Blibioteca, o garoto e o começ

Blibioteca, o garoto e o começ



Meses antes – Hogwarts.


 


                Andava lentamente pelo corredor praticamente vazio. Segura vários livros pesados, seus longos cabelos loiros praticamente ocultavam o seu rosto. Fazia o máximo pra evitar o Salão Comunal sempre que podia e era justamente por isso que escolhera justamente aquele horário, quando todos estavam almoçando, para ir a biblioteca devolver alguns livros que tinha pegado emprestado.


                Para ela a pior parte do dia era ir ao Salão Comunal. Todo mundo da escola se reunia lá nas horas das refeições o que, em outras palavras, significava que mais gente a olharia de soslaio, com medo dela, e ela evitava o máximo isso, odiava ser o centro das atenções, odiava o fato de ser constantemente julgada por ser filha dele... Lord Voldmort, o maior vilão do mundo bruxo. Por que as pessoas eram incapazes de enxergá-la por quem ela era? Por que insistiam em vê-la como a copia do pai que ela nem mesmo chegara a conhecer?


                Adentrou na grande biblioteca e, como previra, constatou que ela estava praticamente vazia. Seus passos firmes faziam eco e a mulher gorducha finalmente deu-se conta que ela estava lá.


- Bom dia – Murmurou a menina, dando um sorriso forçado e depositando os livros volumosos no balcão.


- Bom dia, senhorita Ally – A bibliotecária fez uma pequena careta,  suas bochechas gordas estavam levemente rosadas.


- Vim devolver os livros.


- Tudo bem – Pegou uma pena e começou a fazer umas anotações em um enorme caderno de couro – Pronto, pode ir.


- Vou dar uma pequena olhada em alguns livros antes – Ao que a mulher assentiu se dirigiu as enormes prateleiras.


                A biblioteca de Hogwarts, como qualquer coisa lá, era encantadora. Estantes flutuavam no ar, mesas bem cuidadas eram postas em lugares estratégicos e os livros eram bem cuidados. Ally dirigiu-se a seção menos visitada, a seção de poções, e justamente quando ia esticar sua mão fina para pegar um livro depositado em uma prateleira mais alta sentiu um choque em sua mão.


                Silêncio.


                Era como se um choque elétrico a tivesse atingido. Olhou o dono das mãos que haviam tocado, sem querer, na dela. Ele era alto, possuía costas largas, tinha pele de marfim, cabelos pretos e rebeldes, um rosto fino, com traços marcantes e finos, e seus olhos eram de um verde magnético.


                Alvo Potter.


- Pode ficar com o livro – O menino falou, dando um sorriso.


                Por algum motivo, e ela não sabia explicar qual, ficou sem palavras. Por que ele estava sendo gentil com ela? Logo ele? Ninguém, além da família Malfoy – que haviam a criado desde que ela era uma recém nascida – era gentil com ela.


- Hn... Não precisa... Você ia pegar o livro primeiro... – Ally tentou falar mais alguma coisa, mas não conseguiu.


                O garoto a olhava com uma expressão indecifrável.


- Tem certeza?


                Ela assentiu tímida.


- Bom, eu já estava de saída – A loira virou as costas e saiu o mais depressa que pode.


 


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                Para sua sorte quando entrou no Salão Comunal de sua casa, Sonserina, Scorpius – seu melhor amigo e irmão de criação – a esperava com uma refeição. Estava faminta, concluiu ao ouvir o ronco de sua barriga.


- Obrigada, Scorpius – Agradeceu assim que se sentou em uma poltrona.


                O Malfoy deu um sorriso e falou:


- De nada, mas sabe Ally? Você precisa parar com essa mania de fugi das pessoas – Ele balançou a cabeça, divertido.


- Não é fácil quando todo mundo fica te olhando e falando pela suas costas – Bebericou um pouco de suco de abobora.


- Onde você estava?


                Ela corou, fazendo com que o menino franzisse o cenho.


- Na biblioteca, devolvendo alguns livros.


- Aconteceu alguma coisa lá?


- Não, por quê?


- Não sei... Você parece estranha.


- Hn... Eu meio que encontrei com o Alvo,só.


                Scorpius se segurou para não ri.


- Você gosta dele! – Ele riu.


- Não, não gosto! – A voz dela subiu um pouco de tom.


- Conheço você muito bem, Ally Riddle! Você gosta dele! – Scorpius gargalhou.


                Ally se engasgou um pouco com a comida e falou:


- Não gosto dele não! Senhor gosto-da-Rose-Weasley-mas-sempre-que-falo-com-ela-ajo-como-um-idiota-egocentrico.


                Scorpius parou de ri na hora e corou.


- Touché - Falou maroto.


 


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                O resto do dia passou normalmente: aulas, mais aulas e, infelizmente, jantar.


                Não encontrou mais com Alvo Potter – na verdade evitou olhar para todo mundo justamente para não vê-lo – e, depois de fazer alguns deveres particularmente difíceis de poções foi dormir.


                Aquele foi a primeira noite que sonhou com Alvo.

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