O ano mais 'louco' em Hogwarts

Ala Hospitalar, Hogwarts, 1997 

 

Aquele certamente era o dia mais louco de sua vida. Já deveria estar acostumado, afinal, nunca tivera um ano em Hogwarts que pudesse ser considerado ‘normal’ para os padrões de um bruxo.

 

Viveu 10 anos infernais com os Durleys, seus tios trouxas, até descobrir que era um bruxo. Talvez a coisa mais sensata que tenha feito foi se tornar amigo de Rony Weasley, sucessivamente de toda a família de ruivos. Claro, nem tudo na vida são rosas e depois que começou a estudar em Hogwarts mais uma série de coisas estranhas aconteceram: primeiro ano: seu professor de DCAT tentou roubar a Pedra Filosofal a mando de Voldemort. No segundo aquele Filho-De-Uma-Boa-Senhora usou a sua linda ruiva, a Gina, para abrir a Câmara Secreta e tentar voltar à ativa e mais uma vez falhou. No terceiro ano descobriu que o responsável pela morte dos meus pais foi Pedro Pettigrew e não seu padrinho, Sirius Black. No quarto ano foi misteriosamente escolhido como representante de Hogwarts do torneio tribruxo e na terceira e ultima prova Voldemort retorna e Cedrico Diggory é morto. No quinto ano sua professora de DCAT é uma mulher doida que veio do Ministério da Magia para tirar de Dumbledore o cargo de diretor de Hogwarts e seu padrinho é assassinado por Bellatrix Lestrange, a queridinha do Cara-de-cobra. No sexto ano descobriu que Voldemort criou Horcruxes dividindo sua alma em sete partes, partes que ele deveria ajudar Dumbledore a destruir, seus planos vão por água quando ele é assassinado por Severo Snape.  Agora, sabe-se lá como, estava em 1977, o ultimo ano de seus pais em Hogwarts. A parte boa, pelo menos, estava acompanhado de ‘sua’ ruivinha.

 

Neste exato momento estava frente a frente com Dumbledore e seus avós paternos, ou seria futuros avós paternos...  Sinceramente, não sabia a notícia da viajem ainda lhe era um choque. Mas, pelo lado bom, poderia ter seus pais junto a ti, mesmo que fossem como colegas.

 

-Hmm, minha cabeça vai explodir. – Harry sorriu ao ouvir a voz de Gina.

 

- Você está bem? – Perguntou se aproximando da cama.

 

- Acabei de dizer que a minha cabeça vai explodir, mas tirando isso eu estou bem... Eu acho – Ela não terminou de falar, ficou um pouco confusa quando viu as pessoas presentes no local. – Tudo bem... Hã... Harry, você poderia acrescentar delírios junto com a dor de cabeça e me traga uma poção por favor.

 

- Já vou trazer a poção – A simpática futura avó de Harry foi a primeira a se pronunciar.

 

- Obrigada, Harry o que estamos fazendo na enfermaria de Hogwarts? Já devíamos ter pegado trem.

 

- Acredite em mim Gina, a última coisa com a qual deveria se preocupar agora é o Expresso. - disse a ela da forma mais calma possível. – Nós estamos em Hogwarts sim, pode me chamar de louco, em 1977.

 

O copo com a poção que Gina bebeu se espatifou no chão e logo depois veio o som das gargalhadas dela. Após um bom tempo rindo ela conseguiu se controlar e falou:

 

- Fala sério Harry, acha mesmo que vou acreditar que nós estamos em 1977.

 

- Se você se guiar pela lógica vai reparar que essa é a única explicação aceitável para Dumbledore estar vivo e presente nessa enfermaria. – Ele disse e fez uma careta ao terminar. “Acho que estou passando muito tempo com a Hermione.”

 

- Hãn... Harry, eu acho que você está passando muito tempo com a Mione. – Gina falou erguendo uma das sobrancelhas enquanto se levantava da cama e foi à vez dele rir.

 

- Sim você tem razão, mas é sério Gi nós estamos em 1977. – Falou, voltando a ficar sério.

 

- Eu acredito em você, não se preocupe. Só por curiosidade, se nós estamos em 1977 àqueles são eles os seus avós paternos, estou certa? – Perguntou apontando para os Potter.

 

Harry ficou pasmo.

 

- Como raios você sabe disso Ginevra? – Ela fez uma careta que ele não sabia se foi por ter respondido a pergunta dela com outra pergunta ou por ter dito o nome completo dela, por via das dúvidas, achou melhor consertar o erro. – Sim, você está certa Gina.

 

- Respondendo a sua pergunta Potter, os meus falecidos tios são alguns anos mais velhos que os meus pais e também faziam parte da Ordem da Fênix, minha mãe me mostrou uma foto dos seus avós, pensando bem agora meus tios e estão vivos. Isso é muito confuso Harry.

 

- Eu sei Gi, mas essa é a chance que eu tenho de salvar meus pais, de ter eles do meu lado e...

 

- Espere um pouco jovem, se meus cansados ouvidos não me enganam você disse ‘salvar seus pais’? – Foi à vez Dumbledore se pronunciar. Harry não sabia se teria a coragem de respondê-la, mas Gina se pronunciou, dizendo:

 

- Eles morreram, Voldemort os matou e Harry foi criado com os tios maternos, mas... Digamos que a tia do Harry sempre teve muita inveja da irmã dela então fez com que a vida de se transformasse num verdadeiro inferno.

 

Claro como um bom e legítimo Potter, Charlus se recuperou do choque no qual tinha entrado desde que a confusão de quem os dois jovens eram e de onde vieram e despertou, dizendo:

 

- Isso é horrível! Quem ela pensa que é essa filha de uma...

 

- Nossa futura nora não tem culpa de ter a irmã que tem – interrompeu Dorea. – Não precisa fazer xingamentos a mãe delas.

 

- Claro, me desculpe querida. Você pode nos dizer quem é a sua mãe, Harry? – Seu avô lhe perguntou curioso, e apesar da tentação de contar, em seu íntimo sabia que seria um erro. Por sorte, Gina o fez por ele.

 

- Acho que é uma péssima ideia contar, poderíamos alterar alguma coisa no futuro. Mas acreditem, apesar da semelhança com o pai, ele herdou algo fisicamente da mãe. – disse, olhando para os vivos  olhos verdes, idênticos aos da mãe. – Mas acho melhor vocês descobrirem por si mesmos, afinal, não sabemos o que mudanças a nossa vinda ao passado já causou.

  

- Sim, a senhorita tem razão. – Dumbledore concordou com Gina.

 

- Tudo bem, posso me conformar com o suspense, mas e quanto a você moçinha, é uma Weasley, estou certo? – Charlus perguntou à Gina e não teve sucesso em esconder a curiosidade, não aguentando, Harry soltou uma gargalhada.

 

- Está sim, o que me entregou? Meus brilhantes cabelos ruivos?

 

- Acho que essa é uma pergunta ridícula, levando em conta que ter brilhantes cabelos ruivos é uma marca registrada na sua família, Gina. – Charlus disse e ela deu de ombros.

 

- Impressionante,você é a primeira menina a nascer na família Weasley em gerações. – Ouviu Dorea dizer e Harry não conseguiu segurar a risada com o pensamento súbito que lhe viera à cabeça.

 

- Qual é a graça Potter? – Gina perguntou.

 

- É simples ruiva, você é primeira mulher a nascer na família Weasley em sete gerações, é a sétima filha dos seus pais, seu nome tem sete letras, o seu sobrenome também tem sete letras e o número da sua blusa no time de quadribol é sete. Incrível não?

 

- É realmente uma coincidência incrível, mas temos um problema. – A voz levemente rouca de Dumbledore se pronunciou, pensativo – Afinal, será muito estranho para meus estudantes verem dois alunos na idade de vocês rondando a escola.

 

- Esse é o menor dos nossos problemas. – Charlus disse – Podemos dizer que Harry é filho de uma prima distante minha do hãn... Canadá?

 

- Sim, e eles estão prestando serviços ao ministério do Canadá em uma missão importante e você vai passar um tempo indeterminado conosco junto com a sua amiga Gina que veio lhe fazer companhia durante a sua estadia na Inglaterra. É uma boa história?- Dorea falou, deixando Harry impressionado com seu raciocínio rápido.

 

- Sim está ótimo. Em que ano vocês estão? – Dumbledore perguntou.

 

- Eu passei para o sexto e Harry para o sétimo, mas posso fazer o sétimo com Harry. – Gina disse e Harry teve que concordar que ela era inteligente o bastante para pular um ano.

 

- Tem certeza de que não vai ser um problema para você pular um ano? – Charlus perguntou.

 

- Você pode se surpreender com as habilidades práticas e teóricas dela, não é mesmo Gi? – Harry perguntou, se divertindo a vendo corar com o comentário. Sem saber, ele tinha herdado o mesmo senso de humor do pai.

 

- Bem, nesse caso vou comprar os materiais de vocês no Beco Diagonal, volto assim que o Expresso chegar para conversar com o Tiago. – Charlus disse se dirigindo para a saída – Vejo vocês mais tarde.

 

- Vou incluir vocês na lista de alunos, comunicar os professores sobre a “transferência” de vocês, explicar essa história a Madame Pomfrey e pedir sigilo, quanto menos pessoas souberem de onde vocês vieram menos problemas e preocupações teremos. O chapéu seletor escolherá suas casas. Ah, podemos agora? Sabe, vocês não vão querer esperar com os alunos do primeiro ano. – Dumbledore disse e fez o mesmo caminho que Charlus havia feito instantes antes.

 

- Seremos selecionados de novo? – Harry perguntou à sua avó.

 

- Sim, mas não se preocupem vocês tem sangue grifinório correndo nas veias. – Ela respondeu e ouviram a risada de Gina.

 

- Ser selecionado para outra casa é praticamente um crime nas nossas famílias. – Gina disse e Harry concordou com ela.

 

- Esta aí uma verdade que eu não posso contestar, vou pegar as coisas de vocês, de quem é aquela coisinha roxa super fofa – Dorea perguntou, e Harry se lembrou do mini puff da Gina, o Arnold.

 

- Gina, eu acho que ela está falando daquela sua bola de pelos roxa. – Ele disse a ela.

 

- Merlin! O Arnold também está aqui!!! – Disse ela surpresa.

 

- Não se preocupe, ele vai ficar bem, me esperem aqui. – Depois de dizer isso ela saiu da enfermaria deixando-os sozinhos.

 

- Esse espelho realmente realiza desejos. – disse Gina, depois de um tempo em absoluto silêncio.

 

- Sim, e agora que eu tenho essa chance vou fazer tudo direito – Contou a Gina tudo o que sabia sobre as Horcruxes e encerrou a explicação dizendo que  Dumbledore e ele se  encontraram no dia da morte dele era na verdade uma falsificação. – Eu vou voltar naquela ilha, quem sabe esse tal de R.A.B. ainda não conseguiu tirar ele de lá.

 

- Você fala como se fosse fazer tudo sozinho. – Ela falou indignada.

 

- Não vou deixar que você se arrisque se envolvendo nesse assunto, é perigoso Gina.

 

- Eu passei a minha vida toda ouvindo os meus irmãos super protetores dizendo “Gina não faça isso”, “isso é muito perigoso maninha”, “cuidado, você pode se machucar”. –Harry teria rido se não estivessem em uma situação ruim. – Preste atenção no que eu vou te dizer agora Harry, porque eu só vou dizer isso uma vez, - Ela estava furiosa e isso definitivamente não é uma coisa boa. – Você não está sozinho. Não está agora que tem uma missão importante e não estava antes. Você não sabe como eu e todos os seus outros amigos sentimos toda vez que você diz que está sozinho. Acredite, nós somos seus amigos de verdade, embora eu seja um pouco mais que isso - Harry riu deliciosamente. - Nós realmente nos preocupamos com você, jamais deixaríamos você enfrentar essa missão sozinho. 

 

- Eu nunca pensei nisso – disse realmente desapontado consigo – Me desculpe Gina.

 

- Tudo bem, não podemos ficar brigando agora que temos um problema enorme pra resolver. Olha, eu te desculpo por tudo. Digo, aquilo que nós falamos no Salão Comunal da Griffinória. Não podemos ficar brigando agora, temos que nos unir. Eu não me importaria em correr perigo, desde que fosse com você. – Ela falou e ele assentiu.

 

- Obrigado. Nós realmente teremos muito trabalho daqui pra frente.

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NA: Olá pessoas, como havia dito anteriormente, eu postaria o capítulo semana que vem, mas terminamos antes. Eu não conseguia pensar em nenhum outro nome para o capítulo, então, resolvi colocar esse mesmo. O próximo será sobre a chegada do Expresso de Hogwarts, espero que gostem, e comentem*--* 

Beijos,

Juliana 

  

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