Sentimentos

(Hermione)

Ela entrou no quarto devagar, não queria acordar Harry, todos já estavam lá embaixo tomando café, mas ele devia estar cansado da viagem portanto não tinha porque não deixá- lo dormir, o único motivo dela estar ali era a curiosidade em ver se Harry estava bem... a discussão da noite anterior não fora nada boa, e ela não podia deixar de dar razão ao moreno.

Entrou em silêncio e se sentou na beira da cama de Rony, o ruivo já ajudava a Sra.Weasley na faxina. Ela olhava para Harry pensando no quanto era injusto tudo que estava acontecendo, se não fosse Voldemort eles teriam uma vida normal, poderiam se preocupar apenas com suas preocupações de adolescentes, Harry teria uma família, Sirius não teria que viver preso em casa ou se escondendo... mas também se essas coisas não tivessem acontecido ela jamais teria sofrido um ataque de um trasgo montanhês no primeiro ano, Harry talvez não tivesse dividido a cabine no expresso Hogwarts com os Weasley, eles talvez não tivessem se tornado amigos... tanta coisa pode mudar, e apenas pelas ações de um monstro... ela se aproximou da cama do moreno e puxou o lençol que o cobria para cima, estava um pouco gelado, no momento em que fez isso viu um livro embaixo da mão dele, estava aberto então ela pode não só perceber que era um álbum, como também viu as fotos da página que estava aberta, ele devia ter ido dormir olhando para aquela foto... era uma imagem tão doce, tão repleta de sentimentos bons, carinho, amor, ternura, ela não se cansava de ver Tiago Potter beijar o ventre de Lílian... e a mulher chorando e sorrindo para o marido, eles deviam se amar tanto, e já amavam o filho antes mesmo deste nascer... mas o que mais marcava na foto era o olhar lacrimoso que Lílian lançava ao marido quando este beijava-lhe a barriga, um olhar tão doce, tão amoroso... era felicidade pura. Mas que mulher não ficaria feliz não é? Gravida do homem que amava, tendo seu amor correspondido, e ele demonstrando tanto carinho por ela e pelo bebê. Ela não havia percebido mas também chorava, era um choro calmo, ela havia se emocionado com a foto.

- Por favor Mione não fique com pena de mim. – Harry havia acordado e a olhava com uma expressão séria.

 

- não é pena Harry – ela suspirou cansada, ultimamente pra tudo Harry já vinha com 7 pedras nas mãos – sabe você podia voltar a agir como o Harry, se não percebeu sou a Mione, sua melhor amiga. Quer saber levar patada cansa. – ela se levantou e caminhou para a porta.

- espera Mione! – ele segurou o pulso dela, era um toque firme mas não era para machucá- la – eu sinto muito, me desculpe... eu acordei e vi você olhando a foto e chorando...

Ele tentava se explicar mas não era do nada que ela o perdoaria, será que não dava pra entender que ela so queria o bem dele?!

- olha Harry se chorei é porque me emocionei com a foto, que é muito linda, mostra o amor dos seus pais, e o amor deles por você, e isso me fez chorar de emoção não de pena. – ela deu outro suspiro – Só que ultimamente você nem da tempo das pessoas falarem e já as acusa...

 

- Eu sei Mione, me desculpa mesmo, não fiz por mal, eu só estou irritado, isso de Voldemort ter voltado e todo mundo ignorar, e ainda a ordem não querendo nos deixar participar...

Ela puxou Harry de volta para a cama e se sentaram um de frente para o outro, o amigo precisava desabafar, e ela tinha a impressão de que com todo que estava acontecendo se isso já era raro se tornaria quase inexistente.

 

- Olha Harry entende uma coisa, eu só quero te ajudar, lembre disso ok? – ela encarava os olhos verdes, queria de alguma forma lhe dar conforto.

 

- eu sei Mione, me desculpe mesmo... eu sei que não justifica mas é só que tem sido difícil, e não sei porque ultimamente tenho perdido as estribeiras, mas com Voldemort de volta é frustrante ficar no escuro...

 

- ah Harry eu sei de tudo isso, e acredite se eu pudesse o pouco que eu sabia teria te contado. Não vou dizer que você não tem razão para estar irritado. – ela esticou a mão e acariciou a face do amigo.

 

- Obrigado por entender. – ele segurou a mão dela por um instante, avaliando os machucados que Edwiges causara. – E me perdoe por isso, não foi minha intenção, eu estava desesperado, e sei que não justifica, mas eu não sabia que Edwiges iria a esse extremo para trazer respostas...

Ela sorriu e pouso a mão calmamente sobre os lábios do amigo.

- Pare de falar tanta besteira Harry, é claro que sei que você não causaria machucados em mim ou no Ron propositalmente...

Ele tirou a mão dela de sua boca e segurou entre as próprias, olhando de uma forma estranha pra elas.

- O problema são os machucados que eu causo sem querer não é Mi?

Harry a pegou desprevenida e antes que ela pudesse recusar o que ele havia dito ele a calou e continuou.

- Por mais que eu tente é sempre dessa forma, nem que seja a Edwiges causando uns cortes, ou você indo parar petrificada em uma enfermaria – ele podia ser mais fofo do que isso? -  Gina sendo levada pra camara secreta, Ron levando porrada de umas peças enormes de xadrez...

Mione recobrou a consciência:

- Harry Tiago Potter, pare de falar tanta merda. Eu fui petrificada por que o basilisco procurava sangues-ruins pra atacar, Gina foi parar na camara secreta por que Lucius Malfoy plantou o diário nela, e Ron sabia dos riscos quando fomos salvar a pedra filosofal e decidiu ir porque tem caráter suficiente pra isso!

- Mione não precisa fingir que não é minha culpa, olha o que aconteceu com o Cedrico no ano passado, - ela podia jurar que os olhos de Harry brilhavam por causa das lagrimas contidas – ele morreu Mione, entende isso? Morreu porque teve a falta de sorte de estar atrapalhando Voldemort de chegar a mim...

- Não Harry, o Cedrico morreu porque Voldemort é um homicida, e não pensa se deve ou não matar, simplesmente mata.

Ela levantou o rosto do garoto, deixando os rostos dos dois no mesmo nível.

- Harry, essa guerra já vai ser difícil, se você ficar se culpando por tudo que acontecer vai ser pior ainda, aceite que todos fazemos escolhas, e embora seja sua amiga não é simplesmente por sua causa que vou participar da guerra, esse não é o motivo principal de ninguém, acima de tudo todos querem Voldemort morto por tudo que ele fez. As pessoas que vierem a morrer não estarão necessariamente morrendo por ti, elas vão fazê- lo para que Voldemort seja derrotado.

Os olhos esmeralda pareciam ver dentro dela, e ela tentava manter seus olhos firmes olhando para ele, pra tentar mostrar- lhe o quanto acreditava no que dizia. Ao mesmo tempo Harry procurava qualquer duvida nos olhos âmbar, mas não havia nenhuma, Hermione morreria nessa guerra se ela julgasse necessário e isso fazia com que ele quisesse morrer.

Ele lançou um olhar diferente pra ela, que ela não conseguiu entender antes de puxar suas mãos das dela, e traze- la pra um dos abraços mais doces e sinceros que já tinham dado.

- À mais ou menos três anos eu te abracei assim, foi quando vi você acordar depois da historia toda da câmara secreta, - ele a abraçou mais firme como se tivesse medo de perdê- la, como se um pouco que a soltasse fosse o suficiente para tirarem- na dele – não tem idéia do alívio que senti quando te vi ali viva e acordada, sorrindo esse seu sorriso metido a sabe tudo, - ele riu – fiquei com tanto medo Mi, sempre tive tanto medo de perder você, sabendo que a culpa seria minha de certa forma.

Ela esperou ele falar que teria medo de perder Ron também mas no momento em que percebeu que ele não falaria do amigo uma pequena fagulha se acendeu dentro dela, uma coisa que ela lutava pra deixar quieta. Ela se afastou um pouco sem soltá- lo deixando um palmo de distancia do nariz dele para o dela, a proximidade fazia o coração dos dois acelerar de um jeito louco, era ao mesmo tempo dolorido e perfeito olhar o rosto tão amado a poucos centímetros de distancia. A duvida era a mesma pra ambos...

- você não ia me perder nem vai Harry, você sabe disso.

As palavras eram tão doces, Hermione Granger era o tipo de garota que podia te levar ao céu com um sorriso, e a um lugar pior que o inferno com uma única lágrima... tudo que ela dizia só fazia a cabeça dele girar ainda mais.

- Nós dois sabemos que você não pode me prometer isso Hermione, - ele desviou do olhar sincero dela, suas mãos tremeram pra longe das costas dela brevemente, - nenhum de nós pode saber o que vai acontecer.

Ela se inclinou quase imperceptivelmente pra ele, só o suficiente pra que ele não a solta- se.

- Mas é uma promessa Harry – ela puxou o rosto dele de volta para encara- lo, e ele se aproveitou sem perceber pra diminuir uns poucos centímetros a distância entre eles – mesmo que um de nós morra nessa guerra, nós ainda viveremos um no coração do outro, e nos encontraremos novamente um dia, se possível num lugar onde Voldemort não chegue nunca.

Ele não aguentaria mais, chega, foda- se o mundo, ele a puxou pra perto, dessa vez conscientemente, se deixando sentir cada uma das doces sensações de ter a SUA Mione tão perto, o corpo esguio que ele sempre quisera ter nos braços, ele subiu a mão para a nuca dela, permitindo que seus dedos explorassem os cabelos cacheados que cheiravam à flores que ele tanto amava, admirou com avidez cada mínimo detalhe do rosto da menina-mulher, antes de sussurrar...

- Promete Mione?

Ela deixou que ele diminuísse a distância, que se dane o que ele ia fazer, dessa vez ela se deixaria levar até a merda que fosse, sentiu os braços em que ela um dia imaginara ser seu verdadeiro lugar, trazendo- a cada vez pra mais perto, sentindo a mão dele na sua nuca, mexendo no cabelo dela devagar, e se permitiu trazer suas mãos para os ombros dele enquanto memorizava cada linha do rosto do moreno, quando ouviu a voz, ligeiramente mais rouca que o normal sussurrar em seu ouvido, curtiu ate o fim o arrepio que perpassou seu corpo, sabendo que ele havia percebido e gostado, antes de responder...

- Sim...
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é sou má, estou sem tempo, e vou fazer isso direito,
queria uns coments antes de postar o próximo se possível, mais tardar domingo q vem eu posto... talvez...
espero q gostem,
bjo
J.G. Potter 

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