Prologo - Agora
Agora.
Poucas estrelas iluminavam o céu, a luz da lua se esvaia cada vez mais, como se ela estivesse morrendo aos poucos, e a única coisa que se mostrava visível era o grande mato mal cuidado que, se seguido na trilha certa que era quase impossível de se ver – seja de dia ou seja de noite – , dava a uma misteriosa floresta.
A menina corria. O coração se comprimia, arfava cada vez mais, suas pernas começavam a perder força, a dor que o enorme machucado em seu joelho esquerdo, visível em sua jeans surrada, provocava começava a ficar insuportável e ela sentia suas focas se esvaindo. Era como se estivesse presa em um daqueles pesadelos em que quanto mais se tem de correr para salvar sua vida mais o ato se torna impossível.
O único problema era que isso não era um pesadelo. Era real.
Acelerava seus passos, ignorando quando vez ou outra seu cotovelo batia em um capim mais forte, ela tinha que chegar até a floresta, era sua única chance de escapar deles, comemorou internamente o fato de saber o caminho até a floresta. Olhou, sem se dar ao luxo de parar de correr, para trás.
Os comensais estavam cada vez mais perto.
Virou a esquerda, à direita e a direita de novo. Uma grande e larga árvore velha mostrou-se a sua frente, tinha chegado à floresta, concluiu alegre. Tinha conseguido os despista, mas nem por isso parou de correr, tinha que procurar um esconderijo. Adentrou na floresta um pouco mais e, sabe-se lá como, conseguiu avistar uma caverna. Parou de correr, encurvou um pouco as costas e apoio as mãos na coxa, inspirando e expirando rapidamente. Tomou fôlego e adentrou na caverna.
Puxou a varinha do cós da jeans e murmurou vários feitiços de proteção em torno do esconderijo. Quando julgou-se com segurança sentou, provocando um baque surdo, no chão da caverna.
- Lumus – Murmurou e uma forte luz começou a emanar da varinha.
A luz lhe dava um certo ar de mistério. A fugitiva em questão aparentava ter, no máximo, quinze anos. Tinha estatura baixa, era um pouco mais magra do que o considerado saudável, sua pele era pálida, possuía longos cabelos loiros, seu rosto, um pouco anguloso, era de traços finos e seus olhos eram de um verde-azulado vivo.
Refletiu um pouco. Por mais que seu joelho latejasse muito ela não era muito habilidosa com feitiços de cura, fazer algo para melhorar seu machucado estava longe de questão. Ela estava cansada e, por mais que estivesse relativamente segura dos começais, não podia arriscar e chamar atenção.
- Nox – Murmurou e a luz sumiu.
Deitou da maneira mais confortável que pode. A escuridão não lhe provocava medo nem desconforto. Fechou os olhos. Desejou que o tempo voltasse e tudo se resumisse a ela e Alvo. Desejou voltar a ser a mesma Ally de antes, a Ally de Alvo. Desejou que ele estivesse lá.
Foi então que ela dormiu e tu
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