Dragonite e o Chapéu Seletor
Episódio 19
Dragonite e o Chapéu Seletor
Ao longe, Harry podia ouvir uma voz chamando incessantemente, mas não podia atendê-la. Estava imerso em um sonho de chamas coloridas, labaredas que lambiam sua pele, mas não causavam dor. Ao seu redor, Ho-oh dançavam alegremente em torno do ovo vermelho e amarelo, que por fim explodiu e de lá saiu o alegre Magby a dançar.
A voz além do seu alcance pronunciou encantamentos e foi se tornando mais alta e clara. O sonho de fogo foi se desfazendo enquanto Harry voltava à consciência. Então, finalmente abriu os olhos.
Magby já estava de pé ao seu lado, olhando-o com ar preocupado.
- Maaag? –perguntou ele, apertando a bochecha de Harry.
- Eu estou bem... –respondeu ele, esfregando os olhos. Então colocou os óculos, que estava caído ao lado, e levou um baita susto ao olhar para seu pokémon. Ele estava todo pintado!
Desenhado com algum tipo de tinta preta, Magby tinha na testa um raio e, ao redor dos olhos, os aros de um óculos... Igualzinho ao do Harry. Alguém fizera no Magby uma caricatura de Harry! Jigglypuff, ele lembrou. E aquele diabrete que disse que era um poltergeist e se chamava Pirraça.
Olhou ao redor e viu que todos, crianças e pokémons, estavam com os rostos pintados.
- Finalmente consegui acordar todos! –disse Minerva, suspirando de Alívio. Só então Harry notou que ela estava a apenas alguns passos dele, empunhando uma varinha. Certamente era a voz dela que ele ouviu enquanto acordava. –Pirraça vai ver só! Obrigada Nick por me avisar...
Ou Harry ainda estava sonhando ou ao lado da professora estava outro espírito, planando a alguns palmos do chão.
- Não tem de quê, senhorita Minerva. E não se preocupe, o Barão já está com Pirraça, você sabe que ele é o único que consegue controlar aquele poltergeist de uma figa... –respondeu o fantasma, e então se retirou atravessando uma parede.
- Ele desenhou raios na sua cara toda. –Disse Rony, surgindo ao lado de Harry.
Ótimo, pensou Harry. Se sua cicatriz não era visível o suficiente, agora todos poderiam distinguir o famoso Harry Potter.
– Na sua testa ele desenhou corações... –falou Harry.
- Eca!
- Crianças, nós precisamos ir agora para o Grande Salão. Infelizmente não há tempo para eu remover a obra de Pirraça do rosto de vocês agora...
Todos soltaram um gemido de aborrecimento, mas de nada adiantou. Mesmo com as caras pintadas, formaram uma fila atrás de Minerva e seguiram-na cruzando o Saguão até o outro lado, onde se abriu uma porta para que eles adentrassem o Grande Salão.
No instante em que cruzaram o arco da porta houve uma explosão de risos no salão, por conta da arte de Pirraça. Minerva, que tomava a frente da fila, lançou um olhar gelado ao redor e isso bastou para os risos silenciarem.
Entretanto, os risos tinham apenas ecoado no fundo da consciência de Harry, pois havia muita coisa para ver, enchendo seus olhos e pensamentos.
Quatro mesas, duas à sua esquerda e duas à direita. Repletas de alunos. Sobre cada uma delas esvoaçavam bandeiras, nas quais estavam bordadas figuras de pokémons – que se moviam! Um Arcanine lançando chamas na bandeira dourava e vermelha da Grifinória, uma Arbok serpenteando na bandeira verde e prateada da sonserina, um Sandslash saltando na bandeira negra e amarela da Lufa-Lufa e um Swellow voando sereno na bandeira azul e bronze da Corvinal.
Mas foi para o teto que os pequenos bruxinhos olharam no instante em que entraram no salão. Se bem que não se via, de fato, um teto, e sim nuvens e estrelas de um céu em chamas! Era um céu de entardecer e entre as nuvens voava um pokémon magnífico, que tinha asas feitas de fogo: um Moltres.
- Não é possível! –disse Rony, enquanto caminhavam.
- Não é real. –falou Hermione, que estava um pouco mais atrás de na fila. – O teto é enfeitiçado para mostrar sempre um dos guardiões dos céus e nos lembrar dos poderosos pokémons que, afinal, estão ligados de alguma forma à nossa magia. É para nos ensinar humildade e respeito pelos pokémons. Eu li isso em Hogwarts, Uma História.
Entretanto, parecia muito real. A ave era enorme e por vezes desaparecia e então mergulhava de repente no ar atravessando as encantadas nuvens douradas.
- Magbyyyy! –Dizia o pokémon bebê, apertando a mão de Harry, assustado com a gigantesca ave flamejante.
Dançando nas chamas, pensou Harry, lembrando-se do seu sonho.
Do outro lado do salão havia uma mesa comprida na qual se sentavam os professores. Minerva levou-os até lá perto, de modo que eles ficaram frente a frente com os professores, separados apenas por alguns degraus e um patamar. Harry reconheceu Quirrell, sentado com uma Larvesta nos braços. Também viu Hagrid sentado na ponta mais afastada.
Os outros não reconheceu, mas teve certeza de que o ancião de longas barbas com um Altaria no colo só podia ser o diretor, Dumbledore. A barba alva descia pelo seu colo e se confundia com as penas alvíssimas do seu raro pokémon dragão.
Então, Harry e todos os outros novatos ficaram maravilhados quando, do céu encantado, surgiu um pokémon de verdade e não uma visão como Moltres. Era um Dragonite, que usava na cabeça um estranho chapéu.
- Ele adora voar no teto encantado! –Explicou Dumbledore para Quirrell, que se sentava à sua esquerda.
- Que be-belo pokémon, Se-se-nhor diretor! –saudou o jovem professor.
- Dragonite está comigo há muitos anos... foi meu primeiro pokémon...
O Dragonite pousou na frente de Harry e sorriu para ele e os outros bruxinhos. De repente, alguém começou a cantar. Uma voz masculina, bela e afinada, mas a boca do Dragonite não mexia.
- Minha nossa, é o chapéu... –Harry ouviu um menino dizendo perto dele.
O chapéu na cabeça do Dragonite cantava uma canção que contava a sua história. Ele cantava que embora fosse um chapéu velho, não era um chapéu comum. Cantou do seu dever, que era selecionar os alunos para as suas casas de Hogwarts. Cantou que ele tinha a habilidade de olhar dentro da cabeça de quem o colocava e ver cada pensamento e cada traço da personalidade. “Porque sou único, sou o chapéu pensador!”, finalizou ele, e todos aplaudiram.
- Então só precisamos experimentar o chapéu! –Disse Harry, sentindo-se aliviado.
- Ufa! –Disse Rony. –Fred o George vão ver só! Não pararam de me falar que envolvia uma luta com um trasgo...
A professora Minerva, empunhando sua varinha mágica, conjurou um banquinho, que surgiu do nada bem entre os alunos e o Dragonite.
- Quando eu chamar os seus nomes, sentem-se no banquinho e o Dragonite colocará o chapéu na cabeça de vocês. Ana Abbott! –chamou ela.
Uma garotinha loura de rosto rosado que tinha um Poliwag nos braços passou por Harry e sentou-se no banquinho. O Dragonite depositou na cabeça dela o chapéu, que era grande demais e desceu até os seus olhos. Depois de alguns segundos, uma aba abriu-se formando uma boquinha quando o chapéu bradou:
- LUFA-LUFA!
A mesa de alunos da Lufa-Lufa bateu palmas enquanto a menina se dirigiu até a mesa deles.
E assim prosseguiu a seleção.
Lilá Brown, que tinha um Wurmple, foi a primeira selecionada para a Grifinória. Rony suspirou de alívio quando o chapéu também o selecionou para a casa, pois todos os seus irmãos tinham sido de lá. Hermione, que o Jigglypuff deixou com uma enorme e asquerosa monocelha pintada no rosto, também foi mandada para lá, seguida por Neville.
A primeira a ser mandada para a Sonserina foi a enorme Emilia Bulstrode. Logo Draco e todos os outros da sua turma foram mandados para aquela casa.
Uma bela menina oriental, Cho Chang, foi a primeira selecionada para a Corvinal e para a mesa deles ela seguiu junto com o seu Cubchoo.
Faltavam pouquíssimos alunos agora. Duas meninas gêmeas foram separadas. Enquanto Parvati Patil e seu Slowpoke foram para a mesa da Grifinória, Padma Patil e seu Phanpy foram para a Corvinal.
Finalmente, Minerva chamou Harry e o salão encheu-se de burburinhos. “Harry Potter?”, “O Harry Potter, o mesmo que derrotou Você-Sabe-Quem?”, “Eu não acredito, é ele mesmo?”...
Harry teve a estranha impressão de que Dragonite lhe dera uma piscadela antes dele se sentar no banquinho, o chapéu deslizar sobre os seus olhos e tudo se escurecer.
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N/A: Ahhhh o próximo episódio tem uma surpresa que estou ansioso para mostrar :)
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