A Ala Hospitalar

Harry sentia sua cabeça pesar sobre seu ombro dolorido. Sua cabeça doía tanto que lhe parecia que levava marteladas em suas têmporas. Lembrava-se com muita dificuldade o que acontecera antes de perder a consciência. Tinha nítidas lembranças de estar em uma sala, onde se encontrava o Espelho de Ojesed, e em sua companhia...

 

Oh, agora se lembrava. Estivera acompanhado de uma certa ruiva que tinha o poder de fazê-lo se sentir tolo por cada bobagem que dizia quando estava consigo: Gina Weasley. 

 

Mas depois, quando estivera prestes a se aproximar de seus lábios e beijá-los, sentiu uma sensação tão ruim quanto aparatar. Era como se lhe tivessem colocado um gancho no umbigo e puxando-o. 

 

Oh, não!!! Acordou ele, em um salto. Deveriam estar na estação em Hogsmeade, para pegar o trem que os levariam de volta a Londres. Não que fosse a coisa mais animadora do mundo, já que teria de voltar para a cada dos seus tios Dursley, para mais um verão entediante.

 

Sua cabeça latejava ainda mais devido ao salto que dera. Sentou-se à cama, apoiando a cabeça às mãos. 

 

- Oh, vejo que já acordou. - exclamou uma voz suave, levemente rouca, não tão distante de ti. 

 

Levantou lentamente a cabeça. A sua frente, encontrava-se uma senhora, de aspecto muito bondoso. Tinha os cabelos à altura dos ombros, de coloração louro avermelhados. Sua face expressava leves rugas, que acentuavam sua idade. 

 

- Quem é a senhora? - perguntou ele sem pestanejar. 

 

- Ora, isso não vem ao caso. Estou aqui por você. 

 

- Eu? - disse ele, relutante. “O que foi que eu perdi?” , pensou aturdido.

 

- Sim meu bem, você. Você e claro aquela bela ruiva adoremecida. 

 

- Ruiva? A Gina também está aqui? - perguntou ele, agora reparando ao seu redor. Estavam na Enfermaria de Hogwarts, mas a mulher que o encarava não era madame Pomfrey. 

 

- Oh, eu supunha que vocês se conhecessem. Ela é sua namorada? Estão desacordados a cerca de duas horas. 

 

Harry sentiu suas faces enrubescerem diante daquela pergunta. Não gostava de falar sobre seu relacionamento com Gina, ainda mais para uma pessoa aparentemente estranha.

 

- Não. Digo, não mais. Já namoramos, mas...

 

- Eu entenderia perfeitamente se não quisesse me contar querido. – disse ela em tom de compreensão, interrompendo-o no meio da frase.

 

- Não, tudo bem. Oh, minha cabeça dói muito. – disse esfregando a testa.

 

- Vou pegar uma poção para sua dor de cabeça. - ofereceu a bondosa senhora, levantando-se em planto. 

 

- Obrigado, como ela está? – Perguntou, olhando para a ruiva deitada na cama ao lado.

 

- Ela está bem, só está desmaiada, logo vai acordar. Não se preocupe. – disse vendo a preocupação estampada em seu rosto. – Tome a poção, logo sua dor de cabeça vai passar.

 

Harry pegou a porção e olhou para a mulher que lhe entregava e deglutiu em um só gole.

 

- Por que estou na enfermaria de Hogwarts? A senhora é a nova curadora? - muito surpreso, Harry começou a se agitar.

 

A senhora bondosa olhou-o afetivamente, mas com uma leve surpresa estampada em seu rosto pela pergunta. 

 

- Como sabe onde está? - perguntou ela, tentando manter seu tom de voz displicente. 

 

- Como não saberia. Passei os últimos seis anos da minha vida aqui, com exceção dos verões e alguns natais é claro, mas isso não vem ao caso agora. Quem é a  senhora? Como eu vim parar aqui?

 

Ela olhou-o, sua face aparentava calma, mas por dentro as perguntas se formavam na sua cabeça de uma forma surpreendente, além de uma mistura de sentimentos que a assustavam. Estava surpresa e com um pouco de medo pela semelhança entre o rapaz e seu filho, ao mesmo tempo sentia por ele certo carinho que não sabia de onde vinha. Mais perguntas se formaram na sua cabeça: Quem era aquele garoto? De onde veio? O que veio fazer aqui? E principalmente, por que era tão parecido com seu filho e seu marido? Deixou de lado seus pensamentos quando ouviu a voz dele.

 

- A senhora está bem? – Perguntou preocupado.

 

- Sim, eu estou bem. O que estava dizendo? - pergunto ela, despertando-se de seu breve devaneio.

 

- Eu perguntei quem... Espera, disse que estamos desacordados à duas horas. – exclamou Harry alarmado, como se somente nesse momento tivesse entendido essa parte da conversa.

 

- Sim, algum problema?

 

- Devíamos ter pego o expresso para Londres em Hogsmead à uma hora e meia.

 

- Voltar para Londres? Se está falando do Expresso Hogwarts ele saiu de Londres à quatro horas, deve chegar em algumas horas. – falou ela, ficando confusa com a história.

 

- Não, não. Isso é completamente impossível, levando em conta o fato de que nós estamos em junho. – Disse Harry.

 

- Acho que você levou alguma pancada na cabeça e isso o fez perder a noção do tempo. – Disse ela ficando preocupada com o rumo da conversa que estava tendo com o menino a sua frente – Hoje é dia 1 de setembro de 1977, primeiro dia de aula aqui em Hogwarts.

 

Quando olhou para o Harry, a bondosa senhora viu sua cor desaparecer lentamente, tom a tom, até seu rosto ficar branco como a seda da blusa que ela estava usando.

 

- Você esta be... – Mas Harry a cortou.

 

- A s-senhora d-disse 1 de setembro de... 1977? – Perguntou Harry completamente assombrado, repetindo com dificuldade a ultima parte. Isso só poderia ser alguma brincadeira da parte dela. 

 

- Sim. Eu e meu marido Charles viemos a Hogwarts tratar de um assunto importante com Dumbledore...

 

- Dumbledore? – Perguntou perplexo.

 

- ...e quando estávamos indo embora, vimos você e a menina ali desacordada em um dos corredores do sétimo andar, então trouxemos vocês para a enfermaria. – Explicou ela a Harry como se não tivesse sido interrompida – Você parece surpreso, realmente não deve saber como veio parar aqui. Consegue pelo menos lembrar quem é você e de onde veio? Qual é seu nome?

 

- Sim, bem, meu nome é Harry. 

 

- Nome bonito. E seu sobrenome? 

 

- Potter, Harry  Potter. 

 

- Oh, não. – exclamou ela, levando a à mão aos lábios.

 

- Algum problema? - perguntou ele, assustado com o repentino grito que viera dela. 

 

- Voc... você disse... Harry ... Potter? 

 

- Sim, oh não, pensei que as pessoas já estivessem acostumadas, tudo bem, eu sou o eleito, e blá, blá...

 

- Do que você está falando? - perguntou ela, em um fio de voz. 

 

- Do que é que a senhora está falando? Primeiro diz que estamos em 1977, depois, fica surpresa quando descobre quem eu sou, o que é estranho levando em conta que todo mundo bruxo sabe quem sou. Aliás, quem é você? - perguntou ele, tentando conter a apreensão que o consumia.

 

- Eu sou Dorea. Dorea Potter, e meu filho, que está chegando no expresso de Hogwarts é Tiago Potter. – Disse Dorea e com a maior calma do mundo, continuou – Você se lembra de onde veio?

 

O queixo de Harry caíra, e, neste momento, percebeu que realmente não estava em sua época e aquela senhora à sua frente era mesmo quem dizia que era: Dorea Potter, a avó paterna de Harry.

 

- Então você se lembra? – Perguntou novamente.

 

- Claro, eu vim do futuro. Mais especificamente 1997. – Respondeu Harry a pergunta da sua futura avó mesmo que ainda duvidasse um pouco disso.

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NA: Olá pessoas, eu aqui novamente.
A pedido de alguns leitores resolvi adiantar o capítulo 3, que eu provavelmente só postaria no meio da semana. Espero que gostem, eu e a Fernanda criamos com muito carinho. Até semana que vem o próximo capítulo estará aqui, senão antes, prometo.
Beijos amanteigados,

Juliana,  

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