Insuportável

Hermione acordara mais cedo do que todos, a garota levantou num salto e pegou sua bagagem saindo correndo logo em seguida para fora do vagão que ocupava com Harry e Rony.
Hermione, agora mais do que nunca, encontrava-se tentando fugir de Harry e de suas suas suspeitas.
Ela simplesmente odiava o fato de ter de mentir para o amigo, mais era necessário.
Harry já havia passado por muita coisa em sua vida, não era ela que daria mais problema em suas mãos, dessa vez ela teria que resolver sozinha seus medos.
Hermione continuou caminhando silenciosamente pelo trem, percebeu que todos ressonavam baixo em suas cabines, perdidos num belo sonho.
Naquele momento era tudo que Hermione gostaria de ter, uma boa noite de sono era o que a garota tanto ansiava, mais a dor dilacerante a consumia cada dia mais e isso havia se tornado um empecilho em sua vida.
Hermione tentou reprimir as lágrimas que insistiam em cair, ela não conseguia não se lembrar de como sua cicatriz havia transformado seu ser.
Ela não era a mesma, ela tinha plena noção disso, ela sentia calafrios e esparmos de agonia pelo corpo todo, e numa tentativa de disfarçar a dor ela acabava sucubindo a mesma.
Hermione deixou que uma imagem lhe invadisse a mente, imagens daquela noite assustadora em que viverá o pior momento de sua vida.

 

_Pare, você vai matá-la!_gritou minha mãe enquanto a cobra me dava botes por toda parte de meu corpo.
Eu mal conseguia sentir mais meus muscúlos, todos estavam flamejantes de tanta dor que lhes percorria.
O choro de minha mãe e os gritos dos meus pais foram calados em minhas mentes quando um lampejo ecoou pela sala.
Eu gritei quando o feitiço misturado ao veneno de Nagini se entrenhou em meu braço, era algo apavorante pertubador e inexplicável.
_Tenha bons sonhos Granger..._ouvi uma voz sussurrar em meus ouvidos e logo em seguida a porta se bateu e tudo se apagou enquanto o silencio pairava ali.
Eu queria manter-me acordada para levantar e socorrer meus pais, mais não tinha mais força, era o meu fim...

 

Hermione colocou as mãos no rosto, não queria mais lembrar de nada.
Sem perceber os soluços se acumularam em sua garganta e aos poucos ela não conseguiu mais deter estes.
Hermione cabaleou para trás quando a dor em seu braço à atingiu repentinamente causando desespero em cada parte de seu corpo.
_Nãooo..._tentou falar a garota em uma voz inadível.
A face de Hermione começou a ser lavada por lágrimas enquanto seus gritos de tortura eram levados pelo vento.
Hermione queria parar de gritar, queria parar de se debater mais a dor era insuportável...
Ouviu passos perto de si e amaldiçou-se por não conseguir controlar a dor.
Hermione fechou os olhos depois que com um último supetão a dor evaporou e relaxou seu corpo sobre o chão.
Sem forças para abrir as pálpebras, e temendo quem veria ali, ela deixou que braços fortes a pegassem no colo e a levassem dali.
Hermione sentia uma respiração perto de seu rosto e quando conseguiu juntar o restante de força que ainda restava em seu corpo ela olhou para a figura que a carregava.
Cedrico a olhava com os olhos alarmados e preocupados.
Hermione deixou-se viajar por um momento em seus olhos de mel, como ele era belo! 
Hermione voltou à si e balbuciou antes que apagasse por conta do cansaço que se propagara pelo seu corpo.
_Não conte a ninguém..._disse, sua voz embargada.
Cedrico hesitou e disse com a voz mais melodiosa do mundo:
_Não contarei, vou lhe proteger eu prometo!_disse a voz urgente, porém firme.
Hermione encarou uma última vez o olhar de Cedrico e pode perceber que ele não quebraria a confiança que ela estava depositando nele.
Ela lhe enviou um sorriso fraco e depois desmaiou, deixando que a escuridão lhe conduzisse novamente...

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