I could feel myself under your



I could feel myself under your fate
 


Ela estava ansiosa. Draco não era do tipo que ficava nervoso sem razão, e definitivamente não era do tipo que dava flores às suas namoradas e as convidavam para jantar no restaurante mais bonito da cidade. Ele não conseguiu olhar nos olhos dela durante toda a noite, ela via que as mãos dele estavam irrequietas e havia uma gota de suor se formando na sua têmpora esquerda.


Ela havia tentado dialogar por um tempo, mas desistiu antes da sobremesa. Quando nervoso, Draco era tão ácido quanto sarcástico.


"Desculpe, Hermione. Eu sei que estou estragando tudo, mas não posso evitar."


Ela desviou os olhos para os dele, e o encontrou com as faces adoravelmente rosadas (não era algo que acontecia com frequência, e ela não se envergonhava de admitir que passou alguns longos instantes sorrindo e apreciando o fato).


"Há algo acontecendo, Draco?"


"Sim." O atrito das mãos dele com o tecido da calça social aparentava não ajudar a aplacar o nervosismo.


"Você sabe que pode falar comigo, Draco. Não precisa ficar nervoso. Nem precisava vir aqui, nós poderíamos-"


"Você gosta daqui. A paisagem e essas coisas. Achei que fosse... o local adequado."


"Adequado...?"


"Por favor, Hermione." Ele pousou a mão sobre a dela, pedindo com o olhar que o deixasse falar. Ela apenas consentiu enquanto entrelaçava seus dedos.


"Alguns anos atrás... na verdade, vários anos atrás...", ela soltou um risinho que o fez sorrir também. "Havia um garoto bem introvertido. Muito confuso e meio perturbado. No seu sexto ano, ele parou de sair com seus amigos. Estava sempre sozinho, quase doente."


Ela prendeu a respiração, reconhecendo a história.


"E havia também essa garota. A maioria das pessoas preferiam ficar distantes dela. Senhorita Sabe-Tudo, mandona, arrogante, com dois melhores amigos problemáticos. Claro que as pessoas mantinham distância."


Ela riu e o som saiu confuso, algo de riso, algo de choro.


Ele levou a mão livre até o bolso da calça e tirou de lá uma caixinha. Pequena, em veludo negro. Colocou sobre a mesa, deslizando-a até que estivesse sobre o alcança das mãos – trêmulas – dela.


"Você sabe o que aconteceu a eles?"


Ela meneou com a cabeça um sim, sem ter a certeza se a voz sairia clara o suficiente para ele entender. Provavelmente não.


Ele abriu a caixinha, mostrando a ela um anel. O design em si era muito simples, mas o anel era simplesmente magnífico. Parecia ser em ouro branco, mas ela não tinha noção de muita coisa do momento.


Flores, jantar, nervosismo, anel. As palavras se confundiam e se misturavam em sua mente, e ainda assim estava claro o que Draco queria dizer.


"Eles se apaixonaram."


A aliança deslizou pelo seu anelar direito alguns instantes depois, quando tudo o que ela estava sentindo foi condensado em uma palavra: sim.

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