Capítulo 4
- Ah... Eu... É... Deixei... – Comecei a gaguejar, estava morrendo de vergonha.
- Dá pra falar que nem gente. Não imaginei que você gaguejasse comigo que nem essas garotinhas. – e o sorriso de lado – Ih, ela corou!
- Eu estava procurando minha pena, acordei achando que tinha esquecido algo e não achei minha pena no quarto. – Me defendi totalmente corada.
- Ah claro, sua pena né! – Ele debochou.
- É minha pena, e não te devo satisfações de nada. – Falei arrogante.
- Se você diz, eu finjo que acredito. – Ele falou indiferente.
- Escuta aqui Malfoy... – Eu falei apontando o dedo.
- Abaixa a mão, por favor, fala sem encostar.
- Não vou discutir com você, só peço que você pare de dormir na sala...
- Porque senão você não resiste e vem me agarrar?
- É! Não! Porque a luz me incomoda! Boa Noite. – E comecei a andar dando as costas para ele.
- Ah Granger, posso te pedir uma coisa?
- Não acha que está pedindo demais não? – Falei parando e olhando para ele.
- Acho, mas não tenho a quem recorrer então você serve.
- Mais respeito Malfoy, mais respeito!
- Será que você poderia me ajudar no trabalho da McGonagall? - Preciso nem dizer que pasmei né? Um Malfoy pedindo ajuda para uma Grifinória sangue-ruim...
- Ajudo. – Respondi de bom-grado.
- E tem com ser agora? Estou meio sem sono.
- Pode. – Sorte dele que eu também estou sem sono. Após 2 horas de trabalho estava literalmente cansada.
- Posso pedir uma coisa? – não resisti tive que pedir.
- Pode, já que você está me ajudando.
- Deixa eu ver seu pé?
- Sabia! Sabia que você não estava procurando pena nenhuma!
- Ah Malfoy, não complica, né!
- Hermione você é uma comedia, sabia?
- O que?
- Eu falei que vo...
- Não é isso! De que você me chamou?
- De nada!
- Chamou sim – não me aguentei, tive que rir.
- Claro que não chamei.
- Chamou sim, me chamou de Hermione.
- Tá! Chamei. Você está me ajudando, queria que eu ficasse te xingando?
- Estou em choque ainda.
- Quer que eu te xingue?
- Por que não fazemos o seguinte. Aqui, onde ninguém nos vê, mantemos um contato cordial?
- Mas lá fora posso te xingar e você vai continuar me ajudando aqui?
- Desde que você não apele.
- Feito.
E apertamos as mãos. Aperto firme, mão de homem.
- Boa Noite Hermione. – e sumiu de vista.
- Boa noite – gritei, entrei no meu quarto e fechei a porta, deitei na minha cama e murmurei “Ele realmente cheira bem” antes de dormir.
Naquele café da manhã parecia que todos sentiam no ar que tinha alguma coisa de diferente. Nós batemos boca o tempo todo no escritório antes de ir tomar café. Eu porque queria ver o pé dele, ele porque tinha vergonha do pé e não ia mostrar de jeito nenhum, eu porque queria que ele saísse vestido do banheiro, ele porque dizia que ia sair pelado se eu continuasse reclamando.
- Gina! – gritei quando vi os cabelos da ruiva. - Ela veio em disparada, Rony esticou o pescoço e Harry me fuzilou.
- Ele só anda de toalha, é cheiroso e quanto ao pé ainda não consegui descobrir, agora vai. – Sussurrei em seu ouvido e ela saiu correndo.
- Estou achando você tão bem disposta hoje. – Começou Harry.
- Enfeitiçou o Malfoy por acaso? – Perguntou Rony.
- Nós mal nos vemos lá podem ter certeza. – primeira mentira, será que nessa eles acreditam?
- Eu preciso ir, tenho que passar na biblioteca ainda. Até mais pra vocês. – Falou Rony.
- O Rony na biblioteca? Aí tem. – Harry simplesmente riu. – O que vocês estão me escondendo? Não é porque não fico mais no Salão Comunal que não sou mais amiga de vocês.
- Vamos dar uma volta Mi. Hoje é final de semana. E não vem com papo de que tem trabalho para fazer porque duvido que você naquela sala silenciosa não tenha acabado tudo ainda.
Era verdade, tinha feito tudo, mas ainda tinha alguém para ajudar, o cheiroso.
- Tá Harry, mas rapidinho porque eu tenho uns relatórios pra fazer e tenho que me encontrar com a comissão da formatura. – segunda mentira do dia, esse chei... Malfoy não está me fazendo bem.
- Tá bom Mi, vamos só conversar um pouco, tanto tempo que a gente não faz isso.
Não senti o tempo passar. Como se o tempo não passasse, mas quando me dei conta, já tinha passado e muito.
- Já tá tarde Harry, a comissão, tenho que ir.
E sai que nem uma louca. Encontrei um Malfoy raivoso no caminho.
- A reunião está atrasada por sua causa Granger.
Senti um desprezo na voz dele que eu já tinha desacostumado. Chegamos à sala e o seu tom de voz mudou.
- Onde você estava?
- E desde quando eu devo satisfações da minha pra você, Malfoy?
- Desde quando você não cumpre sua palavra Hermione?
- E desde quando você me chama de Hermione?
- Quanto tempo vai durar essa brincadeira de perguntas sem resposta? E desde ontem, caso você não se lembre. – Odeio esse garoto!
- Cadê o pessoal da comissão?
- Foram embora, falaram que tem mais o que fazer, para você se virar. Mas como eu sou uma pessoa muito legal vou te ajudar. Afinal tenho um excelente gosto.
- Pena que não se reflita nas meninas que você pega.
- Que?
- Nada.
- E seu trabalho?
- Bem acho que depois de esperar por 2 horas tenho o direito de perguntar primeiro. Onde você estava que se atrasou tanto pra me ajudar?
- Estava com o Harry!
- Ah, mas você só pode estar brincando comigo! Perdeu dois compromissos importantes por causa do cicatriz!
- Não fale assim do meu...
- Namorado?
- Não, do meu amigo. Quase não vejo mais eles.
- Eles? Então o pobre também estava?
- Por favor, não fala assim deles.
- Ok. O Weasley estava?
- Estava. – Merlin, porque estou mentindo para ele?
- Sei...
E mais uma mentira, dá-lhe Hermione, a rainha das mentirosas.
Fomos noite adentro, mas terminamos o trabalho e começamos o planejamento da formatura, graça as minhas mentiras, agora éramos apenas nós dois. Trabalho em dobro.
Com o passar das semanas ficava cada vez mais difícil deixar minha sala nos tempos livres, quase não via mais os meninos e de certa forma não estava sentindo falta, o Draco me proporcionava coisas que nunca tinha sentido antes.
Marquei de encontrar os meninos no jardim, passamos horas conversando. Nossa como eu estava com saudade deles. Rony estava namorando mais uma vez a Lilá. Harry estava diferente, mas não conseguia dizer o que era.
Depois de 4 horas de papo Rony saiu em disparada para terminar o dever que ele deixou para última hora, permaneci com Harry na sombra das árvores, sua cabeça no meu colo, era como se ele soubesse que tinha acontecido algo, que algo estava mudando na minha cabeça, que o Malfoy não era mais aquela Doninha, não para mim.
- Mi.
- Oi?
- Estou com saudades de você.
- Ah que amigo carente, eu estou aqui.
- Você sabe que não estou falando disso. Todo tempo livre que você tem você está trancada naquele quarto, eu não gosto de ver você tanto tempo lá com aquele garoto.
- Ah Harry, de novo esse assunto não, vai. Ele não me oferece perigo.
- Pode oferecer mais do que você imagina.
- O que você está querendo dizer com isso?
- Nada.
- Pode começar a falar eu não estou brincando.
- Isso que eu quero dizer, essa não é a Mione que eu conheço, essa é uma “Pansy Parkinson” da vida e não você.
- Você não poderia ter me ofendido mais.
- É serio Mi, não gosto de você esse tempo todo lá.
- Nem eu gosto Harry, sinto sua falta, sabe disso.
Nossa aquela cabeça deitada no meu colo, aqueles olhos verdes me filmando, eu não conseguia simplesmente me levantar e ir embora. Mexia no cabelo dele, ele ria, era tudo tão bom.
E antes que eu piscasse estávamos nos beijando. Era isso que tinha de diferente e eu não fui capaz de perceber. Ele estava com ciúmes, ele me queria. Sempre soube que a Cho tinha se dado bem, e aquela burra desperdiçou.
- Harry, eu tenho que ir.
- Já?
- Já passou o toque de recolher, eu sou monitora-chefe, tenho que dar exemplo.
- Ok, mas eu te levo até seu quarto.
- Tá bom, mas vamos logo.
Estávamos nos beijando na entrada da sala dos monitores quando...
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