- O Colar

   Alvo estava sentado na mesa,na sala comunal da Grifinória,escrevendo uma carta bem longa em um pergaminho.Em silêncio,concentrado,sem saber ao certo o porque estava escrevendo aquela carta,mas sabia que quando a enviasse tudo se resolveria,ou pelo menos manteria os dois informados,ele sabia que eles eram espertos e de algum modo ajudariam.

   - Alvo? - Ele se virou,Leeanna estava ao seu lado. - Como vai?

   - Bem,eu acho.E você?

   - É,estou bem. - Leeanna olhou curiosamente para o pedaço de pergaminho que estava na mesa,então olhou para Alvo,com um ar de desconfiada. - O que é isso?

   - Isso?Ér... Nada demais,só uma carta.

   - Não tem nada a ver com as visões e sonhos que você anda tendo,tem? - Alvo olhou para Leeanna,confuso e surpreso,pensando "Como ela sabe disso?".Ela,porém,permanecia fitando-o com aqueles grandes olhos azuis.

   - Como você...?

   - Ouvi o Scorps falando com o James outro dia,desculpe,não gosto de ouvir a conversa dos outros mas é um assunto que me interessa. - Leeanna sentou-se ao lado de Alvo.

   - Te interessa?

   - Você me interessa. - Alvo ficou vermelho,extremamente vermelho e sem reação.O que o deixava mais nervoso ainda,considerando que ela estava ao seu lado sorrindo e olhando-o com aqueles olhos brilhantes que sempre o deixavam sem folego,mas ele não admitia isso nem para si mesmo. 

   - Ér...E-eu,eu tenho que enviar essa carta porque...Eu... - Alvo pegou o pergaminho,guardou-o em um envelope e levantou-se o mais rápido que pode,então Leeanna segurou-o pelo pulso;Ele encarou ela nos olhos,foi impulso,ele não conseguiu evitar.Congelou,o que só fez ela sorrir mais e deixar seus olhos brilharem mais.

   - Alvo!Eai maninho... - James olhou para os dois,com um sorriso maroto. - Estou interrompendo?

   - Ér...

   - A gente se fala depois Alvo. - Leeanna largou o braço de Alvo,deu-lhe um beijo na bochecha e saiu da sala comunal.Alvo estava agora mais vermelho do que antes (se é que isso seria possível).

   - É isso ai maninho,arrasando corações!

   - N-Não enche ta!

   - Ela é do terceiro ano,vai fundo campeão!

   - Da pra parar?Só um pouco? - James olhou o envelope na mão do irmão,depois encarou o mesmo.

   - E o que é isso ai Don Juan?

   - Um envelope,que tem uma carta dentro,que tem palavras escritas.

   - Sobre?

   - Minhas visões. - Alvo saiu da sala comunal,em direção ao corujal.

   Algumas horas depois,na casa de Ron e Hermione... 

   Lily estava visivelmente entediada,seus tios saíram para resolver alguns assuntos deixando ela e seu primo Hugo sozinhos em casa.
   Ela estava deitada em sua cama,olhando a escuridão pela janela do quarto,quando ela viu ao longe algo se aproximando,então levantou-se e foi em frente à janela.

   - É...Hugo? - O objeto voador se aproximava cada vez mais,e estava deixando Lily apreensiva.Estava escuro,não dava para dizer o que era. - Hugo! -  Parecia um animal,e se ela conseguiu ver direito ele estava segurando um tipo de envelope. - HUGO! - Agora ela conseguia ver perfeitamente os olhos brilhantes do animal,então ele chegou bem em frente à janela e começou a bater no vidro. - AAAAAAAH!

   - LILY! - Hugo entrou no quarto e correu até a prima,que estava caída no chão,encarando a janela. - O que...? - Então Hugo olhou a janela e viu a a coruja batendo no vidro.Ele teve que se segurar muito para não cair na gargalhada. - É só uma coruja sua garota idiota! - Hugo sorriu em direção a Lily e ajudou-a a se levantar. - Não precisa ter medo. - Então ele abriu a janela,a coruja entrou e parou em cima da cama de Hugo,ainda segurando o envelope.

   - Eu não tinha visto que era uma coruja ta bom? - Lily sentou-se em sua cama,emburrada.

   - Vocês não recebem muitas cartas assim não é? - Hugo pegou a carta,então a coruja saiu voando.Ele sentou-se ao lado de Lily e começou a ler a carta.

      Lily e Hugo

   Esta carta é para vocês e SOMENTE PARA VOCÊS,então em hipótese alguma permitam que o Tio Ron e a Tia Mione vejam isso,por favor,eles podem até saber o assunto mas aposto que não sabem tanto,isso é sigilo total.
   Lily,nossos pais sabem que eu ando ouvindo vozes,mas não sabem que eu também ando tendo sonhos,visões,e eu sei que eu devo segui-los para resolver tudo isso.Por favor não falem para ninguém sobre isso,principalmente aos nossos pais.Estou mandando essa carta porque preciso da ajuda de vocês,principalmente de você Hugo.
   Resumindo tudo preciso achar um objeto que não sei como é,procurem nos livros de objetos antigos,valiosos,qualquer coisa,preciso muito da ajuda de vocês.

    Esperando respostas urgentes,Alvo Severo Potter.

    Hugo encarou a sua prima Lily,ela estava visivelmente preocupada com tudo que estava acontecendo.Ela odiava ver ela assim,ele gostava tanto dela não gostava de ver ela com aquela carinha triste.Foi impulso,ele a abraçou forte e notou que ela estava chorando,o que só fez com que ele a abraçasse mais forte ainda.Ele estava gostando daquilo,ele gostava de ter ela pertinho dele,sentir o perfume adocicado dos cabelos de Lily Luna,e ela igualmente adorava sentir o perfume do Hugo.

   - Precisamos entrar na biblioteca da mamãe,lá tem de tudo,deve ter alguma coisa sobre esse objeto que ele quer que nós encontremos.

   - M-mas nós nem sabemos como ele é!

   - Vamos no instinto. - Lily ergueu a cabeça e olhou para Hugo;Ele secou o rosto dela delicadamente e deu-lhe um beijo na testa.Então,depois de alguns segundos os dois levantaram-se e foram até a biblioteca.E pelo tamanho da biblioteca,aquilo iria demorar um pouco.

   Uma semana depois,de volta a Hogwarts... 

    Alvo estava caminhando em uma vizinhança trouxa,já estava tarde,ele passava por todas as casas na total escuridão da noite,quando de repente parou em uma casa,a única iluminada em toda a vizinhança.Ele se aproximou da porta e lançou um feitiço,entrou na casa e começou a vasculhar todo o primeiro andar.Destruiu tudo,a cozinha,sala,tudo estava aos pedaços.

   - Não!Annabeth! - O barulho vinha do segundo andar,então ele subiu as escadas.Diferente do primeiro andar o segundo estava totalmente escuro,mal dava para ver um palmo à sua frente.

   - Lumos. - A sua varinha se iluminou.Então ele começou a andar,abrindo todas as portas do segundo andar. - Onde está aquela sangue-ruim...

   - Não fale assim da minha mãe! - Ele se virou e viu uma menininha,de aproximadamente sete anos de idade,cabelos ruivos e encaracolados,compridos que chegavam até sua cintura,olhos negros e pele clara. - Fique longe dela,ela não tem o que você quer! - Ele apontou a varinha ao peito da menina,que permaneceu imóvel,sem medo. - Saia daqui!

   - Annabeth! - Uma mulher de cabelos e olhos negros,pele clara,alta e muito bonita,saiu do último quarto do comprido e escuro corredor,abraçou sua filha e encarou o homem encapuzado em sua frente. - Por favor,me deixe me paz,eu não fiz nada que pudesse te afetar ou atrapalhar,por favor!

   - CALE A BOCA SUA INFELIZ! - Ele voltou seu olhar para a garotinha que permanecia parada,com o olhar cheio de fúria. - Me de o colar,eu sei que está com...

   - Tente pegá-lo! - Então a menina saiu correndo,pulou a janela do segundo andar,caiu em uma moita no quintal,então ela começou a correr,o mais rápido que pode,ela corria e corria,de repente ela bateu em alguém e caiu para trás.

   - Ora,ora,ora...Mas que garotinha mais bonita,e rápida também. - Ela se abaixou,segurou ela pelo queixo e ficou olhando em seus olhos,que estavam brilhando de raiva,como se estivessem em chamas. - Pena que é tão jovem,eu gostaria de fazer umas gracinhas com você...

   - Tire essas mãos imundas de mim!

   - Irritadinha você não é? - Ele colocou uma das mãos por dentro das vestes da garota,tirando para fora um colar de ouro,com uma pedra verde brilhante. - Vejam só,consegui pegá-lo não é? - Ele então arrancou o colar do pescoço da garota e ficou observando-o

   - LARGUE ISSO!ISSO NÃO É SEU!É MEU!

   - CALE A BOCA!VOCÊ NÃO SABE NADA!ISSO É MEU POR DIREITO,PERTENCE A MIM,PERTENCER AO MEU PAI!

   - ENTÃO ESSE É O COLAR MAIS IMUNDO QUE EU JÁ VI! - A garota cuspiu na cara do homem,o que o deixou mais irritado do que já estava (se é que era possível)

   - Sua sangue-ruim! - Então ele a soltou,deu um sorriso maroto e apontou a varinha para a garota. - AVADA KEDAVRA! - Um lampejo de luz verde acertou a garota,então tudo ficou branco.

   Alvo estava deitado em sua cama,ofegante,suando,assustado.Então ele fechou os olhos e respirou fundo.

   - Tenho que encontrar aquele colar. 

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