Winter
Londres, Inglaterra – 1810 - Inverno.
A lareira acesa iluminava o quarto escuro. Era inverno em Londres e passar a noite sentada em uma cadeira de balanço próxima a lareira era o que Marlene McKinnon mais gostava de fazer nessa época do ano. Marlene Black, como seu marido costumava corrigi-la, acariciou a barriga de modo carinhoso. Estava grávida há quase nove meses e logo sua pequena Hermione viria ao mundo e por isso ela tinha que terminar a manta que estivera fazendo nas últimas semanas para seu doce bebê. Seria o seu primeiro presente para sua filha.
A porta do quarto foi aberta e a mulher sorriu ao ver seu marido entrar com os cabelos negros cheios de flocos de neve.
– Lá fora está muito frio. – Falou Sirius caminhando até a mulher e dando-lhe um beijo na testa. – Quase congelei!
– Hmm... Coitadinho do meu marido. – Marlene alisou o rosto do homem e por alguns segundos eles se olharam apaixonadamente.
– Eu te amo. – Disse Sirius – E amarei ainda mais essa pequenina. – Falou alisando a barriga da mulher. Seus olhos caíram sobre o tecido nas mãos dela. – Não sei por que você mantém essa ideia de costurar essa manta. Já temos tudo que precisaremos para a Hermione... – A mulher colocou os dedos na boca de seu marido, o silenciando.
– Já disse que esse será o meu primeiro presente para nossa filha. – Falou Marlene voltando a costurar. – Você sabe Sirius que minha mãe fez o mesmo por mim e... Ai!
– Cuidado! – Exclamou Sirius ajudando a esposa. Ela havia espetado o dedo com a fina agulha e algumas gotas de sangue haviam caído no tecido branco que costurava. – Está tudo bem? – Perguntou ao ver a mulher olhar fixamente para o pano.
A mulher voltou a olhar para o marido, dessa vez não com um olhar apaixonado e sim de vontade e desejo.
– Marlene?
– Acabo de pensar, Sirius, em uma coisa extraordinária. Ao ver essas gotas de sangue manchar o pano branco e a neve em seus cabelos negros, isso me fez pensar que nada me agradaria mais do que a nossa filha ter a pele branca como a neve – Marlene levou as mãos ao cabelo do marido – Cabelos pretos como ébano, como os seus, e os lábios vermelhos como o sangue.
Sirius olhou para Marlene e sorriu.
– Você tem cada uma...
– Verdade! Escute o que digo Sirius, nada me agradaria mais do que uma filha assim. Você verá, nossa pequena Hermione terá todas essas características que acabo de dizer. Ela será a mais bela garota que esse mundo já viu.
– Se você diz, eu acredito. – Sirius beijou a esposa de forma carinhosa.
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Dois meses depois.
Sirius caminhava pelo quarto.
Olhou mais uma vez para a cadeira de balanço em que sua esposa costumava sentar quando ainda respirava e não se conteve, deixou que as lágrimas manchassem seu rosto.
Não podia acreditar que Marlene, sua esposa jovem e feliz, estava morta. Ainda mais difícil de acreditar era que sua esposa havia morrido ao dar a luz à sua pequena Hermione. Saiu do quarto deprimido. Tudo dentro dele o fazia lembrar-se de Marlene. Caminhou até o quarto de sua filha e ficou a observar a pequena dormindo em seu berço. Ela era exatamente como Marlene uma vez dissera que ela seria. Tinha os cabelos cacheados da cor do ébano, iguaizinhos aos seus, a pele branca como a neve e os lábios tão vermelhos como o sangue que corria em suas veias. Sua pequena era linda, realmente, era a mais bela garota que já tinha visto.
– Senhor Sirius, sua visita acaba de chegar. – O som da voz da empregada preencheu o quarto, mas Sirius não deixou de olhar a sua filha.
– Traga-a até aqui.
A empregada afirmou, mesmo que seu patrão não pudesse vê-la, murmurou um “Sim senhor” e saiu, deixando-o mais uma vez a sós com sua filha. Alguns segundos depois o som de sapatos de saltos batendo contra o chão do quarto fez com que Sirius ergue-se a cabeça e vira-se de costas para Hermione. Deparou-se com a visão de uma mulher alta, morena e de vestes pretas.
– Fico feliz por ter aceitado a minha proposta. Sua ajuda será muito útil para mim prima Bellatriz.
Um sorriso de maldade brotou nos lábios da mulher.
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Londres, Inglaterra – 1819 – Inverno.
Uma garotinha de cabelos pretos entrou no quarto correndo.
Encontrou o seu pai deitado na bela cama e segurou-lhe as mãos.
– Papai – Murmurou com os olhos cheios de lágrimas – O senhor vai melhorar, não vai?
– Claro que vou minha pequena. – Sirius falou entre toses. Sabia muito bem que não lhe restavam mais que algumas horas.
– Promete? – Perguntou Hermione com os olhos cheios de esperança.
– Prometo! E em todo caso, Bella sempre estará aqui ao seu lado minha querida. Sua madrasta foi uma verdadeira mãe para você todos esses anos. – Sirius olhou de lado em direção ao sofá onde Bellatriz, sua amada esposa, estava sentada vestida com roupas elegantes e com um olhar esnobe em seu rosto fino e pálido. Assim que notou o olhar do homem, ela ficou de pé.
– Vou ao banheiro.
Saiu do quarto onde sua enteada irritante desfrutava dos últimos minutos de vida do seu marido desprezível e subiu as escadas, indo para o segundo andar da casa. Andou até única porta presente no corredor e antes de abri-la, olhou de lado para ver se algum empregado bisbilhoteiro andava por ali. Abriu a porta e assim que pisou dentro do cômodo, o fechou. O quarto estava vazio, exceto por um grande objeto que estava oculto por um lençol branco. Puxou o lençol e o jogou de lado. Ao ver sua imagem refletida no espelho, tirou uma varinha de suas vestes e disse:
– Espelho, espelho meu, quem é a mais bela de todas?
Assim que o disse surgiu no espelho uma mancha preta que foi tomando conta de cada centímetro do vidro. E então, a mancha ficou do formato de um rosto e da boca formada no rosto do espelho uma voz grave disse:
– Senhora, vós sois a mais bela.
Bellatriz riu secamente e murmurou algum feitiço, fazendo assim, o rosto preto sumir. Com um gesto de varinha, fez o lençol branco cobrir outra vez o grande espelho e saiu do quarto, trancando-o com um feitiço.
Quando voltou ao quarto onde seu marido estava, encontrou a menina Hermione chorando sob o corpo de seu pai. O médico que acompanhava o caso lançou um olhar a ela que dizia que o pobre senhor Black havia morrido. Bellatriz foi em direção à menina e colocou uma mão sobre seu ombro. Hermione olhou para as unhas pintadas de preto de sua madrasta e depois para o rosto pálido dela.
E foi a primeira vez que Hermione Black sentiu medo.
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(N/A): Olá pessoas!
Finalmente voltei hein?
Espero que gostem da minha nova Dramione.
Queria pedir perdão a vocês, pois eu coloquei a fic no ano de 1810, e bom, eu não sei como eles falavam nessa época e tals. Coloquei a fic para ser de época por que achei que ficaria legal assim.
Outra coisa, a fic é tipo uma Snow White e espero que vocês realmente gostem.
E para os fãs de Hermione para Draco: Amanhã terá um novo capítulo!
Se quiserem visitar meu Tumblr: http://snowwhitequeen-redasblood.tumblr.com/
Comentários (1)
oi,vou ler sua fic,gostaria de saber se todos são mágicos
2012-04-29