capitulo 3
Um pouco mais de uma semana tinha se passado desde o fatídico dia em que Ronald e eu quase nos beijamos. As coisas não estavam nada bem, não só comigo, mas em todo o mundo bruxo, as mortes haviam aumentado alarmantemente, os desaparecimentos também, a situação estava ficando insustentável. Quando eu parava pra pensar que somente Harry poderia acabar com isso, me sentia pior ainda, meu melhor amigo não merecia carregar o peso de todo o mundo bruxo sozinho nas costas. Respirei fundo o coloquei o profeta diário de lado, as pessoas estavam começando a se encaminhar para o café da manhã.
Já estava na metade do caminho quando Harry me abordou:
- Hermione custava me esperar pra ir tomar o café? – disse Harry um tanto sonolento.
-Pensei que você iria descer na companhia do seu amigo – disse num sussurro resignado.
- Hermione, por Merlin, vocês nunca vão parar com isso? Acho que eu preciso de um pouco de paz e ficar no meio do fogo entre meus dois melhores amigos não é nada pacifico. – disse Harry com um tom de irritação.
- Ok, desculpe Harry, tentarei não falar mais disso com você, prometo. Estava mesmo pensando em você antes de me abordar. Como estão as coisas, Harry?
- Bem na medida do possível, na verdade, são tantas coisas que eu nem consigo definir meu estado de espírito.
- Você já sabe quem vai levar no Baile de Natal do professor Slughorn? – eu disse com um sorriso irônico. Acomodamos-nos na mesa da Grifinória enquanto Harry pensava na resposta.
- Na verdade, não há ninguém que eu esteja interessado em levar... – disse ele um tanto distraído.
- Acho que você está interessado em levar uma pessoa que já está acompanhada. - suspiro – Harry, você tem que arranjar um par logo, todas as garotas querem ir com “o eleito” pro baile e você não imagina do que as garotas dessa escola são capazes de fazer quando tem uma ideia fixa. – digo enquanto me sirvo do meu mingau de aveia.
- Como se você não estivesse impedida de levar quem realmente quer também. – Você poderia ir comigo, Hermione, digo já que nenhum de nós vai com quem realmente gostaria de ir.
- Para sua informação Harry Potter, eu só tinha convidado o Ronald pra ele não se sentir excluído mais uma vez. E eu adoraria ir com você, mas já tenho outros planos e você terá que arranjar um outro par e tem que ser logo, a festa é amanhã anoite. – digo terminando meu mingau de aveia e me levantando da mesa, Ron e Lilá estão chegando agarrados como um par de enguias e não sou obrigada a lidar com isso. – Vejo você na aula, Harry.
A aula de transfiguração pela primeira vez foi a pior que já assisti na vida. Não que a professora Minerva tenha deixado de ser genial, mas sim pelo que aconteceu durante a aula. Provavelmente a culpa é minha, eu comecei, eu provoquei, acho que no fundo mereço o que aconteceu, apesar de que nunca esperaria tal coisa vinda dele. Durante a aula de hoje deveríamos entrar no tópico extremamente difícil da transfiguração humana, trabalharíamos diante de espelho, não me contive e ri debochadamente dos insucessos de Ronald, afinal essa era a única maneira que eu tinha de atingi-lo. Ele não deixou por menos, e juro nunca me senti tão humilhada quanto naquele momento, nem mesmo quando Malfoy me chamou de sangue-ruim. Ronald fez uma imitação cruel, porém exata da maneira que eu me levantava e sentava toda vez que professora McGonagall fazia uma pergunta e eu respondia. Lilá e Parvarti acharam a imitação do idiota engraçadíssima e o máximo que eu consegui fazer foi segurar as lagrimas enquanto esperava o sinal tocar.
Assim que o sinal tocou saí em disparada da sala de aula, deixando meu material escolar para trás, outra hora eu pegaria, não suportava mais um momento na presença daquelas pessoas. Enfiei-me no primeiro banheiro feminino que vi pela frente, me tranquei na cabine e deixei as malditas lagrimas virem e tomarem meu rosto, como ele podia ter feito isso comigo? E aquela vaca loira, que direito ela acha que tem de rir de mim? Como posso dormir direito dividindo o mesmo território que essa pessoa? Ouço leves batidas na porta da cabine, limpo os olhos com as costas da mão e tento falar com a voz mais composta possível.
- Tem gente nessa cabine, você não poderia se dirigir a do lado? – pergunto com uma voz fraca.
- Hermione, sou eu Luna, eu vi quando passou correndo pelo corredor, fiquei preocupada, você não estava com uma cara muito boa... Está tudo bem, Hermione? – disse Luna em um tom de voz preocupado.
Não pude deixar de me admirar que Di-Lua, digo, Luna Lovegood tenha prestado atenção em mim num corredor cheio de gente. Pensando bem acho que preciso realmente conversar com uma amiga, não posso falar com Gina afinal ela é irmã do desgraçado, nem com Harry, a situação dele já é complicada demais. Levanto-me, limpo meu resto o melhor que posso, abro a porta e dou de cara com Luna e seus imensos olhos sonhadores.
- Não Luna, eu não estou bem, mas eu vou ficar. - digo tentando controlar as lagrimas que parecem escapar de meus olhos mesmo sem meu consentimento.
- O que aconteceu com você, Hermione? Nunca esperei encontra-la tão abatida. – disse Luna preocupada.
Eu realmente aproveitei o momento e desabafei, falei tudo o que tinha acontecido na sala de aula e como isso tinha me magoado e enquanto eu desabafava com Luna, uma resolução se formava em minha cabeça, Ronald ia me pagar pelo que aconteceu, ah se ia
Luna me acompanha pra fora do banheiro onde encontramos Harry. Posso perceber pela expressão do rosto do meu melhor amigo que ele sente pena de mim, e que falaria palavras de conforto se soubesse o que falar. Respiro fundo, pego meu material que Harry fez a gentileza de trazer da sala de aula, Luna dava batidinhas distraídas em minhas costas.
- Ah, olá, Harry - disse Luna – Você está sabendo que uma de suas sobrancelhas está amarelona?
- Oi, Luna. Hermione você deixou seu material...
E ele estendeu-me os livros.
- Ah, sim. – eu disse com a voz um tanto quanto embargada. – Obrigada, Harry. Bem, é melhor eu ir andando.
Afasto-me em direção a ala oeste, enxugo os olhos com o estojo de lápis discretamente, enquanto ando, em minha cabeça há apenas uma ideia fixa: fazer Ronald se sentir tão humilhado quanto eu me senti. Ando distraidamente pelo corredor, quando viro para o corredor seguinte esbarro em alguém e meus livros caem no chão, me abaixo para pega-los e o garoto em que esbarrei se abaixa junto, olho pra ele e inevitavelmente um sorriso aparece em meus lábios. Esbarrei em Comarco McLaggen e agora sei exatamente o que fazer para irritar Ronald.
N/A Então gente, como vocês podem perceber tem alguns trechos do livro nesse capitulo.
Espero que tenha ficado bom.
Bom domingo :*
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