A União;

 

 

 

Capítulo 7: A União

 

 

 

- Eu estou cansada. Nós andamos o dia todo. – Comentou Helga, olhando para as nuvens.
- Eu sei. Não vejo a hora de chegar logo. O problema é.. como vamos saber qual é o lugar certo? – Perguntou Godric.
- Eu não faço a mínima idéia. – Respondeu sonhadora.
- AQUI! Esse lugar é perfeito!

- Cala a boca Salazar.

- Qual é Rowena você tem que concordar comigo. Esse lugar é o máximo.

- Você tá louco? Pirou de vez?

- Por que?

- Você quer ensinar magia e bruxaria ou dar aulas de mergulho e natação? – Perguntou a morena sem paciência, fazendo menção á pequena faixa de areia de uma praia minúscula.

Eles ja estavam a mais de dois meses juntos, procurando por um lugar bom o suficiente para a criação da escola, e há algumas semanas, Salazar só sabia reclamar, afinal de contas, o loiro nunca havia ficado tanto tempo sem residência fixa, e não achou que fosse demorar tanto tempo para achar o lugar ideal.

- A culpa é de vocês. Ninguém mandou dormir no seu turno de vigia e deixar salteadores roubarem os cavalos. Agora temos que seguir a pé. – Respondeu Rowena apontando para os homens.

- Não foi assim, estava de madrugada, o sono bateu, a gente só deu uma cochilada, coisa rápida... – Godric tentou se defender, mas preferiu se calar diante do olhar mortal de Rowena.

- mas foi tempo o suficiente para eles levarem os cavalos.

- Você também não é mole não hein loirinha? – riu Salazar.

- Quer moleza? – perguntou Helga, recebendo um aceno positivo por parte do loiro. – Então se sente em um pudim, oras. – respondeu, rindo da própria piada, sendo acompanhada por mais duas risadas.

- HAHA! – falou o loiro ironicamente, olhando para cima.

- SALAZAR, CUIDA... – começou Godric, arregalando os olhos ao ver o amigo tropeçando numa das grandes pedras no meio do caminho e caindo em cima de um cacto rasteiro e muito espinhoso. - do. – terminou olhando para a careta de dor e surpresa do loiro, e tentando segurar a risada.

Rowena estava com os olhos arregalados e com as mãos cobrindo a boca aberta de espanto, e Helga estava catatônica.

- ALGUÉM ME TIRA DAQUI! – pediu o loiro desesperado.

Todos continuaram em pé, parados, olhando a cena de Salazar tentando – sem sucesso - se segurar para não praguejar.

- SALAZAR CHAMANDO! MINHA BUNDA É MUITO LINDA PARA FICAR FURADA FEITO ESPONJA DE BANHO.

- O que a gente faz. - Helga ja estava ficando histérica.

- Não tenho idéia. Mas nós vamos dar um jeito. - Godric olhava ao redor, procurando algo que pudesse ajudar.

- Teremos que levitar ele, para tira-lo daí. – Falou Rowena, enquanto Helga se aproximava para olhar de perto a profundidade e a direção em que os espinhos entraram na pele do loiro.

- Não vai dar. Alguns espinhos estão em diagonal dentro da pele dele, e se a gente remove-lo com levitação, os espinhos vão se quebrar dentro da pele dele. – Helga estava ajoelhada ao lado de Salazar, examinando-o. E a essa altura já tinha perdido boa parte do seu lado “voador” e assumido uma pose séria e profissional.

- Como ela sabe tanto... – começou Godric.

- Helga antes de qualquer coisa, é a melhor Herbóloga da face da terra.

- Bem, então o que devemos fazer, Srtª Herbóloga?

- Alguém aí tem essência de ditamno? Ou um bezoar? – perguntou a loira.

- Dentro da minha valise de couro, antídotos e poções. – respondeu Salazar em um gemido dolorido.

Helga alcançou rapidamente a pequena malinha de couro de dragão e pegou a essência com um feitiço convocatório.

- Antidotos e poções? – perguntou Rowena.

- Salazar antes de qualquer coisa, é o melhor preparador de poções da face da terra. – Disse Godric imitando-a - Por mais que seja impossivel achar ele bom em alguma coisa olhando assim.

- Okay, não tem jeito. Vão ter que levita-lo. Depois o pousar no chão de bruços para que eu possa remover os espinhos, o que vai doer um pouco. Aí, vem a pior parte.

- Pior que a remoção? – perguntou Salazar.

- Quando te levitarmos, os espinhos vão quebrar dentro da sua pele, e isso vai liberar o veneno, aí sim vai doer. Por isso o bezoar e o ditamno, um contra o veneno e outro para fechar as feridas.

- Mas ele não vai aguentar isso.  Tem certeza que é a única maneira de..

- Vocês vão ter que confiar em mim.

- Eu confio em você, é só que.. – começou Rowena.

- Que meigo, agora alguém pode me ajudar aqui? - Gritou Salazar impaciente.

- Okay, vamos lá. – Godric e Rowena, o levitaram com um feitiço simples e o deitaram de bruços na areia cheia de pedrinhas.  Rowena fez uma careta ao ouvir o barulho dos espinhos de quebrando dentro da pele do loiro. Mas nada superou a careta dele.

- Puts, agora eu tô até com pena dele. – disse Godric.

Helga colocou o bezoar na boca do loiro rapidamente, e com um só agito de varinha, removeu todos os espinhos de forma rápida, demorando um pouco mais para passar a essência em cada furinho na pele dele.

As pequenas feridas se fecharam rapidamente, deixando apenas marquinhas rosadas que sairiam em algumas horas.

- Acho melhor montarmos acampamento aqui, Ele vai precisar de um pouco de repouso depois dessa, e a próxima hospedagem está a milhas daqui. – Disse Rowena. – Além disso, estamos todos cansados.

- Bem, sendo assim.. Acho que o loiro ali já pegou no sono. – disse Godric apontando para Salazar, que ja estava quase aos roncos. Apesar de ser fresco em relação a dormir fora de uma cama, ele pegava no sono mais fácil do qualquer um.

- Certo, vamos dar um jeito nisso então.

Banhados pelo restinho da luz do dia, os três começaram a trabalhar num acampamento. Godric conjurou três colchões grossos de palha macia e algodão, e para o loiro, um "colchão" de água, qua na verdade era apenas água em estado gelatinoso com revestimento de couro, que se mantia graças a magia. Helga começou a preparar o jantar, com os mantimentos que eles tinham ali, e colocando tudo numa fogueira feita por Rowena, que acomodou os colchões em volta da fogueira, e colocou o loiro em cima do colchão de água, para não machuca-lo.

Salazar acordou faminto, sentindo o cheiro do  jantar que ficou pronto em alguns minutos, e os quatro comeram planejando as acomodações dos futuros alunos, entre opiniões, e farpas trocadas.

 

Rowena se levantou antes do amanhecer e se distanciou um pouco dos quatro, seguindo por uma trilha curta, em direção as grandes pedras , na intenção de se banhar ali atrás sem intromissões.

Conjurou uma tina de madeira cheia d’agua e com um simples feitiço esquentou a água à temperatura que ela gostava, e colocou sua varinha e uma pequena bolsa com sabonete aromatizado,  uma escova de cabelos de prata e algumas essências florais em cima de um banquinho de madeira, também conjurado. Se despiu rapidamente e entrou na tina, jogando as essências na água e pegando o sabonete para lavar os cabelos e o corpo.

Em poucos minutos, Rowena já estava fora da banheira de madeira que já havia sumido, secando seus cabelos com jatos de ar quente que saiam de sua varinha e escovando-os em seguida.

- Que merda essa droga tá presa. – resmungou uma voz conhecida.

A Morena juntou suas poucas coisas e andou lentamente em direção a voz, contornando uma das pedras gigantescas que a separava dos outros, encontrando Godric entre duas  saliências da pedra, numa parte mais escondida, tentando abrir algo que estava a sua frente.

- Gryffindor? – perguntou em voz baixa, assustando o homem que se virou imediatamente, com as mãos segurando o cós das calças.

- Heaven? O que você está fazendo aqui?   (N/A: Heaven=Paraíso; RAVENclaw, apelido carinhoso dado por Godric a Rowena [Que por sinal, ela não gosta])

- Quer parar de me chamar assim? – perguntou ela, recebendo como resposta um aceno negativo da parte dele. – Eu levantei mais cedo, e resolvi me lavar. Mas o que você está fazendo aí? – perguntou com ênfase na ultima palavra.

- Hmmm, bem, eu queria me aliviar, mas os cordões estão presos. – Respondeu Godric. Resolveu então provoca-la ao ver o rubor subir para as faces brancas da mulher. – Quer me ajudar com isso Heaven?

- E-eu... o que? – gaguejou ela, seus olhos baixaram involuntariamente para a aréa onde as mãos dele trabalhavam, e Godric riu ao vela corar quase a tom do fogo. – É obvio que não, oras.  – Respondeu voltando seus olhos para outro lado, longe dele. - Agora se me dá licença, tenho uma refeição para preparar. – Disse ela, se  afastando rapidamente em direção contrária ao acampamento, deixando um moreno sorridente para trás... Não por muito tempo.

 

Helga se levantou quando o sol começou a nascer, e percebeu que dois dos amigos não estavam mais ali. Sorrindo consigo mesma, foi checar os ferimentos do loiro. As pequenas cicatrizes já haviam se curado, e não havia mais marca alguma na pele de Slytherin.

- Como um bebê novamente. – murmurou para si mesma, voltando a cobrir as costas do loiro.

- Isso pode ser considerado abuso sexual sabia? – perguntou ele inocentemente, fazendo-a tomar um susto a ponto de cair para trás. – Opa, desculpa. – falou ajudando-a a se levantar.

- Tudo bem, foi apenas um tombo. – riu ela.

Salazar se sentou no colchão e olhou ao redor franzindo o celho ao notar a ausência dos outros dois.

- Aonde estão...

- Já deveria saber! Você é uma covardesinha. – exclamou uma voz grave de detrás das pedras.

- Não sou covarde! – respondeu outra voz, mais delicada, porém gritada.

- E não tem nenhum senso de direção.

- É mentira!

Salazar e Helga se entreolharam risonhos enquanto Rowena e Godric surgiam por detrás das rochas. Ela com o vestido rasgado na parte inferior, formando uma fenda que mostrava toda sua coxa esquerda e ele coberto de lama e areia.

- Mas o que aconteceu com vocês dois? – perguntou Helga, ao ver o estado dos amigos.

- Esse... Esse BRUTAMONTES [...] - Começou ela.  – [...] se sujou [...] rasgou meu vestido [...] se limpar [...]

- Essa MALUCA [...] - disse ele. – [...] uma cobrinha de nada [...]  no monte de lama [...] rolando na areia [...] pedaço de pano [...]

Ao mesmo tempo.

- CALEM A BOCA! – gritou Salazar, assustando Helga, e fazendo os dois ficarem quietinhos. – Agora muito bem, expliquem isso direito para o papai aqui, depois sentem no colinho da mamãe. – apontou para Helga. – e vão levar umas palmadas como castigo.

Três pares de olhos se arregalaram.

- A louca da Ravenclaw, ficou perturbada por me ver em uma situação comprometedora, e na tentativa de fugir, como a pequena covardesinha que é, foi para o lado errado. Eu tive que segui-la para ela não se perder, mas quando cheguei ao lado dela, ela viu uma cobra passando no caminho e pirou. Me empurrou num buraco cheio de lama e subiu em uma pedra, quando eu estava conseguindo sair daquele lugar a maluca ainda grita feito louca. Eu me assutei e cai de cara na areia, dei uma rolada para sair do buraco. Depois disso só o que eu fiz foi tentar pegar um pedaço do vestido dela para me limpar, mas quando eu fiz o primeiro rasgo ela saiu correndo aos berros. Essa mulher é uma completa maluca.

- Ele tentou me dispir! – exclamou ela revoltada. – o que queria que eu fizesse?

- Reparo! – ordenou Helga consertando o vestido de Rowena, que sorriu em agradecimento. – Limpar!  - com um aceno de varinha, Godric estava novo em folha. – Prontinho. Agora chega de brigas certo?

- Mas você tem que dar as palmadas Helga. Como seus filhos vão aprender desse jeito? – perguntou Salazar indignado, atraindo a atenção de todos os outros.

- Ele pirou. É o que eu acho! – disse Godric para Rowena, que assentiu concordando.

- Salazar, acho que o veneno daqueles espinhos te afetou de alguma forma. – Respondeu Helga pacientemente. - Eu não sou mãe.

- Mas.. mas.. qual é a diversão em dar broncas se não tem mãos nos traseiros? – perguntou o loiro com a teimosia digna de uma criança e um sorriso muito travesso nos lábios.

- Ensinar-lhes uma boa lição.

- bem, eu sei ensinar uma lição.. quer ver? – perguntou o loiro se aproximando sorrateiramente dos dois morenos.

- Salazar, são amigos, não comida. – disse Helga, puxando-o pela manga da camisa. – hora do café da manhã. Você fica ali mocinho. – respondeu para o loiro.

- Humpf. – disse ele se sentando para esperar a comida.

- Mais que deu nele? – perguntou Rowena, a Godric.

- Está começando a se revelar. Desde que nos encontramos com vocês ele está reprimindo o seu lado mais característico, agora tá começando a voltar ao normal.

- Mas porque? – perguntou ela.

- Sei lá. Esse é ai é louco desde que se entende por gente. – respondeu aos risos, fazendo-a rir também.

 

Poucos minutos depois do café, eles levantaram acampamento e continuaram seguindo com a viagem. As brigas entre Rowena e Godric ainda aconteciam a todo o tempo, mas agora era mais diversão do que desavença. Uma estranha camaradagem os ligava e depois de cada briga, havia alguns minutos de gargalhadas.

Salazar estava cada vez mais irritante, segundo Helga. Afinal, agora que Rowena estava ali, e poderia encher o saco de Godric a todo e qualquer momento e vice e versa, o loiro achava divertido pregar suas peças na loira. Ninguém poderia ficar relax na sua presença. Isso era quase uma afronta. Mas esse dia, ele estava disposto a irritar qualquer uma, e quando isso acontecia... Ele cantava.

 

- Nunca pensei que esse sentimento existia, até ver aquele rosto lindo – começou a cantar, na pior das vozes.

 Todos voltavam da grande batalha, bem contra o mal  - Helga revirou os olhos, se contendo.

 Espadas, flechas, corpos no chão banhados a sangue  - Rowena começou a se irritar com a desafinação do loiro.

 

 Oh, me feri, uma das flechas varou meu peito – Godric prendia a risada, já prevendo a reação delas.

 Mas aquela era especial, não em matou, não me feriu, não me fez sangrar  - Helga respirava fundo, contando.

 Eu voltava para casa com meus companheiros vitoriosos até ve-la  - cinco.. quatro...

 Então a flecha me atingiu, oh, como pude me apaixonar?  - três... dois...

 

 Era um dia de verão, ela roubou meu coração e jogou no mar. Oh Meu Merlin, e se ele se afogar? 

 

- Se você cantar mais uma estrofe dessa música ridícula, você vai ver só Salazar. - Rosnou Rowena.

 

 QUEM VAI FAZER RESPIRAÇÃO BOCA A BOCAAAA? SERÁ QUE CORAÇÃO TEM BOCAAAAAAAA?

 

- Eu vou te mostrar se coração te boca, seu filho de uma elfa manca. - gritou a morena, esmurrando o loiro, afinal, nas horas de raiva, quem é que se lembra da merda da varinha?

- Hey, HEY, CAMINHA. AÍ! Espera ai, UI. ROWENA! – Godric olhava aquilo as gargalhadas, Helga mantinha um sorrisinho no canto da boca, como quem diz: “Muito bem, Row” e Rowena por sua vez, distribuía tapas e socos por toda a extensão do corpo do loiro, que se retorcia, tentando escapar das mãos da morena.

- Abre a boca para cantar novamente, e eu arranco as partes mais importantes da sua anatomia. – disse ela aproximando a boca de seu ouvido. – com a unha.

- Godric, tira sua namorada de perto de mim. Por favor.  Eu tenho medo dela. – gritou ao amigo.

Rowena, arregalou os olhos, enquanto Godric passava os braços em torno de sua cintura e lhe dava um beijo estalado na bochecha.

 - Minha garota. – disse rindo, ao ver a irritação subir em seus olhos. – Calminha Heaven.

- Você vão ver só. Esperem... – murmurou ela.

 

 

                                          

 

Srtª. Fernandes, respondida a sua pergunta. kkkk' Postado!

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