Meus pais



Já vai, não sou surda! – Hermione reclamava enquanto ia atender a porta (alguém batia direto). Fala sério, em pleno fim de semana e acordando-a cedo?! Tinha que ser sério. Puxou seu robe mais para si.



Quando abriu a porta assustou-se, a sua frente havia o buquê mais lindo que já vira, com rosas brancas e, no meio, uma única vermelha (era a mais graciosa). Quando ela pegou o buquê, ficou espantada ao perceber que era simplesmente Harry levitando-o, ele tinha um ar cansado e ao mesmo tempo não deixou de sorrir ao ver o quanto os olhos da amiga brilharam com o singelo pedido de desculpas.



-Desculpe por te acordar tão cedo.



-Não se preocupe, estava acordada. – mentiu. – Venha entre, tenho pra mim que ainda não tomou café, certo? – perguntou dando espaço para que o amigo passasse.



-Exatamente Srta. – ele entrou. - Não estou atrapalhando nada não é? – indagou observando a casa.



-O que você estaria atrapalhando, Harry?– falou lhe puxando para a cozinha.



-Bem... – Harry deu um sorriso sórdido.



-Oh! Por favor! – ela balançou a cabeça. – Você saberia se estivesse. – ela completou. – Sabe onde estão as coisas, então eu vou lá em cima para ficar mais apresentável, porque...



-Deixa de ser boba, Mione. – interrompeu. - Não está vendo como estou? Todo errado, um bagulho. Se você se organizar eu vou me sentir mal! – ele brincou. – Ah! Não me olha assim. Não quis dizer que você tava um bagulho. Sabe disso. – gesticulou, zanzando pela cozinha para fazer alguma coisa, estava varado de fome.



-Mais eu realmente estou um bagulho. Olha o meu cabelo.



-O que tem ele? Tá lindo.



-Mentiroso! – ela sorriu. Era bom ser elogiada, mesmo sabendo que é uma completa enganação, lhe dava um certo conforto. - Está quase como o da Marge (*deu pra entender né? Acho que é assim) Simpson.



-Tsc. Não sei porque vocês, mulheres, são tão exageradas.



-Não é exagero! – defendeu-se. – Você sairia na rua assim comigo? Com esse cabelo? – indagou incrédula.



Ele a olhou sem entender, que paranóia era aquela? Não conseguiu conter o riso. – Claro. – Harry desligou o fogão. - Quer ir agora? – Disse indo a sua direção e a pegando no colo.



-O que, ai! O que está pensando em fazer?



-Nada demais... – contestou sonso a carregando para sala.



-Nem pense nisso Harry James! Largue-me. – ele estava perto da porta. – Agora Potter! Não vou pedir de novo!



-O que? Eu não estou entendendo. Grita mais alto, daqui a pouco a vizinhança inteira vai estar na sua porta, para ver seu ‘desfile’.



Hermione abriu a boca e olhando Harry horrorizada fechou-a rápido. Então viu a varinha de Harry em seu bolso, ali, fácil e desprotegida. – Você não vai me largar não é?



-Não mesmo.



-Certo então. – Hermione encolheu os ombros e sorriu. – sinto muito, você quem começou, lembre-se. Estupore! – disse apontando a varinha para o homem. Harry caiu e por cima dele, Mione. – Acha mesmo que eu te deixaria me levar? – apontou novamente a varinha para Harry. – Finite Incantatem ! – Então se levantou e lhe ofereceu a mão.



–Ai Mione. Eu só estava brincando.



-Se machucou?



-Não.



-Ótimo. Isso é pra você aprender que não se brinca com uma mulher descabelada. – ela sorriu. – E não fica de cara feia. Vem. – e sem mais, agarrou seu braço e meio que empurrou, meio que arrastou Harry de volta para a cozinha. – To morrendo de fome!



Ele a olhou de lado. – Você sabe... Que isso... – parou na sua frente, impedindo que passasse. – Vai ter volta, não é?



-Pensei que você estivesse cansado demais para prestar atenção em meros detalhes. Mas não se esqueça que foi VOCÊ quem começou. Só me defendi como um amigo, ele é muito esperto sabe?, Me ensinou... – disse cinicamente.



-E eu crente que tinha lhe ensinado tudo... – falou balançando a cabeça desoladamente, Harry.



-Não se preocupe ele nunca vai tomar seu lugar. Não só por ele ter mais de 1,91 de altura, e ser bem divertido, muito menos por ele ser o melhor auror do país.



-Nossa. – murmurou parecendo impressionado. – Bem, vamos parar de falar desse cara que eu já estou ficando com ciúmes.



Ela riu. – Certo chefe. E então o que quer comer?



-Algo fácil, gostoso e sem complicação.



-Bem, lá na esquiva tem um lugar com um monte desses ‘pratos’. – contrapôs erguendo uma das sobrancelhas insinuante.



-Mione! Não acredito que você disse isso... – fingiu estar ofendido.



-Não disse nada de mais, Sr. Potter. Você é que tem uma mente muito poluída. E sempre vê ambigüidade em tudo.



-E no que você acha que estou pensando? Pois, pelo que lembre também não disse nada demais e se eu tenho a, como você disse, “mente poluída”, não sou o único por aqui, mocinha.



-Certo vamos deixar essa discussão de quem é mais ou é menos pra depois. – buliu. – É sério, estou quase comendo a primeira coisa que vier pela frente. – Harry foi para o lado. Hermione o olhou confusa.



-Só para não correr riscos.



-Seu bobo. – deu um tapa no braço dele.



Então eles se empenharam em fazer um café da manhã, qualquer que fosse.



-Hmm, parece que sua noite foi longa... – Hermione comentou observando-o. Harry estava com olheiras (mesmo assim não perdia o charme, incrível!) um pouco profundas, com ar cansado e ainda conseguia sorrir. Sinceramente, Hermione pensou, se estivesse em seu lugar, estaria com um humor péssimo...



-Não dormi nada...



-Ao menos serviu para alguma coisa?



-É serviu sim, para me fazer quase, por isso aqui – o homem juntou o dedo indicador e o polegar - esmurrar o Malfoy. – então bagunçou ainda mais o cabelo.



-Tadinho... – ela brincou. – Que ele fez, dessa vez?



-Esquece... Não é nada importante.



-Se não fosse importante você com certeza não iria querer bater no homem.



-Você me conhece Mione. Sabe que sou paciente, mas não quando se trata de Draco Malfoy.



Ela o estudou por alguns segundos.



-Bem. Tenho novidades. – ela pôs a xícara na mesa, olhando-o altiva. - Ia te contar, melhor dizendo, comunicar, - Harry ergueu a sobrancelha por essa voz meio atrevida meio divertida dela. – ontem, mas você não pôde ir.



-Que seria...?



-Você tem que ir comigo a um jantar que meus pais irão dar. – tinha olhos implorantes ou só foi impressão dele?



-Quando?



-Hoje à noite.



-O que?! Não, não posso. Mione, não vai dar. Eu quase não estou me agüentando em pé. Disse a você que não dormi esta noite.



-Não está entendendo a situação. Você tem que fazer isso por mim... – ela se levantou. - Vou morrer de tédio lá, sozinha!



Estranhamente, Hermione não gostava ir na casa dos pais quando havia esses jantares. Sempre dava um jeitinho que dizer que não poderia ir.



-E você acha que tenho cara de bobo da corte? – ele rebateu.



-Quer mesmo que responda? – ergueu a sobrancelha. – Pode me pegar?



-Não disse que iria.



-Harry, querido, - segurou seus ombros. – Eu preciso de você, esse jantares que meus pais dão – suspirou. – são um terror para mim, cheio de dentistas com as histórias mais escabrosas e... Se você rir, juro que te mato! – murmurou estreitando os olhos para ele. – Mamãe sempre dá um jeito de levar um filho desses amigos, entende?



Harry mordeu o lábio inferior tentando conter o riso. “Então era isso!”.

Ele não conseguia imaginar Hermione casada com um trouxa, muito menos um dentista. A verdade é que ele não conseguia idealizá-la casada...



-Tudo bem, Mione. Você venceu, novamente. – retrucou contrariado.



Tinha que parar com isso. Sempre que ela insistia só um pouco mais ele acabava cedendo, certamente que Harry também tinha seus truques. “Mas e se ela acostumasse? E se eu acostumasse?”.



-Salvou minha vida! – ela se sentou jubilosa em seu colo e lhe deu um selinho.



-Exagerada... – Harry brincou.



***



Hermione passou batom terminando de me arrumar, ao mesmo tempo em que a sua campainha tocara.



“Pontual como sempre”



Abrindo a porta encontrou Harry sorrindo docemente e pegou sua mão para beijá-la. – Senhorita Granger... Está vamos? - Estava lindo naquele terno verde musgo.



-Claro. Deixe-me pegar minha bolsa.



Ele abriu a porta do carro para ela. E logo entrou. – Você tem que me guiar para chegar na casa dos seus pais, Tudo bem? – Hermione assentiu. - A propósito, está deslumbrante, - ele a fitou. - Nunca vi tal beleza a minha frente, desse modo. – ele apontou para a mulher ao lado com um olhar sedutoramente brilhante. - Estou apaixonado... – terminou carinhosamente.



Como uma falta de ar momentânea, seus olhos brilharam e os seus joelhos fraquejaram...

Sorriu sem saber o que dizer, ele gostava de brincar dessa maneira, mas nunca tinha lhe afetado desse jeito... Agradeceu aos céus por estar sentada...



-Você também, Sr. Potter. – quase num sussurro contrapôs.



***



-Ai Minha filha! Que bom que você pôde vir! – A mãe lhe abraçou fortemente.



Harry achou a atitude da Sra. Granger uma réplica exata da Sra. Weasley.



-Boa noite, mamãe... Lembra do Harry, não é?



-Claro que sim! Como poderia esquecê-lo. – A mulher sorriu estranho para os dois. – Como vai Harry?



-Melhor impossível, Sra. Granger. – a senhora olhou encantada para Harry e ao mesmo tempo indagadora.



-Hermione seu pai já vai descer, está mostrando a casa para Eric.



-Eric, Eric da Sua amiga? – perguntou receosa.



-É sim o filho dela.



Hermione por um segundo sorriu amarelado, Harry a olhou de lado e pegou sua mão. – O que foi?



-Nada não. Só um pouco de dor na cabeça.



-Quer um remédio? – sua mãe perguntou preocupada.



-Está tudo bem mamãe... – Hermione disse revirando os olhos para Harry, ele sorriu. – Vem Harry. – pegou a mão dele.



-Meu amor! – um senhor com cabelos quase totalmente brancos.



-Oi pai! – Hermione falou alegremente abraçando-o.



-Olha quem está aqui. – o velho falou animado.



-Ah. Oi Eric.



-Olá Hermione.



‘Eric Santes, trouxa, vinte e quatro anos, é um loiro azedo que acha que tem chance comigo... Coitado. Formou-se em uma das melhores faculdades da Europa.’



-Papai, lembra-se do Harry, não é? – Hermione o chamou.



-Como vai? – perguntou Harry educadamente.



-Olá rapaz – Estendeu a mão. – não poderia estar melhor. Oh! Que cabeça a minha. Harry este é Eric, um amigo. Eric esse é Harry, ele é o...? – Olhou interrogativo para os dois.



-Amigo – Harry respondeu sorrindo enquanto Hermione abaixou a vista, visivelmente constrangida.



-Não entenda mal. É que eu nunca sei bem quando se trata desses dois. – murmurou sarcasticamente para o loiro. – Harry já tomou a atenção da minha filha de mim há tempo. – falou para que os dois ouvissem.



-Ora, o que isso Sr. Granger. Nunca chegarei a seus pés.



Hermione não sabia se agradecia ou não ao pai. Tudo bem que não suportava a presença de Eric, mas essas insinuações?! Totalmente infindáveis... Quem pensava assim?

‘Todo o mundo bruxo?’

Ela balançou levemente a cabeça. Já Harry parecia levar tudo na esportiva e lançava olhares brincalhões.



-Eu acho que você já superou – ele o olhou sério. E deu um sorriso meio saudoso a Hermione, como se pudesse vê-la ainda criança. Hermione olhou atentamente seu pai. E Harry agora com certeza estava sem graça. – Mas por que vocês não vão beber algo, aproveitar a festa.



-Claro.



-Acho que vou com vocês. – Eric disse.



-Um uísque certo?



-Certamente querida. Que amiguinho grude... Se eu for assim me avise que eu paro...– Harry sussurrou no ouvido dela, estava com voz de brincadeira mais ela percebeu logo que ele falava sério.



-Não... se preocupe você não é. – respondeu lhe dando um copo. – Quer alguma coisa Eric?



-Vinho branco.



-Aqui.



-Obrigado Mione.



Ela suspirou.



Bebendo uísque e encostado na parede com as pernas levemente cruzadas, encontrava-se Harry. Chamava atenção, mesmo sem querer para si...

É, (suspiro) preciso me concentrar no que importa...



-Hermione! Há quanto tempo não te vejo amiga! – uma mulher meio escandalosa, mais muito bonita, Harry observou, a cumprimentava.



-Olá Catherine. – Pronto a festa estava completa, pensou ela meio desgostosa. Não dava cinco minutos para a amiga pular no pescoço de Harry. – Deixe lhe apresentar. Este é Eric.



-Olá. – Catherine assentiu.



-E este é o Harry meu melhor amigo.



-Oi Harry.



-Prazer em conhece-la, Catherine.



-Pode me chamar de Cathy.



Harry ergueu uma das sobrancelhas para Hermione. -Bela festa não acham? – mudou de assunto apontando a volta com a mão ocupada.



-Espetacular. – Eric contrapôs. Mas Harry prestava atenção a outra pessoa agora.



-Parece estar entediada.



-Só impressão.



-Tenho certeza. Pelo modo que você bate o pé, e segura sua taça e umas ‘cositas’ mais – falou me observando-a melhor. Hermione olhou pro seu copo para ver como, afinal, estava o segurando.



Ergueu a sobrancelha. – Atencioso Sr. Potter.



-Você é minha melhor amiga, tinha que saber, não é mesmo?



-Não diretamente.



-Por favor Mione! Acredito que você saberia distinguir o meu humor.



-É completamente diferente... – balançou a cabeça em negação.



-E qual é a diferença?



-Bem... – Disse sorrindo. Seus olhos se encontraram com os dele e Harry estava com uma carinha de criança traquina. – Só é diferente.



Os outros dois pareciam ver uma interessante partida de tênis.



-Você antes tinha uma argumentação mais pesada Granger.



-É o álcool fazendo efeito. Você sabe como sou fraca pra essas coisas...



-Eu sei. – respondeu simples. – Me concede esta dança? – perguntou galantemente. – pondo o copo em uma mesa próxima e estendendo a mão galantemente.



Hermione ouviu a música, era lenta e acabara de começar. – Seria um prazer. – aceitando a mão dele.

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