua passagem. A ruiva parecera surpresa, mas então fechara o rosto, numa mascara furiosa, era um modo de tentar tirar Scorpio de sua frente, mas como se era de esperar, ele não saiu da frente, aquela cara não conseguia meter medo nele, isso fez com que a garota acabasse por ter que empurrá-lo bruscamente para tirá-lo de seu caminho. Scorpio a seguia, a garota parecia ignorá-lo, mas sabia que ele estava atrás dela pois parecia ter aumentado o passo acabando por ele ter que correr para alcançá-la e segurar em seu braço a encostando na parede de forma a bloquear seu caminho para que não escapasse, ambos se encararam por um tempo até que o loiro se pronunciara.
_ eu sabia que era você – disse Scorpio sorrindo arrogantemente.
_ sobre o que você está falando Malfoy? – disse Rose com o tom de voz levemente irritado, talvez por estar presa contra a parede pelo garoto – e será que dava para sair da frente? Se não percebe, temos uma aula para assistir – ela o empurrara, e saira pela porta do Trem, a próxima aula aconteceria no castelo.
_ você sabe sobre o que estou falando, não negue – disse Scorpio caminhando rápido para alcançá-la – ontem de manhã eu te confrontei sobre o livro, e naquela noite ele misteriosamente aparece no nosso quarto, sob a capa de invisibilidade do Alvo, vai me dizer que não foi você?
_ olha, primeiro me responda por que eu teria interesse em algo que te pertence? – disse Rose arqueando a sobrancelha a verdade, é que ela sabia sobe o que ele se referia, apenas não queria admitir que ele estava certo – o que esse livro tem de tão especial afinal de contas?
_ você sabe, olha ruiva sem desculpas e sejamos sinceros um com o outro desta vez – disse Scorpio respirando fundo enquanto passava a mão no cabelo – eu sei que você estava nos espiando aquela noite, e viu o que aconteceu com a gente, e não minta, pois eu te vi quando você estava fugindo...
_ o que exatamente eu deveria ter visto aquela noite? – disse Rose e ele respirou fundo, parecia realmente não querer iniciar uma nova discussão, e ela não estava ajudando em nada se fazendo de desentendida.
_ que naquela noite, nos estávamos usando isto – disse Scorpio retirando o livro sobre Animagia das vestes e entregando a ela – e que eu e os rapazes estávamos para nos tornar Animagos, a verdade é que nossa transformação já tinha se iniciado, e você se assustou com isso, e fugiu, interrompendo a nossa concentração fazendo com nos acabássemos por fazer uma transformação má sucedida, que levou a nós nos parecermos com aberrações bizarras do cruzamento de bruxos com animais – eles ficaram se encarando por um tempo, ele percebera que tinha de falar a verdade, era a única forma de ela confirmar o que ele sabia que ela tinha visto, e acertara quando viu a expressão dela, em seu rosto não havia nem um pingo de surpresa – foi você, não foi?
_ sim – disse Rose seria – fui eu, vi o que estavam fazendo, desde o inicio... – ela voltara as costas para ele - eu percebi que vocês estavam fazendo algo que não deviam e queria ver o que era e até onde vocês iriam, daí fiquei espiando esperando que algo acontecesse.
_ então admite que nos viu? – disse Scorpio sorrindo arrogantemente – eu sabia que era você, agora responda por que pegou o livro?
_ não é obvio Malfoy? Eu queria impedi-los que continuassem com aquilo, caso fossem pegos Alvo e os gêmeos, juntamente com você se dariam muito mal – disse Rose – desse modo, eu fiz isso para protege-los das outras pessoas e de vocês mesmos, pois diferente do que pensa, eu fiquei escondida e vi quando vocês passaram pelos vagões, vi como estavam, mesmo estando disfarçados deu para notar que havia algo de estranho em sua aparência...
_ isso ocorreu por sua culpa Weasley, por nos interromper, do contrario já seriamos animagos – disse Scorpio – mas enfim, você ainda não explicou por que devolveu o livro?
_ eu percebi que os outros não mereciam o que estava fazendo com eles, e entreguei o livro – disse Rose respirando fundo, a verdade não era aquela, mas usou um tom tão sincero que até mesmo ela acreditou que pudesse ser – e o maior sonho do Alvo pelo que sei é se tornar um Animago...
_ está brincando comigo se acha que vou acreditar que você fez isso por conta do Alvo? – disse Scorpio – por favor, mesmo você tendo conseguido uma habilidade muito boa para criar mentiras, você não me engana...
_ como sabe que se estou mentindo ou falando a verdade? – disse Rose rudemente – desde quando sabe diferenciar o que digo de verdadeiro ou falso? – ela se voltara para ele, lhe encarando nos olhos o que fez com que o loiro sorrisse novamente, como ela conseguia ao mesmo tempo odiar e amar aquele sorriso era um mistério.
_ eu simplesmente sei, assim como sei muitas coisas ao seu respeito que você não faz a mínima idéia que eu saiba - disse Scorpio após se inclinar no ouvido da garota usando uma voz rouca que a fizera se arrepiar – uma maneira simples para saber que esta mentindo, é o fato de você não olhar a pessoa nos olhos quando fala isso, e você ruiva, estava de costas para mim, é tão fácil dizer algo que não é verdade quando não tem ninguém te encarando nos olhos não é mesmo? – eles ficaram novamente por um tempo em silencio.
_ então me diga, se não é esse o motivo de eu ter devolvido o livro, qual seria? – disse Rose seria – pois parece que sabe muito ao meu respeito, talvez saiba o meu real motivo para fazer isso.
_ pois eu acho que realmente sei seu real motivo – disse Scorpio sorrindo - quer mesmo que eu diga? Pois então, vamos ver os rapazes tem uma teoria de que você devolveu o livro por conta que se sentiu com remorso de ter feito aquilo comigo ontem...
_ te jogado no lago? E por que eu sentiria remorso ou me arrependeria? Aquilo foi realmente necessário, você se lembra, eu te falei para não se aproximar, e outra se não fizesse seria eu que acabaria no lago – disse Rose fazendo esforço para encará-lo nos olhos, apesar de por varias vezes querer desviar o olhar – tente outra teoria ou palpite, pois está errado sobre esse...
_ tem certeza? – disse Scorpio – pois, sabe que após pensar muito a respeito, eu acho que concordo com eles? Soube que me ouviu cantando, talvez isso tenha alguma coisa haver não acha? – disse Scorpio, e ele próprio se surpreendeu com o que saira de sua boca e por breves segundos viu que ela também parecia surpresa com as palavras que ouvira, para então se recompor.
_ obviamente que não tem – disse Rose rindo, era sua melhor risada falsa, talvez desse certo – e outra, o que esse livro tinha de tão especial, eu dei uma lida nele e na ultima parte diz que vocês apenas tem que se concentrar na sua fera interior, e tentar livrar os pensamentos humanos, tomando sua personalidade selvagem.
_ exatamente – disse Scorpio serio.
_ então, por que queria de volta? – disse Rose levantando a sobrancelha num ar questionador – não precisava mais dele, vocês já haviam aprendido tudo que queriam com ele.
_ é uma questão de princípios, nada é pior do que ser roubado por alguém – disse Scorpio e a garota revirou os olhos – ainda mais, quando essa coisa é algo muito precioso, sabe quantos livros daquele existem? Apenas sete, nada alem disso, são muito raros, e também tem o fato de ninguém roubar algo de mim, isso eu não permitirei nunca.
_ certo, mas só para te corrigir eu não te roubei – disse Rose um pouco ofendida.
_ não, apenas roubou eu e os outros, já que o livro era de todos nós – disse Scorpio e a ruiva mordera o lábio inferior, estava começando a perder a paciência, mesmo sabendo que era verdade o que o loiro dissera.
_ eu não sou uma ladra Malfoy, apenas peguei sem permissão – disse Rose meio hesitante ao que o loiro sorriu arrogante e antes que dissesse algo ela o interrompeu – então, vocês conseguiram?
_ o que? – disse Scorpio e Rose revirara os olhos, como ele conseguia ser tão lerdo de vez em quando? O loiro finalmente caiu em si – ah... se conseguimos nos tornar Animagos, bem, vamos dizer que não praticamos desde de um incidente um tanto desastroso...
_ a transformação incompleta? – disse Rose séria.
_ sim... - disse Scorpio - você viu o inicio da transformação, foi isso que fez você fugir aquela noite, e conseqüentemente interromper um momento importante, afinal estávamos a poucos minutos de nos tornarmos Animagos.
_ sim, exatamente isso – disse Rose meio encabulada com o que havia feito, para então se recuperar frente ao sorriso arrogante de Scorpio – não é tão lerdo de racionio quanto pensei Malfoy, quem diria que seu cérebro funciona – ela rira do que julgou ter sido algo engraçado e o garoto ficara serio ao que ela parou – vamos dizer que quando li no livro que não se podia interromper a primeira transformação, pois isso podia causar acidentes, como uma transfiguração má sucedida, pensei que talvez pudesse ter causado isso...
_ e causou – disse Scorpio mas ela não dera ouvidos e continuara falando.
_ de toda a forma – disse Rose – foi essa mais uma das razões para devolver o livro, queria me desculpar por ter os interrompido.
_ certo, vou parar de tentar tirar de você a verdade – disse Scorpio – por duas razões básicas, você é teimosa e nunca ira dar o braço a torcer, e admitir o verdadeiro motivo que te fez devolver o livro – ele respirara fundo – e a outra, é que se tiver que ouvir mais uma de suas desculpas, eu juro que me mato – Rose achou que seria uma boa hora para dizer mais alguma coisa, e depois cobrar o suicídio do loiro ao qual ele havia jurado mas preferiu deixar quieto.
_ será que posso ir embora agora? – disse Rose e ele dera espaço para que ela se retirasse – obrigada – mas enquanto caminhava uma idéia acendeu em sua cabeça, se perguntava como seria as formas animagas dos amigos, a verdade é que estava bem curiosa, o que levou ela dizer algo, olhou sobre o ombro e seus olhos encararam o loiro que já andava alguns passos lentos – Malfoy? - ele se voltara para ela, com o olhar mais morto e cansado que conseguia reproduzir, mas parecia um tanto curioso sobre o que ela ia falar – eu quero ver.
_ o que? – disse Scorpio com a voz cansada.
_ você sabe, eu quero ver você e os outros se tornarem... – disse Rose, mas fora interrompida por Scorpio que lhe correra, rapidamente fechando sua boca antes que concluísse a frase, nos olhos dele podia se ver um olhar furioso e sombriamente serio, alem de um pouco de medo camuflado, a garota fez o que julgou ser o mais esperto naquela situação, mordeu o dedo dele que liberou rapidamente sua boca – isso é para você aprender Malfoy, a não interromper uma frase minha.
_ você é louca ou burra por acaso Weasley? Se eu deixasse você concluir a frase, revelaria para todos dessa escola o que eu e os outros temos feito, e então adeus Animagia – disse Scorpio irritado, mas num tom quase tão baixo quanto um sussurro – o que foi que você disse mesmo? – ele agora levava o dedo a boca, havia um pequeno machucado no lugar que a ruiva o havia mordido, no entanto não falara nada.
_ você ouviu, eu quero ver a transformação de vocês, na verdade eu quero que todas nos vejamos – disse Rose e Scorpio parecera perder a cor, estava surpreso com aquela atitude – elas viram o livro, então sabem que vocês estão querendo ser Animagos.
_ acho que dizer não, não está entre as opções não é mesmo? – disse Scorpio suspirando fundo – você devia estar na Corvinal sabia? É esperta demais para os muitos cabeças ocas que existem na Grifinoria – ele se arrependera imediatamente do que dissera, acabara de dizer que a garota era inteligente.
_ obrigada – disse Rose sorrindo levemente e seu rosto tomou uma feição um pouco rosada, percebera o que acabara de acontecer assim como o loiro dissera – isso foi... Gentil, é um elogio vindo de alguém como você... – o primeiro que ele fazia a ela, a ruiva pensou consigo mesma.
_ mas com uma astucia dessa e o fato de esta me chantageando, me faz duvidar se não deveria estar na Sonserina – disse Scorpio sorrindo arrogante – fala a verdade você pediu para cair na Grifinoria não é mesmo?
_ vai à merda Malfoy – disse Rose quase gritando irritada com o comentário – você é um idiota... – ela então sorrira - mas isso não vai apagar o fato de me achar inteligente, foi um belo elogio Malfoy, pena que não tinha ninguém para ouvir, se eu contar duvido que acreditem.
_ tanto faz, então avise suas amigas para nos encontrarem no nosso dormitório daqui dois dias, a noite – disse Scorpio e Rose arqueara a sobrancelha com um ar um pouco duvidoso – o que foi?
_ não vamos entrar no dormitório de vocês – disse Rose duramente e ele pareceu não entender – é errado... – ele continuou olhando para ela com cara de ponto de interrogação – vocês são meninos – o olhar interrogativo ainda continuava, e ela já estava ficando com um pouco de raiva dele - e nos somos meninas não pega bem entrar nos quartos de vocês... Podem dizer coisas da gente, fazer comentários maldosos a nosso respeito.
_ por favor Weasley, deixa de ser tão moralista, é normal as garotas visitarem os garotos nos dormitórios, perfeitamente normal entrar... – disse Scorpio – e você vai lá com suas amigas, para verem a transformação, não... E não estou te chamando para nos... – ele parecera se perder nas palavras, e nas imagens que surgiram na sua mente, se sentiria culpado pelo que pensara naquele momento - você entendeu.
_ sim, mesmo assim não vou entrar no seu quarto Malfoy – disse Rose – que tal vocês fazerem isso no salão comunal do trem?
_ qual é a diferença de ser lá e no nosso quarto? – disse Scorpio mas ela não respondera – ok, falarei com os meninos, é chantagem isso sabia ruiva, e acho que eles não vão gostar.
_ duvido muito que fiquem zangados, diferente de você Malfoy eles entenderam minha atitude por ter devolvido o livro, pelo menos penso assim – disse Rose – talvez seja sua cabeça dura que não quer aceitar a verdade que já disse varias vezes – ela saira deixando um loiro muito zangado.
Alvo estava completamente triste aquela manhã, por Merlin, era tão horrível para ele ficar longe de Alice, ainda mais quando é a garota que o evitava, certamente não tem nada pior que ser ignorado por alguém que a gente gosta, e ele descobriu isso da pior forma possível. Caminhava sozinho de volta para o trem, naquela manhã um pouco fria de setembro, ventava muito, indicando que estavam no outono. Fora quando percebeu alguém parado a sua enfrente, próximo da porta do trem, logo reconheceu pelas vestes negras e cabelo desarrumado, o estudante de Durmstrang que mais odiaria ver naquele momento, e seu nome era Nickollaus Karkaroff. O Sonserino respirara fundo, como para controlar a raiva que lhe aflingia naquele momento, para então levar às mãos as vestes e segurara a varinha fortemente, esperando qualquer espécie de ataque lindo do Búlgaro, o que estaria ali? Não fazia a mínima idéia, mas isso não importava, talvez não fosse ele que Nickollaus estivesse esperando, é ele duvidava muito disso, era certo que para sua infelicidade o campeão estivesse esperando por Alice. No entanto enquanto estava entrando, qual foi sua surpresa quando Karkaroff lhe dirigiu a palavra, nunca antes um havia encontrado o outro, na verdade sim, mas para ser mais necessário, nunca haviam sido feitas as apresentações devidas.
_ Alvo Severo Potter? – disse Nickollaus e o Sonserino confirmou se aproximando – então, é você mesmo... – ele parecia analisá-lo, e mesmo que parecesse que não era nada demais, incomodava em muito para o garoto se olhado dos pés a cabeça por um homem, alem é claro de ficar confuso com aquela atitude – desculpe, acho que não me apresentei... Nickollaus Octavius Karkaroff – ele estendera a mão a Alvo, e por uma estranha razão ele ficou encarando por um tempo, como se refletisse se aceitava ou não o cumprimento, acabou por dispensar o aperto de mão que fora recolhida por Nick.
_ eu sei que é você, é o campeão de Durmstrang – disse Alvo azedo em suas palavras – o que quer comigo?
_ apenas te conhecer – disse Nickollaus recolhendo a mão após constatar que o aperto de mão não viria – saber coisas, soube muito sobre você, e admito que fiquei curioso a seu respeito... – a verdade é que ele queria descobrir mais sobre aquele garoto, por quem Alice era apaixonada – soube que é um ótimo jogador de Quadribol, talvez pudéssemos jogar uma partida, você joga como apanhador não é mesmo? – Alvo confirmara – eu sou artilheiro, mas acho que sirvo para pegar o pomo de ouro também, já fiz isso quando o nosso apanhador se feriu em um dos jogos... O que acha? – ele queria ver o potencial de Alvo, saber do que ele era capaz – podemos falar com Madame Máxime, meu time veio em peso para Torneio...
_ não obrigado, não tenho a mínima vontade de jogar contra você – disse Alvo rígido e Nickollaus percebeu que o garoto não gostava nem um pouco dele, talvez fosse por conta da aproximação do Búlgaro com a Lufa-lufa, quem sabe, pensou – agora se me dá licença, gostaria de entrar.
_ por quê? Qual é o problema garoto? – disse Nickollaus esperando que ele dissesse algo.
_ problema algum, só não creio que um campeão devesse perder seu tempo com partidas de Quadribol – disse Alvo – talvez devesse se concentrar no Torneio.
_ eu não ligo para essa competição, claro se eu a ganhar, que seja, mas tem algo em que estou mais interessado – disse Nickollaus e Alvo por uma estranha razão sentiu que ele se referia a Alice – e você Alvo, quais são seus interesses? Alem do Quadribol e da musica, soube que é realmente bom ao lado de sua banda, também tenho uma sabe? O Professor Krum quer ver se consegue com que nos tocássemos no baile de inverno, você podia tocar para eles, quem sabe não é convidado para abrir nosso show?
_ que bom, espero que sejam bons pelo menos – disse Alvo seco, o que aquele cara queria afinal, ficar se gabando? – o que você quer, até onde eu saiba você não é o tipo que fica por ai tentando fazer novas amizades, pelo menos amizades masculinas como a minha, por que não volta para suas fãs devem estar em algum lugar, esperando por você.
_ que esperem, não ligo para elas – disse Nickollaus – a garota de que gosto não se importa se sou o não campeão de Durmstrang, ela é a única pessoa nesse lugar que me trata de uma maneira que gosto de ser tratado, como alguém comum, pode parecer estranho para você Potter, mas não gosto da fama.
_ duvido muito – disse Alvo, por uma estranha razão sentiu vontade azarar o Búlgaro naquele momento, estava bem claro que era de Alice que ele falava, o que ele queria provocá-lo? – do contrario não teria se inscrito nesse torneio...
_ eu precisava fazer, desde que meu pai morreu o Prof° Krum tem sido um grande companheiro de nossa família, praticamente me adotou, devo muito a ele, foi uma maneira de agradecimento de minha parte eu ter me inscrito nesse torneio – disse Nickollaus um pouco duro, realmente o garoto parecia não estar facilitando as coisas, talvez fosse ciúmes que estivesse sentindo, afinal ele meio que se referira a Alice duas vezes seguidas, e se o Sonserino gostasse realmente dela, isso devia não ter o agradado – mas isso não importa a você, parece que já tem sua opinião formada a meu respeito não é verdade Potter?
_ sim, de certa forma eu tenho – disse Alvo com a voz um pouco agressiva, muitos considerariam burrice enfrentar alguém como o Campeão ou falar dele naquele tom, para começar era claro que ele devia ser um bruxo de talento, para se escolhido pelo Cálice de Fogo para o Torneio, mas o Sonserino não ia se deixar abalar por esse simples detalhe – mas tenho certeza que não se impontaria com o que eu penso a seu respeito.
_ não, não me importo com sua opinião sobre mim – disse Nickollaus num tom imensamente calmo, que chegara a irritar Alvo – com tudo, seria interessante de se ouvir o que pensa sobre mim.
_ quer mesmo? – disse Alvo em um tom de desafio – pois eu acredito que você, é um idiota, que anda ai parecendo uma roqueira trouxa, quando na verdade não passa de alguém que quer chamar a atenção, acha mesmo que acredito nisso de não gostar de fama? Você anda por ai com um violão se exibindo, e nada no lago, você não merecia o cargo de campeão, e sim de um caçador de fama, pois é isso que você é... Você pode – ele continuaria, mas acabou sendo interrompido pelas risadas de Nickollaus.
_ é realmente isso que pensa de mim? – disse Nickollaus rindo – por uma estranha razão eu não acredito em você...
_ o que você queria aqui mesmo? – disse Alvo confuso – sei que não tentaria se aproximar de mim assim a toa, o que pretende com isso?
_ ah... Claro, me falaram de você, queria saber com quem estou competindo – disse Nickollaus – conhecer o adversário é algo positivo em qualquer disputa – certo, ele oficialmente estava falando de Alice, pensara Alvo, e estava querendo conhecê-lo, pois via ele como um rival, claro, isso era obvio.
_ não sou o Potter que teve seu nome escolhido pelo Cálice de Fogo, e sim meu irmão – disse Alvo sarcasticamente – por que não fala com ele? Soube que já se conhecem, inclusive você é amigo do Tiago não é mesmo? – agora se lembrava de quando as vezes via o mais velho ao lado do Búlgaro, se sentia ainda mais traído por ver alguem da própria família ter feito amizade com alguém daquele tipo – podia fazer uma aliança com ele...
_ é podia, afinal no ultimo torneio tiveram dois campeões, lógico que um acabou morto, mas isso não vem ao caso – disse Nickollaus – no entanto, como já falei, não ligo de ganhar... Se ganhar, lógico será algo incrível, levar a gloria o meu nome o da minha escola, em todo o caso, você deve suspeitar do meu motivo de estar aqui...
_ não, é isso que quero descobrir desde que te encontrei – disse Alvo, ele suspeitava do que Nickollaus fazia ali, mas preferiu se fazer de desentendido – veio esperar a Alice de certo não?
_ não, mas tem haver com ela – disse Nickollaus – sabe , ontem eu e ela combinamos de dar uma olhada no castelo, ela tinha algo para me dizer... No entanto acabei encontrando minha mãe, que veio a trabalho ao lado do Repórter do Profeta Diário, e resolvi mostrar a ela o castelo, desse modo, acabei por não encontrá-la aquela noite, e não obtive minha resposta – Alvo ficara tenso, se lembrava da conversa que ouvira entre os dois enquanto estava sobre a capa da invisibilidade, e pela cabeça dele ainda martelava a idéia de que aquele rapaz havia pedido a garota em namoro – acabei por observar de longe vocês dois, que pareciam discutir, e ela chorando... o que você disse a ela?
_ nada de mais, e não é da sua conta o que digo a ela – disse Alvo ríspido – você não a conhece a tanto tempo, e acho que ela não gostaria de saber que tem gente querendo cuidar da vida dela.
_ eu quero cuidar dela Potter, se não percebeu eu gosto muito da Alice – disse Nickollaus se aproximando um pouco de Alvo – e se você a fizer chorar de novo, saiba que terá problemas sérios comigo.
_ isso é uma ameaça? – disse Alvo rindo para então para de repente e começar com uma voz fria e dura – quem você pensa que é? Namorado dela? Vocês são completos estranhos, mal se conhecem e você já age como se ela fosse sua.
_ como eu suspeitava, Eduard tinha razão no que me disse ao seu respeito – disse Nickollaus dando as costas e indo embora – foi bom conhece-lo Potter – ele saira andando sem dar explicações.
_ espere o que o Eduard disse a meu respeito? – disse Alvo e Nickollaus para o encarando por sobre o ombro – não vai me dizer?
_ disse que você era muito ciumento, e que não gostava da minha aproximação de Alice, disse que gosta dela, mas não consegue se declarar – disse Nickollaus – qual é o problema tem duvidas do que sente por ela? – Alvo queria gritar que tinha certeza que amava Alice, mas travou, saber que seu rival sabia que estava interessado na mesma garota que ele, e admitir isso em aberto era algo realmente espantoso – é, parece que como todos os garotos da sua idade, parece ainda não saber direito o que sente.
_ eu sei o que sinto – disse Alvo num murmúrio.
_ só não sabe demonstrar não é? – disse Nickollaus rindo – eu tenho uma péssima noticia para você Potter, não faz parte da minha natureza desistir tão facilmente de algo que quero, se você a quer terá que disputá-la comigo, se mostrar digno dela – Alvo ficara em silencio – pense sobre isso Potter... – ele continuara a andar, até desaparecer nos jardins a caminho do que o Sonserino pensou que era a direção onde ficava o Navio.
Dominique pensava em como sua vida dera uma volta daquelas, num momento se lembrava de que a algumas semanas atrás tudo que espera que fosse acontecer seria que reveria seus primos, aprontariam muito em Beauxbatons juntos, o que era bom, pois em geral tinha que se virar sozinha, pois a maioria de seus amigos da escola, tinham certo receio de aprontar, talvez por conta de Gabrielle Delacour sempre esta a espreita podendo te pegar a qualquer momento, como as coisas eram fáceis aquela vez, a verdade é que sentia falta de como as coisas eram, detenções, berradores de sua mãe que sempre recebia e traziam o maior sermão, era tão fácil, tinha saudade da sua antiga vida, antes desse maldito torneio. Agora ela era uma campeã, o que era algo impensado, nunca passou por sua cabeça que seria escolhida, era mais uma zoeira quando colocara seu nome, agora? Tinha que enfrentar três provas suicidas, brilhante não? Apesar de que não podia se confiar muito naquela velharia de cálice milenar, dizia a si mesma, ele escolheu dois campeões para Hogwarts afinal de contas, mais um sinal de que esta na hora de aposentar. De todo o modo, não era apenas o Torneio que estava lhe preocupando, e também esse namoro com Tiago, certo, ela não podia chamar de namoro, ele fizera a pergunta, e não esperara a resposta, não era justo ficar amarrada a um relacionamento desse jeito, o motivo para ainda continuar era claro, soubera que o ruivo estava passando por um mal momento, a garota que gosta namora alguem que ele não suporta, ela sabia que estava sendo usada como um meio do garoto tentar esquece-la, não era burra para pensar que os dois estavam juntos por ele finalmente ter descoberto o que sentia por ela, e mesmo as vezes se sentir mal por esta sendo usada daquela forma, e permitir que ele fizesse aquilo, não podia terminar com ele, achava que podia ajudá-lo de algum modo se continuasse com isso, certo era bem estranho pensar em ajudar alguém dessa forma, mas ela nunca foi uma garota que se podia chamar de normal. Como queria voltar e não dizer aquilo a Tiago, a verdade é que não conseguia admitir aquilo, qual é ela a anos não pensava nele como alguem alem de um grande amigo, e de repente diz aquilo, e o beijo que ele lhe deu? Não era a culpa dela, não sabia que seria beijada, mas se sentia culpada por Fred ter visto, ainda não entendia o que acontecera com ele aquela noite, afinal de contas, por que ficara tão mal? Eram apenas primos, não podia gostar dele, ou será que podia, não, era loucura aquilo. E ainda tinha o fato de Tiago e Fred estarem distantes um do outro, seria o fato do ruivo ter sido escolhido para ser o campeão? Pelo menos, era o que ele pensava, mas por estranho motivo a garota não pensava que fosse apenas aquilo. Olhara novamente para o relógio, estava no horário marcado, na verdade passara da hora, sua tia Gabrielle estava atrasada e ainda não sabia o que ela tinha para lhe dizer a respeito, àquela hora o grande salão principal estava vazio e escuro, as paredes não estavam com a mesma ambientação interna que em geral usava, estava no seu original. Fora então que a professora de poções chegara, olhara em volta para então encontrar a sobrinha sentada nos degraus que davam para a mesa dos professores, ela se aproximara, fazendo sinal para que ela ficasse de pé. A ruiva notara que a tia trazia com sigo uma bolsa, algo raro já que estavam dentro do castelo e não havia essa necessidade.
_ algum problema Tia? – disse Dominique estourando uma bola de chiclete ao final da pergunta, ao que a loira fez uma cara severa e estendera a mão, ela sabia que Gabrielle odiava aquele habito da sobrinha – desculpe Tia, mas era o ultimo...
_ como se eu fosse querer essa porcaria que os trouxas inventaram – disse Gabrielle enquanto Dominique tirava a goma da boca, e deixava cair na palma da tia que encarara enojada – é um habito horrível esse que você tem, devia parar, agora é uma campeã, o que iriam pensar se soubessem que a garota mais importante de Beauxbatons fica ruminando como uma vaca durante todo o dia?
_ nossa, isso atingiu em cheio meu coração – disse Dominique com um tom falsamente ofendido – ser chamada de vaca pela minha tia, está ai algo que não esperava, mas lembre titia Gabi, que se eu sou... Uma vaca, você por ser da minha família também é uma não é mesmo? – ela fizera a cara mais inocente do que a de uma garotinha de cinco anos, e a loira a fuzilara com o olhar, odiava aquele humor debochado que muitas vezes a ruiva usava, e encarara por um tempo o chiclete mastigado que segurava na palma da mão – só espero que não coloque na boca, isso sim seria algo terrivelmente nojento.
_ sem gracinhas Dominique, e já disse para não me chamar de tia, estamos em Beauxbatons e aqui eu sou sua professora – disse Gabrielle e ela pode notar a ruiva pronunciar alguma coisa como por enquanto, mas resolvera não dar ouvidos – mas é verdade o que digo sobre cuidar de sua imagem, é algo importante, você pode conseguir muitas coisas com isso...
_ como o que, por exemplo? Calos por conta do salto alto, ou alergia por conta da maquiagem? – disse Dominique – é Torneio Tribruxo mademoiselle Delacour, não um concurso de a mais bela bruxa européia, e se fosse, cá entre nos, eu não ia me inscrever numa coisa dessas... Agora, me diz, onde está nas instruções que eu, tenho que mudar meu jeito de ser por conta dessa competição...
_ querida, não entende, se você estiver melhor arrumada, atraira muita atenção da imprensa – disse Gabrielle – e isso é bom para Beauxbatons, e o ministro assim como todos da escola e da comunidade bruxa francesa contamos com você para ganhar aquela taça.
_ uau, pressão nenhuma não é mesmo? – disse Dominique com um tom de voz espantado e irônico - Sabe, antes de você dizer isso, eu por uma estranha razão achei que vocês queriam que eu ganhasse a todo o custo, agora percebo que se importam mais comigo, como o fato de a qualquer momento eu poder morrer nesse torneio, do que com uma taça idiota.
_ não é a taça em si, e sim o que ela representa, como tira-la de Hogwarts – disse Gabrielle respirando fundo – é uma questão de honra vencer os dois campeões deles, afinal de contas, fomos traídos bem de baixo de nossos narizes, eles sabotaram o Cálice de Fogo.
_ não temos certeza disso – disse Dominique com um tom um pouco grosso, não acreditava em qualquer espécie de trapaça da parte de Hogwarts – e outra Mademoiselle Delacour, um dos campeões é meu primo, e ele também é meu namorado.
_ eu sei, por isso deve usar isso a seu favor – disse Gabrielle sorrindo – você deve fazer de conta que está do lado dele, ajudá-lo se preciso, mas no final mostre sua verdadeira face.
_ está querendo que eu traia o Tiago? – disse Dominique assustada – mas tia, ele é um dos meus melhores amigos, não seria capaz disso nunca, crescemos juntos, sempre fomos tão próximos, se há alguém que nunca passaria para trás seria ele e Fred.
_ certo, foi apenas uma idéia, mas já que não quer isso – disse Gabrielle – mas lembre-se que ele nem sequer deveria estar nesse torneio, o verdadeiro campeão de Hogwarts é o tal do Eduard Zabini, não o Potter.
_ veio aqui apenas para tentar me incentivar a trapacear? – disse Dominique com uma voz cansada – ou simplesmente uma conversa de como você odeia o modo como visto e ajo e dizendo que deveria ser como essas patricinhas mimadas francesas que eu intensamente não suporto? – ela arqueara a sobrancelhas – ah... e desculpe se te ofendi de algum modo – ela sorrira marota, sabia muito bem que quando estudara a tia fora esse espécie de garota, e Gabrielle percebera a indireta.
_ vim te entregar isso – disse Gabrielle com uma voz cansada, tirando algo da bolsa e entregando a sobrinha, se tratava de algumas folhas dobradas muitas vezes.
_ quer que eu te ajude a responder cartas de algum admirador seu tia? – disse Dominique rindo – saiba que não sou tão boa nisso quanto a Victorie, ela sim é a romântica na família, eu não levo muito jeito...
_ não diga besteiras menina, às vezes odeio o humor dos Weasleys... e esse seu jeito de sempre levar tudo a brincadeira– disse Gabrielle bufando.
_ nos também te amamos, mas lembre-se titia, nos Weasleys somos demais, e parece que mamãe não se importou com isso quando se casou com meu pai – disse Dominique – e quanto a nunca levar as coisas a serio, de onde tirou isso? Sou a senhora seriedade – ela sorri marotamente – mas, se não são cartas de um admirador, seriam do tio Victor? – ela sorrira perversa, sabia que a tia odiava que ela chamasse o diretor de Durmstrang desse jeito.
_ não, e não torne a chamar o Krum de tio – disse Gabrielle quase aos gritos – ele não é seu tio, não mais, nos separamos Dominique...
_ calma tia, eu apenas achei, sei lá que ele quisesse fazer as pazes com você – disse Dominique – certo, o que quer que eu faça com esses papeis, origami?
_ abra, e leia cada um é algo importante que talvez você possa usar mais futuramente – disse Gabrielle e Dominique fez, desdobrando os papeis - e notara que são algumas anotações e fotos tiradas de quatro animais diferentes...
_ certo, e isso deveria me interessar por quê? – disse Dominique falando com uma voz cansada enquanto desdobrava os papeis – o que me im... Espera ai, isso tem haver com a primeira tarefa do Torneio Tribruxo?
_ sim, vocês terão que enfrentar as criaturas que estão ai – disse Gabrielle sorrindo vitoriosa – consegui na noite que trouxeram as feras, foi fácil, homens são tão idiotas, consegui usar meu charme de Veela em um deles, depois que ele me entregou o que precisava, alterei sua mente para que ele não se lembrar de nada.
_ eu não vou trapacear Tia – disse Dominique revoltada – se vou jogar, será um jogo limpo... – ela estendera o papel mas Gabrielle não pegou, a ruiva possuía um olhar duro, mas nada equiparado ao da tia – que se dane as criaturas que eu vou enfrentar nesse torneio, mamãe enfrentou um Dragão quando participou, tem coisa pior que dragões? Que eu saiba não... Seja o que tenham nos mandado enfrentar, não ligo, apenas enfrentarei quando chegar a hora.
_ você acha mesmo que seus adversários não sabem do que se trata a primeira tarefa? – disse Gabrielle duramente – eles sabem, não adianta jogar limpo quando seus adversários trapaceiam Dommy, isso sempre foi bem claro, para todos nos, e se alguém te oferece ajuda, deve aceita-la...
_ no caso esse alguém é você? – disse Dominique – desculpe Tia, mas não posso trapacear, não faz parte de quem sou realmente.
_ que seja – disse Gabrielle cansada – quer dizer que tudo o que fiz na noite anterior foi em vão, tudo para poder te ajudar a pelo menos se dar bem na primeira prova... Como você é egoísta Dominique, eu poderia ter sido pega e expulsa da escola por conta disso que fiz.
_ eu não te mandei fazer nada – disse Dominique para então suspirar fundo – desculpe, mas se ser egoísta é sinônimo de honestidade, é acho que sou sim.
Ela saiu do salão principal deixando para trás a professora de poções, quando se dirigira a porta notara alguma sombra por passar pelas frestas da porta junto com a pouca luz, havia alguém ali e estava espionando a conversa, e ela descobriria de quem se tratava assim que saísse, mas quando cruzara a porta de carvalho, encontrara o corredor vazio se não fosse por um vulto a correr por ele, ela achou aquilo realmente estranho, e decidiu segui-lo, ela vira a sombra descendo as escadas e resolveu descer atrás, rapidamente pouco se importando nos degraus que pisava, muitas vezes descendo três de uma vez, e dando pequenos saltos, quando chegaram a uma parte do castelo na qual havia varias janelas que iluminavam aquela pequena escadaria em espiral, ela pode notar melhor de quem se tratava. Os seus cabelos negros e um tanto revoltos e rebeldes, sua pele morena, e com a veste de Hogwarts a tremular por conta do forte vento que entrava pelas finas e esguias janelas, ela gritara por ele, gritara para que esperasse, quando o garoto parou e se virou para encará-la, sua boca abrira e fechara ligeiramente, não esperava que fosse ele, e estava surpreso por vê-lo assim, pois nunca parecera tão belo. Fred lhe encarava por sobre os ombros, mas seu olhar era frio, o que há espantou um pouco, nunca esperara ver aquela feição no rosto do moreno, era dura e gélida como mármore.
_ antes que comece a falar, quero dizer que sim, eu ouvi sua conversa com sua tia – disse Fred duramente sendo o mais direto possível ao assunto – e eu realmente não esperava que fossem trapacear... Apesar de que, há muito tempo não me surpreendo com atitudes que vem de você... Sempre foi impulsiva e dona de atitudes inesperadas não é Dominique? – ela não soube ao certo o que dizer, não sabia o porquê dele esta sendo tão dura com ela, isso era um dos fatos que haviam feito que a garota ficasse sem reação – mas não se preocupe, vou fazer de conta que não ouvi nada, não precisa alterar minha mente como sua tia fez com a daquele homem.
_ eu nunca faria uma coisa dessas com você, sabe muito bem disso – disse Dominique com a voz em bagaços, e enquanto ele lhe voltava às costas, a ruiva correu para se colocar na frente do primo – não me deixe falando sozinha, sabe que não gosto que façam isso... – ele se voltou para ela, encarando as mãos da garota que agora se encontravam em seu tórax, ele ficou uns segundos as encarando, para então remove-las dali, afastando a garota de si, e continuou a descer as escadas – por que tem me evitado tanto? – ela o virara para ela, e ambos ficaram por um tempo se encarando, sendo que o garoto ainda se recusava a olhá-la nos olhos, o que era algo horrível para ela.
_ o que? - disse Fred com a voz quase não saindo, ele havia entendido a pergunta, era obvio isso, já que ela falara claramente, era ele que não sabia o que responder, a verdade talvez? Que estava com ciúmes dela com Tiago? Raiva do melhor amigo por namorar a garota que ele descobriu que amava? Raiva dele próprio por acabar se apaixonando por ela, sua própria prima, alguém que nunca pensara que pudesse amar dessa forma, estava confuso, isso estava nítido na suas atitudes, incluindo no afastamento de todos, era assim que aquele garoto lidava com tudo que estava acontecendo, se isolando, parecia ter dado certo, até agora que estava frente a frente com ela – o que você disse? – tornara a perguntar, na falta de algo melhor a fazer.
_ não se faça de idiota, você me ouviu bem – disse Dominique duramente – mas vou tornar a perguntar, por que você tem me evitado? – ela agora tornara a encará-lo em busca de respostas, a aproximação de ambos era muito grande, ela tornara a agarrá-lo pelas vestes, e prensá-lo dessa vez contra a parede, quem visse poderia pensar em algo que realmente poderia causar grandes problemas para ambos, principalmente para ela, já que ainda namorava Tiago, mesmo após tendo descoberto que não sentia nada por ele, e sim por aquele Grifinorio a sua frente, seu melhor amigo desde que se conhece por gente, e vê-lo o modo como era tratada por ele agora, machucava muito, ainda mais descobrindo o quanto o amava – por favor, me diga, não suporto mais você assim... Tão distante... – ela suspirara, e pela primeira vez desde que iniciara a conversa ele a olhou nos olhos, ela adorava mais que tudo aqueles olhos imensamente negros como um céu noturno.
_ não posso dizer, realmente não posso – disse Fred, suspirando, mesmo estando com raiva de Tiago, mesmo amando aquela mulher a sua frente antes de tudo isso ele era amigo do ruivo, nunca iria faze-lo sofrer, ou piorar, se Dominique o fazia feliz agora que o garoto perdera Narcisa, ele teria que se conformar, pelo seu sofrimento estava fazendo bem a alguém, e por conta disso, preferira se afastar, para não sofrer ainda mais com a felicidade do casal – apenas que é algo que tenho que fazer...
_ por que? – disse Dominique num grito aflito, como se ele acabasse de dizer algo horrível, quando na verdade não havia nada de mais em suas palavras, nem uma resposta podia ser considerada aquilo, pensou, de repente veio a raiva, odiava quando as pessoas escondiam dela algo, principalmente quando se tratavam daqueles que ela mais amava, e Fred estava e sempre estaria agora mais que tudo entre essas pessoas – por que mente para mim? Eu te conheço muito bem para saber que tem algo errado...
_ então me diga, já que me conhece tanto assim qual é meu problema? – disse Fred grosseiramente, a verdade é que se odiava por esta ali, odiava por esta fazendo Dominique sofrer naquele momento, quando a garota ficava triste seus poderes de veela pariciam mais fervorosos, como se tentassem a todo o custo fazer com que as pessoas sentissem ainda mais atração por ela, como um desejo eminente de confortá-la, e o moreno sabia disso, mas mesmo se ela não fosse assim sabia que sentiria o mesmo desejo de ter-la nos braços naquele momento, mas acabou por empurrá-la para longe, vendo o quanto mal isso fazia a ela, e se sentindo um verdadeiro monstro naquela atitude.
_ eu não sei... – disse Dominique – eu realmente queria saber, mas não sei... – ela se afastava dele, estava começando a se aborrecer com aquela situação, quem Fred pensava que era para tratá-la daquela forma, para esconder as coisas dela, era como se ele não a visse mais como a mesma ruiva que sempre fora – você está diferente, se afastou do Tiago e de mim é como se... – ela se espantara com a própria idéia que tivera naquele momento, não poderia ser verdade, ou poderia? Ela sentiu algo crescer dentro dela, seria a chama da esperança que lhe atingia ao imaginar que podia pela primeira vez ser correspondida por alguém que ela realmente ama? – você está assim desde que eu e Tiago... Você sabe, nos beijamos e em seguida começamos o namoro.
_ não tem nada haver com isso, por que eu me sentiria mal de vê-los juntos? – disse Fred rindo, para esconder o nervosismo que lhe afligia afinal ela havia descoberto, apesar de ainda ter chance de contornar a historia, antes que Dominique dissesse algo, ele cortara – eu tenho pena é desse relacionamento sem futuro, ele esta te usando para esquecer a Narcisa... Você é uma maneira que ele encontrou para isso... – ele a encarou, se sentindo o maior idiota por ter jogado daquela forma a verdade na cara dela, enquanto ela abaixava a cabeça, realmente aquele não era um bom dia – desculpe... Eu...
_ você está certo, ele está me usando – disse Dominique sorrindo fracamente – percebi isso a muito tempo, na verdade desde o momento que percebi o modo como ele ficava ao vê-la com o namorado, mas sabe Fred, eu não me importo...
_ não se importa? – disse Fred irritado, quase gritando, como assim, ela não podia esta falando serio, pensou – você não se importa que um cara te use de objeto, como uma forma de esquecer uma garota que ele amou e sempre vai amar, você não pode estar gostando disso? É loucura, eu sei que sempre foi apaixonada pelo Tiago, mas nunca pensei que ia se contentar de ficar assim, de ser mais uma garota que fica com o cara que gosta, sem que ele sinta o mesmo por ela...
_ Eu não gosto mais dele Fred, acho que confundi o tipo de amor que sentia por ele – disse Dominique – mas entenda, eu sempre odiei ver meus amigos sofrerem, e se ele esta sofrendo por causa da Malfoy, eu a mim foi dada a chance de tentar anima-lo, acho que vale apena tentar não? Eu acho que você faria o mesmo no meu lugar...
_ está errada, eu nunca namoraria o Tiago, nem por um milhão de galeões – disse Fred rindo ao que ela acompanhou, era engraçado, pensara o rapaz, agora após ouvir aquelas palavras dela, parecia que o peso que sentia por ela estar com o seu melhor amigo havia diminuído – mas entendo você Dommy – ela sorrira ao ser chamada pelo apelido, até então era tratada pelo nome pelo garoto, algo realmente doloroso para ela, ele nunca a tratara pelo nome antes – mas eu concordo, acho que temos isso em comum, sacrificarmos nossa felicidade pela dos nossos amigos... – ela lhe tocara o rosto, e ele sentiu recuar alguns passos.
_ sim nos somos, por favor, espero que agora não pense algo errado de mim – disse Dominique – se não terminei com o Tiago, é porque não quero vê-lo mais sofrer com isso...
_ entendo – disse Fred, agora ele podia dizer que estava em frente a um anjo, não era como todos esperassem que pudesse ser, mas era assim que a via – você vai trapacear na primeira prova?
_ não, não vou – disse Dominique se afastando – minha tia queria que eu fizesse, mas não vou – ela mostrara as paginas de pergaminho que ganhara da professora de poções – um jogo tem que ser jogado com honestidade, sem trapaças, se os outros vão fazer isso, não importa, eu que não vou fazer... se irei ganhar, será honestamente – e pegara a ponta da varinha, acendendo em sua ponta uma chama, prestes a queimar aquele documento, quando foi impedida por Fred, ela o olhou confusa – me deixe por um fim nisso...
_ não, você tem que ler, é melhor que saiba o que vai enfrentar – disse Fred – não sei muito sobre esses torneios, mas o que o Tio Harry e sua mãe participaram era muito difícil, na primeira prova eles tiveram que enfrentar dragões, imagina o que prepararam para vocês... – ele suspirara ao ver que não estava convencendo - tem que estar preparada... Não quero que se machuque – ela sorrira lhe dando um abraço, o garoto ficara estático, não esperava por isso, por conta disso demorara a retribuir no mesmo aperto que recebia da prima, era ótimo tê-la daquela maneira nos braços, fechou os olhos por um tempo, ficando por alguns segundos a cheirar os cabelos da garota, era um cheiro de morango, ele sempre adorou aquele cheiro, ela brincava com os cabelos dele, nos poucos mais de cinco minutos que ficaram assim, quando finalmente se separaram.
_ é bom saber que ainda se importa comigo – disse Dominique sorrindo fracamente, e ela pode notar o quanto sem graça o primo havia ficado com o abraço, afinal de contas passava a mão pelos cabelos, era isso que fazia quando estava encabulado com algo, uma cena rara de se ver.
_ sempre vou me importar por você – disse Fred dando as costas para a garota – você é importante para mim, e é isso que fazemos com as pessoas de que gostamos, nos importamos com elas – Dominique sorrira, assim como o moreno, que a encarava por sobre o ombro – só tente sair viva no final dessa competição ok?
_ eu vou sair, não pense que uma competição boba como o Torneio Tribruxo vai me matar Frederick – disse Dominique ao que o garoto sorriu – você ainda terá que me agüentar por vários anos, Dommy não vai te abandonar assim tão fácil, o que seria de você sem mim?
_ eu nem sei a resposta a essa pergunta, e nem quero saber – disse Fred ainda sorrindo, eram raras as ocasiões em que era chamando pelo primeiro nome, quase inexistentes, a maioria delas era por sua mãe quando ficava furiosa com ele por algo que havia feito, mas não era o mesmo tom que a ruiva usava, era carinhoso, doce apesar de parecer difícil de acreditar vindo de uma garota como Dominique, nem de perto soava como o tom ameaçador e furioso de Angelina Weasley nos vários berradores que mandava ao filho todo o ano – então... – ele suspirara se desviando de seus pensamentos – acho que vou indo...
_ nos vemos por ai? Ou vai continuar bancando o Chevalier solitaire? – disse Dominique ao que Fred arqueou as sobrancelhas, antes que perguntasse o que era, ela respondeu – quer dizer, Cavaleiro Solitário em francês – ele sorriu.
_ sempre adorei o modo como você fala francês – disse Fred para então descer as escadas.
Ele seguira rapidamente pela escada sem olhar para trás, não dando a resposta anteriormente pedida pela garota sobre se ele continuaria afastado, a ruiva pensara em segui-lo, mas desistiu, se deixando sentar nos degraus da escada e abrira o conjunto de pergaminhos dobrados, mesmo que não gostasse da sua atitude, ela tinha que trapacear, havia agora decidido que nada lhe atingiria naquele torneio, não quebraria a promessa que fez a Fred sobre sair viva dele, para quem sabe depois dizer o que realmente sentia por aquele Grifinorio.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!