Capitulo 3
Teddy acordara aquela manhã cedo, o sol entrava pelas janelas redondas de seu quarto lhe iluminando o rosto. Recusava-se a abrir os olhos, tornando a se revirar e se cobrir em meio às cobertas, desejando que tudo da noite anterior não passasse de um sonho, que não embarcara para Hogwarts e que estava na casa de seu padrinho Harry, e logo seria acordado pelo trio formado pelos primos de criação.
No entanto logo sentiu as cortinas de seu quarto sendo puxadas e sons de seus colegas se levantando, eram resmungos por acordar cedo, outros bons dias sonolentos e pés sendo arrastados para fora da cama. Fora quando passados alguns minutos, Teddy decidira que não deveria ficar ali mais e abriu seus olhos, encarando o dormitório da Lufa-lufa com desgosto. Seus colegas pareciam demais familiarizados um com os outros para poderem trocar e se arrumarem sem vergonha alguma dos outros, afinal por que teriam eram todos meninos.
Teddy fora para o banheiro e tomara um banho frio para refrescar os pensamentos, era ótimo a sensação da água gelada que parecia lava-lo até a alma, passara alguns minutos ali refletindo sobre tudo que o monitor dissera, os melhores ministros haviam sido daquela casa, inventores o fundador de Hogsmeade havia estudado ali, devia até mesmo ter ficado em um desses dormitórios.
Mas era difícil de superar a decepção, afinal seu pai havia sido um Grifinorio, e ele crescera com pessoas ao seu redor falando dos feitos de pessoas famosas da casa vermelha e dourada, eram historias fabulosas como as de Albus Dumbledore ou mesmo seu padrinho Harry Potter, cuja vida havia sendo escrita por Hermione Weasley sem dada ainda para a publicação, mas o nome já havia sido escolhido “A minha vida ao lado de Harry Potter”. Alem das piadas sobre os Lufanos que escutara alguns garotos no trem falando se sentira mal com aquilo, nunca gostara de ninguém que desfizesse dos outros os julgando pouco dignos ou sem nenhuma capacidade, ele sabia muito bem como doía ser julgado. Olha o que pensava, era meio mesquinho ter pensamentos igualitários quando ele mesmo estava julgando, era realmente idiota se julgar as pessoas por sua casa, ele sabia que estava tão errado quanto aqueles garotos. Não que ele odiasse Lufa-lufa, era uma casa como todas as de Hogwarts, ele simplesmente preferia estar na de seu pai, seria uma forma de manter a lembrança dele viva.
Então ele escutara algumas batidas na porta, era um de seus colegas de quarto que viera chamá-lo, devia estar muito tempo ali, saira debaixo do chuveiro e o desligara, após se envolver em uma toalha. Ao abrir a porta dera de cara com seus colegas de quarto, na noite anterior não os notara com cuidado mas agora podia ver claramente cada um deles.
_ você estava demorando, então decidimos chama-lo – disse um deles, era alto e magrelo, de cabelos ruivos e sardas, orelhas de abano e alguns dentes tortos, ele já estava vestido com suas vestes.
_ estou bem – disse Teddy andando até sua cama e tirando o uniforme dali passou alguns segundos encarando a grava amarela e preta da sua casa, até que não era feia, combinava com as vestes negras de Hogwarts.
_ você é o garoto Lupin não? – disse um garoto encostado em uma das paredes, este era negro e alto, com um porte atlético e musculoso com os cabelos cortados em um estilo militar, Teddy pensara que talvez fosse um garoto mais velho, mas sua voz era certamente de alguém de sua idade.
_ sou, desculpe não me apresentar ontem para vocês, sou Teddy – disse o garoto tentando ser gentil com alguém que certamente poderia quebrá-lo fácil.
_ prazer em conhece-lo – disse o rapaz erguendo a grande mão e a fechando ao redor da de Teddy que desaparecera por completo por debaixo de seus dedos – me chamo Royal Shacklebolt.
_ Royal... – disse outro garoto achando graça próximo de Teddy, esse era loiro dos cabelos curtos, não tão alto quanto o primeiro, mas possuía os ombros largos e queixo quadrado e firme, trazia alem de suas vestes algo que parecia um pequeno distintivo em sua lapela, com a figura de uma vespa amarela e preta.
_ eu também não gosto desse nome beleza? – disse Royal mal humorado – pode me chamar apenas de Roy – o metamorfomago assentira.
_ você tem algum parentesco com o Ministro da magia? – disse Teddy, era quase certo que sim, afinal não era muito comum um sobrenome como aquele além é claro do garoto se assemelhar de certa forma a Kingsley, pelo menos no modo como seu pai o descrevera no diário.
_ sim, ele é meu pai – disse Roy e todos os garotos pareceram ficar chocados.
_ seu pai? – disse o garoto ruivo – você é filho do ministro da magia?
_ é, pelo que minha mãe disse sou sim – disse Roy com sarcasmo e pouco caso.
_ por isso que não nos disse seu sobrenome? – disse o garoto loiro.
_ exatamente, não gosto muito que as pessoas saibam de primeira – disse Roy – mas se vamos dividir o dormitório, acho necessário...
_ quem diria – disse um garoto que até então Teddy não notara, era menor que os outros incluindo ele, possuía os cabelos cor de areia e possuía o rosto fino e pequeno, usava grandes óculos que logo endireitou no rosto – que eu, filho de um funcionário Departamento de Manutenção Mágica acabaria no mesmo quarto que o filho do ministro.
_ e você é... – disse Teddy encarando o garoto com curiosidade, ele parecia tão estranho.
_ Ah, claro... Esqueci-me de apresentar - disse o garoto miúdo - me chamo Alfred, Alfred Cattermole - seus olhos por de trás dos óculos se perdeu nos cabelos de Teddy - você é metamorfomago, isso é demais.
_ eu sou Stanford Shunpike - disse o garoto ruivo das orelhas de abano - meu pai tambem trabalha no ministerio.
_ seu pai é chefe do setor de transportes magicos? - disse Roy - lembro de meu pai falar de um Shunpike uma vez...
_ sim, é... – disse Stanford – ele trabalha muito, quase que não para em casa.
_ E eu não sei? Meu pai também lidera um setor dentro do ministério, o de jogos e esportes mágicos – disse o garoto loiro – sou Luigi Bagman é um prazer conhece-lo.
Teddy cumprimentara seus colegas de quarto, ele não esperava que fosse dividir o quarto com pessoas tão importantes quanto aquelas, o filho do ministro, filho de chefes de setores do ministério, depois dele considerou Alfred o garoto mais humilde e termos de nome, não vinha de uma família muito conhecida assim como a sua, eles certamente apenas sabiam seu nome por conta de sua seleção onde se lembrou de que muitos mantinham os olhos presos nele. Quando descera para o café com os garotos, eles ainda falavam de seus pais, o que de certa forma deixou Teddy deslocado, não queria falar daquele assunto, mas e se perguntassem? Mentiria inventando uma historia de uma família perfeita e inteira? Não, diria a verdade, e foi isso que fez, o assunto morreu tão logo ele disse que morava com sua avó, pois perdera aqueles que lhe deram a vida na batalha de Hogwarts, era um clima tenso que permanecera durante todo o café da manhã.
_ hei senhor Texugo, não cumprimenta mais os amigos? – disse uma voz atrás dele, logo surgiram dois garotos que ele conhecia muito bem e que ficou feliz em ver, a imagem de Salazar Salvatore e Trevor Runcorn.
Ambos traziam as cores verde e prata em seus uniformes, alem de sorrisos nos rostos, pelo menos o de Salvatore que parecia muito animado com tudo aquilo, mas mesmo que Trevor não fosse de sorrir muito ou mostrar qualquer expressão que não fosse sua face seria, ele sabia que podia ter certeza de que ele também estava assim por dentro. Os Lufa-lufas pararam para olhar o que acontecia, muitos olhares estranhos foram dirigidos a eles, todos sabiam que o passatempo dos Sonserinos geralmente era infernizar a vida de alguns alunos mais fracos, e geralmente se era escolhido os membros daquela mesa.
_ não sabe como é bom ver vocês – disse Teddy respirando aliviado encarando os amigos, Salvatore olhava cobiçoso um pedaço de bolo que o Lufano mal tocara, ao perceber isso o garoto de cabelos azuis erguera o prato ao loiro – pegue, se quiser...
_ obrigado – disse Salazar, mas no momento que ia pegar o bolo fora interrompido por alguém que gritara.
_ hei seus idiotas, voltem para a mesa de vocês – disse um garoto do sétimo ano da Lufa-lufa.
_ não atormentem o Lupin logo no primeiro dia de aula – disse uma garota que Teddy nunca vira, e se perguntava como de repente todos sabiam seu nome.
_ devolva o café da manhã dele agora – disse uma garota do terceiro ano.
_ hei, espera ai, não estamos o perturbando – disse Salazar, mas não adiantara, parecia que praticamente toda a mesa começara a se manifestar contra o par de Serpentes ali presente.
Teddy nunca esperara que aquilo fosse acontecer com ele, sempre fora defendido por seus amigos e parentes, mas nunca por pessoas que o desconheciam, era um Lufa-lufa em pelo menos 24 horas e já causara a maior confusão envolvendo seus colegas e amigos. Fora quando alguém se pronunciara num dos cantos da mesa, e todos se calaram. Gabriel Trurman parecia mais enfezado que nunca, suas espinhas pareciam prestes a explodir de tanto que sua carranca pressionava sua mandíbula e testa.
_ onde está o espírito de acolhimento da Lufa-lufa? Somos-nos a casa que sempre recebe aqueles com igualdade, sim devemos ficar do lado dos nossos e protegermos um aos outros como uma grande família, não devemos julgar antes de conhecermos esses rapazes – disse Trurman – eles podem ser diferentes do que se espera da Sonserina, e tem como amigo o Lupin, que certamente não escolheria qualquer um para isso, desculpem qualquer transtorno.
_ tudo bem – disse Salazar agora realmente sem graça.
_ claro, sem problemas – disse Trevor.
_ podemos nos sentar? – disse Salazar, mas não esperara resposta logo empurrando Teddy para que pudesse sentar ao lado dele, e o mesmo fizera Trevor que se sentara do outro. Ambos não se importavam dos olhares tortos que recebiam de muitos Lufanos.
_ cara, a Sonserina é incrível – disse Salvatore com a boca cheia de bolo que era de Teddy e um leve sorriso – a melhor casa de Hogwarts aposto, nossos dormitórios são demais, e o salão comunal então... Temos uma vista submarina do lago negro sabe o que é isso?
_ não ligue para ele – disse Trevor seriamente – em um mês ele esquece esse fanatismo pela nossa casa – Salvatore lhe fizera um gesto rude que tirou risos do garoto e deixou Teddy espantado, afinal não era de costume de crianças tão novas saberem coisas desse tipo – mas então, como é a... Lufa-lufa?
_ ainda não sei ao certo – disse Teddy após vacilar um pouco.
_ certo, eu compreendo – disse Salazar - a única coisa que não gostei muito da Sonserina é que são muito exibidos e tem esse lance de pureza do sangue e consideram a todos inferiores a eles, povinho maior arrogante em minha opinião, espero poder mudar isso.
_ eu não acho tudo que disseram uma bobagem – disse Trevor – eles disseram que podemos crescer dentro de Sonserina e que encontraremos ali pessoas com os mesmos objetivos que nos e que podem nos ensinar a crescer dentro da casa e nos destacarmos na escola.
_ como disse, nem um pouco egocêntricos – disse Salazar arrancando risos de Teddy.
_ pensei que tivesse gostado de nossa casa – disse Trevor.
_ e gostei, os dormitórios são maneiros, o salão comunal é bem sinistro – disse Salazar – o nosso fantasma é o mais assustador, e possuímos o vice-diretor como nosso líder – ele fizera uma pequena pausa – mas não gostei da maioria das coisas que aquele idiota disse, afinal Merlin foi da Sonserina? Ora, até parece... Sempre achei que ele fosse mais velho que os fundadores, e continuarei pensando assim...
_ ele realmente exagerou em alguns pontos – disse Trevor – já recebeu seu horário Teddy? Nos acabamos de receber o nosso, e adivinha temos uma aula com vocês...
_ serio? – disse Teddy animado.
_ sim, temos feitiços com vocês – disse Salazar – demais não?
_ claro, incrível – disse Teddy sorrindo – e seus colegas de quarto como são?
_ um bando de idiotas – disse Salazar – outra coisa que não gostei muito foi ter que dividir meu quarto com aqueles puros-sangues nojentos, precisava ver a cara que fizeram quando disse que era mestiço, praticamente me olharam feito lixo...
_ eu dei uma lição neles, nenhum deles conseguiu me vencer no xadrez – disse Trevor com um ar zombeiro – fala serio, será que não tem ninguém aqui que possa me dar uma partida decente?
_ acho bem difícil, você é um ótimo jogador – disse Teddy – por que não tenta com os Corvinais? Soube que é a casa dos intelectuais certamente que terá alguém lá que saiba jogar xadrez no mesmo nível que você.
_ farei isso – disse Trevor.
_ E ainda por cima são filhos de comensais da morte - disse Salazar com completo nojo de suas palavras - McNain, Mulciber e Rookwood - ele apontara com a cabeça para alguns garotos da sonserina - Miseráveis, veremos quem é o lixo quando me tornar apanhador...
_ Salazar, não querendo te desanimar, mas, você nunca voou em uma vassoura e creio que isso seja fundamental para se jogar Quadribol – disse Trevor – mas essa semana temos aulas de vôo, e creio que se saira bem, afinal, voar é uma das coisas mais simples que existem, são raros os bruxos que não tem essa habilidade...
_ e você sabe voar? – disse Teddy imaginando que o amigo era um ótimo jogador de quadribol.
_ eu? Quem dera, sou péssimo – disse Trevor rindo – sem nenhum equilíbrio para a vassoura, mesmo tendo varias vezes praticado nunca que consegui me manter sobre uma vassoura por mais de dez segundos.
Todos começaram a rir, até que o sinal para as aulas batera e os dois sonserinos se despediram seguindo para sua primeira aula. Teddy também se levantara das mesas, apesar de estar um pouco perdido para onde deveria ir. Fora quando Roy e os outros colegas da Lufa-lufa se aproximaram de Teddy.
_ nossos horários – disse Roy entregando um pedaço de pergaminho para Teddy.
1° tempo: Historia da Magia - professor Cuthbert Binns - Inicio 07h30 min / termino 09h 30 min.
2° tempo: Poções - professor Horacio Slughorn – aula dupla / Corvinal
Inicio 10h: 30 min / termino 12h: 30 min.
3° tempo: Transfiguração - professor Godofredo Hooper - aula dupla / Grifinoria
Inicio 01h: 30min / termino 03h: 30min.
4° tempo: feitiços - Professor Filius Flitwick – aula dupla/ Sonserina
Inicio 04h: 30min / termino 5h: 30min.
_ é, eu sei... Primeira aula de Historia da Magia – disse Roy – uma aula ótima para começarmos o dia.
_ para mim uma bela oportunidade de dormir mais um pouco – disse Luigi.
_ cara, meu pai disse que esse professor é tão chato e que a voz dele dá sono – disse Stanford.
_ não deve ser tão ruim – disse Alfred tentando parecer otimista – dei uma lida nos livros, certamente que a historia da magia é bem interessante...
Infelizmente Alfred estava errado, o Professor Binns conseguia ser mais eficiente para colocar as pessoas para dormir do que uma canção de ninar. Teddy estava morrendo de tédio, não conseguia dormir pelo fato de ter dormido cedo na noite anterior, ele olhara ao redor e vira seus colegas de quarto dormindo, Roy Shacklebolt roncava fortemente ao lado de Luigi Bagman que babava em seu livro. Stanford Shunpike brincava com sua varinha e Alfred cattermole apesar de relutante se entregara ao sono que a voz maçante de Binns provocava e logo estava despencando sobre seu pergaminho e tendo o rosto borrado pela tinta de suas anotações. Teddy suspirara, batendo fortemente sua cabeça contra a mesa e encarando os próprios pés, entre eles estava sua mochila aberta, e dentro pode notar o diário de seu pai. Ele se levatara e retirara o velho livro de capa de couro, e o abrira, procurando a pagina que marcara na noite anterior de onde havia parado das memórias de seu pai. Acabou por começar a ler.
3 de Julho de 1995
Como de costume acordei cedo aquela manhã, ninguém ainda tinha se levantado troquei minhas roupas por outras, mas não havia muita diferença independente do que vestia isso não mudava muito, pois a maioria estava remendada, é um dos males de ser alguém como eu, ainda mais quando os empregadores não te contratam por conta desse problema o que faz com que você fique tendo que contar cada nuque e sicle para sobreviver nesse mundo. Dirigi-me ao banheiro e me encarei no espelho, estava péssimo, pude observar isso enquanto me barbeava, a cicatriz no meu rosto era nítida assim como as mais recentes vindas da minha transformação que ocorrera mês passado.
Resolvi descer as escadas após isso, estava com fome, queria algo para comer, mas quando estava poucos degraus para chegar à cozinha ouvi um barulho semelhante a alguém que procurava algo com pressa.
Deparei-me então com alguém que não me recordava de ter visto alguma vez, um homem estranho de estatura baixa, com os cabelos ruivos desengonçados da cor de ferrugem e uma barba cerrada, suas vestes eram marrons cor de barro e em sua boca um cachimbo se encontrava, e dele saia um cheiro horrível e uma nevoa verde densa.
Levei minha mão a varinha ao perceber que a estranha figura parecia muito admirado com a prataria dos Black, tomei precaução para não fazer barulho enquanto caminhava até ele e apontei a varinha para suas costas o ruivo deixara cair os cálices no chão que produziram um estrondoso barulho que fez meus ouvidos zumbirem ( desde que fora atacado aos oito anos, meus sentidos haviam se aguçado como os de um animal de modo que aquilo fora algo realmente desconfortável para mim do que teria sido para alguém normal). O homem tremia, não era dos mais corajosos, dava para se notar isso de longe, mas não imaginava que fosse ficar daquele modo, afinal nem sequer havia me encarado, mesmo que me olhasse não sentiria medo de mim, pelo menos naquela ocasião em que estava na melhor de minhas formas (ele tremeria mais se fosse Lua Cheia, ou sairia correndo em pânico, não duvido nada).
_ O-o-olho T-t-tonto, eu j-juro que só estava p-procurando alguma taça limpa para que eu pu-pu-pudesse b-b-beber... – disse o ruivo tremendo e gaguejando, agora fazia sentido o estado dele, é natural que tenhamos medo de Moddy.
Alastor Moddy mesmo gosta de causar isso nas pessoas, eu mesmo senti um tanto de receio quando o conheci, e isso foi antes dele ter aquele olho mágico, principalmente quando estamos fazendo algo errado e somos pegos por ele, digamos que ele não gosta muito de que as leis sejam infligidas e de atitudes um tanto suspeitas e ilegais. Como aquele bruxo que ainda desconhecia fazia certamente ali.
_ acalme-se, não sou Moddy – disse e só então o homem me encarou, a expressão em seu rosto era de medo e surpresa ao mesmo tempo, eu ainda apontava a varinha para ele.
_ poderia abaixar isso não acha? – disse o homem com um tom brincalhão, era incrível como ele pode mudar tão rápido de humor e estado mental, mas creio que ainda sentia um tanto de temor por mim, minhas cicatrizes poderiam estar causando isso, pude concluir quando o vi mudando o ponto de visão do meu rosto para a varinha.
_ ainda não sei quem é – disse firmemente, ele me lembrava alguem vagamente, o seu jeito e altura era muito semelhantes a de um antigo amigo meu que traira minha confiança e a de Sirius a muito tempo atrás.
_ Mundungus Fletcher – disse o homem me estendendo sua mão, eu recuei um pouco aumentando a varinha agora mirando para seus olhos, ele recolheu o cumprimento e estendeu as mãos como se estivesse se rendendo – vai com calma parceiro, estamos nessa juntos, sou um membro da Ordem da Fênix assim como você...
_ como posso ter certeza? – disse ainda desconfiado, sei que muitos dizem que meu pior defeito é confiar nas pessoas e dar a elas um valor que não merecem, mas por uma estranha razão algo me dizia para não da-la aquele homem, talvez fora o fato de ver-lo tentar roubar Sirius bem debaixo de nossos narizes.
_ Dumbledore me convocou, sou o que poderia se chamar de o contato sombrio – disse Mundungus orgulhoso de si, pude notar pelo sorriso em seus lábios – possuo contatos, descubro coisas que para vocês que são os certinhos do bem nunca descobririam sozinhos, pois posso andar por lugares sem levantar suspeitas, pois tenho uma fama que não é das melhores...
_ esta dizendo que é um informante? – disse agora analisando suas palavras, parecia fazer sentido, principalmente quando ele citara Dumbledore, que convenhamos tem uma mente complexa e realmente fantástica incluir Mundungus na Ordem da Fênix agora me parecia algo realmente fantástico – vou acreditar em suas palavras, até porque não estaria aqui se o fiel do Segredo não o revelasse a localização do lugar, e sabemos quem é essa pessoa, e que ela não confiaria em qualquer um que pudesse ser de grande ameaça.
_ realmente, está certo – disse Mundungus – Dumbledore é um grande homem, me livrou de uma fácil apenas conversando com as pessoas sem ter que fazer nada alem disso, acredite estaria numa pior se não fosse por ele, e por isso o ajudo, para pagar minha divida.
_ o que faz aqui? Digo, alem de estar roubando Sirius – disse sorrindo marotamente e Mundungus pareceu analisar as palavras que diria.
_ como disse estava tentando encontrar uma taça para poder beber um pouco de Fire Whisky – disse Mundungus e ele rapidamente tirara uma garrafa do bolso, o que me fez pensar que talvez fosse mais um item roubado da casa, mas decidi não questiona-lo, seria horrível causar uma confusão daquelas em minha primeira noite sobre aquele teto.
_ certo, vou fazer de conta que acredito dessa vez, mas saiba que se souber que esta roubando Sirius novamente... – disse com um tom realmente ameaçador, que certamente deixara o homem receoso de me encarar nos olhos e faze-lo afundar na cadeira que agora estava sentado – digamos que não será algo agradável... – ele engolira em seco, Sirius tinha razão, conseguia botar medo nas pessoas quando queria, mas não usava muito daquele me dom natural, já as amedronto de verdade e sem muito esforço só por ser como sou, não quero afastá-las daquela forma, de propósito.
_ você ainda não se apresentou – disse Mundungus, e eu conclui que era verdade, guardei minha varinha nas vestes, e estendi a mão agora aceitando seu cumprimento no entanto pude perceber que sua mão tremia e estava fria quando apertei.
_ Sou Remus Lupin – disse dando um sorriso de cortesia, o homem abrira um tambem e pude ver seus dentes amarelos e encardidos pelo fumo – cheguei hoje, vou fazer parte da Ordem novamente, sou da primeira formação.
_ um veterano? Interessante, você poderia me responder uma coisa? – disse Mundungus e eu acenei positivamente - Olho-Tonto sempre foi assim, ou só ficou assim depois da Guerra? Sabe, depois que ele ficou com aquela cara parecendo... um quebra-cabeças inacabado, e ter aquela coisa colocada na cara dele?
_ assim que você fala se refere ao jeito paranóico não? – disse rindo da cara seria de Mundungus e ele confirmou – é, ele sempre foi assim, Moddy já era Auror na época da guerra, e foi responsável por vários novos que se formavam, foi o instrutor de vários que caíram em combate, entre eles estava Frank e Alice Longbottom, membros da Ordem da Fênix que foram torturados até a loucura.
_ é, já sabia dessa historia – disse Mundungus benbendo seu Fire Whisky e dava a mim a garrafa para que me servisse – mas isso não explica muita coisa...
_ alem de ter sido Moddy a ensinar ambos, foi ele o responsável pelos dois terem sido integrados a Ordem da Fênix – disse com pesar, a lembrança de amigos que eu tinha perdido na primeira guerra iam muito alem de James e Lily, e saber que pessoas como Frank e Alice estavam naquela situação, parecia me fazer lembrar que aquilo tudo ainda não havia acabado e que poderíamos ter mais vitimas em breve.
_ entendo – disse Mundungus – você é o tal amigo que o Sirius tanto fala não? O tal Moony?
_ eu mesmo – disse rindo por ser chamado pelo meu antigo apelido – já ouviu falar de mim então?
_ poucas coisas, é uma pessoa muito querida entre os membros da Ordem da Fênix – disse Mundungus como se sentisse um pouco de inveja, imaginei se alguem dentro da nossa organização pudesse ter algum carinho por aquele ser tão traiçoeiro como o Fletcher mas resolvi parar pois era inútil.
_ sim, o que mais ouviu? – disse curioso.
_ não muito mais, apenas que você, Black e Potter estudaram juntos e eram amigos – disse parecendo sincero – nada alem disso, ah, sim tambem soube que lecionou em Hogwarts a algum tempo atrás e que se demitiu, mas não lembro o motivo para ter feito isso.
_ e nem vale lembrar – disse me levantando após terminar de beber meu copo de Whisky – vai dormir aqui? – arquei a sobrancelha imaginando se ele fosse sobreviver até amanhã caso Sirius descobrisse que ele bebeu uma de suas tão sagradas garrafas sem permissão.
_ não, tenho algo a cumprir, minha missão – disse Mundungus se levantando e se dirigindo a porta.
_ que seria? – disse curioso, afinal deveria ser minha missão tambem e eu poderia trabalhar com aquele sujeito, o que admito não parecia algo muito agradável.
_ vigiar o garoto é claro, o que mais poderia ser? Não confiam em mim missões de mais importância do que olhar para que nada de mal aconteça com ele? – disse Mundungus – claro que se você-sabe-quem aparecesse, creio que não teria chance de protege-lo, pois a verdade é que ele já matou bruxos mais poderosos que eu...
_ você está vigiando o Harry então? – disse começando a entender o objetivo da nova Ordem, pelo menos em sua parte, ele me deu um aceno positivo e eu corri os olhos por seu físico novamente, não parecia que fosse perder em um combate corpo a corpo, pelo menos parecia bastante forte para revidar, mas não sabia se ele tinha coragem para faze-lo, até porque não parece ser um homem de coração valente, afinal tremera de medo assim que o pegara roubando a casa, por alguns segundos me ocorreu que o filho de James e Lily estava em apuros tendo aquele como seu guardião – apenas você faz isso? Ou tem ajuda?
_ revezamos os turnos – disse Mundungus – eu fico em certos dias da semana, em outros fica Dédalo Diggle, Hestia Jones tambem fazem isso mas em dias diferentes – ele fazia esforço para se lembrar dos outros que faziam a segurança de Harry – Ninfadora Tonks tambem pegou essa função, ela não gostou muito, afinal queria fazer parte da vigilância do setor de mistérios...
_ setor de mistérios? O que teria de tão interessante para Voldemort – disse mais para mim do que para Mundungus que tremera a menção do nome do bruxo das trevas – poupe-me, se vai ser parte de nos tem que se acostumar com a pronuncia deles... Mas como ia dizendo, o que pode ter de importante naquele lugar para ele? Tão importante ao ponto de que deve ser protegido...
_ logo descobrira, não parece o tipo de pessoa que vai ficar encarregado de bancar a babá do garoto – disse Mundungus - sempre escolhem os melhores para esse tipo de missão, e nos temos que ficar com esse tipo de serviço...
_ eu daria tudo para estar ao lado do Harry – disse com raiva, ele não sabia o valor daquele garoto, pelo que tinha passado e do que era capaz de fazer, soubera por Dumbledore seus atos, sobre o Torneio Tribruxo o ano passado as provas que teve que enfrentar foram fáceis perto de encarar Voldemort cara-a-cara e sobreviver novamente, mas seus feitos eram maiores que isso, no terceiro ano dele, no qual fui seu professor ele enfrentara cem dementadores para salvar Sirius e voltara no tempo para isso, e me orgulho por ser eu a ensina-lo o feitiço necessário para isso – ele é um bom garoto, e muito importante para todos nos... Deveria se sentir honrado de protegê-lo, eu ficaria...
Pude notar que Mundungus Fletcher parecia ter ficado levemente sem jeito frente minhas palavras, por seu ato de não de encarar e começar a acertar as vestes retirara novamente o cachimbo do bolso e o levara a boca, como mágica uma densa fumaça verde começara a ser emitida dele. Ele caminhara em direção a sala, e eu o segui, ao chegar perto abrira e saira após retirar um chapéu do cabide ao lado dela, ele me olhou e fizera um aceno de despedida com a cabeça. Quando já estava voltando às costas para ir embora, parecera se lembrar de algo.
_ ah, sim... – ele erguera a varinha e apontara para o armário da cozinha que podia ser visto a vários metros dali pronunciara um feitiço mudo e ele se abriu revelando um Elfo Domestico idoso amarrado e amordaçado ali – você o livra das cordas, podia fazer isso mas... já estou atrasado...
_ como queira – disse encarando Monstro, o elfo parecia furioso, me perguntava como podia ele ter o prendido daquela forma, sabia que a espécie daquela criatura tinha dons que bruxos comuns desconhecem, como ele se deixara ser pego daquela forma? Eu apontei minha varinha e desarrei ele rapidamente o servo de Sirius correu para a prataria e a pegou rapidamente retornando o tão rápido possível para seu quarto (o armário de vassouras), dei de ombros e subi as escadas para meu quarto novamente.
Fiquei até as nove horas lendo, era meu passa tempo favorito e por minha sorte aquela casa possuía um arsenal de exemplares raros que me faziam inveja, era hilário e quase injusto Sirius Black, alguém que nunca vi em toda a minha vida escolar se importar com a leitura de algo que não fosse revistas trouxas de baixo calão ou de motocicletas e carros velozes ( o que fazia sua mãe ir a loucura quando via o filho as lendo, eu sei, já presenciei isso). Retornado aqui, paremos de falar de meu amigo Padfoot e retornemos, a sim, os livros. Era uma biblioteca fantástica que os Black possuíam, pude ler mais sobre Defesa Contra a Arte das Trevas ( apesar é claro, da maioria dos livros ali falar mais sobre o oposto dela, magia negra pura se é que me entendem) no entanto, logo bateram a minha porta e quem surgira fora o senhor da casa, Sirius pusera o rosto para dentro do quarto como se esperasse que houvesse alguém ali comigo, para então entrar por completo. Ele me encarara se sentando de frente para mim, no entanto eu não o encarei, lia sobre Dementadores e teorias que tentavam explicar sua origem, algo bem interessante. Quando o livro fugira de minhas mãos e voara para as mãos de Sirius que que começara a brincar de gira-lo sobre a cabeça.
_ me devolva Sirius, qual é, parece um adolescente – disse enquanto o desarmava, e o livro rapidamente caiu no carpete, ele fizera cara de tristonho e sua face transmitia uma falsa áurea de tristeza.
_ nossa, Moony, não se pode nem se brincar com você hoje em dia – disse Sirius com seu ar brincalhão – você é era mais engraçado quando adolescente, mas enfim... a sua garota disse para descermos para o café da manhã.
O encarei com o cenho franzido, para então entender a quem ele se referia. Um sorriso já dominava Padfoot. Eu peguei o livro ainda caído no chão, e o guardei na estante que o retirara, tentei evitar o olhar de Sirius, não queria que ele visse que havia acabado de adquirir um tom rosado nas maçãs do rosto, ah, qual era meu problema afinal? Corar por causa de uma garota daquela idade? Não Remus, você não pode amá-la, ainda mais quando pode levar a vida dela ao lixo só de tentar faze-la ficar ao seu lado. Até porque, o que poderia significar aquilo? Nada, eu não estou a amando, é só atração física, a fascinação de encontrar uma garota daquelas que não parecia em nada com as outras que conhecia.
Desci a escada parando alguns degraus antes de chegar a cozinha, eu já podia vê-la ali, vestia as mesmas roupas de ontem como se tivesse dormido com elas e seus cabelos estavam no mesmo tom de rosa chiclete, ela cantarolava uma canção qualquer, podia sentir o cheiro de torrada queimando e café que havia acabado de ser feito e cuja metade havia sido derramada no chão por ela que esbarrara em Monstro que insistia em cozinhar, e a metamorfomaga simplesmente ignorava a criaturazinha cinzenta. Ela me encarara e sorrira, piscando para mim, antes de dirigir o bule com que restava de café sobre a mesa, retornando para cuidar de mais alguma coisa que queimava e fazia uma pequena fumaça tomar conta do ar. Ainda estava ali, estático a encarando com cuidado para não perder nenhum detalhe, quando Sirius depositara a mão em meu ombro e sorrira marotamente. Eu decidi terminar de descer os degraus e me sentei em uma das cadeiras, Padfoot fizera o mesmo.
_ espero que gostem – disse Ninfadora colocando em frente a nos o que parecia um mexido de ovos, que não se dava para se reconhecer muito bem o que havia ali, torradas queimadas e meia caneca de café para cada um.
_ Monstro está aqui para servir, por que Monstro não pode cuidar da cozinha? Ah, sim, Monstro não pode fazer, pois Monstro teve essa função roubada pela mestiça nojenta filha da traidora dos Black – nem preciso dizer que fiquei um tanto incomodado com aquilo, o Elfo respondia coisas que não dava para se escutar melhor.
_ vá seu lixo, saia da minha frente não quero vê-lo – disse Sirius irritado – fique no seu armário em silencio até que acabemos de comer – o olhei com censura, não acreditava que por mais repugnante que fosse, o elfo merecia pelo menos um tratamento digno.
_ onde está Olho Tonto? – disse enquanto tentava comer minha torrada carbonizada, fora difícil e o gosto em minha boca lembrou de carvão - não vai comer com a gente?
_ teve que ir para o ministério, acabou não comendo nada – disse Ninfadora e Sirius sussurra para mim “sorte dele” enquanto ainda lutava com seu mexido de ovos – recebemos uma carta dos Grangers hoje, Hermione vai chegar amanhã na estação de Trem, e quer que a busquemos.
_ eu gosto dessa garota, é bem esperta para a idade dela – disse Sirius e eu sorri me lembrava de Hermione muito bem, era a melhor bruxa de Hogwarts, e tinha que concordar com meu amigo Padfoot de que não era todo o dia que se encontrava por ai alguém que tivesse a cabeça daquela garota.
_ foi uma ótima aluna – disse me orgulhando de ter pelo menos que minimamente colaborado para seu aprendizado, Sirius sorriu de boca cheia, parecia ter se arriscado a comer o mexido de ovos e ter descoberto que não era tão ruim assim.
_ ela ajudou o Harry a me salvar no Terceiro ano, era dela o vira-tempo, alias, nunca entendi como certas pessoas podem querer objetos como esse para simples fins educacionais – disse Sirius e Ninfadora riu – afinal, sabe do que seria capaz se tivesse uma coisa dessas na idade dela?
_ eu sei – disse imaginando como os Maraunders poderiam aprontar com algo como aquilo – realmente, seria algo bem interessante voltar no tempo...
_ é, eu gostaria de voltar para aquele dia em que... Permiti o Peter fosse feito fiel do Segredo – disse Sirius e pude notar seus dedos pressionado a caneca com toda a força, temi que a quebrasse tamanho era seu ódio ao se lembrar daquilo.
_ ninguém podia fazer nada Sirius, entenda – disse tentando acalma-lo, algo que não deu muito certo – você não poderia saber que ele ia trair James.
_ eu fui o responsável Remus, você sabe disso, o maior erro que cometi foi pensar que alguém como aquele rato imundo fosse fiel a nos, que nunca iria nos trair se mandando para as trevas – disse Sirius quase gritando – eu confiei nele, confiei a ele minha família, e ele a entregou a Voldemort como se não passassem de nada...
_ eu também nunca poderei perdoar Wormtail – disse tentando conforta-lo, mas a verdade é que entendia o sentimento de ódio de Sirius para com nosso antigo amigo, ele nos traira e isso podia ser doloroso para mim, mas para meu amigo Padfoot deveria ser pior.
Sirius não me dera ouvidos, e retornara o quarto de sua mãe para cuidar de Bicuço. Deixando-me sozinho com Tonks na cozinha. Ela me encarara interrogativa. Ninfadora certamente estava pensando de onde viera tanto ódio, o que de certa forma me surpreendeu, pois Sirius sempre deixava claro seu ódio por Wormtail não o escondendo de ninguém. Eu me endireitei em meu lugar e tornara a beber meu café em silencio. E assim se seguiu por aqueles minutos na casa, sem nenhuma palavra ser trocada entre mim e Ninfadora, e com Sirius trancado no quarto.
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