Cap.2 – Jantar furado (?)
Cap.2 – Jantar furado (?)
-Então o senhor cicatriz tem um encontro com a amiga sangue-ruim?
-Não sabia que você escutava por trás da porta, Draco.
Draco agora era um auror e trabalhava juntamente com Harry. No entanto, não deixara aqueles antigos hábitos, ainda era preconceituoso e de certo, nojento. O moreno duvidava que Draco, um dia, fosse mudar...
-O que acha que sou Potter?
-Quer mesmo que responda? – perguntou sarcástico, tirando os olhos finalmente da pilha de pergaminhos que estavam na sua mesa.
-Harry! – uma mulher loira entrou na sala. – Ah. Desculpem-me... Não sabia que estavam em reunião... Hã, depois eu volto então.
Draco a olhou de cima a baixo.
-Não se preocupe Maristela, Mayfoy já estava de saída.
Draco estreitou a vista em direção a Harry e depois saiu imponente. – Terminamos a conversa depois.
-Claro que sim – Harry respondeu. – E Malfoy – o homem chamou quando o outro estava com a mão na maçaneta. - Cuidado com o que fala – Harry o olhou por cima dos óculos. – Palavras, muitas vezes, são mais perigosas que varinhas.
--Não gosto desse cara – a mulher falou depois da saída do loiro. – Ele me dá arrepios.
-Não se preocupe, Draco é do tipo que só ladra. – Harry sorriu. – Mas o que lhe trás aqui?
-Vim lhe entregar este relatório. Lembra? O que tinha me pedido ontem?
-Muito obrigado. – falou examinando o documento. - Você sempre eficiente. – Maristela corou.
Alguém bateu na porta.
-Entre.
-Ah! Harry ia me esquecendo. – uma mulher morena falou da porta. - Hã. Estou atrapalhando?
-Claro que não! – ele sorriu.
Hermione Granger, óbvio, ela parecia ter posto um feitiço fortíssimo em Harry Potter.
Harry só dava esses sorrisos radiantes para ela... Parecia que todos seus (e os dela) problemas se resolviam quando os dois estavam juntos, e o mundo... Que mundo?!
Sempre tão juntos, dá até nojo, OK, inveja...
Merlin! Eles só são amigos, pelo que dizem. Mas, nunca vi amigos com tanta dedicação como esses dois...
Não é possível!
Tenho de admitir, a mulher é bonita. Certo, muito bonita... É o que a Barbie queria ser, e ainda tem mais inteligência que a maioria dos homens e mulheres daqui.
Simplesmente: Irritante!
-Boa tarde Srta. Granger.
-Olá. – Hermione deu um sorrisinho um tanto quanto amarelado.
Maristela é alta, magra, loira e como Harry sempre diz: muito ‘eficiente’...
“Mas estranhamente você não gosta dela, certo?”
...
“Não é?”
Só a acho estranha, já falamos sobre isso.
“claro... estranha ! Nunca vi uma amiga tão zelosa quanto você.
Eu n-
-E então Mione? – como odiava quando discutia consigo mesma... Coisa chata! Além de ela perder tempo, e não havia fato pior, para Hermione, que perder tempo (ainda não)...
-Ah! Sim – ela voltou-se para Harry. – Você havia falado sobre um certo Jonathas Hurt ontem à noite, como estava sem nada pra fazer, dei uma pesquisada e achei um pequeno dossiê sobre o elemento, achei que ficaria interessado. – ela lhe entregou uma pasta.
-Hermione! Só... – tinha um ar reprovador.
-Eu sei, eu sei... Só tinha comentado, não precisava ter feito isso. – ela revirou os olhos. – Não foi nenhum trabalho, sabe como gosto de pesquisas.
-É, deveria imaginar...
-Esqueci de te entregar da outra vez. Então já vou indo. – Hermione ia sair. – até mais tarde.
-Até.
Maristela ergueu uma sobrancelha, contudo não disse nada.
Harry Potter, um homem estonteante. É inteligente, cavalheiro, bonito, carinhoso...
Evidente que a amiga também estaria interessada nele, se é, claro, que não estão juntos.
***
-Tomara que não tenha estragado nada entre eles... – ela dizia para si mesma enquanto andava distraída pelos corredores do ministério.
-Claro que tem que haver algo! Conhecem-se há anos. Não é possível.
-Eu já acho que é sim possível não haver nada.
-Ah! Eu não sei, eles parecem tão íntimos.
-Ah! Olá Srta. Granger! – uma senhora gordinha comentou rapidamente.
-Tereza, Cristine e Sandra. – A mulher assentiu olhando atenciosa para as expressões de cada uma, todas muito suspeitas... – Boa tarde. - Hermione voltou a andar.
Ótimo! Preciso vir menos aqui.
Ainda mais com essas fuxiqueiras que parecem tomar - parecem? Elas realmente tomam! - conta da vida de Harry e por tabela, da minha...
***
-Outra vez?!
-Comandos do ministro. – Draco simplificou. – Você sabe... Aquela antiga fixação por sua cicatriz...
-Não posso acreditar. – ignorou o comentário maldoso do companheiro.
-Também não estava afim de ver tua cara Potter, mas sem chance, às 9:30 na área restrita. – respondeu com sua típica voz arrastada.
Harry jogou o cabelo pra trás. - Estarei lá.
-Excelente.
Tenho que avisar a Mione...
“Por que sempre em cima da hora?”.
Escreveu em um papel justificando o por quê de não ir ao jantar e o enfeitiçou para que se ‘transformasse’ em um aviãozinho.
-Departamento de mistérios; Hermione Granger.
Mas ela já não estava mais lá.
Anotou então em um pergaminho e mandou sua Edwiges ir rápido avisá-la. Logo depois se dirigiu para a cantina o lugar fazer um pequeno lanche.
-E pensar que poderia estar comendo o delicioso jantar da Mione. – suspirou, quando olhou as torradas (Isso não são torradas!) frias da área de alimentação.
***
Hermione estava fazendo o jantar quando a coruja de Harry chegou.
-Olá Edwiges. – A mulher acariciou a linda ave branca. – Recado do Harry? – a coruja piou. – Vejamos.
Mione,
Me desculpe, eu não vou poder comparecer...
Acredita que terei que ir numa ronda com o débil - desculpe... – com o Malfoy?!
Sinto muito,
Harry
P.S.: Se sobreviver a tal tortura, amanhã a gente se encontra.
Boa noite, querida...
Ela ficou alguns segundos relendo o bilhete, depois foi terminar o jantar.
-Por que sempre ele?
_____
Quando estava indo dormir, estranhamente lembrou-se de um fato antigo.
Estava desencorajada de realmente dizer ou somente entregar-lhe isso pessoalmente...
Se risse, poderia acabar comigo, se o seu olhar fosse de compaixão, acho que nunca mais me atreveria a olhá-lo...
Mesmo duvidando que você seja rude para chegar a ponto de rir de algo tão sério...
Eu, não sei por onde começar...
Poderia ser por aquela vez que, depois de cartas vagas, encontrei contigo na Ordem ou quando você estava tão desesperado com o falso seqüestro de Sirius (perdoe-me por lembrá-lo disto), ainda no nosso quinto ano, onde você sofreu tanto... Mas não quero que você relembre ou sinta a amargura daquela época.
Sei que o nosso começo foi totalmente adverso ao que se tornou, uma grande e forte amizade.
Odiava sua prepotência e arrogância – aquele moleque encrenqueiro e seu fiel escudeiro consecutivamente metidos nas mais estranhas confusões – E eu, aquela certinha, sempre preocupada com ponto perdidos (previsível demais). – Eu sei, era uma neurótica – Mas tudo foi mudando, - minhas prioridades mudavam sem que percebesse – e a menina ‘certinha’, querendo ou não, foi corrompida. Indo também nas aventuras – antes consideradas ‘irresponsabilidade’ – do seu melhor amigo, quase irmão, meio guardião e meio protegido.
Certo, é que ainda estou criando coragem para chegar... lá.
Não sei como não percebe que tudo que quero é seu reconhecimento e se ganho a nota mais alta da classe, juro que apenas espero por suas congratulações...
O brilho que você emana só me atraiu para mais perto. E olho em seus olhos e vejo aquele carinho, que é sempre o mesmo. E você não percebe o quão os meus estão mudados, são misteriosos, e sabia que isso tudo é por culpa tua?
Mas é sim, toda e completamente sua. Você não podia ter me olhado com tanta intensidade, muito menos me murmurado ‘obrigado(s)’, para que eu tivesse que ler seus lábios (é torturante, eles não são meus), tão pouco, passar por mim com esse seu sorriso de ‘Ei, eu estou aqui! Só pra você, baby...’ (parece que é só para mim), nem fazer aquela cara, fofa, que sabe que está errado e não quer dar o braço a torcer... Enfim todo o seu jeito, meigo ou não, faz alarde aos meus olhos.
E se seu chão desabasse, estaria lá para te dar minhas mãos, pés, meus braços e pernas.
Porque são os meus sentimentos mais guardados, mais secretos, os que eu lutei com toda minha força para diminui-los, sem sucesso. Porque eu nunca quis ser só uma amiga, e agüentava tudo por você e assim como no fundo, talvez, não estivesse preparada para senti-lo como agora, como algo real e palpável.
Há tantos fatos que decorreram em todos esses anos. Talvez esteja exagerando, tenho pra mim que não vou descobrir assim, facilmente...
Todavia o que verdadeiramente importa, o fato é que, acho que te amo. E acho também que tudo começou quando você me salvou pela primeira vez, não digo que me apaixonei naquele momento, mas com certeza aquilo contribuiu. Se você não estivesse lá, naquele dia, tenho certeza que eu não estaria aqui, não quero menosprezar o Rony, sei que ele fez muito do todo, só estou tentando demonstrar o quanto és importante para mim.
E, no fundo, eu sei que você sabe de tudo que estou falando nesta carta.
Você finalmente sabe o que estava demorando a falar, e agora deve compreender o por quê de eu querer ficar algumas vezes sozinha. Só faço um pedido:
Encontre-me às onze horas no
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No entanto, ela não terminou a carta, muito menos a remeteu.
Seu lugar foi o lixo, nem se dera ao trabalho de rasgá-la, amassou e sentindo sua força sumir foi para seu quarto, já era tarde e era a única acordada, estava com insônia (bem que lhe avisaram que muito café traria conseqüências)...
Tinha que parar com essas idiotices... Tinha que ser o que naquele momento Harry precisava: Uma melhor amiga sem sentimentos, sem sentimentos (além de amizade) por ele, melhor dizendo...
Isso era tão antigo, até démodé.
Vida ingrata.
É claro que a mulher superou ‘isso’, era só uma mistura e confusão de sentimentos... Aquele ano eles tinham ficado muito mais próximos com tudo que ocorreu no sexto ano e a guerra proeminente... Só estava com medo de não ter mais Harry perto de si. Como quando, antes de se ‘achar’, de descobrir que era bruxa, dos meses sem amigos (verdadeiros) em Hogwarts. [/i]
-Só confusão. – E com isso se deitou. O outro dia logo viria e seria longo...
Pensando melhor, ele ainda tem aquela cara (que sabe que está errado e não quer dar o braço a torcer), só que vem agora vem junto com um sorrisinho sarcástico (do tipo que ele usa pra me dizer que não vai se desculpar).
E então ela adormeceu.
***
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