O retorno de Hermione



Depois do encontro com John, Hayssa ficou mais tranquila em relação às pessoas em Hogwarts. Não era fácil para ela ouvir críticas e ser

apontada por todos sem saber o porque e mesmo que o diretor contasse a história a ela milhares de vezes, alguma coisa em seu coração não

concordava com as palavras dele. A cada dia, as ameaças do retorno de Voldemort tornava-se comum entre a boca das pessoas, John estava

aflito com tudo aquilo, tinha medo de deixar Hayssa em Hogwarts. As pessoas começaram a criar especulações sobre o paradeiro do bruxo das

trevas, sobre Harry e até mesmo sobre a garota.
Os meses foram se passando, e a cada dia o tempo ficava mais frio. Numa tarde, caminhando com Nancy pelos jardins, avistou ao longe o

professor Snape caminhando até elas.
- Srta. Potter. - ele disse num tom habitual e carrancudo - Venha até minha sala. - Hayssa despediu-se da amiga com um aceno e um sorriso,

Nancy por sua vez disse que estaria esperando embaixo de uma árvore junto com os garotos.
Hayssa foi acompanhando Snape com passos largos, o professor olhava fixamente pra ela. Quando chegaram até a sala dele nas masmorras,

Hayssa estava ofegante. Snape se encaminhou para trás de sua escrivaninha e se sentou indicando um lugar a frente para a menina.
- Sabe...Srta. Potter, o professor Dumbledore e a professora Minerva não estão, então fiquei encarregado de lhe trazer uma notícia.
- Notícia senhor?
- Bom... - Snape começou com a voz séria - Seu tio, seu tio....está morto. - ele falou finalmente e Hayssa ficou com a mesma expressão como se

não tivesse escutado a afirmação.
- O-o...que? - ela disse com a voz o mais suave possível engolindo em seco, seus olhos verdes ficando marejados a cada instante esperando

desesperadamente que aquilo fosse alguma brincadeira de mal gosto. Como não respondeu, Snape continuou sem emoção:
- Foi encontrado naquela.... - uma pausa - Naquela casa...onde moravam.
Hayssa tinha virado o rosto e estava vendo um caldeirão ao longe soltar uma fumaça roxa, estava hipnotizada quando Snape bateu a mão na

mesa fazendo-a virar o rosto novamente pra ele, neste momento uma lágrima solitária escorreu pelas bochechas dela.
- Está me ouvindo garota?
Hayssa continuou imóvel, não tinha palavras para responder o professor e se arrependeu, porque provavelmente ele contara como seu tio havia

falescidoe depois ele disse:
- Terá dois dias sem frequentar as aulas, estará de luto. Eu...sinto muito. - Snape disse finalmente ainda sem emoção alguma. - Pode se retirar.
A garota ficou sentada ainda olhando pra frente enquanto seu rosto ficava mais molhado por lágrimas. Snape lançou um olhar a ela e esta se

levantou caminhando lentamente pela porta por onde havia entrado. Demorou vários minutos até chegar na árvore onde seus amigos estavam.

Henry ergueu os olhos, estava distraido lendo algumas histórias sobre quadribol.
- O que aconteceu Hayssa? - ele perguntou e a garota ainda não conseguia falar. Henry viu tudo lentamente, quando Hayssa parecia estar

perdendo as forças das pernas, ela dobrou os joelhos caindo no chão deste jeito ainda olhando pra frete, quando várias lágrimas silenciosas

escorreram por seu rosto. Henry franziu a testa se aproximando lentamente da amiga, ele se ajoelhou na frente dela e a abraçou. Hayssa passou

os braços em volta das costas dele abraçando-o forte e ele perguntou:
- O que aconteceu?
- Meu tio...está morto... - ela ia dizer mais alguma coisa, mas foi interrompida pela enorme quantidade de soluços causados pelo choro

compulsivo. Nancy colocou uma das mãos no ombro da amiga sem saber o que dizer e o mesmo fez Mattew. Enquanto Henry estava abraçado

com ela, nenhum dos dois mencionou palavra alguma, porém Henry fechou os olhos sentindo algo estranho, sua mente foi invadida por "flashs"

de luz e de imagens que nunca tinha visto ou que aconteceram em sua mente. Primeiro uma imagem campestre, onde uma mulher conversava com

um homem, ele podia ver os pais de Hayssa sentados no jardim de uma belíssima casa com um lago ao longe que brilhava intensamente com a luz

do sol, depois as imagens se dissolveram mostrando flashs rápidos que Henry mal conseguia visualizar, a última coisa que viu foi a expressão

triste do rosto dos pais de Hayssa e o choro de bebês ao fundo, novamente uma dissolução e John aparece, muito mais novo segurando uma

criança recém-nascida e ao lado Rony (seu pai?) com outro bebê. Henry saiu do transe quando Hayssa se separou dele para limpar o rosto na

manga da capa.
Ele estava atônito, olhando pra frente e depois pra Hayssa que continuava chorando, simplesmente não entendia o porque daquelas imagens,

talvez fosse apenas a imaginação fértil que ele possuia ou apenas ficou impressionado com a tristeza que Hayssa estava sentindo.

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- Quando vai voltar Lincoln? - Beru perguntou a Harry, era assim que eles o chamavam desde quando apareceu na aldeia.
- Não sei... - ele falou enquanto os outros riam e conversavam - Tenho tido...sonhos estranhos.
- Significam alguma coisa pra você?
- Não. - Harry falou horrorizado consigo mesmo - Eu queria respostas, e por mais que eu me esforce, parece que minha mente está vazia.
- Antes de ir, deve falar com meu pai. - ela disse rapidamente - Não sabemos se as dores de cabeça que está tendo são normais e...
- Não são dores de cabeça. - falou ele interrompendo-a - São aqui... - ele levou uma das mãos à fina cicatriz em sua testa. - Eu preciso saber o

porque.
- Você já se decidiu então? - Beru perguntou e Harry virou-se de costas inspirando profundamente o ar fresco e depois disse se virando

lentamente pra ela - Eu sou extremamente grato por tudo que fizeram por mim, mas acho que está mais do que na hora de saber quem eu sou.
- Tem razão. - ela falou o olhando nos olhos - Em todo o caso Lincoln, desejo-lhe sorte, que os Deuses estejam com você.
Harry a abraçou agradecendo por tudo e depois saiu indo a procura do pai dela.

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- Hayssa? - Mattew entrou no salão comunal entre um intervalo de aula e ela estava sentada de frente a lareira, vestindo um vestido até o joelho

preto, e parecia estar com os olhos muito vermelhos. O garoto se aproximou dela e esta virou o rosto lentamente pra ele:
- Agora estou sozinha Matt. - foram as únicas palavras que ela conseguiu pronunciar.
- Não, não está não! - uma pausa na qual ela voltou a olhar para a lareira - Porque não vem até os jardins conosco? Vamos estudar juntos, e

ninguém melhor do que você para...
- Não quero Matt. - ela disse rapidamente e ele notou que a garota segurava a foto onde estavam Harry, Rony e Hermione. Mattew ficou calado

por vários minutos olhando para a amiga que visivelmente estava abalada, não queria conversar com ninguém. O menino se levantou colocando

uma das mãos no ombro dela e disse:
- Estaremos lá se você precisar.
Hayssa afirmou com a cabeça e Mattew foi se afastando, quando ela ouviu o quadro se fechar novamente, o salão estava completamente

deserto, pois os alunos estavam agitados durante as aulas, o único barulho que se ouvia era a chuva batendo na janela e o fogo crepitando na

lareira. Hayssa se deitou de lado no sofá vermelho de frente pra lareira, puxando as pernas perto do corpo e abraçou a foto desejando que seus

pais estivessem ali, desejando que John não tivesse morrido e querendo acreditar que ela realmente não estava sozinha.
***
- O que houve cara? - Mattew perguntou notando que Henry estava muito calado - É por causa da chuva... - ele brincou.
- Não, é.... - uma pausa - Outra coisa...
- Que tipo de coisa? - Nancy agora tinha fechado o livro se interessando na conversa.
Henry abaixou a voz chegando com o rosto mais próximo dos amigos, os três agora estavam na biblioteca e a chuva batia intensamente na janela:
- Lembram quando a Hayssa foi até nós contar o que tinha acontecido? - ele perguntou e os dois afirmaram positivamente - Pois bem...eu a

abracei, e vi imagens que... - Henry não conseguiu terminar, novamente ficou confuso e ficou pensativo como se não havesse ninguém mais a

sua frente.
- E??? - perguntaram os outros em uníssono fazendo o garoto voltar a si.
- Ahn...o que eu estava dizendo mesmo!?! - ele tentou disfarçar e falou rapidamente - Deixem pra lá, acho melhor eu voltar a fazer essa porcaria de

poções.

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Depois de vários minutos na tenda do chefe da tribo, "Lincoln" saiu e começou a se despedir dos seus companheiros, pessoas com as quais ele

tinha convivido por muitos anos.
- Vamos sentir sua falta. - Beru disse o olhando e Harry sorriu a abraçando - Vou sentir falta de todos vocês também. Foram ótimos durante todo

esse tempo, mas... - uma pausa - preciso saber quem eu sou de fato.
- Siga o seu destino jovem Lincoln! - o pai de Beru se aproximou colocando uma das mãos no ombro de Harry - E não esqueça isso. - ele disse

entregando a escura e fina varinha de Harry a ele. - Que os Deuses estejam com você! - Harry sorriu e em cumprimeito juntou um pulso no outro

fazendo uma pequena reverência. Os outros membros da tribo também sorriram. Harry acenou para todos e começou a caminhar, sem destino

algum, sem saber por onde começar. Não fazia idéia de onde estava, e depois de muito caminhar, sentou-se exausto encostando-se numa árvore e

fechou os olhos respirando o ar fresco. Instantes depois ele ouviu alguém com voz suave sussurrar em seu ouvido. Ele abriu os olhos e olhou

para o lado, ela estava ali, vestida do mesmo modo, o mesmo olhar sonhador.
- H-hermione? - foi o que ele conseguiu dizer - H-hermione me d-diga por favor...
- Eu vou lhe ajudar a cumprir seu destino. - ela disse com a voz sussurrante - Assim como eu cumprirei o meu. E nós dois poderemos ir para um

lugar até onde possamos ficar juntos de novo...
Antes que Harry pudesse responder, Hermione estendeu a mão delicadamente na direção do rosto dele e soprou alguma coisa que ele não pôde

identificar, apenas começou a sentir um sono incontrolável e foi caindo até estar deitado sobre a grama.

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- Chegou a hora da vingança Milord! - Shimi disse colocando o capuz sobre a cabeça - Aquele traidor vai nos pagar.
- Não vá com muita sede ao pote caro Shimi. - a voz gélida disse - Afinal ele teve acesso a grandes poderes e você sabe que Harry Potter é um

bruxo poderoso.
- Mas ao menos nem sabemos se ele está vivo. - o outro comensal, Tool disse.
- Sim, ele está. - Voldemort disse com a voz calma - Está sim, eu posso sentir.
- O senhor pode identificar o local Milord?
- Não! - O bruxo disse serrando os punhos - Mas vou encontrá-lo e agora não terá chances.
Os dois comensais sorriram e Voldemort continuou:
- Finalmente chegou a nova era, eu governarei o mundo, e todos vão implorar por clemência. - uma risada sombria tomou conta do local onde

estavam e Shimi perguntou:
- Milord... Sinto que vamos ganhar esta batalha.
- É claro que vamos.... além disse estamos com muita vantagem, aquele idiota do Potter pegou o "exército" que eles estavam criando para me

derrotar. - uma pausa na qual VOldemort disse com a voz ainda mais sombria - Dumbledore e aqueles imprestáveis imundos dos seus seguidores

vão pagar por tudo. - ele olhou para os comensais a volta e disse - Me ouçam, não tenham piedade de ninguém.

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Como era perfeito o mundo de Aenir, águas cristalinas, paisagens sonhadoras, pessoas que caminhavam como se fossem penas soltas ao vento,

o reino dos espíritos era onde todos os bruxos sonhavam algum dia ir. Hermione caminhava tranquilamente por entre os jardins floridos, uma fina

cachoreira de águas cristalinas podia ser vista logo a frente. Ela não entendeu o porque, mas alguma coisa estava lhe pedindo pra voltar, era mais

forte que seu coração pudesse suportar. Uma voz a chamava, uma voz ao fundo a chamava por súplicas, tinha apenas vagas lembranças do que

lhe acontecera e por mais que se esforçasse não conseguia mais se lembrar de nada. Com o passar do tempo, sentiu seu corpo ficando cada vez

mais pesado, as paisagens foram desaparecendo com flashs de luz branca. Minutos depois tudo ficou no escuro total como se atravessasse um

véu negro entre os mundos.
Sentiu que estava deitada sobre algo, fez força para mexer os dedos e eles obedeceram, ela continuou com os olhos fechados e respirou

profundamente o ar que começava a invadir os seus pulmões. Vagamente as lembranças foram invadindo sua mente, os dias em que passou com

Harry na Rússia, o casamento deles escondido, Dumbledore, Sirius, e seus filhos que ela mal pudera carregar em seus braços. Hermione então

reuniu forças sentando-se no lugar onde estáva, de súbito abriu os olhos cheios de fúria. Neste momento várias pessoas em volta a olharam

abobalhados, as pessoas estavam vestidas com túnicas branças e peças de ouro no pescoço e nos pulsos. Olhando mais adiante, ela pôde ver

figuras pintadas nas paredes, retratando vidas e ações do cotidiano. Depois olhou pra si, estava vestindo também uma túnica branca, muito mais

decorada, tinha pulseiras de ouro nos braços, os cabelos estavam soltos em belíssimos cachos. Ela moveu os pés para o chão e se apoiando

ergueu-se olhando as pessoas que ainda a admiravam, e segundos depois todos se ajoelharam fazendo uma reverência que ela não conseguia

entender ao certo o que era. Hermione ainda não tinha tentado falar, afinal em Aenir isso não era possível e era estranho retornar à forma humana.

N/A: Espero que estejam gostando, desculpem pela demora para escrever, realmente estou sem tempo.
Ah, é claro, agradecimentos muito especiais ao "Black Wolf" (FIC: Descendentes Divinos) pelas belíssimas idéias.
Milhares de bjos a todos, e espero que continuem comentando mandando críticas ou sugestões sobre o que estão achando.
P.S: Não me esculhachem muito!!! rs

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