Sentimentos anexos




Chegando a Hogwarts, o grupo atraiu muitos olhares curiosos, tanto por sua aparência quanto pelo o que aparentemente leram no Profeta Dominical. Harry estava com a ponta da orelha esquerda em carne viva e cortes no braço e no rosto devido aos cacos, isso sem falar nos óculos que partiram ao meio na queda ao prédio (mas Dumbledore o consertara). Daisy recebera um corte feio na perna e seus cabelos louros estavam muito bagunçados, enquanto Gina recebera um corte no braço. Rony e Max estavam quase intactos, mas não tanto quanto Hermione, porque Harry a protegera (duas vezes).
Os garotos não ficaram em tempo de saber o resultado das brigas, mas, pelo o que ouviram Quim comentar com Dumbledore, Olho Tonto não tinha conseguido sobreviver, porque não acharam o bruxo em canto algum (Harry ficou muito triste com este fato, afinal, Moody, apesar de maluco e rabugento, era um ótimo auror).
- Você-Sabe-Quem esteve em Londres? - perguntou Neville correndo ao grupo. - Vocês estão bem?
- Vejam isso - disse Simas agitando o Profeta.
Uma foto de Harry voando ente ao prédio em que Voldemort estava cobria a página principal.


Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado em Londres

Comensais da Morte causaram o caos hoje nas ruas de Londres. Destruíram veículos trouxas e assassinaram os próprios. Destruíram metade da cidade em menos de uma hora. A polícia trouxa pede explicações para tal comportamento.
Mas, o que impressiona mesmo, é o aparecimento de Você-Sabe-Quem. Ele resolveu dar as caras ao mundo e levou as trevas a esta cidade já não tão segura. Harry Potter quem o diga...


- Ok, nós já sabemos o que aconteceu - falou Harry, devolvendo o jornal. - Agora temos de fazer algo mais importante...
- O quê? - perguntou Neville.
- A AD vai voltar à ativa - disse, mais que decidido. - Reconvoquem os antigos membros e chamem quem mais estiver interessado. E de confiança - acrescentou, olhando para Marieta Edgecombe, na mesa de Corvinal.
- Certo - concordaram Simas e Neville, parecendo animados.
- Podemos participar? - perguntaram Daisy e Max ao mesmo tempo, mostrando-se interessados.
- Ok, vocês são de confiança - concordou.
- Harry, eu... - começou Hermione.
- Rony, ajude-os - continuou Harry. - Gina também. Hermione, nós precisamos de mais moedas daquelas, ok?
- Ok...
- Está na hora de agir... Está na hora de agir...


A semana seguinte transpassou com um clima de ansiosidade e perspectivas no ar. Todos estavam muito excitados para saberem o que acontecera em Londres aos mínimos detalhes, por isso os alunos não paravam de cercar Harry durante o intervalo das aulas e no café da manhã.
- Chega! - gritou Harry, atropelando Denis Creevey, um terceiranista da Grifinória. - Saiam da frente! Eu já disse, Voldemort só me levitou! Parem de me encher!
Os aluninhos assombrados soltaram um longo assobio.
Na aula de Transfiguração, McGonagall ralhou, super irritada, por não estar conseguindo devida atenção às transformações pedidas.
- Já chega! Potter não é uma vítima do Varinha Direta! Parem de perturbá-lo!
Harry ficou muito agradecido por isso.
Em Trato das Criaturas Mágicas eles estudavam o comportamento dos clouveri, mas Hagrid, na verdade, não parecia estar muito a fim da aula, e ficava resmungando o tempo todo coisas do tipo: "se eu estivesse lá...". Draco lançava olhares misteriosos toda a vez que topava com Harry nos arredores da escola. Não o zombava como de costume, mas, aqueles simples olhares eram com certeza sinal de que algo estava para acontecer. Todos estavam, também, muito ansiosos para retornarem à AD. Os antigos membros não paravam de abordar Harry ao assunto "Quando começamos?", e os mais novos (o que era impressionante o número de alunos interessados) queriam saber o que aprenderiam.
- Harry vai ensinar vocês a lançar maldições estomacais nos seus amigos - contava Rony para um monte de aluninhos do primeiro ano, no salão comunal da Grifinória, na noite de quarta, enquanto Harry tentava se concentrar na redação pedida por Snape. - Vocês precisam ver. É uma sujeira só... Vocês nunca se perguntaram porque o Draco Malfoy tem cara de merda?
Hermione, que fazia seu dever de Aritmancia, largou a pena, irritada.
- Já chega, Rony - retrucou ela, enquanto os aluninhos caíam na gargalhada. - Isto é um assunto muito sério para ficar brincando.
- Ah, qual é, Hermione...
- Alô-ô, tem gente morrendo, sabia?
- Sério? - resmungou o garoto, quando os aluninhos iam para o dormitório. - E onde é o enterro?
Harry franziu o cérebro na redação... que é mesmo que poderia ser extraído da Pedra da Lua para fazer a alma jamais se corromper?
- Não vejo graça; e, para a sua informação, Ronald, você poderia estar morto... Eu poderia...
Harry não ergueu a cabeça, mas percebeu que Hermione olhou para ele ao dizer isso. Ficou claro para ele que a garota se referia às vezes em que ele a salvou.
- Tá... eu sei que é sério, mas não precisa se estressar - disse Rony com rispidez. - Pra quê todo esse clima?
- É que para mim a vida das pessoas tem importância, sabe...
Harry jogou a pena para o lado quando Rony lançou um olhar muito ofendido a Hermione.
- Vão começar, é? - perguntou Harry, zangado. - Já estão novamente naquela parte esquisitinha em que um começa a bombardear o outro?
Rony e Hermione calaram-se.
- Que bom.
Rony subiu para o dormitório. Bichento pulou no colo de Harry e o garoto, acariciando a cabeça do gato, desistiu da redação.
- Harry - disse Hermione.
O garoto, distraído, não havia percebido que ela continuava lá, pensara que tinha subido com Rony.
- Hum? - fez ele.
- Eu queria te agradecer, de verdade, por ter me protegido naquele dia, em Londres - disse Hermione. - Valeu mesmo, eu percebi o quanto você estava preocupado e... Tadinho... Você se machucou todo... por mim. Não precisava se arriscar por minha causa...
- Não - disse Harry, levantando-se da poltrona, repentinamente agitado, derrubando Bichento no chão, que saiu bufando e sacudindo seu rabo de escovinha. - Precisava sim! Porque você é minha namorada, entendeu... E é isso o que os namorados devem fazer pelas...
- Harry - falou Hermione, baixando a voz. - Eu achei que tivesse ficado claro para você que não namoramos mais...
O garoto a encarou por alguns instantes, sentindo o sangue do que fora alguns segundos de esperança voltarem a seus respectivos lugares, e sentou, sentindo, mais espiritualmente do que fisicamente, se afundar dentro do sofá, e, até mesmo, atravessar o chão.
Hermione, também parecendo agitada, foi até a escada que dava acesso ao dormitório. Hesitou. Virou-se para ele e sentenciou:
- Escute, Harry: você me proteger de quantos feitiços forem não fará com que voltemos a namorar. Acabou. Você estragou tudo. Estou agradecida, de verdade, pelo o que você fez no domingo, mas isso não me fará esquecer Gina e você...
- Mas a Gina... - começou Harry.
- Boa noite - interrompeu-o Hermione, subindo as escadas, adoidada. Harry olhou para o fogo da lareira. Embora soubesse que estava pirando, imaginou as chamas rirem de sua situação.
- Não tem a menor graça...
Realmente nada mais fazia sentido.


A quinta-feira amanheceu com uma indicação de que nem tudo estava perdido; pois acabara de ler a carta com o resultado da primeira etapa do Campeonato.

- Classificação -

1° - Vítor Krum - 484 acertos - (Qualificado)
2° - Harry Potter - 421 acertos - (Qualificado)
3° - Hermione Granger - 419 acertos - (Qualificada)
4° - Draco Malfoy - 404 acertos - (Qualificado)
5° - Daisy McLagan - 342 acertos - (Desqualificada)

Significava que passara. Contudo, contudo, Vítor Krum deixara-lhe para trás pela segunda vez.
- Filho da... - começou, baixinho.
- Harry!
O garoto se virou. Rony veio direto a ele.
- Que foi?
- Estou pasmo - comentou Rony, empurrando o amigo para o lado para poder se largar em uma das poltronas.
- Que aconteceu?
Rony ofegou, com a mão próxima à boca.
- Cho... Eu... Nós... nos beijamos!
- Como é? - perguntou Harry impressionado. - Vocês se beijaram? Tipo... tipo assim... Usaram a boca e tudo o mais?
- Engraçadinho...
- Não, é só que estou impressionado - disse Harry, estendendo a mão a Rony, que não a apertou. - Mas antes precisa saber: a Cho não é flor que se cheire.
- Diz isso porque ela terminou com você - retrucou Rony.
- Não, eu é que terminei com ela - respondeu Harry, zangado, embora já não tivesse certeza absoluta de quem realmente terminara.
- Bom, não foi bem isso o que ela disse - explicou Rony.
- É mesmo? - falou Harry. - Amigo da onça...
- Traidor... - xingou Rony.
- Judas...
- Mcartney...
- Elvis...
- Lula...
- Michael Jackson...
- Então, tudo bem eu ficar com ela?
- Falou, vai fundo.
Harry apertou a mão do amigo e desceu para o café da manhã.


Dumbledore remarcara o encontro da aula com Harry para hoje porque sábado o garoto estaria mais uma vez ocupado (marcaram esta data para a segunda etapa do Campeonato). Era justamente o que esperava; uma vez que tivesse sua aula com Dumbledore, poderia passar aos amigos e, assim, pararia de ser incomodado por eles, que exigiam o primeiro encontro da AD o mais breve possível.
No Profeta a mesma notícia rotineira: "A gente já era".
- Não - murmurou Harry, confiante, com a caixa cheia de moedas mágicas que Hermione lhe passara na mão. - Mal chegou a primavera. E a gente ainda nem começou...
- Harry - disse Rony, sentando-se ao lado do amigo -, preciso lhe falar uma coisa - e se curvou na mesa para que mais ninguém os ouvissem. - É que a Cho... Bem, começamos um namoro e... ela não quer que eu participe da AD.
- Ótimo - falou Harry, indiferente. - Dois a menos...
- Você pirou? Eu quero participar, e vou, quer ela queira ou não - exclamou Rony. - Afinal, eu sou o homem, é ou não é? Eu é que mando. Então - acrescentou, baixando mais ainda a voz - seria bom que você não contasse a ela...
Harry olhou para Luna Lovegood, na mesa da Corvinal, que parecia realmente tristonha.
- Olha... esse lance com a Cho, cara... Tem certeza de que é o que você quer? - perguntou Harry. - Tem certeza de que não é a Luna que você gosta?
Rony levou alguns segundos, antes de dizer:
- E a Hermione...?
- É melhor eu ficar quieto - falou Harry, se levantando.
- Oi, Harry - cumprimentou Daisy. - Parabéns, soube que você passou em segundo lugar.
- Sinto muito, Daisy - disse Harry com pena da amiga. - Eu gostaria muito que você tivesse conseguido.
- Bem... eu já esperava isso...
- Não fale assim, Daisy - censurou Harry, segurando-a pelos ombros. - Olha, você é uma ótima bruxa, só precisa ter mais confiança em si mesma.
A garota pareceu se animar.
- Talvez tenha razão - disse. - Puxa, valeu, Harry. Você é um ótimo amigo.


Harry bateu à porta do escritório de Dumbledore à hora marcada. Não houve resposta. Bateu e esperou mais um minuto... Nada.
Ele se dirigiu, então, ao mesmo tempo decepcionado e ansioso pela ausência de Dumbledore, à torre da Grifinória.
Encontrou Cho e Rony aos beijos perto do retrato, mas fingiu não notá-los.
Sentou na poltrona diante à lareira, pensando.
Algo tinha de ser feito. Se Dumbledore não poderia lhe dar a tal aula devido à sua misteriosa ausência...
- Primeira reunião da AD. Próximo domingo. Seis da tarde. Corredor do sétimo andar - disse, marcando sua moeda-líder com a varinha, que avisaria a todos os outros membros imediatamente.
- Ai! - exclamou Rony, que entrou neste momento, segurando sua moeda. - Isto queima! Tava no meu bolso...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.