Cap 6

Alvo acordou cedo, pois não parava de pensar que só era criticado desde que chegara. Além disso, ele tinha a estranha sensação que seu pai voltara a ficar desconfiado dele e isso o incomodava. Então, de repente ele ouviu James chorando e foi até o quarto do irmão, pegou-o no colo e acalmou-o.

-Então, James o que acontece com você?- questionou Alvo que habilmente trocou a fralda, deu mamadeira e trocou a roupa dele

-Você é bom com crianças- disse Gina com um pequeno sorriso, entrando no quarto- Espero que o senhor não tenha nenhum filho no seu tempo- brincou Gina

-Na verdade, tenho muitos- sorriu Alvo lembrando-se do berçário de Hogwarts que ficam as crianças órfãs- E de várias idades- completou- Em Hogwarts tem uma sala onde ficam as crianças órfãs, que é algo muito comum no meu tempo...

-Sinto muito- disse Gina entendendo a dor do filho

-Tome- disse Alvo entregando o irmão

-Ele gosta de você- disse Gina segurando James no colo

-O Harry já acordou?- questionou Alvo de repente

-Sim, o seu pai acordou- respondeu Gina calmamente- Está tudo bem Al? Você está chamando o seu pai de Harry, eu não entendi...

-É que, sei lá, algo me diz que ele está desconfiado de mim de novo...

-Ei, não pensa assim, está bem?

-Ok- tentou sorrir Alvo que saiu do quarto logo em seguida, encontrando o seu pai na sala- Oi

-Oi- respondeu Harry- Bom dia

-Nós precisamos conversar, lembra?

-Claro então, o que você descobriu depois de ter quase morrido?- questionou Harry fitando o filho seriamente

            Alvo chamou os outros familiares e os Scamanders para ouvirem, posteriormente começou o seu relato.

-O Vicus é um membro honorário da Tríade que é formada por demônios da mais alta estirpe- disse Alvo calmamente- A Tríade tem uma profecia...

-Mais uma profecia... Ninguém merece- disse Rony recebendo cotoveladas da Hermione e da sua mãe

-Eles acreditam que o James é o guerreiro nascido para libertá-los, de modo que as trevas vençam a Luz- disse Alvo pensativo- Então, tudo indica que eles buscarão sequestrar o James para fazerem a sua conversão para o mal...

-Conversão para o mal?- questionou Gina temerosa

-Isso- respondeu Alvo

-Mas como?- questionou Harry aflito

-Eu não sei- respondeu Alvo indo até a garrafa de uísque de fogo e servindo-se- Alguém aceita?- diante do silêncio em que todos vivenciavam um choque, Alvo bebeu sozinho duas doses- Muito bem, vamos atrás deles!

-Você sabe como ir atrás deles?- questionou Harry surpreso

-Não, mas conheço alguém que sabe- respondeu Alvo simplesmente orbitando logo em seguida

-Luna- disse Rolf pensativo

-Sim, querido

-Estou começando a achar que você não o ensinou a trabalhar em equipe- disse Rolf fazendo todos rirem, menos Harry que tentou localizá-lo em vão

-Não consigo localizá-lo- disse Harry nervoso- Ele está me impedindo de localizá-lo...

-Harry, se acalma- pediu Gina abraçando o marido- Assim, você me deixará ainda mais nervosa...

-Desculpe- pediu Harry sentando-se no sofá e tentando se acalmar

            Enquanto isso, Alvo fora atrás de um demônio especial do Mundo Inferior...

-Fico feliz que o antídoto contra telepatia tenha dado certo e sem efeitos colaterais, meu caro amigo guardião- sorriu o demônio- Eu me chamo Zax, a propósito, só me apresento para os clientes especiais, o que o senhor deseja?

            Alvo encheu a mesa de Zax com ouro.

-Como eu posso encontrar os membros da Tríade?- questionou Alvo fazendo Zax arregalar os olhos

-Bom...- disse Zax pensativo- A única coisa que eu sei sobre a Tríade é que eles sempre usam os demônios inferiores para realizarem o seu serviço sujo e que eles planejam sequestrar o bebê da profecia, mas só quando ele estiver virado

-Virado?

-Sombrio- respondeu Zax- E a Tríade sempre está onde a sombra está poderosa...

-Entendi- disse Alvo pensativo- Obrigado

-Eu que agradeço- disse Zax sorridente com todo o ouro na sua mesa

            Alvo orbitou satisfeito na Toca, onde encontrou um clima pesado. 

-Alvo!- disse Gina correndo até o filho e o abraçando- Estava preocupada

-Eu estou bem mãe- disse Alvo abraçando a mãe e pensando no quanto sentia falta de abraçá-la no seu tempo

-Mas poderia não estar- disse Harry surgindo do nada- Você estava no mundo infeior, não é mesmo?

            Fez-se silêncio nesse instante, no qual todos fitavam Alvo.

-Mundo inferior?- questionou a Sra. Weasley

-Então, guardião, por que o senhor estava lá?- questionou Harry incisivo

-Para buscar respostas- respondeu Alvo nervoso- E como você sabe?

-Esse não é o problema! Sabe qual é o problema Alvo?!- disse Harry exaltado- O senhor sempre tem uma forma nem um pouco apropriada para encontrar respostas!

-Está bem gênio- disse Alvo irônico- Qual seria a forma mais correta?

            Silêncio.

-Eu tenho os meus métodos, mas eles não são tão errados como vocês apontam, pois em uma guerra há sempre sacrifícios que você tem que fazer para conquistar as suas metas! Foi o que eu aprendi! Desde que me entendo por gente!- disse Alvo nervoso cansado de ser criticado

-Sim, há sacrifícios, mas eles podem ser amenizados- disse Harry rapidamente- E nós somos uma equipe, logo temos que pensar como uma equipe!

-Certas decisões não podem esperar e eu sei trabalhar em equipe- respondeu Alvo que antes que Harry argumentasse acrescentou- Quando poderei falar o que descobri?

-Harry conversa com ele depois- pediu Gina

            Harry assentiu e ouviu Alvo relatar a conversa dele com Zax.

-E agora?- questionou Rony- Como podemos encontrá-los?

-Pelo jeito vocês não entenderam- disse Alvo revirando os olhos cansado- A sombra está poderosa em locais que aconteceram muitas mortes, por exemplo, são nesses locais que devemos procurar uma porta para a Tríade.

-Entendi- disse Hermione- Mas quanto ao James?

-Ele está seguro enquanto manter seus bons sentimentos- respondeu Alvo simplesmente- Mais alguma dúvida?

            Silêncio.

-Muito bem, até logo- disse Alvo orbitando novamente e lembrando de que quando a tragédia é recente, a força sombria é ainda mais poderosa.

 

Na Tower Bridge, Harry ficou invisível e imperceptível, fitando Alvo que estava em pé em uma das torres observando o horizonte a procura de mortes violentas e tragédias em geral.

-É, está difícil- pensou alto Alvo, sentando-se e juntando as mãos pensativo

            Anoiteceu e Alvo permaneceu imóvel como uma estátua, o que o fez pensar que seu filho fora devidamente preparado para a guerra. De repente, Alvo levantou e orbitou, Harry localizou-o e foi atrás dele, encontrando um prédio em chamas, contudo não conseguiu avistar o filho que deveria estar invisível como ele.

            Alvo entrou na casa sem medo, seguindo o seu instinto.

“Tem um demônio poderoso aqui, eu sinto”- pensou Alvo atentamente

            Alvo subiu as escadas, percorreu o corredor e abriu uma porta em chamas usando a sua telecinese. Ele entrou em um quarto, que estava estranhamente protegido, ouviu um choro e em um cesto viu um bebê incomum.

“Um bebê demônio, ninguém merece”- pensou Alvo surpreso- “Matar ou não matar, eis a questão”

 

            Alvo pegou o bebê no colo e orbitou em uma gruta, colocou-o no chão e ficou observando-o. Até que retirou a sua espada, ergueu-a e assim que ia dar o golpe final, Harry apareceu e impediu-o, lançando a espada do filho contra a parede.

-O que você pensa que está fazendo?- questionou Harry ameaçador- É só um bebê inocente

-Não, isso não é um bebê inocente! É um futuro demônio poderoso!- respondeu Alvo que não acreditava no que estava acontecendo

            Alvo ergueu a mão direita e a sua espada voltou para si. Enquanto isso, Harry pegou o bebê demônio no colo.

-Coloque-o no chão ou não respondo por mim- disse Alvo firme

-Abaixe essa espada ou eu não respondo por mim!- disse Harry de tal forma que Alvo o obedeceu contrariado

            Os dois voltaram para a Toca, onde para surpresa de Alvo todos ficaram babando o recente morador. Ele limitou-se a sentar-se e ver aquela cena bizarra...

 

-Vocês não estão pensando em criar essa criatura?!- questionou Alvo revoltado perdendo a paciência

-Ele é um bebê Al- disse Hermione fitando o sobrinho que revirava os olhos a cada palavra- Você é um anjo deveria protegê-lo!

-Vocês são loucos!- gritou Alvo fazendo todos calarem e o fitarem- Isso é uma ameaça para essa casa! Isso pode matar a todos nós! Ele incendiou a própria casa! Matou a todos, sem dó nem piedade! Esse bebê deve estar virado e a Tríade deve estar atrás dele!

-Pensei que o James fosse o bebê da profecia- disse o Sr. Weasley

-E é!- disse Alvo acalmando-se- Mas, os demônios poderosos têm formas peculiares de estenderem o seu bando...

-Alvo Severus, esse bebê vai ficar aqui até sabermos o que fazer com ele- disse Harry conclusivo

-Ok, mas não digam que eu não avisei- disse Alvo orbitando para o sótão e indo até o livro das sombras e buscando informações sobre os bebês demônios

 

Os bebês demônios são criaturas poderosas que podem vir a serem convertidas para o bem, antes de completarem um ano. Para isso, um antídoto deve ser devidamente administrado, pois em caso de erro pode ser fatal.

-Interessante- pensou alto Alvo

 

Para o antídoto são necessários: água benta, pena de pomba branca e lágrima de um bebê puro.

 

-Fácil!- disse Alvo animado lendo as instruções e iniciando a coleta dos mesmos assim que terminou a leitura

            Alvo voltou para o sótão e iniciou o preparo do antídoto, logo que terminou voltou para a sala. Explicando o que lera sobre os bebês demônios, omitindo a parte da possibilidade de morte.

-Me passem a criatura- pediu Alvo recebendo o bebê demônio a contra gosto da Sra. Weasley

            Alvo deu a mamadeira com o antídoto para o bebê, ficando assustado quando o bebê ficou roxo e aparentando estar morto.

-Ele está morto! Você o matou!- acusou a Sra. Weasley que desmaiou ao ver um vulto preto saindo da boca do bebê que começou a chorar logo em seguida

-Agora é apenas um bebê- sorriu Alvo- Ancião, agora é contigo, ache a família dele- disse Alvo entregando o bebê para o Harry que orbitou até o templo

-Por um momento, achei que ele estava morto- disse o Sr. Weasley pálido

-Eu também- disse Alvo indo até a garrafa de uísque e servindo-se- O importante é que não temos mais nenhuma ameaça em casa- sorriu Alvo bebendo o seu copo

-O Harry disse que você ia matá-lo, se ele não tivesse intervido, é verdade?- questionou Luna temerosa

-Sim, ele até então era um demônio de altíssima estirpe- respondeu Alvo calmamente- E onde eu vivo os demônios não tem dó de matarem as nossas crianças, por que eu teria que ter dó de matar as deles?

            Fez-se silêncio no qual Alvo aproveitou para orbitar novamente na Tower Bridge e voltar a procurar por tragédias. Um tempo depois...

-O que você está fazendo?- questionou Harry preocupado- Já está de madrugada... Você não tem condições de ficar aqui o dia inteiro...

-Sim, eu tenho- respondeu Alvo firme- Já fiquei mais de três dias de tocaia mais de uma vez, estou acostumado

-A sua mãe não consegue dormir sem saber que você está seguro em casa- argumentou Harry

-Então, minta- disse Alvo simplesmente

-Eu não posso então, não me obrigue a levá-lo a força- disse Harry com firmeza

            Fez-se silêncio no qual Alvo pensava.

-Você está falando sério?- questionou Alvo

-Sim

-Isso não está certo!- disse Alvo expressando a sua revolta- Vocês me criticam, questionam e controlam o tempo todo! Isso está errado! Eu não estou aqui para ficar de castigo ou receber um puxão de orelha! E ainda por um pai que é apenas quatro anos mais velhos que eu e uma mãe que é apenas três anos mais velha que eu!

-Desabafou?-  questionou Harry cruzando os braços e vendo o seu filho revoltado cruzando os braços- Ótimo, pois agora é a minha vez e eu só vou falar mais essa vez!

-Você ouviu alguma coisa que eu disse antes?!- questionou Alvo irônico

-Alvo Severus Potter me ouça agora!- mandou Harry- Eu imagino o quanto está difícil para você, pois para mim e para a sua mãe também é! Quanto às críticas, questionamentos e ao controle, só tenho algo a dizer- disse Harry respirando fundo- Se o senhor não mentisse, manipulasse e agisse sozinho o tempo todo, seria mais fácil!

-Não, não seria! Vocês me tratam como se eu fosse uma criança de cinco anos!

 -Porque o senhor não aprende, quantas vezes eu já pedi para o senhor parar de mentir e manipular, por exemplo?

            Alvo deu de ombros.

-Muito bem, então vamos nos acertar de uma vez por todas- disse Harry mais calmo- O senhor promete que de agora em diante vai parar com essas suas atitudes?

            Alvo revirou os olhos e teve certeza do quanto estava cansado daquelas conversas.

-Alvo, o seu problema é que o senhor está acostumado a agir sozinho, mas de agora em diante você não precisa. Você mora com a sua família agora, e nós te amamos, então nos ajude a te ajudar- disse Harry calmamente segurando o ombro do filho que olhou-o nos olhos

-Posso tentar- disse Alvo sinceramente

-Eu acredito em você. Mas, o senhor terá que prometer que será honesto com a gente Al. Você não mentirá nem manipulará mais a gente para conseguir o que você quer. O senhor tem que nos dizer a verdade e nos contar tudo o que está acontecendo, nos dando todas as informações, assim eu e a sua mãe, juntamente com o restante da família decidiremos o que é melhor para todos- disse Harry serenamente

-Tá- concordou Alvo dando-se por vencido e pensando o quanto seria difícil cumprir o que seu pai dizia

-Muito bem- sorriu Harry abraçando o filho e aproveitando para orbitar no sótão- Boa noite

-Você não fez isso- disse Alvo incrédulo revirando os olhos e vendo o seu pai sair do sótão- Nada como ter 20 anos e ser tratado como uma criança de 5 anos- resmungou Alvo jogando-se na cama

 

 

 

 

 

 

 

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