Família Feliz
-Eu descobri que você é o meu verdadeiro pai.
Dumbledore ficou sem respiração por um momento, olhando para o rapaz com o olhar cheio de espanto. Não era espanto por Harry lhe ter dito que ele era o seu pai, sim, ele sabia disso. Era espanto por o moreno ter descoberto.
O diretor não conseguia pronunciar qualquer palavra ou som então Harry esperou pacientemente.
-Como é que tu...? - perguntou Albus ainda com os olhos arregalados.
-Já lhe disse como descobri. - respondeu Harry começando a zangar-se e os seus olhos demonstravam isso pois já estavam de um verde mais escuro. - Há quanto tempo sabe? Responda! Há quanto tempo me anda a mentir?
-Antes de tu nasceres eu já sabia. - respondeu ele num sussurro e baixando os ohos.
-Não acredito nisto. - murmurou o rapaz-que-sobreviveu mais para si do que propriamente para o homem - Quem é a minha mãe?
-A Lily. -.respondeu o velho feiticeiro no mesmo tom e ainda com os olhos baixos.
-Como...?
-Eu vou explicar-te. - informou Dumbledore olhando para o aluno como se pedisse premissão para prosseguir. Harry só continuou a olhá-lo e Albus prosseguiu com a explicação - Quando a tua mãe entrou para a escola, eu ainda era professor de Tranfiguração. Era uma aluna brilhante e toda a gente gostava dela, incluindo eu.
"Foi crescendo, ficando cada vez mais bonita e eu fui gostando cada vez mais dela. Foi quando ela tinha 16 anos e eu já era diretor que eu percebi que estava apaixonado por ela, contudo não lhe disse nada." "No seu sétimo ano, começou a namorar com o James, um rapaz popular, bom aluno e que tinha todas as raparigas de Hogwarts a seus pés. Ele mudou por causa da Lilian e eu percebi que aquele amor era verdadeiro, nunca me poderia intrometer."
"Dois anos após eles sairem da escola, recebi um convite para o casamento deles. Nessa altura ainda eu era apaixonado por ela. Numa decisão estúpida pus-me a beber. A beber muito mesmo. E como se não bastasse, a minha estupidez levou-me ao último sítio onde eu devia ir naquela noite, a casa dos Potter."
Harry ouvia o relato atentamente e tentava não demonstrar qualquer reação mas estava a tornar-se cada vez mais difícil ouvir aquilo. Albus percebia isso mas não queria parar. Não podia parar. Sentia que se parasse nunca mais teria coragem para continuar. Então continuou com as lágrimas que tentava conter há pouco a escorrerem-lhe pela cara, perdendo-se na vasta barba prateada:
-Bati à porta. Lilian veio abri-la. Ela percebeu imediatamente que eu estava bêbado. Ajudou-me a entrar em casa e deu-me um grande sermão.
"Arranjou-me um quarto e roupas lavadas. Ela sempre foi muito bondosa, como de certo tu já tens ouvido várias vezes.
James tinha ido passar a noite com o Reamus, o Sirius e o Peter pois aquela era uma noite de Lua Cheia.
Lily foi ao meu quarto, perguntar-me se estava tudo bem e se eu estava confortável. Eu disse-lhe que não tinha sono então ela deitou-se ao meu lado, sem segundas intenções é claro.
Mas eu fui burro, muito burro. Intrepertei aquilo como um sinal e beijei-a ela tentou afastar-se mas depois lembrou-se que eu estava bêbado e ficou com pena de mim então deixou-se ir.
Na manhã seguinte combinamos de não dizer a ninguém. Apesar do que se tinhha passado ela amava o James e eu sabia. Ela aceitou as minhas desculpas e seguimos com os nossos caminhos.
Dois meses mais tarde ela pediu-me para nos encontrar-mos no Três Vassouras e lá deu-me a notícia de que estava grávida e que o bebé era meu. Nem posso descrever a minha reação. Apetecia-me gritar para toda a gente. Sempre quis ter um filho. Só depois de alguns momentos de euforia é que eu percebi a gravidade da situação.
Eu não podia deixar que aquilo acontecesse, não podia deixar que por minha culpa o casamento dela e do James acabasse. O problema é que nós queríamos aquele filho.
Então pelos próximos meses eu passaria muito tempo a procurar. Procurei por todo o lado, todos os livros, todas as bibliotecas, até que encontrei. Uma poção. A poção teria de se tomar antes do bebé nascer. A única coisa que precisávamos era de um bocado do James, era como uma Poção Polissuco.
A Lily foi à cama deles e recolheu um cabelo. Eu passei 2 meses a preparar a poção e depois ela tomou-a. O objetivo da poção era transformar bebé no bebé que seria se fosse filho do James com a Lily. E foi assim. Tu nasceste igual ao James mas com os olhos e várias características da Lily."
A narrativa acabou. Harry olhava para Dumbledore com um olhar cheio de mágoa, cheio de desilusão. Albus, ainda com as lágrimas a escorrer baixou a cabeça com vergonha.
-Você prometeu-me que nunca mais me ia esconder nada que eu merecesse ou tivesse que saber. Acha que eu não merecia saber desta história? Porque me escondeu isto tudo? - perguntou Harry agora também com lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto. - E não me venha dizer que era por eu ser demasiado novo e que já tinha muitos pesos em cima pois essa desculpa já não cola. É o quê? Não queria que as pessoas soubessem que eu sou seu filho? É isso? Tem vergonha de mim?
-Não Harry! Claro que não tenho vergonha de ti! Eu tenho muito orgulho da pessoa que sempre foste e da pessoa que és agora. Eu tive medo. - sussurrou Albus em resposta.
-Medo do quê? - perguntou novamente o rapaz.
-Medo que tu me rejeitasses como teu pai. - confidencializou o feiticeiro com barbas.
-Por que é que eu haveria de rejeitá-lo? Eu sempre quis ter pais. Você sabia disso e de repente tenho um pai que não é capaz de me dizer a verdade sobre mim próprio. - desabafou o rapaz-que-sobreviveu.
-A minha intencão não era mentir-te e muito menos magoar-te. Eu via-te. Estava sempre a observar-te apesar de tu nunca me veres. Sempre que as pessoas te diziam qualquer coisa como "és igual ao teu pai" ou "vê-se mesmo que é filho do James", eu via a tua cara a iluminar-se de orgulho por seres comparado com ele. Tive medo que tu não tivesses o mesmo orgulho em ser meu filho. Via-te sempre a sorrir sempre que uma dessas frases te era dirigida, e sempre eu desejei que chegasse o dia em que fosse por minha causa que tu sorrisses. Eu queria gritar para todos "eu sou o verdadeiro pai do Harry, eu sou um dos responsáveis por esse brilhante e maravilhoso rapaz!" mas não podia, não te queria magoar.
-Então continuou a mentir-me? E se eu não tivesse encontrado aquele livro? Continuaria a mentir-me ualguma vez teria a decência de me contar?
-Eu...eu não sei. - confessou Albus sussurrando - Achas que algum dia me vais conseguir perdoar?
-Eu não sei. - sussurrou também o rapaz - Nunca esperei isto de si.
-Eu lamento. Se pudesse voltar atrás e refazer tudo, acredita que eu não hesitaria. Eu sempre tentei estar a par do que acontecia contigo para sempre estar ao teu lado caso precisasses. Até aos teus 11 anos eu vigiava a tua casa e via as coisas horríveis que os teus tios te faziam. Pensei várias vezes em tirar-te de lá e trazer-te comigo para Hogwarts ou para a minha casa mas eu sabia que nos Dursleys estavas mais seguro, apesar de ser um péssimo ambiente onde uma criança deva crescer. Eu sempre estive lá. Apesar de tu não me veres. - informou Dumbledore.
-Você não precisa de um Manto da Invisibilidade para ficar invisível. - disse Harry lembrando-se de uma conversa com o diretor quando tinha 11 anos e descobriu o Espelho de Ojesed.
Albus e Harry olharam um para o outro e sorriram.
O diretor continuou, olhando para Harry com extremo carinho, o carinho de um pai:
-Vi-te na tua primeira aula de Quidditch a protegeres os teus amigos. Vi-te no Clube de Duelos no teu 2º ano. Vi também como enfrentas-te o Basilisco e Tom Riddle e me defendes-te, a Fawkes sempre lá esteve e permitiu que eu lhe penetrasse na mente. Vi como tu afastas-te aqueles Dementors do teu padrinho. Vi todo o mal que passaste no 4º ano em frente aos outros alunos e a maneira como ignoraste e passas-te por cima. Vi-te a chorar escondido pelos arbustos no teu 5º ano após a morte do Sirius. Vi a maneira como me tratas-te na caverna, como me querias ajudar e o carinho com que me tratavas, e vejo ainda hoje o grande homem em que te tornas-te, o homem forte que sempre foste e que continuas a ser mesmo depois de saberes que estás destinado a derrotar Voldemort e mesmo assim não queres fugir, estás disposto a lutar e até já aceitas a ideia da morte. Sei que já há muito que a tua infância passou e que devia ter sido teu pai nessa altura. Sei que agora pode já ser tarde mas eu quero saber se ainda há tempo para me aceitares como um pai. Quero estar sempre ao teu lado, quero estar sempre presente para o que precises. Seja para partilhares alegrias seja para desabafares. Quaisqueres problemas na guerra ou com raparigas. Quero fazer parte da tua vida. Deixas-me? - perguntou Albus esperançoso.
Harry olhou para o homem ao seu lado. Ele queria muito dizer que sim mas tinha medo de ser enganado e desiludido outra vez. Albus, percebendo exatamente o que ia na cabeça do rapaz, mesmo sem lhe ler a mente, acrescentou:
-Eu prometo nunca mais te esconder nada.
-Foi o que disse da outra vez. - lembrou o moreno.
-Eu sei mas já aprendi com os meus erros. A partir de agora sou um livro aberto para ti. Mesmo que tu não me deixes fazer parte da tua vida e mesmo que não me queiras reconhecer como pai, por favor, diz-me que tenho o teu perdão. - implorou Dumbledore ajoelhando-se mesmo à frente de Harry e pegando-lhe nas mãos.
Para Harry aquilo estava a ser uma repetição mas ele decidiu dar-lhe o benefício da dúvida. Apertou mais as mãos do feiticeiro e puxou-as, fazendo com que o dono caisse em cima de si. O moreno abraçou-o e Dumbledore fez o mesmo.
-Sim. - sussurrou Harry ao ouvido do professor.
-A qual pergunta me estás a responder? - perguntou Albus erguendo a cabeça de modo a olhar nos olhos do filho mas ainda abraçando-o.
-Às duas. - respondeu o rapaz começando a rir logo em seguida.
-O que foi? - perguntou Dumbledore não percebendo que o motivo era ele. A sua cara era no mínimo cómica. Tinha um grande sorriso mas estava um pouco aparvalhado. Estava com uma cara de pura felicidade como se lhe tivessem dito que a guerra tinha acabado.
-A sua cara... - começou Harry mas ria tanto que não conseguia pronunciar uma frase inteira. - Esqueça.
Albus voltou a recostar a cabeça contra Harry esperando que ele se acalmasse. Harry foi aos poucos parando de rir e lembrou-se de uma coisa.
-A professora McGonagall... - começou Harry.
-Eu já esqueci a tua mãe, Harry. Nunca iria usar a Minerva para a esquecer. - cortou o diretor.
-Eu sei que não. Vai lhe contar sobre isto? - perguntou Harry para o pai.
-Eu... eu estava a pensar em esclarecer isto com toda a gente. A não ser claro que tu não queiras, o que seria competamente compreensível. - disse Albus muito depressa inseguramente.
-A toda a gente? Mesmo todos os feiticeiros? - perguntou novamente o rapaz-que-sobreviveu espantado.
-Bem... sim. - respondeu Albus. - Quero que as pessoas saibam que eu sou o teu verdadeiro pai, mas se tu nao quiseres então...
-Quero! Claro que quero! - declarou entusiasticamente o menino.
-Queres? - perguntou, desta vez Albus, espantado.
Harry afirmou com a cabeça em resposta.
Dumbledore passou-lhe a mão pelo rosto e Harry fechou os olhos sorrindo.
-Vamos andando para dentro? Acho que é melhor primeiro contar-mos às pessoas mais próximas e então depois convocarei uns repórteres para anunciar. - sugeriu Albus.
Harry não disse nada, limitou-se a sorrir. O diretor saiu de cima de Harry e ajudou o filho também a levantar-se. Andaram em direção ao castelo e passaram pelas portas quando tocava para o fim das aulas. Eles tinham estado lá fora a tarde toda e nem tinham dado conta quando começou a escurecer e o Sol, lentamente, desaparecia no horizonte. Harry chamou Lupin, Aberforth e Bull pelo espelho de duas faces até à sala do diretor. Harry e Albus chegaram lá e já todos estavam reunidos também com Minerva e Ninphadora. Foram jantar à cozinha e em quanto isso Albus ia explicando toda a história.
-Não és filho do James? - perguntou Lupin após momentos de silêncio.
-Não. - respondeu Harry perguntando em seguida preocupado - Isso altera a nossa relação?
-Parvo! Claro que não. - respondeu Lupin parecendo indignado.
-Vocês estão bem? - perguntou Harry a Minerva, Tonks, Aberfoth e Bull.
-Tu és meu sobrinho. - constatou Ab.
Harry riu e Aberforth continuou dirigindo-se friamente ao irmão:
-Podia ter mais sobrinhos, mas alguém me privou disso.
Harry achou estranho e decidiu perguntar depois a Albus o que é que Aberforth queria dizer com aquilo.
-Ok, dois já saíram do choque, faltam três. - disse o moreno olhando para os outros.
-Eu não sei o que dizer... parabéns? - sugeriu Bull fazendo Harry e Albus rirem.
-Aceita-se. - disse o diretor -Tonks?
A metamorfomaga ainda estava chocada e com a boca aberta sem produzir qualquer som.
-Eu trato disto. - informou Harry - Ninphadora?
-NÃO ME CHAMES NINPHADORA! - gritou Tonks acordando.
Assim, todos se viraram para Minerva.
-Minerva, estás bem? - perguntou Albus docemente.
-Estou. - respondeu Minerva também acordando e sorrindo para o namorado e virando-se em seguida para Harry - Isto quer dizer que tu também és meu filho?
-Hum, ainda não tinha pensado nisso. - confessou Harry.
-Sim. O Harry é teu filho também. - quem respondeu foi Albus que parecia mais feliz do que nunca.
-Pois, vocês ai todos a formar uma família e deixam-me de fora. - queixou-se Tonks.
Harry Desmaterializou-se e Materializou-se atrás dela e abraçou-a.
-Nada disso Tonks. Tu és a minha irmanzinha mais velha. Pensava que já sabias. - declarou o rapaz.
Tonks sorriu e piscou o olho para o "irmão".
-Então o que é que eu sou? - perguntou Lupin.
-Tu és o lobinho de estimação da família, claro! - exclamou Harry e todos os outros começaram a rir, não só pela piada mas por serem uma família.
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OLA!!!!!
Aqui está a continuação. Espero que tudo tenha sido esclarecido e se não foi digam-me que eu esclareço. Espero que tenham gostado e COMENTEM!!!
Obrigado e ate ao proximo capitulo
Bjs e abraços =P
H.D.
Comentários (3)
sim muito estranho......mais a fic e sua.....mais podia ser de outro jeitinho sinto tanto pelo james.....mais que saidinho este seu alvo em...
2013-06-19Nunca, nem nos meus sonhos mais loucos e insanos, eu imaginaria que o pai do Harry fosse o Alvo. Isso foi totalmente inesperado... Espero realmente que o Alvo nao esconda mais nada do moreno ou ele jamais sera perdoado...Mas fiquei com uma duvida: que tipo de livro era esse que o Harry achou? Algo como um diario? Pq se apenas o Alvo e a Lily sabiam da verdade, como ela estaria num livro?
2012-10-29Ficou excelente esquesito mas excelente
2012-10-28