Bem vindo a Hogwarts

O Expresso de Hogwarts estava passando agora por campos e pastos, não se via mais casas. A essa altura, Al deduzira que já não estavam mais em Londres. Rosa estava entretida lendo um livro velho de contos – que dizia ser de sua mãe, e sua única distração eram as vacas lá fora, que pareciam montes de barros em meio a um carpete muito verde.

Al ia abrindo a boca para falar, quando a porta da cabine se abriu e o rosto de Tiago se fez presente.

- Ah, ai estão vocês! – disse ele – Uma garota, a Hanna, acaba de vomitar na minha cabine. Então resolvi ver onde vocês estavam e... Arre!

Mas ele parou de falar no instante que um grupo de alunos do terceiro esbarrou nele.

- Cuidado! – disse Rosa para o garoto de sobrancelhas muito espessas que mal reparara em Tiago.

- Sentimos muito. – porém que respondeu fora uma garota muito branca de cabelos incrivelmente azuis. – Tenho certeza o Luc não queria ter nada haver com insetos como vocês.

E seguiram rindo, deixando um Tiago muito vermelho para trás.

- Que eles pensam que são?! – disse Tiago se preparando para sair de encontro a eles.

- Não, Tiago. Devem ser alunos da Sonserina. – disse Al – Sem falar que são bem mais velhos. Dessa vez você deveria esquecer as provocações.

- Nem pensar! – disse Tiago virando as costas e correndo pelo corredor.

Al já ia se levantando, quando Rosa segurou seu braço e disse:

- Al, não era apenas o cabelo daquela garota que era azul. Não notou o escudo da casa dela? Ela era da Corvinal.

- Sonserina ou não, o Tiago foi atrás deles! E se não o determos, ele poderá se meter em encrencas.

Ele a olhou com seus olhos muito verdes pedindo ajuda mentalmente. Sem dizer nada, Rosa guardou o livro no bolso interno das veste e saiu com Al a procura de Tiago.

O corredor estava tomado pelo vozerio de crianças conversando e gritando. Rápido eles encontraram Tiago. Estava encostado próximo a parta da ultima cabine.

- Tiago, vamos antes... – ia dizendo Al, mas parou assim que ele colocara um dedo sobre a boca em sinal de silêncio.

Tiago franziu o cenho e se aproximou da porta novamente para escutar. Al e Rosa apuraram os ouvidos para ouvir também.

- ...ele não vai gostar nada disso. – a voz era da garota de cabelos azuis.

- Margareth, querida, desde quando o vira satisfeito com algo? – agora era um rapaz que falava. Era uma voz calma e arrastada.

- Só quero dizer que não é a primeira vez que a Blue Effect falha em conseguir uma herança dos Marotos. O mapa nos ajudaria bastante.

- Aquele pergaminho velho sumiu a anos. Nem vale a pena se martirizar por ele. O bom é que nem tudo fora em vão. Conseguimos formar uma Valquíria, não é?

- O que foi, Juno? Está quieto desde entramos no trem.

- Nada demais. – respondeu Juno. A voz dele parecia forçar um sorriso – Estava pensando no ano letivo.

- Ah, esqueça isso!

Houve um barulho lá dentro que sugeria que alguém se levantava. Os três voltaram rápido para a cabine cheios de indagações na cabeça.

- Eles disseram Marotos, vocês ouviram, neh? – disse Tiago.

- Sim. – disse Al cheio de duvidas na mente. - Os Marotos eram o grupo que o vovô fazia parte nos tempos de escola. Mas o que eles quiseram dizer com tudo aquilo?

- Eu não sei. – interveio Rosa.

Depois de um tempo conversando e tentando saber sobre o que se tratava essa tal Blue Effect e a relação com os Marotos, eles se arrumaram e se prepararam para o desembarque. Estavam chegando.

Depois de atravessarem o lago numa flotilha, só conseguiam se ocupar falando sobre como Hogwarts era mais incrível do que pensavam. Tiago não estava mais com eles. Era do segundo e ia de carruagem para escola. O Al e a Rosa dividiram o barco com um garoto loiro de olhos cinzentos e uma garota tagarela que compensava o silencio do menino.

A seleção para as casas deixara Al muito nervoso. Principalmente depois que vira o Grande Salão abarrotado de calouros. Ele logo fora chamado, e quando o Chapéu Seletor fora colocado em sua cabeça, ele fechou os olhos e seguiu o conselho do pai, pedindo para não ir para Sonserina.

- Muito interessante. – disse o chapéu se contorcendo cobre sua cabeça – Parece que os Potter têm pouca disposição para Sonserina. Mas não vejo casa melhor para manda-lo senão a... GRIFINÓRIA!

Uma salva de palmas e gritos tomou conta de salão.

A seleção continuara e logo Rosa se juntara a ele, e o garoto de cabelos loiros que descobriu ser Escórpio Malfoy, foi para na Sonserina.

Durante o banquete, Al lançou um olhar para a mesa da Corvinal ao lado. Não foi difícil encontra Margareth com suas madeixas coloridas. Mas esta estava de papo com uma garota toda sorrisos. Luc, o garoto de sobrancelhas grosas dava tapinhas nas costas de Escórpio dando boas vindas ao novato em sua casa. Fora isso, a única coisa realmente perturbadora fora as ervilhas que Tiago jogara em sua cara enquanto ele tentava equilibrar o purê de batatas no garfo.

Depois de outro discurso de Minerva McGonagall, todos foram para suas respectivas casas. A sala comunal da Grifinória estava cheia de gente aquela noite. Al e Rosa foram apresentados por Tiago a seus amigos e logo depois foram para seus quartos. Suas coisas estavam sobre uma das camas do dormitório, junto com Lusco-Fusco, sua coruja-das-torres. Ele a soltou e ficou a vendo voar para longe, para além da floresta escura que rodeava a escola. Quando estava fechando a janela ele viu um movimento estranho no pátio lá embaixo. Eram pessoas. Umas cinco delas. Suas capas negras se moviam ao vendo como uma coisa semiviva. Iam em direção à floresta em passos largos. Quando sumiram na escuridão da floresta, Al se afastou da janela e fora se deitar. Naquela noite ele sonhara com Hogwarts e seus novos amigos. Mas tinha uma estranha sensação de que sempre havia alguém ou alguma coisa tentando entrar na escola.

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