A escolha é sua
Harry desviou e se afastou.
Aquela mulher era realmente atraente, mas lhe faltava algo... Então como um flecha lhe veio o que faltava: Ela não era Hermione Jane Granger...
Enquanto Harry foi até a estante, Maristela sentou-se na cama. Harry deixou lá algo e depois foi até a porta. Ele pôs a mão na maçaneta e a abriu. – Por favor.
Maristela franziu a testa e levantou-se da cama. Andou até ele. -Você não quer realmente isso – e tirando cuidadosamente a mão dele do local, fechou a porta.
A mulher se aproximou dele novamente. – Harry... – ela tocou sua face. - Eu gosto de você. Nós estamos sozinhos aqui... Tudo é tão simples.
Ele ergueu a sobrancelha. – Não. Maristela querida. – Harry tentou sorrir. – Você é uma ótima profissional, uma excelente companheira... de trabalho. – ele pausou. - Não confunda as coisas, por favor.
Ela continuou a olhá-lo, mas desta vez como se não o enxergasse. – O que quer dizer com isso?
-Estou tentando dizer que você, pra mim, é uma amiga. Apenas.
-Mas... Você, eu... – falou confusa. - Eu pensei que você...
-É. Acho que tenho certa culpa, não é? – perguntou calmamente. – Sabe, vou te confessar. Eu lhe acho uma mulher atraente, e até cogitei a idéia de chamá-la pra sair... – ela segurou seus ombros. Harry a afastou. – Há semanas atrás.
-Como você pode mudar de idéia tão rapidamente e não se arrepender?
Ele sorriu docemente. - Porque, nessas semanas, não estive parado. Estava tão absorto no trabalho, nas situações do dia-a-dia que nem olhava pro lado. Mas nessas semanas por sorte, olhei. Bom, na verdade não olhei, estava ali e eu segui sem perceber e agora descobri, acho que não tem mais volta.
-Pode ser mais claro?
-O caso é que – ele abriu novamente a porta. – Eu não posso ficar com você. Estaria me traindo, e ferindo mais de uma pessoa nesse percurso, pessoas que não quero mal. Pessoa que quero sempre ao meu lado – ele lhe deu espaço. – Além do mais há um certo alguém que me espera e que eu não quero decepcionar, porque, simplesmente – ele fechou os olhos. - eu quase a idolatro...
-É a Granger não é? – perguntou quando estava de costa para ele, na saída.
Silêncio.
-É. É a Mione. A pessoa mais especial para mim, a mulher que estou amando, a alma mais linda que já encontrei, a amiga mais fiel e solidária que já terei, a amante mais perfeita que já tive. É a minha melhor amiga Hermione.
A cada palavra que Harry diria a loira sentia o ar faltar. Ela fechou os olhos, e por um instante desejou ser Hermione. Ela respirou fundo para se estabilizar e sem olhar para trás caminhou. A mulher entrou no elevador e sumiu com o fechar da passagem.
Harry trancou a porta atrás de si. Ele estava cansado, mas sem sono algum. Sentou-se na cama e olhando a porta, suspirou. Olhou pro lado, na mesa de cabeceira, sua varinha, um telefone e catálogo. Jogou ali a chave do quarto.
Tirou a blusa e depois o cinto da calça, deitou-se com as luzes acesas e de óculos, seus olhos presos, agora, no teto...
Sem sono, sem paciência, sem algo pra fazer, sem alguém para conversar, sem disposição para ler ou ligar a televisão, sem nada.
Só mais uma noite, lembre-se.
Graças a Merlin...
Faltam apenas algumas horas agora. Você estará de volta ao seu lugar.
Não acreditava na noite que se passava. Uma noite em claro. Há quanto tempo isso não lhe acontecia? Desde os tempos de escola?
Calma, ele clamava paciência. Tirando os óculos ele se forçou a dormir. Virou para o lado, pôde ver a janela aberta, trazendo para ele uma brisa agradável e reconfortante. A noite sem estrelas o anuviando, tornara-se sua companheira nesses últimos dias, boa amiga. Ela podia lhe entender? Podia escolhe o ‘plano de fundo’ do céu por seu humor? Poderia, a noite, fazer a lua somente vigiá-lo?
Tudo foi ficando sem nitidez e cor, Harry se deu conta que estava fechando os olhos, pois estes pesavam...
-Logo vai amanhecer... – murmurou antes de dormir.
*************
A noite estava mais fria. Mesmo estando em sua cama, quente, ela podia sentir; sentir a distância, sentir a saudade e o temor. Sentia até o cheiro do ciúme.
Descobrindo-se e pondo os pés no chão, ainda sentada, olhou para o despertador, este indicava que nesse momento ela deveria está dormindo. Ela deu um muxoxo e olhou novamente para cama, tentada. Balançou a cabeça, não conseguiria dormir com aqueles pensamentos. Levantou, pôs o roupão. Desceu as escadas, indo para a cozinha, piscou e esfregou os olhos para se acostumar com a escuridão. Ligou a luz e foi até a geladeira. Franziu a testa, o que queria mesmo? A fechou.
-Ah. sim... Suco – abriu a geladeira novamente e pegou a Jarra.
Encaminhou-se para o balcão, pegou ali mesmo um copo e o encheu. Aquele silêncio a estava incomodando, nunca a tinha deixado tão atordoada e ansiosa como agora. O que era aquilo? O dia logo chegaria e tudo voltaria, finalmente, ao normal. Era apenas mais uma noite, só mais uma!
O que lhe deixava tão mal? O que lhe estava dando medo? Era somente a distância? Mas, muitas vezes, já havia se afastado de Harry. Já havia estado mais de três meses sem vê-lo. E até alguns dias sem falar com ele. Muito tempo sem nem tocar em um braço seu... Não seria tão difícil ficar só hoje.
Mas ainda assim dava medo. Alguma coisa ia acontecer. E ela não tinha certeza se era algo bom... Queria tanto conversar, só pra ter certeza que era ela que Harry queria.
Não, não podia ser tola. É claro que ele estava certo do que desejava. Eles estavam juntos, não iria mudar. Conheciam-se há anos, eram, acima de tudo, amigos. Velhos e bons. Não, a amizade não iria se evaporar, fora apenas mais um passo em seu relacionamento. Um grande passo, mas ainda assim, poderia sentir Harry como antigamente, - certo que antes não o tocava daquele jeito, nem o beijava assim, seus corpos não retribuíam caricias cúmplices e se dividiam a mesma cama, era somente como irmãos. – aquele doce amigo, que deixava sua casa só para consolá-la, que ficava até tarde resolvendo questões que nem condiziam com seu departamento no trabalho. Aquele homem que já a salvara tantas vezes que perdera a conta. Aquele homem com os olhos mais belos que já vira e com um sorriso que enfeitiça. E que, por sinal, tem um poder surpreende em seu corpo.
Pôs o copo na pia e desligou a luz. Seus olhos ardiam, tinha que deitar. Foi esgueirando-se até conseguir chegar ao fim da escada e, depois de alguns passos, encontrar a maçaneta da porta e lentamente a girar. Pensou estar num filme, ela estava mesmo esperando encontrar algo ali?
Céus! Ela precisava dormir. Nem estava conseguindo ficar em pé normalmente, ela, na verdade, não estava conseguindo manter os olhos abertos por mais de dois segundos.
*******************
Ele finalmente estava de volta...
Com inúmeros contratempos, mas ainda assim, satisfeito. Finalmente voltaria para sua terra, finalmente entraria naquele seu apartamento. No seu lugar preferido, depois, claro, dá própria amiga, que ele considerava seu porto, imperturbável.
Oh, ele era apenas Harry Potter, alguém cujo significado do nome poderia ser ‘encrencado’, ‘iluminado por uma força estranha que lhe trás confusão’.
E sabe do que mais? Ele estava pouco se lixando pra isso quando saiu daquele quarto de hotel, com suas malas. Ele estava pouco se importando com tudo a sua volta, era como se só vislumbrasse borrões, coisas pouco nítidas. E aquilo era muito bom, tinha que admitir.
*************
-Bom tarde Srta. Granger – a novata levantou-se rápido, de um salto.
-Maravilhosa – ela entrou em seu escritório.
-Acho que teve um bom almoço – murmurou para si, sentando-se e soltando a respiração.
A porta abriu.
-Quer alguma coisa? – perguntou a secretária.
-Não querida. Nada – Hermione respondeu olhando os papéis em suas mãos. – Ou melhor. Você pode enviar esses textos para os respectivos destinatários? – a mulher assentiu. - Os nomes estão acima de cada manuscrito. Certo?
-Sim... Tudo bem.
-Obrigado.
-Ah. Srta. Acho que gostaria de saber os aurores chegaram. Acho que uns dez minutos depois de ter ido almoçar... – Hermione ponderou.
-Obrigado novamente.
-Não faço mais que minha obrigação – mas Hermione já estava a divagar.
Ótimo. Alguns aurores haviam chegado.
Ele sempre era um dos últimos, mas quem sabe? Desta vez poderia ser diferente.
Era fato que Hermione nem conseguia pensar nisso enquanto caminhava pelos corredores monótonos do ministério... Ela era toda uma mistura: ansiedade, nervosismo, saudade, um pouco de sono e desejo.
Não conseguia esconder o sorriso e todos haviam reparado que misteriosamente, Hermione estava muito mais pacifica e paciente esta tarde.
A velocidade pela qual passava pelas pessoas e a questão que fazia de não escutá-las, era seu próprio recorde. Mais um corredor. Alguém parou e... coitado, ou coitada, seja lá o que for – ou fora - quase foi levado junto. Não que ela realmente tenha se importado. Quem manda ficar na frente?! E também, por favor! Parar num corredor de trabalho?! Inadmissível. Ah... E também, aquilo nem machucou... Nem poderia. Era apenas chão, não poderia ferir tanto assim, poderia? – ela deu uma rápida olhada pra trás, nada viu. Bom sinal. – respirou fundo e continuou a sua caminhada.
Escada, ela preferia escada. O elevador naquele momento deveria estar abarrotado. Pessoas e mais pessoas, subidas e descidas por ordem de chegada... Quem fora o idiota que inventou esta nova regra? Hmm... é. O novo ministro...
**************
-E então ele pediu que, por favor, eu me retirasse.
A outra mulher a olhou horrorizada. – Ele é gay?
-Não! Oh, Deus. Não! – Maristela cruzou os braços. – apenas não gosta de mim. Acredita?
-Eu ainda acho que é muito suspeito esse comportamento dele.
A loira revirou os olhos. – Não há nada de suspeito. Ele é um cavalheiro.
-Até demais não acha?
-Eu sei. Eu sei – sentou-se no sofá. – é tanta injustiça... Estava a centímetros dele, você entende?
-Bom...
-Não. Nunca vai entender. É como se eu estivesse sem pássaro algum na mão, visse muitos a minha volta. E quisesse muito, mas não pudesse me aproximar, porque algo me prendia. Eu estava do lado de fora. E estava tão próxima, ao mesmo tempo. E não podia tocar porque não era meu e nunca será.
-Dramática...
-É melhor... você... calar, essa, sua, boca. Nadia.
-hu hu. – se dirigiu a porta do escritório. - Tudo bem. To saindo. To saindo – ela fechou a porta atrás de si. – dor de cotovelo se curte sozinha mesmo.
-Cala a boca! – ela apareceu.
Hermione parou olhando de uma pra outra.
-Se você diz – Nadia disse sorrindo amarelo.
-Boa tarde, Granger.
-Boa tarde – disse franzindo a testa. Hermione ia seguir o caminho, mas parou.
-Sim. Harry chegou conosco – suspirou. – deve estar lhe esperando.
A morena ergueu a sobrancelha. Quem ia perguntar sobre o Harry? Eu! Eu ia!.
Ao menos ela não está chorando e me acusando de ter deixado Harry morrer. Ela estremeceu.
-Hm. E como foi a viagem? - aquilo estava ficando estranho.
-Calma. Apenas alguns mal-entendidos... com o material que nos passaram, sabe? Erro do departamento.
-Viagem desnecessária? – indagou, imaginando o quanto de tempo tinha perdido sem Harry. Os momentos que havia perdido. Os beijos que deixara de receber, os abraços e os carinhos. Os sorrisos que perdeu e imaginou as coisas que poderiam ter sido faladas...
Maristela sorriu. – É – Hermione soltou uma exclamou inaudível e girou os calcanhares.
-Vou falar com ele. Imagino como deve estar.
-Acredite. Poderia ser pior...
Pior?!
Pior que ter tido insônia com medo dele ter morrido e não voltar? Pior que não sentir vontade de comer mesmo sabendo que você deve? Pior do que o medo de saber que ele poderia estar com outro alguém? Pior do que ter que ficar sem senti-lo, olhá-lo? Ou falar, qualquer coisa, com ele?
Não, não poderia ter sido.
*************
-Srta. Granger... Precisa ser anunciada.
-Não se preocupe com isso – ela respondeu abrindo a porta.
-Mas...
Harry olhou para a porta. Ali encontrava-se sua amiga, com um sorriso tranqüilo, uma mão para trás, devia estar trancando o lugar. Harry se levantou e se posicionou a frente de sua mesa, encostando-se nela.
-Oi.
-Depois de vários e vários dias... – ela andou ao seu encontro. – É só um ‘oi’ que recebo?
Ele sorriu a olhando de lado. – E o que eu deveria fazer? – perguntou, dessa vez, ele se aproximando. – Não, não me diga... Deixe-me adivinhar – ele sussurrou. – Deveria pegar sua mão... Assim. Levar até meus lábios, assim... e beijá-la com delicadeza. Desse modo. – ela sorriu. - Depois, lhe trazer mais próxima a mim, - ele ergueu uma das sobrancelhas, segurando sua cintura e puxando-lhe. – Tocar seu rosto, com todo carinho, e beijar sua face. Desse modo. E então eu deveria dizer – ele se aproximou de seu ouvido. – Senti sua falta, minha linda – Hermione arquejou, fechando os olhos. – E então – continuou em seu ouvido, baixinho. – Eu a tomaria com meus olhos. Bem assim. E, depois de perceber que os seus estão tão hipnotizados quanto os meus aos seus. Eu deveria lhe beijar. Apaixonadamente – ele continuou a observá-la.
Hermione tentou resistir e esperar que ele fizesse o que dissera. Mas seus lábios estavam formigando com a proximidade. Ela levou seus braços até o pescoço dele e aproximou mais ainda seu corpo do dele. Ela já estava ficando tonta enquanto seria novamente o corpo do amigo. E queria se perder logo nele, e nunca mais voltar.
Então, ela o beijou. E no mesmo instante não sabia mais onde estava, sentiu que o mundo desabava abaixo e atrás de si. E que era somente eles ali e ansiou que sempre seria.
-Mione, nós precisamos conversar...
-Sei – ela desamarrou sua gravata. – eu sei – Harry realmente duvidava que Hermione estivesse ouvido algo enquanto, distraidamente, tirava sua blusa. Ele segurou seu rosto, com um sorriso enviesado.
-Você ouviu alguma coisa?
Ela balançou a cabeça negativamente, sem cerimônia, desculpa ou explicação. E ficando nas pontas dos pés, murmurou.
-Estava mais entretida nos belos botões da sua camisa... – ela continuou desta vez com as mãos segurando a cintura nua dele, por dentro da blusa, que já estava toda desabotoada. – Surpreso? – ela ergueu uma sobrancelha. E o beijou antes que ele dissesse algo.
-‘Surpreso’ é pouco – murmurou respirando fundo. – Mas eu também tenho truques, srta.
-Seria um prazer observá-los – ela sorriu maliciosa. – mas saiba que eu não vou facilitar, Sr. Pot...
Harry a tomou, beijando-a quase como violentamente, a puxou para si, a levantou e a pôs sentada em sua mesa.
Hermione nem tinha como protestar. Ele a beijava com desejo e aquilo estava lhe deixando sem ar, o corpo todo arrepiado. Ele mordiscou seu lábio inferior, pronto, não conseguia mais resistir... Num impulso ela enlaçou o pescoço de Harry, fazendo-o rir entre os beijos. Ela gemeu quando Harry passou a explorar seu pescoço, respirando ali, cheirando, beijando-o.
-Mione.
-Hmm hmm? – ele lhe beijou.
-Estou apaixonado por você. E não quero te perder.
-Você não vai – respondeu o olhando e acariciando seu rosto. – E, eu não sei se você sabe, - ela gesticulou. – Mas eu estou apaixonada por você, Sr. Potter – ela disse ternamente encostando o dedo em seu nariz. – E não quero perder nada que conseguimos até aqui. Não quero tirar nada.
-Tenho que te contar o que aconteceu lá, na viagem. Você nem perguntou.
-Me desculpe Harry. É que eu estava com saudade – ela encostou sua testa na dele. – muita saudade. E o que aconteceu?
-Bom. Descobri que Maristela gosta de mim.
Hermione estreitou os olhos. – Como assim? – ela se afastou um pouco.
Harry sorriu. Ele não estava fazendo isso pra que ela tivesse ciúmes estava? Isso estava dando certo. – Ela foi lá no meu quarto, outra noite.
-No seu quarto? – Hermione não estava sentido satisfação naquilo.
-Me disse muitas coisas... sabe.
-Não. Não sei. Mas tenho certeza que você vai contar não é mesmo? – indagou.
-Claro.
-Então...?
-Estávamos sós lá, no meu quarto. Onde antes entrava solitário – ele suspirou. – E então do nada ela passou a das em cima de mim.
-Do nada? – ela ergueu uma das sobrancelhas.
-É. Então eu me afastei e pedi que ela se retirasse. Mas ela não o fez – ele tinha que continuar sério. Só faltava um pouco. – E me lembrou, sabe, que estávamos sozinhos, disse que gostava de mim e tentou me beijar...
-O que?!
-Eu já disse que ela tinha fechado a porta atrás de nós?
-Mas você é ordinário mesmo! – ela pulou da mesa.
-Mas eu ainda não terminei.
-Eu nem quero saber mais. Seu, seu... Grr.
Ele a trouxe para si novamente. Hermione tentou se afastar. – E então eu disse que eu não podia.
-Eu não quero ouvir!
-Eu não podia ficar com ela porque não gostava dela desse modo. Que gostava como uma colega de trabalho.
-Deixa vê se adivinho... Ela não desistiu? – Hermione tentou mais uma vez, em vão, empurrá-lo.
-Como você sabe?
Ela revirou os olhos. Estava tão enciumada que nem percebeu o sarcasmo na voz dele.
-Então... Disse lhe que, o que eu sentia por ela era apenas amizade. Ela ficou confusa. E aí complementei, dizendo que a achava atraente – Hermione o olhou incrédula. – e que havia cogitado a idéia de sair com ela... Há semanas atrás.
-E...?
-Bom, para resumir. Disse que se ficasse com ela, estaria me traindo, e traindo pessoas que não queria magoar. Expliquei que eu já tinha alguém muito especial e que nunca faria nada para perder esse alguém se pudesse evitar. Que essa pessoa eu não queria decepcionar.
Hermione que havia fechado os olhos para não ver o rosto de Harry, se arrependeu completamente.
-Quê? – ela estava confusa.
-Maristela perguntou se essa pessoa especial era a minha amiga Hermione Granger – ele continuou. – E eu disse que sim. Que era a minha melhor amiga, o ser mais especial pra mim, a alma mais linda que conheço. A mulher que estou amando. E que tenho um medo tremendo de estar sonhando e um medo ainda maior de acordar algum dia e não te ter ao meu lado – ele anelou. – que tenho medo de ferir, mesmo sem querer. Porque eu amo, demais, demais, demais, você.
Sabe aquela sensação de está tudo agora no seu corpo?
Que você percebe a gravidade da situação nesse instante? E as conseqüências, que você nem tinha imaginado, aparecem, assim, do nada pra você?
Ela agarrou seu pescoço. – Você não podia ter feito isso comigo... – ela chorou. – Olha como estou, totalmente descomposta... Só você mesmo, Harry. Droga – ela bateu no ombro dele e segurou seu rosto e o beijou. Com todo carinho, com todo desespero e medo das últimas semanas, com todo amor e deixando sua raiva evaporar por senti-lo em si. – da próxima vez, - ela lhe deu um selinho. - que você, - e outro - tentar, - outro- mais uma, coisa, dessa, eu juro, que, não, me, responsabilizo, por, meus, atos. – e outro, outro, outro, outro e outro...
-Eu prometo Hermione, tentar, por você, ser alguém perfeito. Te amar e respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, pro resto da minha vida.
-E eu prometo nunca te deixar. Prometo que quando você acordar, vai me ter ao seu lado sempre, agarrando sua cintura ou enroscando minhas pernas nas suas... Prometo te ter sempre como meu, aconteça o que acontecer. E que em toda eternidade só amarei você... e
-E a nossos filhos – ele completou antes de possuir os lábios da mulher. Reclamar como seu.
Epílogo
Para alguns foi uma surpresa incrível, para outros já estava na hora de revelarem a verdade. As fofoqueiras do ministério ficaram realmente contentes com o mais novo e fresco boato confirmado que circulava por todos os departamentos do lugar.
Gina quase caiu da cadeira quando soube que Harry e Hermione já haviam marcado a dada do casamento. Primeiro porque ela nem sabia que estes estavam juntos. Segundo porque ainda teria que escolher um vestido para a ocasião, e ela estava muito atrasada, ela seria a madrinha da noiva.
Rony deu um sorriso brejeiro e claro, passou a importunar os amigos. Não poderia deixar aquilo passar em branco, ainda mais numa oportunidade como esta...
Draco que agora estava saindo com Maristela também foi convidado, assim como a loira.
A festa fora perfeita, todos estavam muito satisfeitos.
Amigos, colegas de trabalho, companheiros da guerra, professores, estavam lá. Se divertindo, relembrando. Desejavam ao novo casal vinte da história um lindo final feliz.
Pena que eles não ouviram todos... No meio da própria festa os noivos sumiram... Misteriosamente.
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-Você é um louco... – ela ria enquanto levantava o vestido para se locomover melhor.
-Eu sei, esqueceu que a razão dessa dupla aqui é você? – ele murmurou a beijando.
-Harry! Alguém pode aparecer.
-Meu amor... Estamos casados – ele falou baixinho no ouvido dela.
-Sei – ela fechou os olhos. – onde você pôs as malas?
-Lá no carro. Está tudo pronto.
-Pra onde vamos?
-Segredo.
-Harry?! – ela se aproximou. – Você acha que eu não mereço saber? – ela o beijou, esperando que dessa vez desse certo. Como ele conseguiu até agora esconder a sete chaves onde iriam passar a Lua de mel? E nem sob ameaça tinha aberto o jogo. - Por favor!
-Eu me rendo - Harry tirou do bolso duas passagens de avião.
-Paris?!
-Harrã.
Ela lhe prendeu num abraço e colou seus lábios no dele. – eu amo você, Harry James – disse ainda com os lábios no dele.
-Amo você. Hermione Potter.
Um barulho.
-Acho melhor irmos. Eu não quero mais dividir você.
-Minha linda ciumenta.
-Eu não sou... hã. Esquece. Vamos nos atrasar – Harry riu.
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-Harry...
-O que foi, querida?
-Eu fiz o teste hoje...
-E? – ele a olhou em expectativa.
-Estamos grávidos – ela disse sorrindo.
-Oh! Merlin! – ele quase gritou. – Mas isso é maravilhoso, Mione! – ele a abraçou. Depois de soltá-la, Hermione pegou a mão dele e pôs em sua barriga, que mal podiam reparar a diferença. – Temos que comprar os móveis... O enxoval. Escolher o nome... – ele deslizou a mão pelos seus lábios. – O que você acha? – perguntou lhe dando um beijo na testa.
-Será um menino – ela sorriu com convicção.
-Um menino?
-Tenho certeza – ela murmurou segurando a barriga. – E nome...
-Acho que ainda temos tempo pra decidir o nome... não acha? – Harry perguntou em seu ouvido. A abraçando por trás.
-Hmmm. Tem razão – ela segurou sua nuca.
-Eu sei – ele sorriu malandramente lhe pegando no colo. – Acho que você deve descansar Sra. Potter.
-Eu não quero descansar... – fez biquinho, enlaçando seu pescoço.
-Ah. Mas tem sim... – ele estava subindo as escadas. – ela, a Sra. Potter, precisa ser muuuito mimada...
-Precisa?
-Oh. Sim. E conheço um certo alguém que não cobra nada pra isso. E ainda faz com muita boa vontade.
-Mesmo? – ela, com uma das mãos, segurou o queixo, pensativa. – interessante, muito interessante. – ela sorriu. – Olha, deixa pra lá... Eu não quero esse alguém não. Me contendo com meu amigo, sabe? Ele se chama Harry, você deve conhecer.
-Nunca ouvi falar...
-Mas que absurdo! Todos o conhecem ou acham assim. Porque só uma pessoa teve a sorte de tê-lo pra si e lhe conhecer de verdade.
-E quem seria essa pessoa? – parou a frente do quarto que estava aberto.
-Isso. Meu caro. É um segredo federal...
Ele sorriu e entrando, puxou com o pé a porta. Fechando-a.
Fim
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