Capitulo 4
Teddy estava na mesa da Hufflepuff escrevendo uma carta para casa, sua avó Andrômeda certamente já havia retornado de viagem, talvez fosse por isso que quisesse mandar noticias dizer como estava sendo sua primeira semana na escola mesmo que ela ainda não tivesse terminado. Desenrolou pergaminho e mergulhou a ponta da pena no tinteiro começando.
“Querida Vovó,
Espero que tudo tenha sido boa a viagem, minha semana com o meu padrinho foi incrível, adorei muito ficar no Largo Grimmauld, pois os Weasleys também estavam lá, assim tinha mais alguém para brincar alem do James. Hogwarts é incrível, o salão principal, as aulas com exceção da de Historia de Magia que é muito chata.
Sinto sua falta, queria que pudesse ter sido a senhora a me levar para a Plataforma, mas tudo bem, meu padrinho me deu algo que me faz não ter a saudade de casa, ele me deu um diário que pertenceu a meu pai não é incrível? Tenho lido uma parte que fala sobre como ele e mamãe se conheceram, e estou adorando isso, quando estiver ai de férias a senhora poderá ler junto comigo.
Fiz amigos no expresso de Hogwarts, seus nomes são Salazar Salvatore e Trevor Runcorn e são de Slytherin. Eles não são como os tipos daquela casa, assim como você vovó eles não se importam se sou mestiço, ou se meu pai era um lobisomem.
Também fiz amizade em outras casas, como com Jeffrey Quizz um garoto da Ravenclaw com quem faço dupla em poções e Annabelle Roosevelt de Gryffindor. Ah, e claro, tem meus colegas de quarto também como Roy Shacklebolt, sim vovó o filho do ministro, ele é legal não é nada parecido com o que se poderia imaginar, não é esnobe, ou arrogante, é apenas um garoto como outro qualquer. Tem também, o Luigi Bagman, Alfred Cattermole e Stanford Shunpick, eles também são muito legais, e engraçados. Alias, entrei para a Hufflepuff, o que me surpreendeu, pois como a senhora sabe sempre sonhei com Gryffindor.
Bem, vou terminando por aqui, espero cartas suas.
Beijos, eu te amo.
Com carinho, Teddy Lupin.”
Ele então dobrara a carta, e colocara em um envelope simples onde preenchera o endereço da casa dos Tonks. O jovem metamorfomago se levantara de sua mesa e resolvera seguir em direção ao corujal, que era uma grande torre de pedra afastada do castelo onde só havia as aves mensageiras de Hogwarts e de seus alunos. Ele escolhera uma bela coruja parda, e mandara sua carta para casa.
Naquela tarde, a primeira aula era de Feitiços e ao notar que já estava atrasado teve de correr chegando quando o professor acabara de entrar em sala de aula. Na verdade, assim que abriu a porta acabou por bater com toda a força a grande massa feita de madeira de carvalho contra o pequeno professor Flitwick praticamente o fazendo voar contra o chão e arrancando risadas da maioria dos alunos. Lupin se apressara a ajudar o professor a se levantar, seus cabelos haviam tomado uma coloração rosa que geralmente acontecia quando ficava com vergonha de algo que fez.
Filio Flitwick era o professor de Feitiços, e também diretor da Corvinal, era um homem de estatura bastante baixa, o suficiente para que em suas aulas tivesse que subir em um monte de livros para poder ser notado pelos alunos, tinha uma voz alta e um tanto aguda que arrancara risos de Luigi Bagman na primeira aula que tiveram, um par de pequenos óculos redondos empenado na ponta do nariz, possuía cabelos brancos já raleando por debaixo de um chapéu cônico típico de um bruxo se não fosse sua cor azul turquesa, suas vestes eram no geral azul, ele parecia ter um fascínio por aquela cor.
_ desculpe professor, eu realmente sinto muito por isso – disse Teddy em um tom que demonstrava toda a sua vergonha pelo que havia feito, mas o professor ainda zonzo parecia não ter-lo ouvido. Ele parecera meio desconcertado pelo ocorrido, mas logo se recompusera.
_ senhor Lupin, por favor, queira ir para seu lugar sim? – disse Flitwick enquanto aos poucos os alunos iam se recuperando do ataque de risos, o Lufano não tivera outra opção se não se sentar.
Ele subira na pilha de livros grossos enquanto Teddy se ajeitava em seu lugar ao lado entre Roy Shacklbolt e Annabelle Roosevelt, a grifinoria olhava para o rapaz com uma cara seria como se aquilo tivesse sido intencional. Logo após a chamada, o professor tomou a iniciativa de explicar o feitiço que aprenderiam naquele dia.
_ hoje aprenderemos um feitiço um tanto complicado, mas muito fácil de realizar se levarmos em conta os movimentos de varinha – disse Flitwick – Aguamenti, cuja função é produzir um jato d'água pura controlado mentalmente, por isso devem se concentrar para que não causem tanto dano, tem que ter os pensamentos firmes.
O professor então ensinara os movimentos, eram simples nada de tão complicado, o feitiço tinha uma pronuncia clara e fácil, Teddy estava confiante de que faria com sucesso aquilo, fora então o momento da pratica, pelo menos fora antes de ver o pequeno Flitwick descer de sua pilha de livros para avaliar o andamento dos feitiços dos alunos.
O professor estava passando de um lado para o outro vendo como os alunos se saiam, a sala era grande e ampla, mas, no entanto as cadeiras estavam dispostas como se fosse uma grande arquibancada de mesas, muito vistas nas faculdades trouxas, ele subia por aquela estreita escadinha olhando para os feitiços que os alunos produziam. Ele agora via alguns níveis abaixo de Teddy o grupo formado pelos outros três colegas de quarto do Lufano, ele corrigira o modo como Alfred segurava a varinha e a pronuncia de Luigi, aquilo só aumentava o nervosismo do metamorfomago.
_ Vamos praticar antes que o professor chegue o que acham? – disse Annabelle chamando a atenção do garoto de cabelos azuis até então distraído com o professor lá embaixo.
_ Pode ser – disse Roy com uma voz sem o menor interesse, o que fez a garota bufar.
_ quer ir primeiro? – disse Annabelle.
_ Aguamenti – disse Roy e um jato de água saira de sua varinha atingindo a nuca de um garoto embaixo, o rapaz se virara para a garota com uma cara de poucos amigos e ele sorrira amarelo.
_ belo controle mental o seu – disse Annabelle rindo.
_ faça melhor – disse Roy em desafio, a garota tirara a varinha do bolso e com um movimento, fizera surgir um jato de água que fez algumas curvas ao redor da cabeça de Teddy que por um instante achou que seria atingido, para então voltar para seu ponto inicial e entrar novamente na ponta da varinha da Grifinoria.
_ minha vez, eu acho – disse Alvo apontando a varinha, mas então alguém o interrompeu antes que tivesse a chance de falar.
_ muito bem, segure a varinha mais firme rapaz – disse Flitwick e Teddy se surpreendeu em vê-lo ali tão próximo, esperasse que fosse levar mais tempo antes de chegar ali.
Com a mão tremula e suando muito o primarista pegara a varinha que foi segurada entre seus dedos com firmeza, sua mão estava escorregadia, ele apontara a varinha para o lugar que o professor havia determinado um pequeno aquário a frente de cada um dos grupos que haviam se dividido, sendo que ele ficara com os seus dois colegas que estavam ao seu lado, mesmo que Roy tivesse se complicado um pouco para controlar o jato.
O jato, no entanto saira perfeitamente normal, e o aquário fora enchido até a metade, um sorriso bondoso surgiu nos lábios do professor que seguiu para os níveis superiores, após murmurar um muito bem para o garoto. Teddy respirara aliviado, soltara a varinha da mesa assim que o diretor da Corvinal virara as costas, nem notando que com isso acabara por atingir sem querer o vidro do aquário que agora vazava espalhando uma pequena poça pelos degraus da escada.
Flitwick satisfeito com o andamento de sua turma de primaristas de Hufflepuff e Grynffidor resolvera voltar para sua mesa e dar como encerrada a aula, mas algo o impediu que descesse a pequena escada como se devia. Ele escorregou na poça formada pelo aquário quebrado, e rolou os restos dos degraus que sobrava, a cena fez muitas garotas gritarem assustadas quando o professor chegou ao piso.
Teddy olhara para o aquário e depois para a poça em que o professor havia escorregado, e uma expressão de terror se formara em seu rosto. Ele seria expulso por mandar um professor para enfermaria, pois foi isso que aconteceu quando Neville Longbottom e Horacio Slughorn apareceram para levar o professor de feitiços para ter cuidados, a queda realmente o machucara.
O boato que se seguira àquela tarde era do terrível acidente que causara o fato de todas as aulas de feitiços terem sido canceladas aquele dia, na hora do jantar a professora McGonagall dera o comunicado de que o professor Flitwick ficaria bem, apesar de ter fraturado a perna com a queda, isso preocupou Teddy que sabia que seria necessário pelo menos alguns dias para se recuperar por completo.
_ mas e aquele feitiço que remenda ossos? – disse Salazar Salvatore aquela noite quando ele e Trevor Runcorn se uniram a Teddy a mesa da Hufflepuff, mesmo que fossem sonserinos os dois de vez em quando sentavam juntos ao metamorfomago para comerem - Braquium Remendum...
_ Branquium Remendo – corrigiu Trevor Runcorn – ele é apenas temporário, apenas uma poção especial pode reestruturar e curar o osso por completo.
_ foi por minha culpa – disse Teddy, seu prato ainda se mostrava vazio.
_ não foi sua culpa – disse uma voz atrás dele, era Annabelle, a grifinoria se sentara ao lado de Trevor Runcorn para conversar com Teddy – foi um acidente você não tinha como saber...
_ eu sou desastrado, é por causa disso que essas coisas acontecem, mas eu nunca tinha machucado alguém – disse Teddy – eu preciso me desculpar com o professor, dizer que fui o responsável – fora então que Luigi bagman a frente do garoto se engasgara com o próprio suco de abóbora.
_ está falando serio?- disse Luigi – você vai confessar?
_ algum problema com isso? – disse Salazar Salvatore.
_ fora o fato de que, não se tem indícios, pelo menos que me lembre algum aluno machucando um professor creio que isso daria a nosso querido Teddy uma detenção – disse Luigi – ou pior, uma expulsão.
_ ele está brincando Teddy – disse Stanford – eles não fariam isso com você.
_ você está dizendo, eu só sei que se fosse comigo não contaria – disse Luigi.
_ tem certeza de que você está na casa certa?- disse Salazar achando a atitude do rapaz um tanto parecida com a de seus colegas de quarto.
_ eu não me importo, sei que será pior se descobrirem sozinhos – disse Teddy – e depois, eu preciso confessar, estou com a consciência pesada com esse acontecimento, me sinto horrível com isso.
Aquela noite, Teddy se deitara sua cabeça no travesseiro e fitara o teto sem sono, não conseguia tirar a imagem da aula de feitiços da mente. Flitwick rolando a escada, precisava achar um modo de ir se desculpar com o professor, mas seria difícil durante o dia, pois no geral o mestre de feitiços tinha do seu lado a maior parte do tempo algum professor, ou mesmo a diretora que ficara muito preocupada com todo o acontecido. Enquanto pensava sobre isso, em meio aos roncos que escutava vindos de Luigi, ele logo percebera que não tinha como se encontrar com o professor, pelo menos nada lhe ocorrera.
Já que estava sem sono aquela noite, retirara o diário de seu pai do criado mudo e o abrira na pagina que havia parado, a alguns dias já que não lia as antigas anotações de Remus Lupin talvez fosse a hora de lê-las, quem sabe a idéia não pudesse surgir através delas.
4 de Julho de 1995
Aquele dia iniciara com uma garota de cabelos cor de rosa me acordando, eu não queria acordar, não depois de ter tentado falar com Sirius toda a noite, meu velho amigo Padfoot havia se trancado em seu quarto, e mesmo que fosse inútil tentei entrar, ele lançara um feitiço que bloqueava qualquer um. Depois de perder meu tempo falando com a porta do quarto, duvidando muito que Sirius estivesse acordado para me ouvir, já que imaginava que possivelmente ele estivesse dormindo de tão bêbado que poderia estar.
Sirius não fora a razão na verdade de não querer levantar aquela manhã, eu havia perdido o sono na verdade com os pesadelos que tivera aquela noite. Ah, sim caso você esteja se perguntando que pesadelos, deve de saber que com a aproximação da lua cheia, eu venho tendo alguns que, digamos não são tão normais. Eu sonho com as transformações, sempre sonhei com essas lembranças turvas de noites conturbadas, então essa é a minha maldição sofrer pelo que sou mesmo quando durmo.
Eu abri meus olhos finalmente, a garota saltava sobre a cama que vibrava contra as paredes e o chão, minha visão ainda era turva, ela finalmente saltara contra mim me tirando todo o ar que ainda restava em meus pulmões, finalmente pude olhar para ela com clareza após aquilo. A bela face em formado de coração de Ninfadora, tão branca e delicada como a de um anjo, seu sorriso encantador e contagiante, e seus cabelos que caiam sobre seus olhos dando lhe um ar travesso. Eu sorri, pelo menos foi o que tentei, pois ainda era muito cedo, e estava muito cansado para isso.
_ vamos soneca, temos que ir buscar a tal Hermione Granger na estação de trem – disse Ninfadora, e finalmente sabia o porque daquilo, simplesmente que o trem da garota chegava aquela manhã da França onde ela e a família estavam de férias antes do pedido de Dumbledore para que ela viesse se esconder na quartel general da nossa organização.
_ tinha me esquecido, desculpe – eu disse me sentando na cama.
_ quer falar sobre nos pesadelos dessa noite? – disse Ninfadora com uma expressão mais séria.
Nesse momento percebi o quanto meus gritos podem ter chamado a atenção de alguem que dorme num quarto ao lado do meu, mas não respondi a ela, não podia mentir, ou melhor, não gostava de mentir para ela pois achava que isso era totalmente errado. Eu simplesmente desviei meu olhar para qualquer ponto do meu quarto, parando sobre uma bandeja com café da manhã sobre o criado mudo. Novamente eu sorri, e a encarei com um olhar que certamente perguntava o que era aquilo.
_ eu preparei para você, e resolvei trazer para que comece rápido antes de partimos – disse Ninfadora quando eu estiquei minha mão para a bandeja e a coloquei mais próximo de mim.
_ biscoitos de avelã com gotas de chocolate – disse levando um a boca, era realmente maravilhoso aquilo, os pequenos pedacinhos de chocolate derretiam, era incrível a perfeição que era, lembrava um pouco os da minha mãe que a tanto tempo não comia.
_ parece que gostou – disse Ninfadora e eu acho que devia estar com uma cara muito feliz ou mesmo ridícula, pois ela ria, e lógico que também ri, eu sempre tive uma terrível fraqueza com chocolate e isso vinha desde a infância, conseguia me lambuzar facilmente e fazer uma barra desaparecer rapidamente, claro que com o tempo fui me tranqüilizando e agora aprendi a saborear lentamente aquela maravilha.
_ sim, foi você que fez? – eu disse, certo eu não conseguia ver Ninfadora preparando algo tão perfeito, pelo pouco tempo que a conhecia sabia que não era assim tão boa cozinheira.
_ não, foi minha mãe – disse Ninfadora – ela me mandou um monte e decidi trazer alguns para você – eu sorri agradecendo, enquanto comia mais, ela se levantara da cama e abrira as cortinas, deixando a luz do sol entrar, eu fechei os olhos por conta da claridade que parecia queimar meus olhos – te espero lá embaixo quando estiver pronto – e saiu do quarto.
Eu me troquei, colocando a minhas melhores roupas, as novas que ainda não estavam tão remendadas quanto às outras e desci as escadas ainda comendo os biscoitos que a senhora Tonks havia mandado para a filha. Encontrei ao pé da escada Ninfadora me esperando, ela vestia calça jeans com alguns rasgos intencionais, tênis pretos de cano longo, uma camiseta xadrez rosa desabotoada apenas com uma amarração qualquer de um nó nas pontas, sob uma camisa branca que para minha surpresa era de uma banda que eu gostava, nela havia quatro silhuetas de homens em preto atravessando uma faixa de pedestres com os dizeres “The Beatles” escrito em baixo, era raro ver alguém tão jovem curtir algo que fora de tão grande sucesso antes dela nascer, pelo menos entre os trouxas. Desci os poucos degraus que nos separavam, e me coloquei ao seu lado.
_ então, vou ficar sozinho essa manhã? – disse Sirius, eu nem reparei que ele estava ali.
_ sim, mas voltamos logo – eu disse, o encarando, ele estava encostado em uma das paredes de braços cruzados, quando me virei pude ver em sua face um olhar travesso como se esperasse que esse passeio meu e de Ninfadora fosse algo mais importante do que ir buscar uma garota na estação de trem.
_ demorem o quanto quiserem, aproveitem que podem circular por ai sem chamar tanta atenção quanto um assassino procurado como eu – disse Sirius rindo saindo de cena pela porta que levava a cozinha, eu revirei os olhos, o que aquele velho cachorro esperava que acontecesse?Virei-me para Ninfadora que já caminhava em direção a porta.
Sai junto com ela logo estávamos na rua do Largo Grimmauld, e vimos a casa da família Black novamente ser espremida entre os números onze e treze. Lá fora o sol ainda não brilhava, na verdade todo o céu estava coberto por nuvens cinzentas, seria mais um dia tradicional de Londres com chuvas só esperava que não fosse tão logo que isso fosse acontecer.
Caminhamos pela calçada, podíamos ver os trouxas em seus afazeres diários como saindo para trabalhar, crianças brincando, carros passando de um lado e outro da rua, velhinhos jogando grãos aos pombos ou então tricotando enquanto conversavam, me perguntava se desejaria aquela vida tranqüila deles, tendo uma guerra acontecendo e nem suspeitar disso, mas acabei por manear a cabeça negativamente, adorava ser um bruxo e principalmente, adorava ser um membro da Ordem da Fênix para lutar contra todos aqueles que ameaçam a segurança e descriminam as pessoas por serem diferentes.
_ um galeão por seus pensamentos – disse Ninfadora me despertando de meus devaneios, não liguem isso sempre acontece, não é só por conta de meu problema que era chamado de Moony mas também por as vezes viajar para o mundo da lua.
_ eu estava pensando nos trouxas, e como é a vida deles sem saber a guerra que estamos travando – eu disse sendo sincero e percebi que ela também observava a todas aquelas crianças que agora brincavam num parque pelo qual passávamos perto – no passado, Voldemort.. – ela sentira um calafrio ao nome, pude sentir isso – assassinou não apenas bruxos, como trouxas, era normal ver noticiários anunciando desaparecimentos ou mesmo assassinatos misteriosos, quando ele desapareceu todos ficamos aliviados com aquilo, imaginar que finalmente teríamos tempos de paz depois de onze anos de guerra.
_ eu sei, não sou tão nova assim Remus – disse Ninfadora e eu gostei do modo como ela dissera meu nome – eu tinha oito anos na época da queda dele, eu vi varias coisas horríveis como casas da vizinhança onde haviam trouxas sendo queimadas, ou comensais entrando tudo e arrombando, meu pai... Ele tinha um irmão chamado Tod, meu Tio Tod e meu pai são nascidos trouxas, e na época ambos trabalhavam para o ministério, quando a guerra se iniciou meu pai deixou suas funções como Auror temendo por sua família, e querendo nos proteger...
_ ele fez o certo, quantos Aurores foram mortos por comensais da morte na época? Ainda mais quando eram nascidos trouxas – eu disse dando razão a atitude de Ted Tonks, pai de Ninfadora.
_ mas meu tio não fizera o mesmo, e alguns dias depois de papai abandonar os Aurores, Tod Tonks foi morto – disse Ninfadora – ele tentara proteger a família Marlene Mckinnon e sua irmã caçula Madelene de serem mortas, no final ninguém sobreviveu... Eu era amiga de Madelene, tínhamos a mesma idade e brincávamos juntas, uma com a outra.
Marlene Mckinnon há quanto tempo não ouvia aquele nome. Ela era mesmo ano que eu e os Maraunders em Hogwarts, era amiga de Lily e fora namorada de Sirius, após um bom tempo em que ambos viveram brigando um com o outro, como Prongs e Evans também faziam. Ainda me lembrava de como Sirius ficara abalado com a noticia, ainda doía lembrar das perdas no passado de amigos tão queridos como aqueles. Eu olhei para Ninfadora e pude ver que assim como eu, a garota ficara um pouco abalada com a lembrança que me contara, pelo menos com a morte do tio e da amiga.
_ você está bem? – eu disse, preocupado com toda aquela situação.
_ estou, só que a lembrança ainda é algo bem duro e traz uma tristeza muito grande – disse Ninfadora tentando se recuperar, ela não chorava, mas dava para ver que sua voz estava um pouco abalada.
_ eu sei como é – eu disse concordando com ela, ficamos um pouco em silencio até que tornei a falar - porque estamos indo andando? – era minha tentativa de mudar de assunto, e ela me olhara após um longo suspiro me respondera.
_ gosto de andar, ver as pessoas me faz bem – disse Ninfadora sorrindo levemente – quando aparatamos, perdemos toda essa beleza ao redor, sabe?Esses pequenos momentos em que podemos caminhar ao ar livre, e conversar com as pessoas...
_ sei – disse sorrindo também.
Nos caminhamos por mais algum tempo, conversando sobre varias coisas. Ela parecia confiar em mim, pois me falara muitas coisas sobre ela, como por exemplo, o período difícil que fora a sua época dos N.O.MS ou como seus testes para entrar em sua academia de aurores haviam ocorrido, no final estava falando sobre bandas bruxas de Rock e eu não pude deixar de perguntar sobre a camisa.
_ você curte Beatles então? – eu disse e ela sorrira.
_ você os conhece? – disse Ninfadora sorrindo – não são tão populares entre os bruxos, mas meu pai adora e acabei por herdar esse gosto musical dele – ela me olhara – qual é sua musica favorita deles?
_ difícil essa pergunta, mas vejamos... Yesterday é uma boa musica um pouco melancólica, mas eu gosto – eu disse e pude ver seus olhos brilhando certamente também gostava – também gosto Imagine do John Lennon, certamente essa musica mexe comigo de uma forma incrível...
_ eu gosto de Twist And Shout – disse Ninfadora, e eu sorri imaginava que ela gostasse dessa – foi cantada por eles num filme, e eu adorei quando assisti...
Acabamos por pegar o metro, durante toda a viagem ficamos em silencio observando os trouxas muito estranhos que conhecemos em lugares como esses. Ninfadora fora cantada por um garoto com calças militares camufladas, camisas sem mangas e jaqueta de couro, alem é claro de usar correntes de prata, brincos, e mais algumas coisas estranhas como a argola estranha que usava no nariz, possuía o cabelo raspado do lado, com apenas um grande tira verde de cabelo espetado, que mais parecia a crista um pássaro tropical exótico. Mas ela acabara por se livrar do garoto com classe, fazendo seus olhos ficarem totalmente negros e depois voltarem ao normal, posso dizer que a cara de medo dele foi tanta que desceu na próxima estação que eu suspeitava até não ser a dele.
Acabamos por descer na ultima parada, e seguimos mais algumas quadras andando até a estação de trem de King Cross. Ainda me lembrava da primeira vez que estivera ali, fora em meu primeiro ano de Hogwarts em que atravessara a coluna para a Plataforma 9 ¾, mas dessa vez nosso destino era outro. Acabamos por chegar à plataforma e ficamos ali aguardando que o trem chegasse, não precisamos esperar muito logo estava ali, a imensa maquina parara sobre os trilhos e as portas se abriram e os passageiros começaram a desembarcar.
Logo vi uma revoada de cabelos castanhos volumosos, ela vestia jeans, uma blusa branca sobre um casaco simples rosa, nada que chamasse muito a atenção. A garota estava mais alta do que da ultima vez que a vira, alem de estar digamos, mais madura fisicamente, sendo quase uma mulher. Ela teve dificuldade para descer suas bagagens, mas conseguira no final de contas, trazia o grande malão de Hogwarts e outras pequenas tradicionais de viagens, havia ainda a caixa de viagem aonde ia um velho gato laranja de pernas arqueadas e cara achatada. Seus olhos percorreram toda a plataforma buscando alguém conhecido, e quando me viu pude ver um sorriso imenso se formar em seu rosto, e eu e Ninfadora caminhamos até ela.
_ Professor Lupin, a quanto tempo – disse Hermione no tom simpático que eu tão bem conhecia – não sabia que fazia parte da Ordem da Fênix, Dumbledore me mandou uma carta dizendo que alguem vinha me buscar mas nem sequer imaginei que pudesse ser o senhor, então como está?
_ eu vou bem Hermione, estive viajando um pouco pela Europa – eu disse sorrindo – estive em muitos lugares, mas nunca deixei de ter noticias de Hogwarts, mas se me entende, eu não podia ficar lecionando, não depois...
_ eu entendo professor, mas sentimos muito sua falta o ano passado... Bem, o senhor entende deve saber o que aconteceu – disse Hermione e eu entendi imediatamente, ela se referia ao Torneio Tribruxo e ao retorno do Lord das Trevas – mas, acho que não te conheço... – ela olhara para Ninfadora, a Auror me dera uma cotovelada nas costelas para que eu a apresentasse, e o fiz, ainda imaginando como ela podia ser tão forte ao ponto de eu ainda está sentindo dor na área que me acertara.
_ essa é Ninfadora Tonks – eu disse e pude a ver retorcer a cara em uma careta por conta do nome – ela é Auror, e faz parte da Ordem da Fênix – a metamorfomaga estendera a mão em um cumprimento e Hermione aceitara – ela veio me acompanhar, caso alguém planejasse alguma coisa dois bruxos maiores de idade poderiam cuidar das coisas... – pude notar que a garota não ficara feliz com a idéia de ser atacada quando estava retornando de viagem.
_ Ninfadora, é um nome bem exótico – disse Hermione e a garota retorcera a cara com o elogio – que foi? – a garota agora encarava com curiosidade a reação da Auror.
_ odeio esse nome, me chame de Tonks, por favor? – disse Ninfadora, sim, eu sei que ela odeia ser chamada assim, mas eu simplesmente adoro esse nome, por sua excentricidade, então vou chama-la assim afinal, é meu diário, e duvido que ela chegue a ler algum dia.
_ como queira – disse Hermione parecendo sem graça, Ninfadora percebeu que talvez tivesse sido um pouco rude e tentou melhorar as coisas.
_ gostei do gato – disse Ninfadora e Hermione sorriu, ela simplesmente adorava aquele animal laranja e de cara amassada chamado Bichento – é meio amasso não?
_ sim, é... – disse Hermione e a partir daí se iniciou uma conversa entre ambas.
Hermione começara a contar a Ninfadora sobre como comprara o Bichento no seu terceiro ano, de como Ron e ela haviam brigado por conta do gato, de que aquele ano fora quando Sirius fugira de Azkaban, como ela voltara no tempo para salva-lo ao lado de Harry, e como ele revelara a existência de Wormtail que estava disfarçado de Perebas.
Bem, decidi por me manter calado durante isso e tentar me concentrar em algo que não fosse à conversa, odiava ouvir falar daquele que um dia fora um dos meus melhores amigos de escola, e que havia nos traído. Acabei por arranjar um Táxi para nos levar em casa, durante a viagem pude ver Hermione lançando alguns olhares de mim a Ninfadora, o que ela pensava? Era complicado imaginar, se tratando de uma garota tão brilhante quanto aquela.
Chegamos ao Largo Grimmauld N°12 que surgira do nada, como sempre fazia, pela minha mente passou a idéia de que Dumbledore tinha revelado o lugar a Hermione por meio de alguma carta ou pessoalmente. Quando entramos na casa, me deparei com o fato de ela estar bem mais cheia do que da ultima vez que saímos. Eram cerca de seis pessoas, todas elas de cabelos ruivos flamejantes e sardas cobrindo seus rostos.
Hermione então correra para abraçar Ron que ajudava a levar as coisas para o andar de cima, pude ver os gêmeos zoando o irmão mais novo lhe lançando beijos no ar, e fazendo gestos bobos que só a velha convivência fraterna permite que aja. Ginny abraçara a amiga, e logo Ron e os gêmeos vieram falar comigo, assim como um outro que eu ainda não conhecia, este era alto como o melhor amigo de Harry, e possuía os cabelos longos e ruivos, vestia roupas que certamente fariam sucesso em algum show de Rock trouxa, ele cumprimentara Ninfadora e depois se dirigira a mim.
_ prazer senhor, acho que ainda não nos conhecemos, sou Bill Weasley – disse o jovem ruivo e eu entendi quem era, o filho mais velho de Arthur e Molly, eu me lembro desse garoto de relance, mas era a alguns anos atrás quando ele ainda era um garotinho pequeno de cerca de dois ou três anos e agora ali estava ele, por Merlin, é nesses momentos que me sinto um verdadeiro velho - ouvi muito falar do senhor, professor Lupin.
_ e a mim não cumprimenta não Billy? – disse Ninfadora rindo e o rapaz a abraçara, me senti um tanto sem jeito com aquilo, tanto que desviei o olhar para não ver.
_ como vai Tonks? – disse Bill – desde a formatura de Charlie que não nos vemos, o que houve apenas meu irmão que te fazia ir lá n’A Toca? – ela rira, fora quando Arthur e Molly surgiram para nos cumprimentar.
_ como vai Remus, parece que te pegaram também não é amigo? – disse Arthur sorrindo – estamos todos de volta, como fora anos atrás do mesmo jeito...
_ sim, só que dessa vez você e Molly são oficialmente membros da Ordem da Fênix – eu disse me lembrando de como no passado o casal Weasley fora nossos associados, nos dando apoio no que precisávamos, mas não faziam parte da organização.
_ Ninfadora Tonks, a filha de Andrômeda – disse Molly com um grande sorriso – quem diria, olhe para você... Tão adulta, nem parece àquela garota desastrada que era amiga de Charlie e ia nos visitar nas férias de verão.
_ ela continua desastrada como antes – eu disse e Ninfadora me encarou seria, eu ri disso.
_ só que mamãe, você esquece de uma coisa – disse Bill – que Tonks foi muito mais do que uma amiga de Charlie, não é mesmo? – eu gelei naquela hora, pude ver o rosto da garota corando com o olhar do mais velho dos Weasleys sobre ela, à metamorfomaga acabou por concordar com um aceno tímido de cabeça.
_ você e o Charlie namoraram? – disse Hermione surpresa, e sim, eu estava prestes a perguntar a mesma coisa que ela – nossa, isso é interessante...
_ como vai professor Lupin? – disse Ron me cumprimentando.
_ não sou mais seu professor, por isso não precisa me chamar assim Ron – eu disse ao garoto que acenara positivamente de cabeça – como estão?
_ estamos bem – disse George – eu e Fred somos maiores de idade e agora podemos fazer magia fora da escola – ele aparatara retornando com duas maçãs jogando uma para seu gêmeo.
_ e isso é bom, afinal, agora podemos fazer o que quisermos, e quando quisermos – disse Fred dando uma mordida na maçã que o irmão lhe mandara.
_ isso é claro, se mamãe deixar – disse George ao receber o olhar de Molly que saira de cena indo para a cozinha ao lado de Arthur.
_ mas mesmo que ela não deixe, faremos do mesmo modo – disse Fred me lançando um olhar travesso.
_ gostei do cabelo – disse Ginny a Tonks que riu, transformando seus cabelos em longos, e vermelho tomate como os da ruiva que agora olhava abismada para aquilo.
_ obrigado querida, também adorei os seus – disse Ninfadora e eu ri junto com a Auror da cara de surpresa de Ginny e Hermione.
_ você faz isso como? – disse Hermione suspresa.
_ ela é uma metamorfomaga, capaz de alterar a aparência é um dom raro entre os bruxos – disse Ron e os gêmeos ficaram estáticos e Hermione o olhara como se tivesse algo errado.
_ você ouviu isso Gred? – disse George fazendo um tom de espanto.
_ se ouvi Forge, nosso Roniquinho acaba de responder algo que Hermione Granger não sabia – disse Fred – seja o que bebemos ou comemos, nos fez ter alucinações.
_ eu sabia sim, só que não me lembrava disso, desculpem ok? Estive estudando para os N.O.Ms desse ano que estou com minha cabeça toda neles – disse Hermione e Ron suspirara triste, certamente com medo das provas.
_ não se preocupe Roniquinho, você pelo menos tentou – disse George.
_ nos estamos orgulhosos de saber que nosso irmãozinho não é um cabeça oca de qualquer jeito da mesma forma – disse Fred.
_ calem a boca esses dois – disse Ron - e Hermione – a garota se voltara para ele – estamos de férias, não precisa estudar, teremos um ano todo para nos prepararmos...
_ eu sei Ron, mas estou ansiosa – disse Hermione – essas notas são...
_ importantes, necessárias, o que definira o nosso futuro? – disse George – nos sabemos, já prestamos os nossos...
_ é mais tranqüilo do que imagina – disse Fred.
_ isso explica porque tiveram a pontuação mais baixa de todos da família até agora – disse Ginny e eu ri.
_ e qual foi à pontuação de vocês? – perguntei.
_ 3 N.O.Ms – disseram os gêmeos e uníssono como se estivessem orgulhosos disso.
_ foi um pouco baixo não acham? - disse Ninfadora.
_ nossa carreira não está no meio acadêmico – disse George.
_ você ainda vai ver como vai ser nosso futuro, e como brilharemos e teremos sucesso, tenha certeza disso gata – disse Fred sorrindo cumplicimente ao irmão.
_ o que planejam? – eu disse esperando uma resposta que certamente seria mentira.
_ talvez jogar quadribol, ou nos tornamos cantores de alguma banda de Rock – disse George e pude ter certeza de que inventava aquilo na hora.
_ e como farão isso se não sabem cantar? – disse Ron.
_ quem disse – falou Fred se sentindo ofendido – nossas vozes são lindas...
_ sei – disse Ginny, Ron, Hermione e inesperadamente Ninfadora.
_ eles não acreditam na gente Freddy – disse George.
_ para você ver como é importante o apoio da família e amigos Georginho – disse Fred e ambos aparataram, deixando as maçãs já totalmente comidas para trás.
_ eles tem tramado algo – disse Ron – não vem nos contado nada do que andam fazendo no quarto, e podemos ver algumas explosões e coisas do tipo vindas de lá, certamente que eles estão planejando algo importante.
_ mamãe vai ter um daqueles ataques logo, você sabe disso não Ron? – disse Ginny passando o dedo por uma cômoda e depois exibindo o dedo coberto de poeira – sabe como é Molly Weasley com limpeza, não? – o ruivo suspirara desanimado, certamente lembrando de todo o trabalho que estava por vir.
Fora então que Sirius descera as escadas em forma animaga, para aqueles que não sabem, sim meu caro amigo Padfoot é capaz de se transformar em animal, mas ele não se diferencia muito do que realmente é quando humano, alias seu apelido se deve a isso, sua capacidade para virar um grande e belo cão preto. Ron e Hermione olharam para o tão bem conhecido animal, enquanto os olhos dos gêmeos e de Gina Weasley se estalaram e a garota teve a face sardenta agora pálida. Fora quando Sirius se transformou novamente, e eles se aliviaram como se tivessem acabado de ver outro que não fosse um foragido de Azkaban a frente deles.
_ por um instante pensamos que fosse um Sinistro – disse George e Ron rira, se esquecendo que ele e Harry tinham pensado o mesmo há alguns anos atrás.
_ não queremos ter o mesmo fim que o tio Abílio – disse Fred e dessa vez foi minha vez e de Hermione tentarmos segurar o riso.
_ ora, então temem mais uma velha lenda urbana como essa do Sinistro do que um condenado como eu? – disse Sirius rindo, sua risada lembrava um latido como sempre.
_ sabemos da historia, Dumbledore nos disse que era inocente – disse Gina – só não mencionou que era animago.
_ é, ele meio que esqueceu de contar toda a historia – disse Sirius sorrindo, para então notar a garota a sua frente, ele não vai dizer o que estou pensando – você parece muito com a Lily sabia?
_ Lily? Não está falando da... – disse Gina já com o rosto um pouco corado.
_ exatamente, a mãe de Harry – disse Sirius, Padfoot seu grande idiota, precisava mencionar uma coisa dessas para a garota que gosta do seu afilhado? Agora a deixou sem graça, tomara que não diga mais besteiras – alias, você e ele, acho que dariam certo sabe? Os Potters meio que sentem uma atração pelas ruivas, eu sei muito bem vivi com eles por um tempo, para você ter noção a mãe do James era...
_ Sirius, pare está deixando a garota sem graça – eu disse antes que ele fizesse mais algum comentário infeliz, ele novamente riu, acho que já havia bebido alguns copos de Firewisky aquela noite.
_ Moony, me deixe sim? Estou apenas dizendo que adoraria ver meu afilhado com essa ruiva – disse Sirius, e os gêmeos riram, pude notar que George estava prestes a falar algo quando parou de repente, ele e Fred agora tinham expressões confusas.
_ como chamou o Lupin? – disse George.
_ acho que foi de Moony, George – disse Fred.
_ é eu notei isso Fred – disse o outro gêmeo.
_ mas esse não é... – disse George ainda com uma face de incredulidade.
_ sim, é... – disse Fred se voltando para mim assim como o irmão.
_ você é um dos criadores do mapa – disseram ambos juntos, e eu corei enquanto sorrisos travessos surgiam nas faces daqueles ruivos e Sirius ria.
_ que mapa? – disse Gina sem entender, enquanto ambos os gêmeos se ajoelhavam a minha frente e começavam a fazer de conta que me idolatravam, como se eu fosse alguma divindade ou algo do tipo.
_ oh, grande Moony, o primeiro dos Maraunders – disse Fred com uma voz sinistra.
_ obrigado por tudo, seu precioso tesouro foi muito útil para nossas artimanhas e trapaças desses humildes bruxos malfeitores – disse George, Ron, Hermione e Ninfadora riam da minha cara sem graça.
_ não foi só ele que o criou, eu também estava lá que me lembre – disse Sirius parecendo ofendido, os olhares dos dois se voltaram para ele – eu sou Padfoot.
_ ah, por Merlin, vocês... – disse Fred parecendo abalado.
_ são nossos heróis – disse George completando a frase do irmão.
Todos riram, e depois daquilo todos ali presentes contaram a historia do mapa a Gina e Ninfadora as únicas que não a conheciam naquele circulo de pessoas. Ron e as garotas subiram para seus quartos para terminarem de se instalar. Eu, Padfoot e Ninfadora descemos para a cozinha onde encontramos Molly cozinhando, Arthur a abraçava por trás, enquanto conversavam em tons um pouco doces um com o outro. Sirius pigarreou e os dois se separaram, um tanto sem jeito e logo iniciou uma conversa comigo e Sirius.
Logo Olho-tonto e Kingsley chegaram do ministério e se uniram a nos para comer, a cozinha agora estava mais cheia do que nunca, eu sentava ao lado de Arthur e Bill, de frente para Sirius que lia o Profeta Diário, mas desistira ao ver a matéria sobre Harry que o taxava como um garoto carente de atenção e que precisava de mais fama ainda, e por isso inventara o retorno de Voldemort, no final das contas ele queimara o exemplar em plena mesa de jantar com varinha, recebendo uma bronca de Molly de como isso era inseguro.
Ninfadora brincava com as garotas transformando sua aparência, Fred e George brincavam com os talheres e volta e meia jogavam comida no ar que o outro pegava com a boca. Moody sempre desconfiado bebia apenas de sua própria garrafa, e após cheirar a comida com o que lhe sobrara de nariz começara a comer, seu olho girava freneticamente em todas as direções. Kingsley conversava com Ron sobre como andava o ministério, e eu comia sem dizer nada e volta e outra trocando algumas palavras com alguém na mesa.
Fora assim que terminara o dia, e quem quer que visse nem imaginaria que se tratava de uma organização que tem como objetivo deter o maior bruxo das trevas que já existiu. Veria no lugar disso, algo como uma grande e feliz família, pois pelo menos, era assim que me sentia com eles. Eu finalmente não estava sozinho.
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