Godric's Hollow & Bull



Eram 04:17h da manhã de segunda-feira.
Harry estava acordado e deitado no sofá. Era naquele dia que ele iria à casa dos seus pais. Estava ansioso e muito nervoso.


-Harry? - perguntou uma voz feminina que Harry identificou como pertencendo a Minerva McGonagall.


-Professora McGonagall. Está tudo bem? - perguntou surpreendido.


-Isso pergunto eu. Que fazes acordado a estas horas? - perguntou Minerva tentando fugir à pergunta de Harry.


-Não tinha sono. - respondeu calmamente o moreno.


-Estás nervoso por causa de hoje não é? - perguntou Minerva num tom de compreensão.


-É. - respondeu Harry baixando a cabeça.

Minerva sentou-se ao lado do aluno e passou-lhe a mão pelos cabelos arrepiados.


-Harry, tu não és obrigado a vir.


-Eu sei mas eu quero ir. Eu tenho de fazer isto. Já adiei por muito tempo. - murmurou Harry.


-Eu vou estar ao teu lado. Eu e os outros. - encorajou McGonagall.


-Obrigado. - agradeceu Harry com os olhos a brilhar.


-Os teus pais e o Sirius estariam muito orgulhosos de ti. De tudo o que tens feito.

Harry não conseguiu pronunciar nenhuma palavra ou qualquer som. Minerva abraçou-o e encostou-se no sofá.


-Ainda não me disse o porquê de também estar acordada a estas horas. -  lembrou Harry.

A professora de Transfiguração corou e respondeu atrapalhadamente:


-Bem... é... é que... eu estava com... - gaguejou e completou em seguida num sussurro quase inaudível - Albus.

Harry abafou uma gargalhada.


-Pronto. Já estou a perceber tudo. - gozou o moreno.


-Não é nada disso que estás a pensar! - respondeu rapidamente Minerva - Nós estávamos só a namorar. Não fizemos mais nada.


-Pois. Claro. - riu Harry não acreditando numa única palavra da professora.


-O que se passa? - perguntou uma voz masculina.

Harry não aguentou e começou a gargalhar quando viu que essa voz pertencia a Albus Dumbledore. 


-Nada! - respondeu rapidamente Minerva. Porém percebendo que era o namorado continuou - É que o Harry... Albus diz-lhe que nós estávamos só a namorar. - pediu McGonagall enquanto Harry ria do seu constrangimento.


-Ah, já estou a perceber. - disse Albus rindo também - Sim Harry, nós estávamos só a namorar. Não fizemos nada de mais.


-Pois. A vossa sorte é que hoje não me apetece invadir mentes - informou Harry ainda a rir.


-Harry tu estás bem? - perguntou Dumbledore preocupado.


-Sim, eu estou bem. Não se preocupem comigo. - respondeu sorrindo para o diretor.


-Vamos tomar o pequeno-almoço? - sugeriu Minerva.


-Vamos! - exclamaram os outros dois.

Tomaram o pequeno-almoço enquanto conversavam animadamente. Cerca de uma hora depois Tonks e Aberforth apareceram e juntaram-se aos amigos. Quando os cinco já tinha terminado de tomar um grande pequeno-almoço apareceu Reamus.


-Bom-dia bela adormecida. - cumprimentou Harry rindo assim como os outros.


-Bom-dia Harry. - retribuiu Lupin - Então, a que horas vamos? Quanto mais depressa melhor.

Harry perdeu o sorriso imediatamente. a temperatura da cozinha desceu consideravelmente. Minerva abraçou Albus para se proteger do frio. Reamus só se apercebeu do que tinha dito quando viu o sorriso na cara de Harry desaparecer.


-Quando tu acabares de tomar o pequeno-almoço. - respondeu Harry muito sério e num tom um pouco seco.


-Harry, desculpa. - pediu Reamus tremendo assim como os outros por causa da baixa temperatura - Eu não devia ter dito aquilo.


-Não faz mal. - respondeu Harry no mesmo tom - Despacha-te. Como tu disses-te: quanto mais depressa melhor.

Harry saiu para o quarto mas todos puderam ver os seus olhos com um tom vermelho. Assim que ele saiu da cozinha a temperatura voltou ao normal.


-Reamus! Sinceramente! - exclamou furiosa - O que te deu para lhe dizeres aquilo? Não percebeste que o Harry está triste por ter que ir à casa dos pais? Ele vai ter que rever o lugar onde o James e a Lily morreram e onde ele se tornou o rapaz-que-sobreviveu. 


-Eu sei. Só percebi depois de ter dito. - desculpou-se Lupin.


-É. Isso é uma característica dos Salteadores. Agir primeiro, pensar depois. - gozou Tonks ainda chateada.

Após meia hora Harry desceu do quarto e encontrou todos na sala.
Harry levava uma pequena bainha presa no cinto de onde saia um punho de espada com rubis. A bainha era enfeitiçada, sendo que toda a lâmina da espada cabia dentro da bainha e o punho dava para esconder com as roupas.  

-Então, vamos? - perguntou nervoso.


-Sim, vamos. - respondeu Albus.

Vestiram casacos bem quantes e saíram de casa. Andaram até à paragem de autocarros. Sentaram-se no banco e após 15 minutos de espera o autocarro apareceu. Ele compraram os bilhetes e sentaram-se.


-Sabem isto é mesmo chato. Os bancos nem abanam. - queixou-se Tonks fazendo todos rirem.

Viajaram durante cerca de uma hora. Quando pararam numa vila aparentemente desabitada e coberta de neve o condutor avisa numa voz um pouco trêmula e amedrontada:


-Godric's Hollow. Os passageiros que ficam aqui por favor saiam.

Harry e os outros levantaram-se e saíram do transporte. Antes das portas se fecharem o condutor pergunta-lhes muito baixo:


-Têm a certeza que querem ficar aqui?


-Sim. Porquê? - perguntou Harry curioso.


-Diz-se por ai, que numa dessas casas vivia um casal. Esse casal tinha um filho bebé. O casal foi morto à cerca de 17 anos em casa e a única coisa que se viu foi um forte brilho verde. O bebé desapareceu misteriosamente. Há pessoas que viviam nas redondezas da casa mas mudaram-se imediatamente. Há testemunhas de vultos a andar pela casa e no jardim. Dizem que são os fantasmas do casal à procura do seu bebé. Têm mesmo a certeza que querem ficar aqui? - perguntou pela última vez.


-Sim. Obrigado pelos avisos mas nós saímos aqui. - respondeu novamente Harry com a garganta seca.


-Ok. Boa sorte! - desejou o condutor e apressou-se em sair daquele lugar. 


-Sabem o que isto quer dizer não é? - perguntou Lupin aos amigos.


-Voldemort mandou os seus Devoradores rondar a casa dos meus pais. Há lá um horcrux. - respondeu Harry. 


-É melhor irmos. Varinhas a postos. - instruiu Tonks.

Foram andando calmamente mas olhando para os lados. Quando passaram por um café ouviram um grito masculino:


-JAMES!

Viraram-se e viram um homem. Tinha aparentemente cerca de 30 anos. Foram até ele e entraram no café.


-SAIAM! - gritou o homem aos clientes que ficaram extremamente mal-humurados com a expulsão. - AGORA!!

Assim que todos saíram o homem fecha a porta e as janelas.
Ficaram à luz de um candeeiro pendurado no teto.


-Desculpa ter gritado mas és tão parecido com ele. - disse o homem dirigindo-se a Harrye olhando-o fixamente. - Excepto os olhos. São os da Lily. Tu és o filho deles não és? Tu és o Harry Potter.


-Como é que me conhece? Conhecia os meus pais? - perguntou Harry totalmente surpreso assim como os outros que olhavam desconfiadamente para o homem.


-Chamo-me Eddie Martin mas toda a gente me chama Bull. - apresentou-se o homem.


-Ainda não me respondeu. - disse Harry.


-Primeiro que tudo trata-me por tu. Eu ainda sou novo. Bom eu vou responder-te. Eu sou um cepatorta. (n/a: cepatorta é um aborto. Uma pessoa filha de feiticeiros mas que não herda as capacidades mágicas.) Eu conhecia os teus pais. Eles vinham sempre aqui falar comigo. Contar-me o que se passava no mundo mágico. Um dia contaram-me que Voldemort andava atrás deles e que se lhes acontecesse eu deveria cuidar de ti quando aparecesses novamente. E aqui estás tu.


-Acham que devemos contar-lhe? - perguntou Harry aos amigos.


-Se o James e a Lily confiavam nele para cuidar de ti então sim. Acho que é de confiança.

Harry, com a ajuda dos amigos, contou-lhe resumidamente tudo o que se tinha passado e sobre os horcruxes e a profecia.


-Então há mesmo coisas a rondar a casa? - perguntou Bull espantado com tudo o que o rapaz tinha contado.


-Sim. Mas são seguidores de Voldemort e não fantasmas. - explicou Harry.


-Eu vou com vocês. - disponibilizou-se imediatamente.


-É melhor não. Pode ser perigoso. - advertiu Tonks.


-Pffff! - bufou Bull - Perigoso! Eu vou expulsá-los da casa dos Potter. Quem é que eles pensam que são?!


-Eles atiram a matar. - continuou Reamus.


-Harry os teus pais deixaram-me uma missão e eu vou cumpri-la. Por favor. - implorou Bull.


-Está bem. Tens armas? - perguntou Harry pois o homem não podia ir desprotegido.


-Tenho um arco. - respondeu.


-Lanças bem? - perguntou Harry.


-Sim.


-Ótimo. Trás uma aljava com 5 setas. - pediu o moreno.


-Não sabia que percebias disto. - disse Bull rindo depois de voltar com os objetos pedidos. O arco de madeira escura e trabalhada estava na mão. A aljava com 5 setas pretas estava a tira-colo na parte direita de cima das costas.


-Eu sou um excelente arqueiro. - disse Harry convencido.


-Está bem. Depois mostras. - desafiou-o Bull.


-Podes ter a certeza. Prontos? - perguntou para os outros.

Eles assentiram e todos saíram do café. Andaram por duas ruas até chegarem a uma casa. A casa tinha aspeto de já ter sido bonita em tempos. Contudo naquele momento estava já um pouco destruída. Eles pararam no portão. Harry retirou a bainha do cinto e meteu-a normal outra vez. A bainha também tinha uma fita para que se pudesse por a tira-colo como a aljava de Bull. Foi isso que Harry fez. Colocou a fita a tira-colo de maneira a que o punho da espada ficasse no ombro esquerdo descendo na diagonal pelas costas até à cintura na parte direita. Era só dobrar o braço para trás que poderia puxar o punho da espada. Harry sabia que era sempre bom ter mais armas-secretas contra os Devoradores da Morte.


-Tens a certeza que queres fazer isto Harry? - perguntou Reamus.


-Certeza. Bull, fica aqui na reta-guarda. Se vires algo fora do comum entra na casa para nos ajudares. Nós vamos só fazer o reconhecimento. Se não houver ninguém em casa chamamos-te. Fica alerta. - disse Harry.


-Certo. Boa sorte. Tenham cuidado. - concordou o homem.

Harry, Reamus, Ninphadora, Albus, Aberforth e Minerva entraram no jardim após Harry ter aberto o portão. Harry tomou a frente e andou até à porta da frente. Com um feitiço abriu-a. Entraram todos silenciosamente. Acharam melhor ficarem juntos. Foram à cozinha e nada. Quando foram à sala viram uma coisa inesperada. Havia um poço no meio do local.


-Isso não estava aqui antes daquilo acontecer. - murmurou Lupin.


-Pois não. Que observador que tu és Lupin. - disse uma voz arrastada atrás deles.


-Agora, larguem as varinhas e virem-se calmamente. - disse outra voz.

Deixaram cair as varinhas no chão. Viraram-se e viram 5 Devoradores da Morte com as varinhas apontadas a eles. Dos cinco Devoradores, um tomava a frente. Era o primeiro que tinha falado. Era Lucius Malfoy.


-Ora, ora, ora. Vejam quem temos aqui. Potter e a sua guarda. - disse Malfoy com um sorriso sarcástico.

Harry estava pronto para atacar. Os Devoradores da Morte não sabiam que ele podia fazer magia sem varinha e ele ia usar isso em seu proveito. Contudo, antes que pudesse fazer qualquer coisa vê um tijolo acertar num dos Devoradores de trás. O Devorador cai ao chão inconsciente.
Todos se viram para vêr quem era mas não era ninguém. Não havia nada nem ninguém à vista.


-Alecto! Vai ver quem é. Não hesites em matar. - ordenou Malfoy para Alecto Carrow.
A mulher saiu e os três Devoradores voltaram a olhar para os seus prisioneiros.
Após uns segundos ouve-se a Devoradora que tinha saído, a cair no chão.


-Se isto fôr alguma brincadeira, vais ver os teus amigos a morrer lenta e dolorosamente à tua frente Potter. - atirou-lhe Lucius.

O homem de cabelos loiros quase brancos aponta a varinha a Albus:


-Crucio!

O diretor de Hogwarts cai ao chão e começa a contorcer-se dolorosamente.


-PARA MALFOY! - ordenou Harry.

O Devorador pára a Maldição.


-E quem és tu para me ordenar isso Potter? - perguntou Lucius indignado.


-Sou aquele que tu não vais gostar de chatear. - respondeu Harry.

O moreno foi até ao diretor ignorando completamente as varinhas apontadas diretamente ao seu peito.


-Professor Dumbledore? O senhor está bem? - perguntou Harry num sussuro ajoelhando-se ao lado do homem.


-Sim, estou. Obrigado Harry. - agradeceu Albus com a voz muito fraca.

Harry ajudou-o a levantar-se e levou-o para perto dos amigos. Dumbledore, ainda fraco apoiou-se em Minerva. 

Todos ouviram um barulho e passado poucou segundos, outro Devorador da Morte jazia no chão com um tijolo perto dele.
Desta vez, foi possível ver uma figura. Um homem junto à porta. Bull.

-Mais um guardião? - perguntou Malfoy sarcástico.

Harry aproveitou a distração e com um simples feitiço deitou ao chão os dois Devoradores que ainda estavam de pé.
Com mais um gesto de mão cordas anti-aparição envolveram todos os feiticiros das Trevas e as varinhas deles foram ter à mão de Harry, assim como a sua e as dos amigos que ele distribuiu. 


-Bolas! Obrigado Bull. Se não fosses tu teríamos graves problemas. - agradeceu o rapaz-que-sobreviveu sorrindo para o novo amigo.


-Ainda bem que pude ser útil. - disse o homem tamém sorrindo.


-Então o que fazemos com eles? - perguntou Aberforth a Harry.

Harry aproximou-se dos Devoradores da Mortes e apontou a varinha ao peito de Lucius Malfoy:


-Enervate! - disse o moreno.


-Potter! Desde quando é que lanças feitiços sem varinha? - perguntou o homem agora consciente.


-Alguém tem ai uma poção Veritaserum? - perguntou Harry ignorando a pergunta de Lucius.


-Eu tenho. Ando sempre com uma para as emergências. - explicou Albus passando a poção a Harry.

Harry abriu a boca de Malfoy à força e despejou lá dentro três gotas de poção da verdade.


-Quem sou eu? - perguntou Harry a Malfoy.


-Harry Potter. - respondeu raivoso.


-E quem és tu? - perguntou Harry divertido com a situação.


-Lucius Malfoy.


-Há um horcrux nesta casa?


-Sim.


-Chego lá pelo poço?


-Sim.


-Quais são as armadilhas?


-Não sei.

Eles afastaram-se dos Devoradores e foram até ao poço.


-Então temos de descer? - perguntou Bull aos outros.


-Não. Eu tenho que descer. - respondeu Harry.


-Nem penses nisso! Tu não vais lá abaixo sozinho! Está fora de questão! - protestou Aberforth.


-Ok. Então eu vou lá sozinho e se precisar de ajuda chamo. Pode ser assim? - perguntou Harry.


-Sim. Muito melhor. - concordou Minerva.


-Mas como vais descer? - perguntou Tonks olhando para o poço. Não havia escadas nem nada.


-Assim. - respondeu Harry.

Conjurou uma corda resistente e com vários metros de comprimento. Em seguida conjurou também um gancho. Apontou a varinha ao poço e disse:


-Diffindo!

Abriu-se um pequeno buraco. Harry colocou lá o gancho e voltou a fechar o buraco para que o gancho não se soltasse:


-Reparo!

Em seguida fez um nó com a corda e prendeu-a ao gancho. Fez um nó mais largo e prendeu-o à cintura. Os outros observavam espantados o rápido e brilhante pensamento do rapaz.
Ele começou a descer. Pulava metro a metro. Chegou ao chão segundos depois.


-Chegaste? - perguntou uma voz que ele reconheceu como pertencendo a Lupin.


-Sim. Não fui atacado por nada. - disse e completando depois num tom mais baixo mas que mesmo assim foi ouvido pelos outros - Ainda.

Os adultos lá em cima circularam o poço tentando vêr Harry mas o poço era um pouco fundo.


-Lumus! - disse Harry.

O fundo do poço iluminou-se. Olhou para tudo com máxima atenção. Não viu nada de mais. Era só pedra.


-O que há ai? - perguntou Albus.


-Nada. - respondeu Harry - Só pedra.

Harry olhou pedra por pedra e reparou numa coisa irregular. Numa pedra um pouco abaixo dele havia uma cobra.


-Esqueçam! Já descobri. - gritou Harry lá para cima.


-O que é? - perguntou Bull.


-Uma cobra desenhada. - respondeu.


-E então? Tens de falar em serpentês? - perguntou Aberforth.


-Vamos descobrir. - respondeu tocando em seguida na cobra e ordenando em serpentês - Revela os teus segredos.

Após dizer isso a pedra começou a movimentar-se assim com as outras que estavam por perto. Revelou-se uma porta de madeira escura.


-Encontrei uma porta. - informou Harry.


-Tem cuidado. - pediram todos ao mesmo tempo.


-Vocês andaram a ensaiar? - perguntou rindo.

Os outros lá em cima riram um pouco também. Depressa pararam pois ouviram uma porta a abrir-se e dedicaram toda a sua atenção ao fundo do poço.

Harry entrou pela porta. Havia uma sala retangular e ao fundo uma redoma de vidro com uma tiara dentro.  Mal deu três passos e sentiu algo a cortar-lhe a barriga.
Correu para fora da sala fechando a porta.


-Ahh! - gemeu  Harry quando viu um profundo golpe que deitava sangue sem parar.

Os outros lá em cima ouviram-no e desesperaram-se.


-Harry! Harry! Estás bem? - perguntou Minerva.


-Fogo! - exclamou Harry tentando parar o sangue. Tirou a varinha e apontando para o golpe disse:


-Episky!

O corte fechou-se e não deixou marca. Como se nunca ali tivesse estado.


-Tergeo! - exclamou apontando para o sangue à volta de onde estivera o corte e também na blusa e nas mãos.


-Harry! O que aconteceu? - perguntou Albus com a voz a demonstrar a sua preocupação?


-Aconteceu que eu percebi que conseguir este horcrux vai ser muito doloroso. - respondeu deixando todos ainda mas apreensivos.


-Como assim? - perguntou Aberforth.


-Não consegui dar mais de três passos naquela sala e apareceu-me um corte profundo na barriga. Acho que vou ser cortado muitas vezes. - explicou Harry.


-Precisas de ajuda? - perguntou Bull.


-Sim. Moony, Tonks. Venham cá. - pediu Harry.

Após um minuto os dois amigos já estavam lá embaixo. Harry explicou-lhes tudo o que tinham que fazer de maneira a que as pessoas de lá de cima também ouvissem.


-Estes cortes são curados pelo Episkey. Então só têm de ficar à porta e vão dizendo os feitiços para me curar dos cortes. Perceberam?


-Sim. Mas não era melhor que os outros também viessem? Assim terias 5 pessoas a curar-te. - disse Tonks.


-É melhor não. Posso não aguentar com tanto poder no meu corpo. - lembrou Harry.


-Certo. Tens a certeza que queres fazer isto. Não perferes que eu vá? - perguntou Lupin ao moreno.


-Não. Estás a ver aquela redoma? - perguntou Harry e diante da confirmação de Lupin explicou - Pode ser preciso ser Serpentês. Eu vou. 


-Está bem. Cuidado! - recomendou Lupin.

Harry entrou na sala a correr mas sempre a direito para que Lupin e Tonks fizessem pontaria. Imediatamente sentiu 2 golpes nas costas e no braço. Esses foram rapidamente curados pelos amigos que estavam à porta. Quanto mais avançava mais golpes surgiam. Reamus e Ninphadora já estavam a suar mas nem por isso baixavam a velocidade dos feitiços.
Albus, Aberforth, Minerva e Bull estavam bastantes nervosos e preocupados.
A sala era bem grande mas finalmente Harry chegou à redoma. Assim que lhe tocou parou imediatamente de ser cortado. Curou os cortes que os amigos não tinham conseguido curar e respirou fundo umas vezes. Apesar de não ter ferimentos, estava muito cansado e tinha perdido uma grande quantidade de sangue.
Reamus e Tonks também aproveitaram para descansar e para se restabelecer. Sabiam que teriam que fazer o mesmo processo quando Harry voltasse.


-Abre-te! - ordenou Harry fracamente em serpentês.

A redoma abriu-se e Harry retirou a tiara. Sabia que tinha pertencido a Ravenclaw. Já a tinham estudado em história da magia.
Respirou mais umas vezes fundo e preparou-se para ultrapassar novamente aquela sala.


-Estão prontos? - perguntou Harry com a voz fraca.


-Sim. - responderam prontamente os amigos. 

Harry recomeçou a correr. O corpo estava quase a ceder mas ele continuava a correr. Chegou finalmente ao pé de Reamus e Tonks. Eles agarraram-no e começaram a curar alguns cortes ainda abertos. Retiraram o sangue de Harry e deles próprios. Saíram e encostaram-se à parede do poço. Estavam todos a arquejar e com as mãos nos joelhos.
Harry, não aguentando mais, caiu sobre os joelhos. A tiara caiu também rodando pelo chão ficando afastada centímetros do moreno.


-HARRY! - gritaram Lupin e Tonks correndo para o rapaz.

As pessoas lá de cima assustaram-se ao ouvirem o nome de Harry e passos apressados.
Bull puxou a corda e começou a descer, sendo seguido por todos os outros.
Quando todos chegaram ao fim correram para Harry. Este estava quase a desmaiar mas fazia um esforço sobre-humano para que isso não acontecesse.
Bull pegou na tiara e guardou-a nas vestes.


-Harry estás ferido? - perguntou Albus tocando no rapz com cuidado.


-Não. - disse Harry. Todos se assustaram ao ver como a voz dele estava fraca.

Com muito esforço, Harry, apoiando-se na parede, foi levantando-se e ficou encontado à pedra a arquejar.

Ao ver que o rapaz não conseguia explicar Reamus tomou a palavra:


-Ele não está ferido pois já curámos todos os cortes mas mesmo assim perdeu muito sangue. Venham ver.

Dirigiram-se à porta e eles olharam lá para dentro. Ficaram horrorizados com a visão. O chão estava cheio do sangue de Harry. Eram litros de sangue.


-Hoh, Melin! - disse Minerva chorosa indo a correr ter com Harry que estava de olhos fechados.


-Temos de subir com ele. Agora! - exclamou Tonks.
 

-Mas como. Ele está tão fraco. - disse Albus caminhando para o lado de Harry e amparando-o.

Harry, com muito esforço, afastou-se do professor e caminhou para a frente. Todos o olhavam. Apontou a mão para cima e murmurou fracamente:


-Ascendio!

Aterrou de pé mas, não suportando o seu peso, caiu de costas, respirando pesadamente.

Os outros apressaram-se em subir para irem ter com o moreno.
Chegados lá acima correram para ele.


-Onde está a tiara? - perguntou Tonks apercebendo-se de súbito.


-Está aqui. - disse Bull retirando-a das vestes - Apanhei-a quando fomos lá abaixo ver de vocês.


-Vamos destruí-la. Quanto mais depressa melhor. - disse Lupin. 

Olharam para Harry. Este estava novamente apoiado em Albus. Levou a mão direita ao ombro esquerdo e puxou o punho da espada. 
Estendeu-a a Bull que ficou a olhar espantado.


-Queres que eu destrua? - perguntou com os olhos arregalados.


-Sim. E depressa por favor. Não sei quanto mais tempo consigo manter-me consciente. - explicou Harry cada vez com a voz mais fraca.

Aberforth caminhou até ele e passou o braço esquerdo dele para cima dos seus ombros.


-Dois Dumbledore's  a cuidar de mim. Sinto-me honrado. - disse o moreno rindo. 

Os irmãos citados sorriram para ele.


Bull colocou a tiara no chão e ajoelhou-se à frente desta. Ergueu a espada acima da cabeça, como Reamus tinha feito, e desceu-a com toda a força. Um fumo preto saiu da tiara cortada exatamente ao meio. Lupin guardou os restos da tiara como Harry fazia com todos ou outros horcruxes.


-Vamos embora? - perguntou Minerva.


-Ainda não. Tonks, altera a memória dos Devoradores. Acorda-os a todos e se tiverem marcas de batalha, elimina-as todas. - instruiu Harry.


-Claro mas porquê? - perguntou tonks surpreendida assim como os outros.


-Porque quanto mais tempo conseguirmos esconder do Riddle que sabemos do seu segredo melhor. Ainda temos um horcrux para descobrir e se ele souber vai mudá-lo de lugar e proteger ainda mais Nagini. - explicou o rapaz-que-sobreviveu.


-Tu pensas sempre em tudo não é Harry? - perguntou Tonks rindo - Que memória queres que eu lhes ponha?


-Eles estiveram a rondar a casa e nada de suspeito aconteceu. Simples. - respondeu Harry.

Tonks fez o pedido e acordou-os. Livraram-se da corda e do gancho e saíram rapidamente daquela casa enquanto os Devoradores da Morte ainda estavam com os olhos vagos.


Afastaram-se da casa e foram para uma casa-na-árvore que havia a uns quilômetros dali. Foram com o carro de Bull. Tonks foi para Hogwarts para pedir a Madame Pomfrey uma poção para repor o sangue. Passaram a noite com Bull e decidiram que ele iria também para a Sede da Ordem da Fênix.
À noite fizeram uma fogueira e ficaram a conversar. Harry apesar de ainda estar um pouco fraco já estava quase todo restabelecido. Dormiram os 7 a dormir em sacos-de-cama na casa-na-árvore. 
Cansados mas felizes, foi assim que todos adormeceram.


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E Pronto. Aqui está o capitulo 21.
Espero que gostem.
Este ficou um pouco maior.
Acho que está bom mas são voces que tem que dizer!!!
Portanto respondam: Ficou: bom? mau? xato? horrivel? brilhante?
COMENTEM E DIGAM O QUE PENSAM!!!

BEIJOS E ABRAÇOS





H.D.




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