A Aventura Começa;
Capítulo 5: A Aventura Começa.
Rowena acordou com a barriga se revirando depois de sentir o tão conhecido cheiro de bacon temperado, se levantou e fez sua higiene matinal antes de sair da barraca procurando a fonte daquele cheiro, e encontrando Helga na frente de uma fogueira improvisada.
- Estou fazendo o café da manhã. Sei que gosta de bacon, então resolvi preparar um pouco. – Falou a loira vendo-a sair da barraca magicamente aumentada
- Obrigada Huff. – Rowena sabia que a amiga não gostava muito desse apelido, mas era melhor do que ficar chamando-a de Helga o tempo todo. - Mas uma hora, nossa comida vai acabar. E eu tenho pouco dinheiro comigo. Como vamos comer até achar o local correto? – perguntou Rowena, vendo o rosto da amiga espelhar a sua maior preocupação.
- Eu também não tenho muito dinheiro. Nunca tive, mas guardei um pouco nos últimos meses. Trouxe a maior parte do que consegui arrecadar. Mas mesmo assim, é muito pouco.
- Não conhece nenhum feitiço para multiplicar dinheiro? – Perguntou a morena.
- Não. Mas conheço Rory. – falou a loira rindo levemente e voltando sua atenção para a comida.
- Roy? O que é Roy? – perguntou Rowena olhando para Helga como se ela estivesse louca.
- É Rory, e ele é um leprechaun. Uma pena que ouro de Leprechaun desaparece depois de algumas horas.
(N/A: Leprechaun: Duendes mágicos capazes de conceder desejos, são famosos por seu ouro, que apesar de parecer normal, desaparece depois de algumas horas.)
- Você é amiga de um duende? Deve estar brincando? – Rowena não escondia riso, ignorando a cara emburrada da amiga, Helga era a pessoa mais amigável e leal que conhecia. Rowena sabia que a cara feia de Helga era causada pelo seu deboche em relação ao seu amigo. Mas ela não podia segurar o riso. E em seguida Helga caiu na risada também, não conseguindo se controlar.
- Ele não é um duende, é um leprechaun. É diferente. – Helga voltou a ficar séria e a preocupação voltou a seus olhos.
- A parte mais fácil já foi. Agora é que a parte difícil começa. Sobreviver, até encontrar tudo aquilo que a gente procura.
- E o que exatamente a gente procura? – perguntou Helga, se virando para a amiga.
- Viver a vida. E nos deixar levar pela grande aventura que o mundo lá fora oferece.
- Hmmm, Rowena, acho que você ainda não notou, mas o mundo não está mais lá fora. Está aqui. – Helga fez um gesto com os braços, mostrando tudo ao seu redor. – a aventura já começou. O mundo está a nossa espera. E nos não vamos deixa-lo esperar por muito mais tempo. Se tivermos algum plano, essa é a hora de colocarmos ele em prática.
- Dá pra acreditar? Estamos em algum lugar no meio do nada, procurando pelo lugar perfeito. – Reclamou a morena sorrindo.
- Quando você fala assim, eu me sinto uma louca. Aonde já se viu, fugir de casa para ir atrás de um sonho maluco. – Respondeu Helga. – Isso não é nem um pouco a minha cara.
- Droga Salazar, não poderíamos ter escolhido dia pior para cair na estrada. – reclamou Godric tentando limpar o barro de sua bota, que havia se prendido num atoleiro e se concentrando no feitiço ao mesmo tempo.
Os dois estavam embaixo de uma chuva torrencial, no meio de uma estrada deserta e cheia de barro, tendo que dividir sua atenção entre um feitiço impermeabilizante e os buracos molhados abaixo de seus pés, mas nenhum dos dois estava tendo muito sucesso.
- Nisso eu tenho que concordar. Mas qual é? Essa chuva toda tinha que cair logo agora?
- Pelo menos não está relampejando. – Disse Godric mirando o céu, no exato momento em que um raio caiu ali perto assustando os dois. – Okay, eu acho melhor calar a boca. – Falou, vendo a cara de raiva do amigo.
- Melhor mesmo. – Salazar continuou seu caminho olhando para o chão, mas Godric já nem se importava mais, tirou as botas, colocou-as em uma bolsa de couro que levava nas costas e voltou a caminhar, sentindo a lama por entre os dedos dos pés.
As horas se arrastaram e a chuva estava cada vez pior.
- Mas que merda. Será que aquela taverna está assim tão longe?
- Acho que estamos perto Salazar. Já andamos por horas.
- Quer saber? Que se dane. Eu não dou mais um passo hoje. – Falou Salazar se sentando se uma pedra no meio do caminho, e tirando as botas também, colocando-as em sua bolsa. – Não saio daqui nem que chova pedras.
Nem bem ele terminou a frase e Godric sentiu algo bater em sua cabeça. Ao que parece, as palavras do loiro tinham poder... Um péssimo poder.
- Seu puto. Como assim? Você que fala e eu que sou atingido. – O loiro olhou-o levantando uma sobrancelha. – Você falou sobre chover pedras e... AI. Caiu outra em mim. Droga.
Salazar olhou para o céu escuro, com nuvens quase negras de tão pesadas. No mesmo instante as pedras começaram a cair mais abundantemente, assustando tanto Salazar quanto Godric.
- Mais que merda. – Godric arregalou os olhos e colocou a bolsa em cima da cabeça, Já Salazar voltou a colocar tudo nas costas.
- Vamos dar o fora daqui. A Taverna Do Gullhêr não pode estar muito longe. – Salazar se levantou rapidamente e correu em direção norte pela estrada lamacenta.
Godric e ele riam como duas crianças pela estrada. Corriam, e espirravam água e lama no outro, isso quando não paravam no meio do caminho para pegar uma pedra de gelo e arremessar no outro.
Pouco tempo depois, os dois chegaram à Taverna, e foram muito bem recebidos pelos donos do estabelecimento com copos de um bom Whisky e toalhas limpas.
O Senhor Gullhêr era amigo de longa data do Senhor Gryffindor, então a estadia dos dois ali, mesmo curta, seria absolutamente confortável e prazerosa.
Por fim, eles ficaram lá uma semana e meia, e nessa semana, planejaram vários detalhes e criaram coisas incríveis, para a sua futura escola.
Salazar comprou algumas coisas no vilarejo vizinho, e os dois modificaram um pouco as coisas, tornando-as peças únicas e especiais. Como uma grande tapeçaria velha, rasgada e em preto e branco de um bruxo cortando lenha - que lembrou a Godric as tardes com Geoffrey, seu velho amigo e empregado de seus pais – Que eles haviam restaurado e dado cor, agora além do bruxo e dos tocos de madeira, podia ser vista toda uma floresta atrás do desenho principal. As folhas balançando nas copas das árvores, as nuvens se mexendo. Tudo havia ganhado vida.
E a cada segundo, eles ficavam mais perto de tudo que sempre desejaram.
As semanas se passaram para Helga e Rowena também. Mas ao contrário dos garotos, elas tinham que batalhar dia após dia. Montando acampamento, trabalhando de dia, dormindo pouquíssimo e viajando rumo ao oeste devagar.
As duas haviam conseguido algum dinheiro, já que trabalhavam e não gastavam nada. Afinal, tudo que comiam era peixe, que elas mesmas pescavam vez ou outra; Galinhas, que elas achavam perdidas do lado de fora de alguma fazenda pelo caminho, e algumas frutas e legumes que ganhavam de alguns bons cidadãos pelo caminho.
Mas o que as deixava mesmo desesperadas, era pensar que aquela jornada poderia durar meses, talvez anos.
A primavera já estava quase no fim, e a brisa fresca vinha depois das seis, para acalmar o calor alucinante que fazia durante o dia. As flores nas arvores e arbustos estavam na melhor época, abertas e exalando um aroma maravilhoso. Mas nada disso acalmava Rowena. Desde pequena, ela sempre corria atrás do que queria, mas desta vez, até ela, a mais determinada da família, estava questionando sua sanidade. Porque ela havia saído de casa, e deixado todo o conforto e amor de sua família para correr atrás de algo tão... Tão surreal. Um sonho, sem nenhuma certeza. Nenhum futuro certo. Apenas... Um sonho.
- Mas o que eu estou pensando? Já cheguei até aqui. Não vou voltar atrás agora e correr para o colo do papai como uma criancinha assustada. Provavelmente ele deve estar furioso, e só vai querer fazer eu me casar mais rápido ainda. O que não é nenhum pouco legal. – Olhou por sobre o ombro, e viu Helga dormindo calmamente. – É melhor começar a arrumar tudo. Hoje, o dia vai ser longo. – Rowena se levantou e começou a arrumar tudo, era a mesma rotina que elas haviam criado. Arrumar os sacos de dormir e a barraca, fazer o café da manhã, comer e empacotar tudo, logo depois, elas seguiam viajem. Mas Rowena estava com a sensação que esse dia tinha tudo para dará errado... Ou certo, dependendo do ponto de vista.
- Salazar... Salazar... Acorda. – Salazar se remexeu na cama, mas ainda continuava dormindo. Isso só irritou ainda mais Godric, já que esse saiu do quarto deixando uma ruiva linda dormindo, ao invés de continuar lá e aproveitar mais, e correu para acordar o amigo, sem muito sucesso. Logo mais a ruiva acordaria e iria fazer o maior barraco ao ver que ele não estava mais na cama.
Godric já estava a alguns minutos tentando acordar o loiro, mas não poderia gritar nem acorda-lo com um balde d’agua como de costume, afinal, a loira que dormia em seus braços, havia quase matado Godric por acidente na noite anterior pouco antes de ir para a cama com o loiro, e o moreno definitivamente não queria que aquilo se repetisse, afinal, dessa vez ele poderia acabar mais machucado do que na noite anterior. Pelo menos ele só saiu com um corte no braço. – Salazar, seu pai está chegando e ele parece furioso. – Godric riu ao ver o loiro abrir os olhos instantaneamente, e se sentar na cama devagar, com cuidado para não acordar a loira.
- Que foi? Já tá na hora de ir? – perguntou num sussurro, enquanto bocejava.
- Já, vamos logo antes que essas duas acordem e arranquem nossa pele. Não estou a fim de ser perseguido pelo pai de uma mulher nem um pouco inocente e ter que me casar. Isso não é para mim. – Godric riu baixo enquanto o loiro se vestia rapidamente e pegava suas coisas. Em pouco tempo, os dois já estavam fora da taverna, se afastando rapidamente, em cima de dois belos cavalos Árabes, mas ainda estavam perto o suficiente para ouvir alguns gritos ao longe. Pelo visto as duas já haviam acordado.
Os dois riram juntos e aceleraram o trote, indo em direção ao Leste.
A caminhada foi longa, e Helga já não aguentava mais. As bolhas nos pés ardiam, e aumentava dia pós dia. Andar em baixo de sol e de chuva definitivamente não fazia bem, nem a ela, nem a Rowena.
Mas o caso da pequena Ravenclaw era ainda pior. Rowena desde pequena foi criada como uma pequena flor, nunca ficou muito exposta ao sol sem um guarda sol, nunca andou mais do que uma milha direto, nunca teve que cozinhar ao algo do tipo, e em pouco tempo, sua rotina virara de cabeça para baixo. Helga admirava muito a amiga, pois mesmo tendo passado por tudo isso, ela nunca havia reclamado. Seus pés, antes tão delicados, agora estavam tão tomados pelas bolhas quanto os da loira. A pele de porcelana, já não estava mais tão clara. A maior parte do tempo, enquanto as duas caminhavam, Rowena tentava manter o rosto nas sombras, escondido por um velho chapéu que ganhou de uma senhora, perto de Bristol. Mas mesmo assim, os danos já eram bem visíveis. Sardas. Apenas camponeses e pessoas de baixa renda tinham sardas. Não a filha do conde de Cardiff, o grande senhor Ravenclaw.
- Acho que devemos parar para descansar. Esta na hora de comermos algo, já não comemos há mais de seis horas. – Falou Helga, parando em baixo da sombra de um grande abeto de aparência centenária.
Rowena olhou em volta e assentiu com a cabeça, enquanto conjurava um grande lençol e estendia-o na grama baixa.
- Quer que eu cozinhe? Você já fez o café da manhã.
- Não precisa. Eu faço isso. – Falou Helga. A comida de Rowena não era ruim, mas também não era das melhores. – Descanse um pouco, eu faço isso.
Enquanto a loira descia uma pequena colina, para pegar água no riacho que corria ali por perto, Rowena tirou os sapatos de camurça e massageou os pés vermelhos e levemente inchados.
Uma brisa fresa soprou seus cabelos em seu rosto, Rowena tirou delicadamente os fios de seu rosto e levantou a cabeça mirando o céu e fechando os olhos, apenas sentindo o frescor do vento contra sua pele quente.
Um sorriso involuntário se abriu no rosto da morena ao ouvir de longe o barulho do riacho serpenteando por entre algumas pedras, e o riso da amiga, que deveria estar aproveitando a oportunidade para se refrescar também.
Rowena se levantou, e correu em direção a amiga, sentindo a grama macia fazendo cócegas em seus pés.
- Eu sabia que você não iria resistir. – Helga estava vestida com uma camisola de renda branca e seda - que usava por debaixo do vestido, um presente dado pela própria Rowena no seu aniversário do ano anterior – completamente encharcada. Ao que parecia, a loira havia acabado de mergulhar no riacho de águas cristalinas. Agora que estava em pé, a água batia na altura de seus seios.
- Acho melhorar aproveitar o sol e tomar um banho logo, antes que esfrie por essas bandas. – respondeu Rowena.
A morena subiu a pequena colina correndo e pegou em uma pequena bolsa, tudo o que precisava para sua higiene.
Pouco tempo depois, as duas saíram do rio molhadas, mas exalando o cheiro de rosas selvagens e lilás, devido ao sabonete aromatizado que usaram para lavar os longos cabelos.
- Acho que precisávamos mesmo disso. Mas um dia sem um banho eu enlouqueceria. – Disse Rowena rindo.
- Bom, com o calor que esta fazendo foi até melhor tomar um banho gelado assim. – respondeu Helga. – Eu não aguentaria entrar em uma tina com água morna. – as duas subiram a colina levando nos braços os vestidos sujos e ainda trajando as grandes camisolas.
Cada uma pegou uma nova muda de roupas em suas trouxas e enquanto Helga se vestia ali em cima, Rowena se afastou um pouco para se trocar com privacidade e para dar um pouco de privacidade a sua amiga.
Enquanto tentava abotoar os botões de pérola do belo vestido azul escuro adornado em prata que usava, Rowena ouviu um grito agudo vindo da direção em que deixara Helga.
- Mas o que está havendo aqu... – começou Rowena, mas ela se interrompeu ao ver a cena que se desenrolava diante de seus olhos. E menos de meio segundo depois, era ela quem gritava.
Gente, desculpa pela demora para postar. mas a vida anda muito corrida. Mas para compensar, eu vou postar dois capítulos de uma vez, espero que vocês curtam, e comentem (:
Comentários (2)
a fic ta ótima msm kkkkkkkkkkkkkkkkkkk esse salazar
2013-05-11KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Nem acredito...Imagino que eles tenham se encontrado. A Helga tava quase nua e os garotos apareceram ? Ou um só deles apareceu ? Ahhhhhhhhhhhh eu tô amando e fico feliz que tenha postado dois capitulos. Entendo...Posta quando puder, a fanfic está maravilhosa *-*Beijoos!
2013-04-24