O Primeiro Pokémon de Duda
Episódio 2
O Primeiro Pokémon de Duda
- Acorde! Agora! – ordenava tia Petúnia, batendo na porta do armário sob a escada, onde era o “quarto”. – Quero que se levante rápido, tem muitos afazeres pra você na cozinha e quero tudo perfeito pro aniversário do meu Dudinha!
Dez anos se passaram desde o terrível dia em que os Potter foram assassinados, mas que Harry sobrevivera, derrotando o Lorde das trevas, sendo que ainda era um inofensivo bebê.
O pequenino, porém, não tinha nenhum outro familiar que fosse bruxo, então foi mandado para morar com uma família de trouxas, ou seja, que não eram bruxos.
Trouxas em geral não sabiam da existência dos bruxos (e nem deveriam saber) – mas os Dursley sabiam. Petúnia era irmã de Lílian e sabia o que a irmã era e odiava. Odiava a irmã, o cunhado e mesmo sem o conhecer odiava Harry desde o momento que soube que ele nascera. Petúnia amaldiçoava o dia em que Harry fora deixado em sua porta, com a carta explicando o que havia acontecido à sua irmã e seu marido.
Petúnia era casada com Valter e tinham um filho, Duda, e hoje era aniversário do seu queridinho filho.
- Quero só ver a carinha dele quando ele receber o presente que seu pai dará lhe dará. O primeiro pokémon! Ah, ele vai ficar tão feliz... – dizia a tia animada, mais para si mesma do que para Harry, enquanto ela arrumava a mesa e Harry cuidava do bacon do café da manhã.
Pokémons viviam tanto no mundo trouxa quanto no mundo bruxo. Os pokémons eram amigos e companheiros tanto dos trouxas quanto bruxos. Todos gostavam de treinar e duelar com seus pokémons.
- Pokémon? Duda terá um pokémon? –perguntou Harry. – Eu terei um também?
- É claro que não! Nós já te damos tudo, vamos te dar um pokémon também? Como você vai treinar um pokémon quando tem tantos afazeres aqui nessa casa?
Harry Potter cresceu criado pelos tios, mas nunca foi tratado como membro da família. Os tios não se cansavam de lembrá-lo como ele devia ser grato por não terem o mandado para um orfanato ajudando com o serviço doméstico.
Harry tornou-se um menino magro, de cabelos negros espetados e olhos verdes. Usava óculos. Na testa, tinha uma cicatriz em forma de raio –fora essa, aliás, a única sequela que ficara do seu encontro com o Lorde das Trevas. Mas os tios nunca revelaram para Harry sua verdadeira história, e contaram que os pais de Harry morreram num acidente de carro.
Uma das cosias que Harry mais gostava eram pokémons. Sonhava em ser um grande treinador. Pensava que um dia os tios deixariam ele sair em uma jornada, lutando campeonatos por todo o reino unido e depois ao redor do mundo, mas a cada dia tinha menos esperança de que isso acontecesse.
Tio Valter tinha um Rhyperior. Ele já teve muitos pokémons no passado, segundo dizia, mas desde que capturara um Rhyhorn se identificara tanto com o bruto pokémon que com o passar dos anos todos os outros pokémons seguiram seu rumo e aquele havia sido o único remanescente, evoluindo até a forma de Rhyperior. O pokémon de pedra o havia inspirado, inclusive, nos negócios, levando-o a criar uma empresa de perfurações chamada Grunnings. A Grunnings contava com, além de muitas brocas e máquinas, diversos pokémons perfuradores e cavadores.
O pokémon, entretanto, era grande demais e assustador demais para Harry. Da mesma forma era o tio para ele.
Tia petúnia, por sua vez, não tinha pokémons e nem falava nos seus pokémons antigos. Desde o momento que nascera Duda, toda a sua dedicação era devotada ao filho somente.
Quando Duda surgiu na cozinha, uma pilha de presentes já estava empilhada em um canto. Computador novo, vídeo-game, bicicleta... Tudo o que ele pedira, e ainda mais, pois Duda era extremamente mimado e os pais lhe faziam todas as vontades. Por isso ele se tornara um garoto birrento e agressivo, além de enorme de gordo, assim como o pai.
- Trinta e seis? Dois a menos que no ano passado! – Protestou o menino, durante o café da manhã.
Foi então que tio Valter se levantou, com as mãos pra trás, escondendo do filho o último presente.
- Mas eu tenho um aqui que vale mais do que todos estes seus presentes! – Disse ele, com um sorriso no rosto.
- Cadê? Eu não vejo! Deve ser tão pequeno! Com certeza não vai ser melhor do que se eu tivesse ganhado mais presentes! – Disse o menino birrento.
- Será mesmo?
Então, Válter estendeu a mão e o menino viu a pokébola. Primeiro ficou de queixo caído, depois gritou debilmente:
- POKÉMON! MEU PRIMEIRO POKÉMON! RÁ, HARRY, EU TENHO UM POKÉMON E VOCÊ NÃO TEM! QUE POKÉMON ÉÉÉ?
- Veja você mesmo. –Disse o tio.
Duda arremessou a pokébola, gritando: “Saia, pokémon!”
E de lá saiu um pedregoso Geodude.
O pokémon era uma pedra bruta, com grandes olhos, boca, e dois fortes bracinhos. Duda pareceu desapontado.
- Mas... mas ele não é nem um pouco parecido com o seu Rhyperior...
- Mas quando você treiná-lo ele será tão forte quanto meu Rhyperior. Na verdade, ele nasceu do Rhyperior, sabe, Rhyperiors atiram pedras de suas mãos, e de vez em quando são Geodudes e não simples pedras... essa foi a primeira vez que isso aconteceu...
- Mas ele é tão pequeno... –disse Duda, olhando com careta pro Geodude.
Geodude olhava, do tio Valter para o Duda, sem entender bulhufas. Harry teve a impressão que Geodude até se aborreceu de não ter sido recebido com alegria por seu novo treinador.
- Mas ele pode evoluir... –tentou Valter.
- Ah, não sei não... pokémon, volte! –disse Duda pra Geodude, colocando-o de novo na pokébola.
- Não desanime, Dudinha. –disse-lhe a mãe –Você poderá ter ainda muitos pokémons, grandes e fortes, os que você quiser! Agora ouça, nós vamos fazer um passeio...
Nesse momento Harry deixou a cozinha, aborrecido. Ele teria ficado muito feliz se tivesse um Geodude. Na verdade achava o Geodude muito legal! Desanimado, voltou para o seu armário, desejando que sua vida fosse diferente...
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